É difícil viver com as pessoas porque calar é muito difícil.

Friedrich Nietzsche

– Capítulo Seis –

Planos e Estratégias

Harry e Rony estavam no escritório na casa de Harry, eles analizavam alguns mapas sobre a escrivaninha, tem sido assim desde que Voldemort se mostrou de verdade para o mundo bruxo.

- Depois que conseguimos todas as horcruxes, como vamos destruí-las? – perguntou Rony pegando o medalhão de Slytherin em cima da mesa – Eu não vou enfrentar um basilisco pra pegar o veneno dele.

- Se conseguíssemos pegar a espada que está na sala de Snape em Hogwarts, mas acho que seria mais fácil enfrentarmos um basilisco. Hermione leu no livro que Draco conseguiu, que também pode ser destruído com bastante fogo – explicou Harry – Eu posso formar uma enorme bola de fogo e destruí-las.

- Realmente você pode. – disse Rony duvidoso – Mas isso é muita coisa, você só vai conseguir com todos os herdeiros juntos.

- É tem razão. – disse Harry passando a mão nos cabelos. Harry estava claramente exausto.

- Há quanto tempo você não dorme? – perguntou Rony preocupado.

- Sei lá. – respondeu Harry esfregando os olhos – Dois ou três dias. Estou preocupado com essa guerra, não vai demorar muito para que eles ataquem a América, a Ordem em peso está aqui.

- Você deixou de confiar no Draco? – perguntou Rony levantando um sombracelha – Eu acho que durante todos esses anos ele se mostrou fiel Harry. Ele não vai atacar a América sem te avisar.

- Ele não. – disse Harry pensativo – Mas Agatha atacou a Alemanha sem avisá-lo

- Qual é Harry! – disse Rony indignado – Ela é nossa amiga...

- Guarda a horcrux. – disse Harry com urgência a Rony quando este ouviu alguém bater na porta. – Entre.

Entraram no escritório cinco pessoas, Kingsley estava mais a frente, acompanhado por Neville, este estava mais corpulento, crescia uma rala barba em seu rosto e seus cabelos escuros estavam bagunçados, também estavam com eles David, Sirius e Arthur.

- Aconteceu alguma coisa? – perguntou Harry alarmado.

- Estivemos conversando Harry. – disse Kingsley sério – Nós queremos voltar para a Europa e tentar parar Voldemort.

- Vocês não podem! – exclamou Harry se levantando de um salto – A Europa inteira está tomada.

- Não podemos ficar parados e ver ele destruir tudo Harry. – disse David firme – Vamos acabar com Voldemort e com os seus comensais.

- Entre eles, está a sua irmã David. – disse Harry.

- Ela deixou de ser a minha irmã há muito tempo. – disse David com nojo – É uma traidora.

- Vamos Harry. – disse Sirius pedinte – Quanto mais tempo ficarmos parados, mais seguidores ele consegue.

Eles não entendiam, também como entenderiam, eles não sabiam que tinham infiltrados entre os comensais, que os próprios Draco e Agatha eram espiões, mas, ele não podia contar ainda ou todo o plano viria a baixo, se mais pessoas soubessem sobre Draco e Agatha, com suas mentes expostas sem oclumência, Voldemort descobriria logo e em relação às horcruxes Dumbledore pediu que ficasse só entre eles, em outras palavras Harry estava perdido.  

- Temos que pensar antes de agir. – disse Harry tentando permanecer calmo.

- Estamos pensando há sete anos Harry. – disse Neville indignado – Temos que fazer alguma coisa, as pessoas estão em perigo, estão morrendo. Hermione e mais centenas de mulheres estão grávidas, droga você tem um filho Harry, pensa nisso!

- Se você ao menos nos dissesse qual foi a missão que Dumbledore deixou pra vocês. – disse Arthur – Poderíamos ajudar.

- Fora de cogitação. – disse Rony encarando seu pai – Dumbledore confiou na gente, se fosse para contar a vocês ele teria dito.

- Podem confiar que referente ao que Dumbledore nos passou. – disse Harry – Já estamos conseguindo, essa guerra está para acabar em breve, me dêem mais um tempo, por favor.

- Que seja rápido Harry. – disse Kingsley sério – As pessoas estão cobrando e com razão, todos querem lutar e salvar as suas famílias.

- Não se preocupem, eu prometo que logo poderemos ir atrás dele. – disse Harry passando a mão nos cabelos de novo e sentando outra vez.

Os cinco assentiram e saíram do escritório, Gina entrou em seguida segurando Tiago no colo. Tiago tinha os cabelos negros e bagunçados como os de Harry, mas, seus olhos eram castanhos.

- Eu ouvi tudo o que disseram. – disse Gina assustada.

- Por que não estou surpreso? – disse Rony sarcástico.

- O que vamos fazer agora? – disse Gina lançando um olhar de raiva ao irmão.

- Tenho que falar com Draco outra vez. – disse Harry cansando.

- Mas como você vai entrar em contato com ele? – perguntou Rony – Foi ele que sempre entrou em contato conosco e agora ele só volta daqui a três meses.

- Eu não sei como vou fazer. – disse Harry – Mas tem que ser rápido.

____

Agatha estava no escritório separando as táticas que eles iriam usar na reunião. Depois da noite incrível que passou com Draco ela estava um pouco menos tensa, mas, em sua cabeça ainda vinham pensamentos estranhos, pensamentos que com certeza não pertenciam a ela. “Droga como eu fui falar aquilo para o padre?”. Ela não havia contado a ninguém, mas, faz um tempinho que ela se sentia mal, na verdade ela sabia que era o estresse, mas, mesmo assim precisava ver Severo rápido.

- Sra. Malfoy. – disse o elfo na porta do escritório – A Sra. Zabine está ai fora, quer falar com a senhora.

- Peça que entre Jink. – disse Agatha para o elfo – Obrigada.

- Com licença Doutora Malfoy. – disse Emilia entrando e fechando a porta.

- Não se preocupe Emilia, não tem ninguém aqui. – disse Agatha oferecendo um lugar para que se sentasse.

- Ok Agatha. – disse Emilia mais a vontade – O que pretende fazer?

- Referente?

- A vadia russa é claro. – disse Emilia – Você voltou super mau-humorada quando foi pra Rússia com o Draco, e acredite o seu mau-humor é insuportável.

- Não pensei em nada. – disse Agatha cabisbaixa – Draco tem razão, nós precisamos dela.

- Mas não quer dizer que vocês têm que abrigá-la aqui. – disse Emilia indignada.

- Se ela fizer qualquer coisa que me irrite. – começou Agatha dobrando os mapas – Eu penso em alguma coisa.

- A mãe cobra está aqui. – disse Emilia cínica – Sabe que se quiser uma mente maligna, pode me chamar.

- Pode deixar, eu sei que você se diverte com essas coisas. – disse Agatha sorrindo de lado.

- E o meu afilhado?

- Ainda está dormindo. – respondeu Agatha – Vamos, se eu não chegar à reunião no horário, Draco vai dar um ataque.

- Será que é por isso que ele gosta tanto de relógios? – perguntou Emilia seguindo Agatha em direção a saída.

- Vai saber. – disse Agatha pegando o seu sobretudo para que saíssem.

Elas foram até o terceiro andar da mansão, Agatha abriu uma das portas, e uma sala ampla apareceu por trás dela, com uma enorme mesa no centro onde vários comensais já aguardavam. Emilia se sentou em seu lugar habitual ao lado de Blásio, Agatha se sentou ao lado de Draco na ponta da mesa.

- Bom dia. – disse Agatha fria encarando cada comensal.

- Bom dia Doutora Malfoy. – disseram eles em uníssono. Como ela os odiava e ela tinha certeza que o sentimento era recíproco.

- Só estávamos esperando as duas. – disse Draco irritadiço.

- Ainda bem que eu cheguei com um minuto de antecedência. Não é querido? – perguntou Agatha sarcástica.

- Vamos começar logo. – disse Draco pegando os mapas e as anotações – Vocês já devem saber que a Alemanha foi conquistada com êxito. O nosso próximo ponto é a Rússia, já que de fato nós conseguimos os países em volta, com certeza não será problema em dominá-la também. Deixei os pontos estratégicos em destaque – disse Draco fazendo o mapa pairar sobre eles para que todos possam ver – Iremos mandar um grande número de comensais, da Escócia, França, Itália, Irlanda e obvio Inglaterra. Para ir à frente dos comensais, Agatha e eu escolhemos Bellatriz Lestrange, Lobo Grayback e Theodore Nott. Alguma objeção?

Ninguém se manifestou.

- Ótimo. – disse Draco cínico – Por que vocês iriam de qualquer forma. Sim Agatha? – disse Draco quando Agatha pigarreou.

- Eu queria dar só um pequeno aviso. – disse Agatha com a sua melhor cara de desgosto – Grayback, eu quero pedir ums coisinha simples, que tenho certeza que você é capaz de conseguir. Se você morder alguém sem a minha permissão outra vez eu mesma me encarrego de cortar a sua cabeça e fazer um troféu pra minha sala.

- Mas Doutora. – defendeu-se Grayback – Eles eram apenas trouxas. Por que se importa?

- Grayback. – disse Agatha mantendo à calma que já lhe faltava – Eu não quero aquela corja de sangues ruins do nosso lado, se eles virarem lobisomens, eles irão procurar por quem? Por você seu acéfalo, eu não os quero contaminando o nosso solo. Nós queremos purificar o sangue bruxo e não sujá-lo mais.

- Mas e os bruxos que não concordam com a lei do Lord? – perguntou Grayback nervoso – Eu posso...

- Não. – alterou-se Agatha – Não é pra morder ninguém, quando for pra morder eu mesma falo. Informe isso ao seu bando. O Lord prometeu vítimas a você e vamos dar, mas, espere até que eu diga. Vocês praticamente devastaram os franceses.

- O que eu posso fazer? – disse ele a olhando com malícia – Eu adoro comida francesa.

- Embora eu aprecie o seu bom gosto. – disse Agatha com um sorriso irritado – Faça isso de novo e eu pessoalmente acabo com você. Entendeu? Antes de ser lobisomen você é um bruxo, use a sua varinha, se é que ainda sabe usar.

Grayback assentiu desgostoso.

- Era só Draco. – disse Agatha fazendo cara de inocente para o marido.

- Ok. – disse Draco – Semana passada, mandei Pansy Parkinson e Thorfinn Rowle para resolver os assuntos dos dementadores. Eles vão parar de beijar as pessoas sem permissão.

- É verdade – disse Rebastan Lestrange irmão de Rodolfo – Perdemos informações grandiosas por causa deles. Poderíamos facilmente ter encontrado o Potter se os torturássemos mais um pouco.

- Fico feliz que ao menos alguém aqui siga a mesma linha de raciocínio. – comentou Agatha.

- E referente aos gigantes? – perguntou Lúcio – Um grande número deles se afastaram.

- Que bom que tocou nesse assunto Lúcio. – disse Draco com um sorriso maldoso, depois do que seu pai tentou fazer com Agatha há anos atrás, Draco não tem facilitado nada para Lúcio depois que Draco se tornou coselheiro de Voldemort – Minha esposa e eu conversamos muito a respeito dos gigantes e acreditamos em você para essa missão. Você é bem persuasivo quando quer ser Lúcio, tenho certeza que irá convencer os gigantes que se afastaram a voltar para o nosso lado.

- Eu vou sozinho? – perguntou Lúcio indignado.

- Confiamos que você consiga sozinho. – disse Agatha sarcástica – Mas se você não está tão confiante assim, deixe-me ver, eu confio muito em Yaxley, mas, ele está no ministério... Selwyn pode acompanhá-lo – disse Agatha encarando um comensal loiro próximo a ela.

- Com certeza Doutora Malfoy. – disse ele frio.

- Blásio e Emilia Zabine vão até a Austrália nos próximos dias, para verificar território. – disse Draco – Após a Rússia esse será nosso próximo país.

- Potter não se manifestou durante todo esse tempo. – começou Bella – Acredito que ele esteja planejando alguma coisa.

- Ou talvez escondido em um buraco qualquer. – disse Agatha naturalmente, os comensais riram – Mas você está certa Bella, para termos certeza que tudo dará certo temos que encontrar o Potter, mas, já tem gente cuidando disso não se preocupe.

- Se permitisse que eu fosse até a América...

- Já dissemos que tem gente em cada continente procurando por ele. – disse Draco firme.

- Pansy mesmo. – disse Agatha friamente – Ela foi resolver os assuntos dos dementadores na América e eu já dei a missão de rastrear o Potter por lá. Então fique calma, Bella querida, Draco e eu não somos os conselheiros do Lord por engano.

Foi como se Agatha tivesse atirado um balde de água fria em Bella, não era segredo pra ninguém que ela ficara muito aborrecida pela escolha de Voldemort para seus conselheiros.

- Os outros estão em missões especificas que não será necessário informar-lhes agora. – disse Draco fechando o mapa – Se preparem para a Rússia.