Eterna Paixão escrita por Luna Brandon


Capítulo 12
Capítulo 12 :: Você É Tudo Pra Mim.


Notas iniciais do capítulo

Como prometido aqui está o capítulo 12 *---*
Sem mais delongas...



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(PONTO DE VISTA - Bella)

A noite prosseguiu lentamente.

Eu não vi mais Edward, porém, eu sentia a presença dele por perto embora não o enxergasse em meio a tantas pessoas.

Conversei parte da noite com Ivy e Karen, que estavam desapontadas por terem perdido a coroa de princesa de Oxford, porém estavam feliz por uma amiga delas ter ganhado pelo menos.

– é justo que você tenha ganhado Mel, você está lindíssima e embora você não tenha dado à mínima, nós estávamos reparando e ouvimos comentários sobre os meninos da nossa sala em relação a você. Antes você já era uma das garotas mais bonitas da faculdade, mas está noite você está diferente, que eu não sei explicar – disse Karen, enquanto estávamos paradas próximos á uma das portas de vidro do salão que davam para os belos e iluminados jardins.

– Bobagem sua Karen – respondi.

– Não, mas Karen tem razão Mel, você está diferente, há um ar diferente em você um brilho á mais – disse Ivy concordando.

– Não faço idéia do que seja – disse á elas.

– Uma pergunta, você está apaixonada? – questionou Karen.

– O que? – perguntei incrédula.

– Você está apaixonada? Só isso explicaria – disse ela confirmando a pergunta.

– Não que eu tenha percebido – respondi meio insegura lembrando-me repentinamente da conversa que ouvi á alguns dias onde Kate disse a Edward que eu ainda o amava só não havia percebido isso.

Será?

– Ah, fala sério Mel, tem certeza? – questionou Ivy.

Eu sorri para não dar muito na cara á minha indecisão.

– Tenho – respondi.

– Se você está dizendo... Então só nos resta acreditar – disse Karen.

– Mudando de assunto... Cadê o bonitão que nós vimos mais cedo, o Edward? – perguntou Ivy animadamente.

– Não faço idéia meninas – respondi.

Pra falar a verdade eu gostaria de saber onde ele está também, pensei e acabei me surpreendendo comigo mesma ao pensar nisso.

– Acha que ele já foi embora? – perguntou Ivy.

– Talvez, não sei lhe dizer – respondi respirando fundo.

– Oh droga! Nem tive tempo de me apresentar á ele – choramingou Ivy.

– Eu disse que ele não era pra você, mas realmente é uma pena, afinal, a noite é uma criança e nunca se sabe o que pode acontecer... – disse Karen.

– Já está fazendo planos para o resto da noite Karen? – perguntei.

– Claro né Mel, a festa termina aqui, mas continuara durante a madrugada pelo menos para mim... Já fui informada que o pessoal do curso de advocacia vai pra um PUB aqui perto depois da festa, e aqueles advogados... Jesus perdoe-me pelos meus pecados – respondeu Karen fazendo até o sinal da cruz.

Karen é uma comédia.

Não vive sem homens e festas.

Ivy está indo pelo mesmo caminho.

– Opa! E eu irei junto com ela, não quer vir com a gente Mel? Quem sabe você não arranja um ficante por lá – convidou Ivy.

– Não meninas. Agradeço o convite, mas acho melhor ir para casa, á noite pode ser uma criança muito arteira para vocês, mas eu não tenho lá muito pique para mais uma festinha – disse á elas.

– Ah que pena! – lamentou Karen.

– Bem já que você não vai com a gente, que tal um último brinde entre as três formandos em gastronomia mais malucas da faculdade? – propôs Ivy bem na hora em que o garçom passava ao nosso lado nos oferecendo bebida.

– Claro porque não? – respondeu Karen pegando três taças de champgne.

Ela entregou uma á mim e a Ivy.

– E ao que exatamente vamos brindar? – perguntei.

– Hummm... Primeiramente á nós três e um brinde ao futuro... Pois quem poderá adivinhar o que irá acontecer em nossas vidas de agora em diante? - disse Karen.

– Então um brinde á nós e ao nosso futuro – disse Ivy enquanto batíamos as três taças umas nas outras ao mesmo tempo.

Virei à taça rapidamente garganta abaixo.

A bebida ardeu por dentro.

Acho que já havia bebido demais por uma noite, principalmente pra quem não está acostumada.

– Nossa! Esse espumante é do bom – comentou Karen.

– Verdade, até fiquei meia zonza agora – concordou Ivy.

– Acho que agora nós vamos embora Mel – disse Karen.

– Mas já, a festa ainda está lotada – disse á elas.

– Já, vamos para casa trocar de roupa e ir para o PUB, o segundo round nos espera – disse Karen.

– Então ta meninas, bom divertimento á vocês – desejei á elas.

Elas me deram um abraço antes de partir e então eu as observei sai do salão, junto com alguns familiares e alguns outros amigos.

Então só restou á mim.

Onde Kate e o resto de minha família haviam se metido?

Comecei a vasculhar com o olhar o salão, mas não os encontrei pelo menos não de onde eu estava.

Talvez estivessem no mezanino no segundo andar.

De repente senti como se alguém estivesse me observando, e quando me virei não estava errada.

Mesmo de longe e mesmo com as luzes coloridas do caleidoscópio girando eu pude ver Edward, era como se seu olhar me seguisse.

De repente um casal passou na minha frente e quando olhei novamente ele não estava mais lá.

Eu devo estar pirando de vez, ou talvez seja o efeito do álcool.

Era melhor eu ir lá para fora tomar um ar.

Sai por umas das portas de vidro que davam para o jardim, mas aquele era diferente.

Era mais bonito do que os outros que eu vira.

Havia um pequeno e baixo coreto todo iluminado e decorado por pequenas guirlandas transparente e com milhares de pisca - piscas ao seu redor.

Próximo havia uma fonte toda iluminada junto a outro jardim com várias árvores iluminadas em volta que eram belíssimos.

Era um lugar calmo e cheio de paz, embora a música lá de dentro ainda preenchesse parte da penumbra da noite.

Não senti quando ele se aproximou de mim, percebi que não estava sozinha somente quando ele pegou minha mão delicadamente com um sorriso doce nos lábios e com aquele quente e misterioso olhar sobre mim.

– Você me daria à extraordinária honra de dançar comigo Isabel? – Edward perguntou-me com aquela irresistível e sedutora voz.

Como se eu fosse forte o bastante para dizer não á ele.

Seu olhar tirou a minha fala eu apenas assenti e deixei que ele me guiasse, não conseguia sentir o medo que eu estava acostumada a sentir, nem mesmo a tensão.

Naquele momento com ele eu só me sentia calma e segura, de uma maneira que nunca me senti antes em toda a minha vida.

Track :: I’m With You (Avril Lavigne).

Edward me levou para em meio às luzes do coreto, onde por mais que parecesse banal, parecia que aquele momento era mágico.

De repente me lembrei de algo que por mais que fosse insignificante em outras circunstâncias, naquele momento importava.

– Não tenho certeza se é uma boa idéia, não sou a melhor bailarina que se poderia haver – disse á ele.

– Tem certeza? – ele censurou-me e em seguida me girou na pista com um sorriso de anjo.

– Okay, acho que não estou pensando com muita clareza – declarei.

Edward me segurou pela cintura me aproximando ainda mais dele.

Essa súbita aproximação quase me deixou sem ar.

– Dependendo da situação, o melhor a fazer é agir por impulso do que seguir a clareza da razão – ele comentou.

– Você diz como se tivesse experiência com isso – observei.

– Já cometi muitos erros por pensar demais, principalmente quando se trata do que é certo errado – ele me disse.

– Nem sempre o certo é o caminho que se deve seguir – disse á ele.

– Andou aprontando muito para pensar dessa forma? – ele questionou com humor.

– Eu? Nem tanto, é claro que às vezes é necessário sair um pouco fora das regras para se conseguir o que quer, mas não é do meu feitio cometer muitos erros, pelo menos acho que não – disse á ele.

– Concordo, mas nem sempre sair das regras é a melhor coisa á se fazer – disse ele.

– O que quer dizer? – perguntei enquanto cada passo que dávamos em uma perfeita sincronia, tornava a suave musica de fundo, cada vez mais distante.

Era como se tudo por um momento estivesse sumindo á nossa volta.

– É complicado de explicar, mas... Falando em regras, me parece que você está nervosa com Kate, ela me disse que quebrou todas as regras ao mexer os pauzinhos para poder fazer você levar a coroa este ano – disse ele.

– Ah, então ela confessou? Bom saber, ela não irá se safar dessa... Ela sabe que eu tenho horrores a esse tipo de coisa, ela além de ter praticamente me obrigado a vir para este baile, ainda armou pra cima de mim – disse á ele.

Ele deu um sorriso lindo de tirar o fôlego.

– Kate adora aprontar, mas não creio que ela tenha feito por mau – disse ele em defesa dela.

– Mesmo assim o que ela fez foi injusto com as outras meninas da faculdade, não é nem tanto por mim e sim pelas outras meninas – expliquei o real motivo de eu estar tão brava com ela.

– Injusto? Não vejo como – disse ele.

– Acha mesmo que eu ganharia o título de princesa de Oxford se ela não tivesse feito... Sabe-se lá o que ela fez? – disse á ele.

– Sim, acho – ele respondeu olhando profundamente em meus olhos.

Seus olhos dourados de repente pareceram derreter como Mel, queimando por dentro de meu peito. Eu conseguia ver que ele estava sendo sincero e verdadeiro comigo.

Era como se estivesse escrito em seu olhar.

Balancei a cabeça desviando de seu olhar.

– Isso é besteira, existem várias meninas muito mais bonitas do que eu na faculdade – disse á ele.

– Mas... – ele me girou e quando eu fiquei novamente de frente para ele, e ele me pegou pela cintura estávamos mais pertos do que o habitual.

Eu podia sentir sua respiração em meu rosto, meu rosto estava a centímetros de distância do seu, nosso olhar fixo um no outro como nunca esteve antes.

Eu perdi o ar.

Era como se meu coração não fosse forte o bastante para bater tão rápido em meu peito como estava naquele momento.

– Mas...? – conseguir sussurrar meio sem ar, a meia voz.

Edward delicadamente tocou o meu rosto, eu senti minha face esquentar ao seu toque, mas ainda assim era diferente.

Ao mesmo tempo em que sua pele na minha era extremamente fria – e familiar, de uma maneira que eu não compreendia -, deixava um rastro de calor por dentro.

– Nenhum delas é como você, nem tem a sua beleza. Nenhuma delas poderia ser tão bela como tu és, e há quem diga que não, mas somente você tem esse brilho no olhar, um tipo de beleza que é somente sua. – Edward disse para mim, deixando me entorpecida por sua voz suave como veludo e pelo seu olhar.

Era tarde demais para poder voltar atrás.

A cada olhar era como se nos atraíssemos cada vez mais para perto um do outro.

Não tive tempo nem para pensar nem para respirar, Edward se aproximou de mim mais e mais, nossos lábios estavam a milímetros de distancia quando de repente a doçura do momento foi interrompida por um grito de medo meio distante.

Ambos estávamos de olhos fechados, quando abrimos os olhos os dois ao mesmo tempo, nossos olhares se encontraram novamente.

De repente ouve mais de um grito que abafou o silêncio da penumbra da noite, quebrando assim o encantamento do momento, fazendo com que nós dois voltássemos á realidade.

Ouvi Edward dar um suspiro pesado.

Os gritos estavam vindo de dentro do salão, de repente aumentou cada vez mais e nós ouvimos um zunzum de vozes e uma correria lá dentro.

Nós dois olhamos de repente para as portas de vidro, ambos estávamos confusos.

Eu me afastei um pouco dele, mas ele não me soltou.

Edward pegou minha mão novamente e nós dois fomos para as portas de vidro que davam novamente para o salão, mas paramos somente nelas e nem chegamos á entrar.

Havia uma correria gigantesca lá dentro.

Os convidados estavam assustados e com medo de algo, todos corriam em direção á saída.

Eu não consegui identificar o que estava acontecendo e o motivo da correria.

– O que houve? – perguntei para mim mesma, até alguns poucos segundos atrás eu estava em um filme, um conto de fadas com o príncipe encantado, mas de repente a magia foi ofuscada por gritos de medo a agonia em meio à penumbra da noite.

A pergunta que eu fiz á mim mesma foi Edward quem respondeu.

– Droga, é um assalto - ele me disse observando nas sombras alguns homens com capuz negro sobre a face, todos estavam armados botando o terror.

De repente entrei em pânico.

Kate, Carmem, Eleazar e todo o resto da minha família incluindo os Cullen.

Eles estavam em perigo.

Não pensei duas vezes e tentei entrar no salão, mas Edward me puxou pelo braço.

– Não Mel, não vá é perigoso demais – disse ele olhando fixamente em meus olhos.

Não me importava que fosse perigoso.

Era a minha família e eu não os podia deixar a beira do perigo e simplesmente fugir, tinha de fazer alguma coisa, tinha de encontrá-los.

– Edward, á minha família está em perigo, não posso deixá-los, tenho de encontrá-los – disse á ele.

– Nada vai acontecer á eles Mel, cofie em mim – disse ele olhando profundamente em meus olhos.

Por um momento eu acreditei, mas como eu poderia ter certeza?

– Não há como saber, eu preciso encontrá-los – disse á ele tentando soltar o meu braço, mas ele não me soltou.

De repente o celular dele começou a tocar, ele atendeu tão rápido que eu mal vi quando.

– Alice, da pra me explicar o que está acontecendo? – ele perguntou pelo telefone.

Alguém respondeu algo e em seguida ele olhou para mim.

– Sim, ela está comigo, e pode deixar eu farei isso – disse ele desligando o celular a guardando no bolso do palito.

Ele olhou para mim e então disse:

– Carmem e Eleazar já saíram do salão, todos estão bem, mas eu preciso tirar você daqui – disse ele.

Respirei aliviada.

Minha família estava bem, afinal.

– Impossível, a única saída que há é por dentro do salão Edward – disse á ele.

– Não, há como sair pelo jardim. Nós entraremos nos bosques e sairemos no estacionamento, vou levar você pra casa – disse ele.

– Tem certeza de que eles estão bem, estão em segurança? – questionei meio insegura.

– Tenho, Alice está com eles, mas eu preciso que você confie em mim, a polícia já está chegando e em breve isso aqui irá virar uma loucura – ele me respondeu.

– Tudo bem, vamos então – eu respondi.

Edward e eu entramos em meio aos jardins e aos campos de flores.

Parte estava cheia de milhares de pisca- piscas assim como o coreto que até a pouco nós dois estávamos, mas havia uma parte completamente sem luz e obscura.

Eu sabia que tínhamos de passar por aquela parte se quiséssemos ir para o estacionamento, mas a escuridão de certa forma de assustava.

Edward certamente percebeu isso, pelo meu rosto.

Ele então parou e se virou para mim e tocou o meu rosto novamente.

Meu coração se aqueceu, disparando de uma maneira irracional.

Eu podia sentir até a pulsação do sangue em minhas veias.

– Calma, não há o que temer. Não irei deixar que nada aconteça com você – disse ele olhando profundamente em meus olhos.

Seus olhos dourados arderam.

Respirei fundo.

– Tudo bem, vamos – disse á ele e então entramos em meio às árvores escuras do bosque.

Não estava com medo da escuridão das árvores, mas sim do que havia nela.

Eu poderia muito bem cair ou tropeçar em meio aquelas raízes grossas que haviam no chão, mas por sorte Edward me ajudou a passar por tudo aquilo.

Quando eu estava prestes a entrar em pânico, por pensar que aquele bosque nunca teria fim, finalmente nós chegamos ao estacionamento.

Logo vi Carmem e Eleazar, mas o resto de minha família e os Cullen não estava com eles.

– Oh, graças á Deus vocês estão bem – disse-nos Carmem com os olhos preocupados assim que viu á mim e Edward.

– Ainda bem que vocês dois saíram de lá, antes que a situação se agravasse – disse Eleazar.

– Vocês estão bem? – perguntei.

– Sim, estamos, assim que vimos do que se tratava conseguimos sair, estávamos mais preocupados com você, mas se está com Edward, fico mais sossegada Mel – disse Carmem.

Sim, eu tinha a estranha sensação de estar segura ao lado de Edward, aonde quer que eu fosse.

– Onde estão Kate e os outros? – questionou Edward.

– Nós nos perdemos na hora da saída, mas já consegui falar com Rosalie e eles estão vindo para cá – disse Eleazar.

– Edward, leve Isabel para casa, por favor, assim que possível nós iremos – pediu Carmem.

– Tem certeza Carmem, não quer que eu fique? – questionei.

– Tenho, em casa e com ele eu tenho certeza de que você estará bem, é melhor assim, nós não nos demoraremos a chegar – disse ela.

– Se você quer assim...

– Vou cuidar dela, eu prometo – disse Edward á Carmem e Eleazar, de uma maneira tão segura que até eu acreditei.

– Ótimo, agora vão, nós o encontraremos em breve – disse Eleazar.

Edward pegou minha mão e me levou para o carro.

Ele abriu a porta e me ajudou a entrar.

Eu estava com o coração nas mãos por ter de deixar minha família aqui.

Mas se eles preferiam assim eu respeitaria.

Mal percebi que aquela tiara idiota estava me incomodando.

Tirei-a cuidadosamente dos fios do meu cabelo.

Não estava com pretensão de acabar me machucando e dar um motivo á que Carmem e Eleazar tenham de se preocupar.

– Viu só, eu disse á você que não precisava se preocupar com eles, pois tudo iria ficar bem – disse Edward enquanto saíamos pelos portões gigantescos e refinados do estacionamento.

– Tinha razão, mas ainda assim eles são á minha família e é a coisa mais valiosa que eu tenho, apesar de estar com eles apenas á dois anos – disse á ele.

– Deve ter sido difícil no início, quando você mal os conhecia – Edward comentou.

– Não foi difícil, mas estranho – disse á ele.

– Estranho, mas por quê? – ele questionou.

– Eu sempre me senti meio estranha, principalmente por não saber a verdade sobre mim. Eles me deram um passado, um nome e um lugar no mundo, mas ainda assim sempre tive a estranha sensação de que eu havia perdido algo, de que havia algo de muito importante que eu não conseguia e não consigo lembrar – disse á ele.

– Mas, mesmo durante esses dois anos, você nunca conseguiu lembrar de nada sobre o seu passado? – ele me perguntou.

Então eu entendi onde ele estava querendo chegar com aquelas perguntas.

– Não até agora – respondi embora não fosse exatamente verdade.

– Mas se você soubesse que há alguém que sabe a sua real identidade e sabe muito sobre você, qual seria a sua reação? – ele me perguntou parando o carro na frente de minha casa.

Mal havia me dado conta de que já havíamos chegado quando ele saiu do carro e abriu a porta ao meu lado como um cavalheiro.

– Não sei exatamente o que eu faria, dependeria muito de quem era e das circunstancias – respondi saindo do carro e indo em direção a porta.

Eleazar deveria ter entregado a chave de casa a Edward, porque assim que chegamos foi ele quem abriu a porta.

Acendi as luzes da sala assim que entramos.

Edward fechou a porta.

– Você nunca teve curiosidade de saber quem você realmente é? – ele me perguntou enquanto eu colocava a tiara que segurava na mão em cima da mesinha atrás do sofá.

– Sim, tive. Mas eu não tinha por onde procurar, eu não fazia a mínima idéia de quem que era, não tinha informações, não tinha por onde começar a procurar – respondi.

– Não tinha? – ele questionou.

Então naquele momento eu tive certeza de onde aquela conversa iria nos levar.

Até então nossa conversa estava sendo olho no olho, e eu sabia que de agora em diante eu teria que ter coragem pra fazer o que tinha de ser feito.

Eu sabia que essa hora iria chegar só não esperava que fosse hoje.

Respirei fundo para então começar a fazer o que se devia.

– Pare. – respirei fundo - Chega. Chega de mentiras. Eu já entendi onde está conversa irá nos levar, Edward – disse á ele olhando em seus olhos o mais sinceramente possível.

– Do que exatamente estamos falando? – ele perguntou.

– Isabella. Marie. Swan – disse cuidadosamente o nome e o sobrenome – ou simplesmente Bella. Este nome te lembra alguém?

Ele de inicio apenas me fitou de uma maneira meio sombria e então disse:

– Então você já sabe.

– Sei, tive algumas lembranças sobre você e minha antiga vida como Bella, depois que vi você e sua família – disse á ele.

– E você já sabe quem eu sou? – ele questionou.

– Não exatamente, mas espero descobrir isso em breve, mas eu sei que você sabe sobre o meu passado – disse á ele.

– Se você sabe disso, porque na me procurou para saber mais sobre você mesma? – ele questionou.

– Acho que por medo do que eu iria encontrar. A Isabel eu sei quem é, mas e a minha outra face como Bella? Ela é completamente desconhecida, só de pensar nessa outra que existe em mim eu me sinto completamente perdida – disse á ele.

– Não se sinta assim. Você foi à melhor pessoa que eu já conheci em toda a minha vida – disse ele se aproximando lentamente de mim.

– Será mesmo? – questionei.

– Quando eu disse que cometi vários erros por pensar demais, eu estava me referindo a você – disse ele.

Fiquei confusa.

– Como assim? – perguntei.

– Em breve espero poder contar tudo á você, mas antes você precisa saber a verdade sobre você – disse ele pegando minhas mãos.

– Não tenho certeza se eu quero saber quem eu era. A Isabel é uma mascara de certa forma, mas ao menos eu sei quem ela é, mas e a Bella? Tenho medo de saber quem ela é. Não sei se ela é uma boa pessoa muito menos se meu passado me condena – disse á ele.

Track :: I Turn To You (Christina Aguilera)

– Não tenha medo, você foi à melhor coisa que aconteceu em minha vida, você é o ar que eu respiro. Você faz parte de quem eu sou. – disse seriamente - Quando eu soube da sua suposta morte tudo perdeu o sentido, era como se eu tivesse perdido a minha razão para viver. Você é a minha vida agora! – disse ele olhando profundamente em meus olhos, tocando suavemente minha face.

Não havia duvidas em suas palavras.

– Edward eu... – não tive forças pra continuar, Edward tocou levemente meus lábios.

Meu coração martelava em meu peito mais rápido do que o habitual.

– Não tenho mais forças... Pra ficar longe de você – ele sussurrou para mim, seu belo rosto a centímetros do meu.

– Então não fique – sussurrei de volta completamente envolvida por seu olhar.

Então me deixei ser guiada por meu coração.

Edward se inclinou e me beijou com doçura, ao mesmo tempo em que havia frieza, havia também calor em seus lábios.

A cada toque, era como se eu pudesse ser queimada por dentro.

Meu coração não era capaz de conter o que eu estava sentindo.

Meus lábios se modelavam aos seus.

Uma parte de minha mente protestava, pois sabia que era errado, mas não era o que meu coração dizia.

Mas quem foi que disse que o amor e a razão andam acompanhados?

Eu estava quase sem fôlego, meu corpo parecia estar em chamas, quando paramos e ele olhou para mim.

Edward olhou ternamente em meus olhos ainda tocando meu rosto.

A morte, que sugou todo o Mel de teu doce hálito, não teve poder nenhum sobre tua beleza – sussurrou para mim, a fala de Romeu no tumulo de Julieta.

À medida que Edward tocava meu rosto eu sentia um rastro de calor e frio ao mesmo tempo ficar e era impossível na reagir ao seu toque.

Meus olhos se fecharam.

O que eu sentia por ele era irracional, não havia como controlar.

– A cada dia que passa você fica cada vez mais linda... Tão doce e tão delicada... Pode passar quanto tempo for você sempre será para mim a minha Bella – ele sussurrou para mim.

– Edward... Muito tempo se passou... Muitas coisas mudaram... Eu não sou mais a mesma – sussurrei a ele olhando em seus misteriosos olhos dourados.

– Não me importa que o tempo tenha passado. Não me importa que você tenha mudado. Estou disposto a conhecer você novamente, mas para mim, você sempre será a minha Bella – ele respondeu.

– Mas e se eu não for mais quem você pensa que eu sou? – questionei aos sussurros.

– Então ainda assim eu não deixarei de te amar... nunca duvide disso. Duvide de qualquer coisa...Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor. Duvida até da verdade, mas confia no meu amor – ele sussurrou para mim e tocou seus lábios novamente nos meus, fazendo meu coração disparar novamente e meu corpo arder em chamas.

– Se tudo fosse tão simples assim... – disse á ele com um suspiro.

– Eu te amo. E mesmo que eu tenha que enfrentar até mesmo o inferno isso nunca irá mudar – disse ele com um sorriso torto nos lábios me deixando ainda mais encantada e fascinada por ele.

Aquela foi a primeira vez que ele disse que me amava com todas as letras.

Não havia escolha. Não havia saída.

Eu estava incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonada por ele.

Eu o amava também e eu não tinha duvidas disso.

Mas era tarde demais.

Suspirei.

– O que foi meu anjo? – ele perguntou á mim levantando meu rosto delicadamente.

– É tarde demais... Há muitas pessoas envolvidas entre nós dois... Muita coisa aconteceu... Não sei se é certo... Não sei se nós devemos... – fui incapaz de terminar de falar.

– Shhh... – Edward me acalmou tocando meu rosto, sua mão pousada em minhas bochechas – nós temos muito tempo pra resolver qualquer complicação que haja – disse ele.

– Mas têm coisas que não há como mudar, coisas que são impossíveis de resolver – disse á ele.

– Impossível é uma palavra que já não existe mais para mim. Eu achava que era impossível você ainda estar viva, e ainda assim aqui estamos nós... E agora que eu sinto você aqui em meus braços, nada mais importa para mim – disse ele.

– É tarde demais... Não há volta... Não há mais saída – disse á ele.

– Sempre há uma saída meu anjo – ele disse então suspirou.

Não desta vez, pensei comigo.

Edward deu um beijo em minha testa e então me soltou.

– Eles voltaram – ele me disse e em seguida a porta se abriu.

Respirei fundo tentando parecer o mais natural possível.

Alice, Jasper e Kate foram os primeiros á entrar.

– Que bom que vocês já estão aqui, aquilo estava virando uma loucura – disse Alice com um sorriso angelical.

Era possível comparar Alice á uma fada, de tão doce que ela era.

– Estão todos bem? – Edward perguntou.

– Sim, Kate, Tanya e Irina estavam próximos a entrada e viram os assaltantes entrarem na festa e renderem os guardas.... Então nós demoramos mais porque elas tiveram de dar depoimento – explicou Jasper.

– Oh Meu Deus! Mas os bandidos fizeram alguma coisa com você Kate? – perguntei alarmada.

Minha nossa!

Quanto risco ela não havia corrido, não só ela, mas Tanya e Irina também.

– Não, fique sossegada, está tudo bem Mel – ela me tranqüilizou.

Carmem, Eleazar, Tanya, Irina e os outros Cullen enfim se juntara á nós.

Tanya fez uma cara de poucos amigos quando viu Edward ao meu lado.

De repente me senti culpada, como se á tivesse traído.

Ela não merecia isso.

– Obrigada por trazer a Isabel para casa, Edward – agradeceu Eleazar.

– Não há de que – respondeu Edward cordialmente e olhou para mim.

Tanya semicerrou os olhos.

Estava bem claro que ela havia percebido que havia algo pairando entre mim e Edward.

– Fico mais tranqüila sabendo que todos estão bem – disse tentando disfarçar.

– Foi uma longa noite Mel, cheia de surpresas – comentou Kate.

Assenti concordando.

Nem me fale, pensei comigo.

Tanya não tirava os olhos de mim e Edward, aquilo já estava me deixando inquieta e não era nada bom.

Respirei fundo.

Eu tinha de fugir dela pelo menos está noite.

Não estava com cabeça para ter uma discussão com Tanya justo hoje.

Ela é como uma irmã para mim e depois de tudo que houve entre mim e Edward está noite... Eu nunca iria me perdoar se a magoasse.

– Bem... á noite foi muito longa... Se me der licença, eu irei subir - disse á eles.

– Claro Mel, tenha uma boa noite – disse Alice sorrindo.

– Boa Noite á todos! - desejei.

– Boa Noite! – Edward respondeu.

Assenti, peguei a tiara em cima da mesinha e subi as escadas indo para meu quarto.

Tranquei a porta assim que entrei.

Precisava ficar sozinha naquela noite.

Fui até o closet e guardei a tiara junto as minhas jóias, tirei os brincos, mas quando toquei o colar, pestanejei.

Track :: Long Live (Taylor Swift)

Era como se eu pudesse sentir as mãos de Edward em minha pele colocando-o em meu pescoço mais cedo...

Respirei fundo.

Edward, Edward...

Como é possível que ele mexa tanto comigo?

Eu podia o sentir tocando as minhas mãos, seus lábios nos meus, o toque de suas mãos em meu rosto... Cada sensação que eu tive durante está mágica noite ao seu lado.

E principalmente o calor de seu olhar.

Edward era irresistível de todas as formas, mas eu sabia que tinha de resistir.

Mas de onde tirar forças para não ceder á paixão, quando ela correspondida com tamanha intensidade?

Não sei se haveria uma resposta para está questão.

Ouvi o celular vibrar em cima do criado mudo ao lado de minha cama.

Fui para o interior do quarto e peguei o celular.

Havia uma mensagem:

Amanhã, às 11 horas no restaurante London Grill.

Sua encomenda está pronta senhorita Denali.

Até lá.

J. Jenks

Nossa já até havia me esquecido de J. Jenks.

Se eu tinha ligação com Edward e sua família eu não tinha dúvidas, mas ainda assim seria bom saber um pouco mais sobre ele e sobre o meu passado.

Edward pode saber muito sobre mim, mas tenho certeza de que há informações que ele jamais poderá me dar e talvez o dossiê possa me dá-las, tipo sobre minha infância e minha verdadeira família se é que eu tenho uma, pra começo de conversa.

Fui para a sacada que dava para o jardim á frente da casa.

A lua e as estrelas brilhavam intensamente no céu, assim como meu coração.

Então de repente uma brisa fria e diferente – porém conhecida -, me atingiu.

Era intensa e apesar de o ar estar muito frio, ela me aquecia de uma maneira estranha.

Então me lembrei da primeira vez que tive essa sensação.

Era como se algo fizesse falta, mas fosse desconhecido.

Então fechei meus olhos novamente e deixei que aquela doce sensação me guiasse aonde quer que fosse o meu destino.

Quando abri meus olhos e olhei para baixo senti meu coração queimar.

Edward estava lá embaixo, e como se pudesse sentir o meu olhar ele olhou para cima, nossos olhares se encontrando mesmo a distância.

Então a sensação estranha de que algo me fazia falta sumiu.

Era ele.

Sempre foi ele.

Balancei a cabeça fugindo do transe de seu olhar e voltei para o quarto.

Puxei as longas cortinas brancas e apaguei as luzes deixando aceso apenas as luzes do abajur.

Está é uma das noites mais longas de minha vida, porém a mais doce de todas, pois Edward estava em cada pensamento meu, e em meu coração.

Ele me aquecia, e só agora eu entendi o porquê de o olhar dele ser á única lembrança que restou quando eu me sentia completamente perdida.

Porque eu o amava, e nada será forte o bastante para mudar isso.

Nem mesmo a morte.


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Notas finais do capítulo

Aguardo os comentários para saber a opinião de vocês (:
Beijos ♥