A esperança é o sonho do homem acordado.

Aristóteles

– Capítulo Quarenta –

Unidos Outra Vez

No momento seguinte Hogwarts inteira gritaram eufóricos com a queda de Voldemort, era como se um pesadelo que há muito tempo os atormentava finalmente tivesse virado um sonho, por fim eles poderiam dormir tranquilos outra vez. Alguns comensais imediatamente bateram em retirada, outros surpresos demais apenas se deixaram prender pelos aurores. Harry foi levado pela multidão eufórica. Famílias e amigos se abraçavam alegres, alguns bruxos estrangeiros respiravam aliviados pela guerra ter terminado antes que o seu país fosse atacado. Agatha se jogou no chão e de onde estava observou o corpo de Voldemort caído sem vida, ela queria, mais ao mesmo tempo não conseguia comemorar, ela sentia uma coisa tão ruim dentro dela, culpa?

- Querida. – disse Draco ajoelhando ao lado dela – Conseguimos.

- É. – disse Agatha sem emoção.

- Não está feliz? – perguntou Draco preocupado.

- Eu não sei. – respondeu ela com a voz embargada – Será que fizemos certo em matá-lo?

Confusão tomou conta de Draco naquele momento, eles passaram tanto tempo planejando a destruição de Voldemort para que não batesse qualquer tipo de arrependimento depois. Por que se arrepender de matar aquele monstro?

- Por que diz isso? – perguntou Draco confuso – Esse sempre foi o objetivo.

- Hoje Draco, eu senti que ele não se importava só com ele mesmo. – disse Agatha – Ele se colocou na minha frente quando o Neville lançou o feitiço, ele tinha um coração Draco, será que esse coração não podia se regenerar? Será que ele não podia mudar?

- Anjo, não se sinta culpada de nada. – disse Draco segurando o rosto de Agatha com as suas duas mãos – Se ele tinha coração ou não, ele mesmo pediu por isso, essa era a única forma de pará-lo.

- Você deve ter razão. – disse Agatha recebendo um beijo de Draco em seguida.

- Sabe de uma coisa. – disse Draco abrindo um grande sorriso – Talvez você ache loucura o que eu vou dizer, por que estávamos no meio de uma guerra até agora pouco, mas, eu pensei em um nome para o nosso filho.

- Sério? – disse Agatha animada – Em que nome você pensou?

- Scorpius. – disse Draco pomposo.

- Scorpius? – repetiu Agatha pensativa – Scorpius Abraxas Malfoy?

- Não. – disse Draco decidido – Scorpius Hiperion Malfoy.

- É um nome bem interessante querido. – disse Agatha sorrindo – Mas tem um pequeno problema.

- Você não gostou?

- Não é isso. – disse Agatha – É que são dois... gêmeos.

- Sério? – perguntou Draco extasiado – Cara eu sou muito bom nisso, fiz dois ao mesmo tempo.

- Draco! – exclamou Agatha batendo no braço do marido.

Mas a frente em meio à comemoração, uma loira bonita observava o casal feliz conversando, quando Malkia se aproximara dela.

- Eles são lindos juntos não? – perguntou Malkia puxando assunto.

- São. – disse Natasha encarando Malkia – O meu... meu nome é Natasha Novgorodseva.

- Malkia Mokoena. – disse Malkia estendendo a mão para Natasha – Você é russa não?

- Sim eu sou russa. – disse Natasha meio corada – Estudei em Durmstrang. – Natasha você é ótima para puxar conversa parabéns!

Malkia deu uma risada gostosa.

- Embora eu more na África. – disse ela ainda sorrindo – Eu estudei no Instituto das bruxas de Salem nos Estados Unidos.

- Amei as suas roupas. – Natasha disse sem pensar, realmente Malkia era muito bonita.

Malkia usava roupas iguais as de quando chegou a casa de Harry e Gina, porem, agora eram totalmente negras a não ser pelo detalhe em verde na barra.

- Se quiser eu te apresento o meu guarda roupas. – disse Malkia interessada – Mas ele fica na minha casa na África.

- Eu adoraria conhecer o seu guarda roupas. – disse Natasha com um sorriso maroto.

Ainda de pé perto de Agatha e Draco, Gina observava a cena das duas, indignada.

- O que foi Gina? – perguntou Agatha se levantando.

- Aquelas duas.

- Você tá assim por que as duas são...

- Elas passaram pela mesma guerra e os cabelos delas, não saíram do lugar nem um centímetro. – Disse Gina aborrecida, então ela seguiu caminho para procurar por Harry. Agatha voltou a encarar Draco.

- Eu queria saber por que não me disse sobre o Fred? – exigiu Agatha de uma forma calma.

- Não queria te aborrecer. – disse Draco – Você já estava estressada demais, tive medo de você pirar.

- Você pensa em tudo mesmo. – disse Agatha sorrindo – Eu certamente piraria.

- Agora me diz uma coisa. – disse Draco – O meu pai... tava te ajudando?

Agatha sorriu, quando ela ia responder, uma multidão surgiu de repente, e parou em frente aos dois.

- Minha neta. – disse o Sr. Bovieur abraçando Agatha fortemente – Orgulho da família Bovieur.

- Nada disso Françóis. – disse Jacob se aproximando ele parecia muito sem graça – Ela é o orgulho da família Ridgeway – Em seguida ele a abraçou com lágrimas nos olhos – Me perdoa filha, me perdoa por ter duvidado de você.

- O senhor não sabia. – disse Agatha com a voz estrangulada – Não tem porque pedir perdão.

- Eu tenho orgulho em dobro. – disse uma voz atrás deles.

Quando se viraram viram Lúcio Malfoy parado, encarando Draco.

- Tenho orgulho em dobro, por que meu filho e minha nora são verdadeiros Malfoys. – disse Lúcio ainda sem tirar os olhos de Draco – Me perdoa filho.

Agatha olhou de um para o outro, mas, como Draco era muito orgulhoso ela achou que ele nunca perdoaria Lúcio. Sua dúvida se esvaiu quando Draco ergueu a mão para Lúcio e este a apertou fortemente, um aperto de mão já era muito vindo dele, e para um Malfoy isso significa. Está tudo bem, mas, não faça de novo, pois, se fizer já sabe.

- É melhor vocês virem comigo. – pediu Hermione se aproximando do grupo– Harry precisa de vocês e... acho que nesse momento vocês precisam ficar juntos.

Draco e Agatha a seguiram o mais rápido possível, Harry estava ajoelhado e chorando, Gina ao seu lado. Eles puderam ver os corpos de quinze pessoas mais, Lupin, Tonks, Dobby, Crabbe, Rebecca Ridgeway, Colin Creevey, Moody e... Sirius. Harry nunca tivera muitas pessoas com quem pudesse contar e justo essas saiam de sua vida com uma facilidade incomum. Crabbe sempre fora um dos melhores amigos de Draco, embora nunca fosse muito inteligente, Draco prezava a sua amizade. Rebecca tia de Agatha sempre cúmplice e companheira, agora descansava eternamente com a cabeça apoiada no ombro de Sirius.

- Sentimos muito. – disse Hermione e Rony ao mesmo tempo.

Agatha se ajoelhou ao lado de Harry, Draco fez o mesmo, Rony e Hermione permaneceram perto.

- Me prometam uma coisa? – pediu Harry com a voz estrangulada.

- Qualquer coisa. – disse Draco sem hesitar.

- Me prometam que os herdeiros, nunca mais vão se separar.

Harry parecia uma criança implorando para que os pais cumprissem as suas promessas, definitivamente Harry não queria perder mais ninguém.

- Prometemos. – disseram Draco, Gina e Agatha.

- E vocês. – disse Harry agora para Rony e Hermione – Que nunca deixarão de serem meus amigos.

- Prometemos. – disseram Hermione e Rony.

Os seis permaneceram ali em silêncio por um longo tempo, talvez pensando em tudo o que passaram até aquele momento, como tudo começou como tudo acabou, era como o final de um filme ou de um livro ao quais os personagens, leitores ou telespectadores não esperassem por esse final. Eles lutaram, eles brigaram e mesmo com grandes perdas, eles podiam finalmente vislumbrar a vitória.