Sabe quando você quer continuar dormindo e vem o raio de sol bem na sua cara? Isso, sendo que ele poderia ir em qualquer canto do quarto, mas nãããão ele tem que vir bem na nossa cara! Pois é, é bem assim que eu to agora. Mas eu não vou ceder, vou apertar os olhos e fingir que ainda está completamente escuro...

Já estão saindo lágrimas dos meus olhos mas eu não vou ceder...

Ei alguém foi tomar banho logo cedo, eu estou ouvindo barulho vindo do banheiro. Hum, se concentra no barulho da água Sara, se acalme, vire pro outro lado para fugir do sol e volte a dormir...

Mas que porcariaaa...o sol ta me alcançando deste lado também!!! E quem quer que esteja no chuveiro começou a cantar agora!

Eu vou ter que desistir, porque se contra o sol já estava difícil é impossível continuar dormindo ouvindo quem quer que esteja cantando... ou melhor, se esgoelando...

– AMOR I LOVE YOU U! AMOR I LOVE YOU UUUU! AMOR I LOVE YOU UUUUU!

Será que tem alguém torturando a pessoa dentro do banheiro?

– GARRRRRRRRRRRRRRRÇOM ESTOU NUMA MESA DE BARRRR VIM AQUI PRA ME EMBRRIAGARRRR POR UM CASO DE AMORRRR!!

Já sei!! Quem quer e esteja cantando deve estar desencravando uma unha ao mesmo tempo, acho que isso deve doer, mas não sei porque nunca tive uma encravada então...

– BOM CHI BOM CHI BOM BOM BOM TA RA RA RA! BOM CHI BOM CHI BOM BOM BOM TA RA RA RA! ANÁLISANDO ESSA CADEIA HEREDITÁRIA QUERO ME LIVRAR DESSA SITUAÇÃO PRECÁRIA!!ONDE O RICO CADA VEZ FICA MAS RICO E O POBRE CADA VEZ FICA MAIS POBRE, E O MOTIVO TODO MUNDO JÁ CONHECE!! É QUE O DE CIMA SOBE E O “DI” BAIXO DESCE!!!

Opa que desta música eu também gosto!

Ta acho que vou ter que levantar de uma forma ou de outra.

Quando desci da cama, quase caindo na verdade pois estava mais do que emaranhada com as cobertas fui meio trôpega pegar o meu uniforme no malão... quando o abri quase que morri sufocada com o tanto de bugiganga que caiu para fora. É acho que vou ter mesmo que arrumar isso depois, mas acho que agora é melhor eu colocar o meu uniforme.

Quando terminei de me vestir a porta do banheiro foi aberta com tanta força que mas parecia estar sendo arrombada pelo lado de dentro. Numa nuvem de vapor saiu um ser vestido de preto caminhando sorrateiramente porta a fora. Calma, não era a morte não. Era só a Lily depois de tomar banho e estar vestindo as roupas do colégio.

Na maior sorrateiração...

– Bom dia!- Eu disse colocando todo o meu material na bolsa.

– Bom dia! E ai dormiu bem? – Perguntou a ruiva.

– Pra te falar a verdade dormi que nem uma pedra e você?

– Ahan, também.

– Mas cadê as outras garotas? – Perguntei ao notar que só estávamos nós duas no dormitório.

– Saíram antes de você acordar.

– Achei que a Maria Frescura ia passar horas se arrumando.

– E passou, ela levantou as 5 e meia da manhã pra se arrumar, só que você não percebeu porque tava dormindo. – Me respondeu Lílian segurando o riso.

– O que? Ás cinco horas da manhã! Eu sempre achei que passar tantos cremes deveria afetar o cérebro da pessoa, e pelo visto, nesse caso não há mais reversão.

Fomos para a porta e descemos ao salão comunal que estava quase vazio.

– Ou vai ver que ela pensou que um dos cremes era de comer e comeu ao invés de passar no rosto. –Sugeriu Lily.

– Pode ser também, mas se bem que tem uns cremes que tem um cheiro muito bom de comida, tipo os de morango ou chocolate

– É... mas cadê o resto do povo? - ela me perguntou dando uma volta no mesmo lugar.

– Não sei, mas vem alguém descendo as escadas do dormitório masculino.

Nós olhamos para a escada a tempo de ver um Hugo esbaforido entrar correndo na sala colocando uma meia e dando um nó na gravata ao mesmo tempo. E pelo jeito não estava dando muito certo já que ele aparentemente estava com uma das mãos amarradas na gravata.

– Ai alguém me ajude aqui por favor!

Lílian foi ajudá-lo a se livrar da gravata.

– Como que você fez isso? Ou melhor, será que não dava pra você se arrumar com calma?- Ralhou ela.

– Estamos dez minutos atrasados além de não sabermos onde é a nossa sala. – Respondeu Hugo.

– Tá brincando né!? – Perguntei assustada, e o café da manhã????

– Pior que não.

– E agora?-Perguntou Lílian desesperada olhando de um para o outro.

– Corre!!!- dissemos saindo do salão comunal, descemos várias escadas e passamos por vários corredores. Acabamos parando no segundo andar.

– Ahn, eu to sentindo todas as minhas costelas.- reclamei me dobrando enquanto ofegava, feito um labrador.

– Onde será que é a sala?- disse Lílian olhando para a parede como se esperasse que esta respondesse prontamente a sua pergunta.

– Não sei- disse Hugo sem fôlego enquanto se apoiava na parede.

– To com fome! – Reclamei pensando no café da manhã perdido.

– Agora não Sara! Temos que achar a sala. Será que não é esta?- Lílian apontou para uma porta enorme de madeira, através da qual era possível ouvir um professor falando.

– Vamos!- falei abrindo a porta com tudo e me deparando com um monte de rostos me encarando. Detalhe, não eram rostos de alunos do primeiro ano. Eram alunos do quinto ano. E estavam tendo aula com a professora anteriormente muito bem apalpada.

Não que outras professoras não pudessem ter sido muito bem apalpadas, mas esta tinha sido bem na minha frente. E claro, que eu não tive NADA a ver com isto. Eles nos olhavam como se fossemos um bando de avestruzes que tivéssemos descido de uma nave declarando que éramos de plutão e que estávamos aqui para dominá-los e transformá-los em escravos que seriam vendidos aos marcianos.

A professora ta ficando vermelha e ta com a cara toda enrugada. Não é nada bonito ver alguém com esta cara. Sério ela ta parecendo um morango muito amassado. Morango não, ameixa ficaria melhor, porque todo mundo sabe que morango é melhor que ameixa, então ela seria uma ameixa e não um morango.

– Então, vocês tem alguma explicação para invadirem a minha aula deste modo, enquanto que obviamente deveriam estar em suas próprias aulas?

– Bom dia!- disse Lílian logo atrás de mim. Ela tinha ficado para fora da sala resmungando com o Hugo que a culpa era toda dele por estarmos atrasadas. Como ela chegou a esta brilhante conclusão eu não sei, mas concordo inteiramente com ela.

O rosto da professora esta num roxo tão escuro e ta tão enrugado que agora poderia ser confundido com uma uva passa. Uva passa é tão bom, eu adoooro chocolate branco com uva passa, não é claro que eu não tenho nada contra apenas chocolate branco, mas com a uva passa fica tão melhor, é tipo Romeu e Julieta, queijo com goiabada, eles se completam, eles...

– Lily fique quieta! Nos desculpe professora, esta não foi a nossa intenção, é que nos atrasamos e não sabemos em que sala deveríamos ir.- disse Hugo (santinho Hunpf...)

– Saibam que isto foi uma grande irresponsabilidade da parte de vocês, espero que isto não se repita! Eu como diretora da Grifinória não gostaria que manchassem o nome de uma casa que é respeitada há séculos! Estas atitudes não costumam ocorrer com grifinórios! Ficar se comportando como baderneiros! Terei de descontar pontos, e espero seriamente que isto não se repita!

E neste momento mais quatro garotos entraram pela porta rindo, e pararam ao ver a bagunça que estava ali.

– Mas o que...?- Perguntou Nate olhando para nós.

– Sabe eu acho que vocês erraram de sala- comentou um dos garotos, que eu não conhecia. É a técnica de dedução dele era maravilhosa, renderia até um Nobel...

– Mas que bagunça é essa?!- falou a professora com a cara de quem tinha engolido gel de cabelo e cheirado laquê de mais.

– Foi o Rick professora, ele ficou quase uma hora no banheiro como se fosse uma menininha!- reclamou James se encostando em uma cadeira e piscando inocentemente.

– Eu já disse que a culpa não foi minha, e se o Michael não tivesse tomado um banho de UMA HORA E MEIA isto não teria acontecido.- se defendeu o desconhecido. Pelo visto ele era o tal Rick.

– EI! Eu não fiquei uma hora e meia no chuveiro!

– Não, tem razão, mas ficou pelo menos duas no banheiro!- resmungou Nate em um canto.

– Você só diz isto porque leva pouco tempo pra se arrumar, já eu tenho o meu tempo para me arrumar para as minhas fãs e além do mais eu JÁ disse que não fiquei tanto tempo no banheiro!

– Até porque duas horas em baixo do chuveiro e com certeza você já estaria mais que enrugado.- comentei.

– Mas ninguém disse que ele ficou duas horas no chuveiro e sim duas horas no BANHEIRO!- Lily tentou defende-lo.

– Que horas que será que ele levantou?!- perguntou Hugo.

A Professora olhava de um para o outro como se não acreditasse no que via.

– Eu acho que já chega...- ela tentou cortar a conversa.

– Mas vai saber o que o Michael estava fazendo no banheiro por tanto tempo não é mesmo?!- falou James com um sorriso sacana.

– AHN???- boiei agora.

– Escova?- sugeriu Lily.

– Escovando os dentes?- tentou Hugo.

– Tirando uma unha encravada?- sugeri.

Todo mundo caiu na gargalhada. O que foi??? Qual é o PROBLEMA desse povo??? Eu por algum acaso pareço uma palhaça? Tem um circo aqui ou o que??

– CHEGGGGGAAAAAAAAAAAAAAA!!- berrou a professora- Irei descontar dez pontos de cada um pelo atrevimento! Não quero mais saber desta bagunça em minha aula!! Senhor Wolgang poderia acompanhar estes alunos do primeiro ano para a sala do professor Flitwick por favor? E os outros se sentem em seus devidos lugares.

– Ei eu só queria esclarecer que eu NÃO TENHO UNHA ENCRAVADA COISA NENUMA!!!!

– SIM GENTE ELE SÓ FICOU DUAS HORAS NO BANHEIRO PORQUE PROCAVELMENTE ENTALOU A SUA BUNDONA ENORME NO VASO!!!- gritou James.

– A minha bunda não é enorme!- reclamou Michael.

– Ah, então você realmente ficou entalado no vaso??- perguntou James sorrindo.

– Claro que não!- Michael arremessou sua bolsa no James que desviou e a bolsa veio voando direto na minha cara.

E eu cai sentada no chão que nem um saco de batatas.

– A meu deus você fez isto de novo!- Reclamou Nate, pelo visto reclamando do Michael. Mas não sei afirmar com toda a certeza visto que não tava vendo muito bem por causa da pancada da bolsa na minha cara.

– Eu já disse que é pra você arremessar coisas nas pessoas SÓ quando estiver em campo!- exclamou James dando um peteleco no Michael.

– Ei me desculpe!- disse Michael vindo me juntar do chão- Você está bem?

– Ahan..- disse meio trôpega.

– Acho que é melhor vocês se dirigirem para a sala de aula de vocês se não querem mais pontos descontados!- reclamou a professora.

– Nate ajuda ela aqui! Acho que joguei a bolsa muito forte.

– Sara vem por aqui que eu te ajudo.- E então o Nate carregou a minha bolsa me guiando para fora da sala.

– Me Sigam- disse ele para a Lily e pro Hugo enquanto saiamos da sala. Recebi das garotas da turma olhares de inveja e até dois olhares de matar, sério mesmo se olhares matassem eu teria caída morta no chão, dura que nem uma rapadura.

Qual é o problemas delas??? Elas também querem levar bolsadas na cara ou o que??? Porque se quiserem eu posso resolver o problema delas. Povo mais sem educação, ficar encarando assim do nada!

Andamos, andamos e andamos e finalmente chegamos. Ta to exagerando, nós só descemos a escada e o próximo corredor era o da nossa aula.

– Aqui, espero que não se percam mais, se precisarem de ajuda pra acharem o local da próxima aula é só pedir, agora vocês tem sorte que agora terão aula com o professor de feitiços, o velho Flitwick.

Então nós entramos em uma sala de aula cheia de alunos de nossa idade. Estavam todos muito calmos enquanto o professor falava.

– Bom pelo visto temos alunos atrasados!- exclamou ele, mas por mais incrível que pareça ele estava sorrindo e acenando para entrarmos.

– Sentem-se! Sentem-se! Aqui na frente, nem sei por que estes lugares não foram ocupados?

E então eu, Lily e Hugo nos sentamos na primeira carteira da sala enquanto o professor continuava com a aula.

– Como eu estava lhes dizendo é necessário muita atenção na hora de fazer feitiços, alguns tem mais habilidade, outros não, mas de uma coisa é certa, todos precisam de treino. Quero informar-lhes de que alguns alunos menosprezam o conteúdo de feitiços, mas esta é uma matéria essencial e o que aprenderem aqui será de extrema importância nas outras matérias e influenciará, não sendo dramático, o resto de suas vidas.

– Hoje vou começar a lhes ensinar o feitiço Vingardium Leviosa. Quero que repitam comigo Vingardium Leviosa.

E nós repetimos.

– Dingardium Lediosa.- disse eu animada.

Lily e Hugo racharam o bico.

– Você ta dizendo errado... é Vingardium Leviosa- disse Hugo. Hunpf exibido.

– Hugo você ta corrigindo ela, você sabe como “começou” a história dos seus pais?

– Fique quieta Lily!- Respondeu Hugo ficando vermelho.

O professor olhou para nós enquanto o resto da turma repetia Virgardium Leviosa, Virgardium Leviosa, Virgardium Leviosa...

– Docês dois fiquem quietos! E parem de rir, que foi??? Dão pescar!!Mas que coisa parem...-resmunguei enquanto eles riam ainda mais.

– Você parece o tio Carlinhos nos casamentos da família quando ficam pegando no pé dele por ele não ter se casado, ele toma alguma coisinha aqui e outra ali e quando vê já ta falando errado...Vingardium Leviosa! Vingardium Leviosa!- Disse Lily sob o olhar do professor.

– Pior, porque será que ele nunca se casou? E Sara porque você ta falando como se tivesse tomado umas e outras por ai? Vingardium Leviosa. Vingardium Leviosa.- era o professor de novo...

– Dingardium Lediosa. Dingariu Lediosa- lancei um olhar de medusa para eles, sabe daqueles que se olhar mata, ou nesse caso vira pedra.- Porque eu cortei a minha boca com a bolsada e não consigo falar v. - Graças ao Michael e a sua maradilhosa mira. Ele dai der só, dou dar umas bolsadas quando der ele que ele nem dai saber o que foi que o atingiu. Parem de rir docês dois! – Briguei ao ver que eles não paravam de rir.

O professor olhou curioso para nós e a Lily quis fazer uma imagem de boa aluna.

– Vingardium Leviosa! Vingardium Leviosa! Vingardium Leviosa!

– Vá com calma Srta. Potter, deve pronunciar o feitiço com calma porque se não pode acontecer algum acidente como acabar arrancando fora alguma parte do corpo de alguém.

– Diu só! Fiquem rindo da desgraça dos outros! Hunpf!- disse assim que o professor foi para o outro lado da sala.

E eles só fizerem olhar um para o outro com o canto da boca repuxado segurando o sorriso.

– Vingardium Leviosa. Oi Sara vocô tom cortoza do quo não andou bobondo nada ontom a noito. – Começou Hugo.

– Mis Hugo, veja bem, se eli fez isso é umi completi biderneiri. Vingardium Leviosa!-respondeu Lily.

– Lily fala o foitiço com mais calma so não olo não vai dar corto!

– Ta, Vingardium Leviosa! Mas é sério só a bolsada já fez um corte na sua boca, tem certeza mesmo de que não fez nada de errado ontem a noite Sara?

– Tá agora minha boca já parou de doer então parem vocês dois! E não Lily, eu não tenho certeza do que eu fiz ontem a noite, mas talvez eu não me lembre devido as três garrafas de tequila que estavam vazias ao lado da minha cama hoje de manhã. – Falei sendo sarcástica ao extremo.

– Sabe que desde o início eu achei que ela sofresse de uma dupla personalidade!- disse Hugo me olhando com curiosidade- Vingardium Leviosa.

– E eu to morrendo de fome, perdi o café da manhã! Meu estomago ta nas costas já! Eu vou morrer desnutrida e quando acharem meu corpo nem meus ossos restarão pois também terão sido consumidos pelo meu estômago insaciável.

– Tipo, você acha que ela é bipolar?- perguntou Lily olhando preocupada para mim- Vingardium Leviosa.

– Legal da parte de vocês falarem do meu estado mental, mas só pra lembrar eu ainda estou aqui! Vingardium Leviosa.

– Você sabe que em algumas pessoas essas variações de humor podem se tornar perigosas- Disse Hugo me olhando como se eu fosse um bichinho a ser estudado.

Bem nessa hora o professor parou ao nosso lado olhando. Acho que ele esperava que tivéssemos feito algum avanço. Pobrezinho.

– Vingardium Leviosa- disse Hugo sem nenhuma dificuldade.

– Vingardium Leviosa- disse Lily que parecia finalmente ter controlado a sua animação.

Então os três olharam para mim. O Hugo como se eu fosse um explosivin dançando a macarena, o que não é nenhuma novidade, ele quase sempre nestas ultimas vinte quatro horas parecia achar que eu era um ... explosivin dançando a macarena... mas agora ele me olhava como se eu fosse um explosivin dançando a macarena que estava prestes a explodir.

Já a Lily me olhava temerosa, acho que ela realmente estava preocupada que eu não conseguisse falar, ou que segundo fontes seguras ( Hugo ) eu sofresse de uma mudança de humor tempestuosa. E o professor me olhava simplesmente esperando de eu desembuchasse logo de uma vez.

– Vingardium Leviosa- disse eu levantando as sobrancelhas para o Hugo, na verdade eu queria realmente era levantar apenas UMA sobrancelha, mas não tenho coordenação motora para tanto então me contentei com as duas. Vai que nesse caso era a mesma situação daquelas melhor dois do que só um, mas em todo caso use esta comparação para o chocolate, melhor dois do que apenas um.

Mal terminei de dizer isto e a aula acabou. Achei que passou rápido, mas também, considerando que perdemos metade da aula por estarmos perdidos e que eu fui quase assassinada por uma bolsa.

Agora teríamos aula de história da magia segundo eu descobri com a Lily que descobriu com não sei quem...

E lá fomos nós.

Desta aula eu não tenho muito o que dizer. Apenas que ela era dada por um fantasma. E só por ai eu já deveria ter MUITA coisa para dizer, maaaaasss este não era o caso, pois como descobri ontem eles são apenas brancos e transparentes e se você passar por eles vai ter a sensação de ter entrado em uma geleira. Mesmo se você tiver em uma praia em pleno verão, alta temporada, no Havaí, e de repente passar por um fantasma vai ser como se você tivesse se tele transportado momentaneamente para o Alasca em sua alta temporada, que creio eu deve ser de extremo frio.

Eu até que achava os fantasmas interessantes, sabe, mas aquele professor de história era um tédio tão grande que fez com que eu perdesse um pouco o interesse por fantasmas. Na aula eu fui uma das únicas que copiou tudo e prestou atenção. O que exigiu uma alta concentração

de mim, já que nem que déssemos um jeito de eletrocutar o professor, se é que era possível eletrocutar um fantasma, sua aula fiaria mais animada.

Lily tinha os olhos vidrados na janela, como se tivesse sido aprisionada na sala há mil anos e tudo o que quisesse era estar lá fora.

Hugo apoiou um braço na carteira e nele encostou a cabeça e fechou os olhos. Se ele estava dormindo ou não nem sei dizer já que volta e meia ele abria os olhos.

Finalmente quando eu já estava considerando comer folhas de pergaminhos banhadas em tinta, e veria nisto uma ótima fonte de nutrientes, sendo até capaz de imaginar que era strogonoff com batatas fritas a aula acabou.

Fui correndo para o salão principal comer.

Ta, não fui não pois não me lembrava direito aonde ele se localizava exatamente.

– Vocês lembram aonde é?- perguntei preocupada que meu estomago adquirisse vontade própria e fizesse uma opera com roncos de tanta fome.

– É só seguir as pessoas!- disse Lílian se dirigindo a escada que mudava de lugar bem nessa hora.

– O que??? Eu to com tanta fome que apostaria minhas unhas dos pés que a escada mudou de lugar!!!

– Ela mudou de lugar, vamos pelo outro lado- disse Lílian se virando e seguindo em frente.

– As suas unhas do pé?- perguntou Hugo me olhando enviesado.

– Ah, é que depois que descobri que era uma bruxa acredito que tudo é possível, e sabe como é, antes perder as unhas dos pés do que sei lá, os dedos ou o cabelo, porque , tipo o meu cabelo demora séculos para crescer UM misero centímetro!

– Ei Lily eu não acho que o caminho seja este!- disse Hugo olhando em volta, estávamos em um corredor completamente vazio.

– Bom, talvez eu tenha me enganado ao dobrar aquele corredor sabe...- disse ela olhando em volta e se dirigindo a uma escada no final do corredor, que levava para baixo.

– Hum, eu acho que deveríamos subir e não descer mais.

– Oras, só vamos ver o que há lá em baixo, depois nós almoçamos- disse Hugo seguindo a Lílian que já estava na metade da escada.

Quando chegamos no fim da escada havia apenas um corredor e no final deste mais escadas que desciam.

– Eu não acho que esta seja uma boa ide...

Mas nem adiantou eu falar nada, os dois já estavam descendo mesmo a próxima escada, só me restava seguir em frente, ou melhor, seguir para baixo. Esta escada agora ia descendo em forma de caracol e era um escada bem grande. Quando chegamos ao final desta havia um corredor estreito e comprido, as luzes que estavam na parede tinham uma tonalidade verde, o que fazia com que o corredor fosse pouco iluminado. Não parecia circular muito vento por ali, além do que o corredor era meio úmido.

– Legal, agora não temos mais escadas para descer, pelo menos isto! – Falei em um tom nada animado.

– Pare de se lamentar Sara! Vamos em frente!- disse Lily.

Brooooooooooooonnnnnnnnggggggggggggggg!!!

O Hugo e a Lílian olham para mim sérios.

– O que foi isto?- perguntou Hugo assustado.

– Fui eu- disse com uma cara de sofredora.

– Você está me assustando- disse Lílian indo mais para perto do Hugo.

– Eu disse que estava com fome! Vocês não me ouviram! Agora arquem com as conseqüências!

Quando fui passar por eles tive a passagem toda para mim enquanto os dois se encostavam na parede. Fui até o corredor e fiquei olhando para os dois que tinham parado na metade.

– Vocês não vem?

– Estamos indo!- disseram os dois juntos e vieram em passos de lesmas. Continuei andando por vários corredores, que foram ficando mais largos, pelo menos parecia que quanto mais andávamos mais ar circulava, o eu era um bom sinal.

Até que ouvimos passos na virada de um corredor, feliz eu corri e virei pare ver se encontrava ajuda para me informar aonde estávamos e aonde ficava o salão principal.

Quando virei no corredor era seguida de perto pela Lílian e pelo Hugo que pelo visto também haviam ouvido passos. Eles antes me olharam cautelosos.

Os passos vinham de um grupo de terceiranistas que conversavam escorados na parede.

– E então ele olhou para mim assustado o paspalho!- falava um deles com os olhos brilhando e rindo enquanto que os outros davam risada.

– Hum, Olá...

Disse eu atraindo a atenção deles para mim. Má idéia. Péssima idéia.

– Ora, o que temos aqui, pequenos grifinórios perdidos...