A dúvida é o principio da sabedoria.

Aristóteles

– Capítulo Vinte e Sete –

Patrono

Natasha estava sentada confortavelmente na sala de estar repassando mentalmente tudo que havia acontecido até aquele dia. Quando ela, sua família e amigos souberam que Voldemort havia voltado ao poder, eles ficaram muito aflitos e depois quando viram que ele estava conquistando vários países, não era segredo para ninguém que a Rússia viria em breve e veio. Mas ela nunca imaginou que alguém estava trabalhando infiltrado para que a queda de Voldemort acontecesse. Então ela foi convocada, era se arriscar demais, sim, era, mas Natasha como a maioria do mundo bruxo queria que essa guerra acabasse, tinha que acabar.

Então a feição de Natasha mudou para zombeteira. Além de Draco ter insistido muito, tinha outro motivo de ela ter aceitado ir para a mansão e nada mesmo a iria impedir de conseguir o que queria. “Depois de essa guerra acabar, a sim, eles vão se separar, eles nem ao menos se amam”. Pensou ela se levantando para abrir a porta, alguém havia batido, quando atendeu, viu uma mulher alta de cabelos e olhos escuros.

- Sim. – disse Natasha.

- A Doutora Malfoy está? – perguntou a mulher hesitante.

- Ela está no laboratório. – respondeu Natasha – Quem...

- Pansy! – Natasha ouviu uma voz enganiçada vindo de Agatha.

Ela se aproximou da porta e puxou Pansy pra dentro, em seguida a abraçou, como se não a visse há muito tempo.

- Que bom que você voltou. – disse Agatha entre os cabelos de Pansy.

- Ok Agatha. – disse Pansy a afastando – Eu sei que faço falta, mas, não é pra tanto.

- É que aconteceram tantas coisas...

Natasha pigarreou alto na hora.

- Pansy esta é Natasha Novgorodseva. – disse Agatha desinteressada – É da Rússia. Vamos conversar um pouco no meu laboratório Pansy – acrescentou Agatha antes que Pansy ou Natasha pudessem falar alguma coisa.

- Ok. – disse Pansy seguindo a mulher até o laboratório.

Elas entraram no laboratório que ficava no final do corredor, o lugar era todo cheio de prateleiras e armários com garrafas de vidros pequenos e grandes rotulados com nomes de poções, havia uma mesa com vários pergaminhos jogados e ao fundo um lugar reservado para fazer as poções. Agatha ofereceu uma cadeira para Pansy antes de esta começar a falar.

- Então essa é a Russa que te deixou irritada. – comentou Pansy debochada – Ela é bem bonita.

- Não comece Pansy. – disse Agatha aborrecida – Mas eu fico feliz de você ter voltado, tenho tanta coisa pra te contar.

- E eu estou super ansiosa para ouvir. – disse Pansy – Mas antes, eu preciso da minha curandeira.

- Oh me desculpe. – disse Agatha mudando a sua feição para preocupada – O que você está sentindo?

- Me sinto muito fraca. – explicou Pansy – E pálida ta vendo? Com olheiras.

- Quanto tempo você ficou perto dos dementadores? – perguntou Agatha se aproximando de Pansy para ver seus olhos.

- Muito tempo. – respondeu Pansy – É meio difícil ficar perto deles ainda mais sendo que o meu patrono não é lá essas coisas.

- Você comeu alguma coisa que contenha cacau?

- Não.

- Ok. – disse Agatha pegando algo na gaveta de sua mesa e entregando a Pansy – Coma isso, enquanto eu faço uma poção fortificante pra você.

- Chocolate? – perguntou Pansy mordendo um pedaço do tablete.

- Come tudo. – exigiu Agatha mexendo algo no caldeirão.

- Tudo bem. – disse Pansy – Agora me conta o que aconteceu, enquanto estive fora.

Agatha respirou fundo e despejou tudo o que houve enquanto Pansy estava na América, tirando as horcruxes ela contou exatamente tudo.

- Foi isso. – disse Agatha chateada.

- Nossa. – disse Pansy encarando Agatha – É só eu sai por uns dias e tudo isso acontece. Então o Lord está bonitão, Agatha eu acho que é melhor você contar logo ao Draco que você está grávida.

- Não posso. – disse Agatha apreensiva – Você se lembra quando Jacob nasceu? Eu tive que fazer as estratégias, sozinha durante um mês inteiro, por que o Draco ficou todo bobo e não conseguia pensar, sorte que as minhas táticas deram certo. Eu preciso mantê-lo frio até isso tudo acabar.

- Mas e o Lord? – pergunto Pansy observando Agatha mexer um líquido no caldeirão – Ele vai descobrir mais cedo ou mais tarde que você espera um filho.

- É eu já pensei nisso. – disse Agatha colocando um pouco da poção numa taça de prata – Não sei o que fazer.

- E agora que o Lord já conquistou a Rússia e já recuperou o rosto verdadeiro. – disse Pansy – Falta mais o que pra ele exigir que você se separe do Draco?

- Mais nada. – disse Agatha temerosa – Eu vou tentar distraí-lo dessa idéia por enquanto. – disse ela entregando a taça para Pansy que bebeu de um gole.

- Não faço idéia de como você vai fazer isso. – disse Pansy pensativa – E depois que você tentou matar o Lúcio, onde ele está agora?

- Com os gigantes. – disse Agatha desinteressada – Deve voltar entre hoje e amanhã.

- Me sinto bem melhor agora. – disse Pansy devolvendo a taça para Agatha.

- Jink. – chamou Agatha e o elfo aparatou dentro do laboratório, ela entregou uma garrafinha de vidro ao elfo – Entregue isso a Thorfinn Rowle, diga que é pra ele se recuperar da estadia com os dementadores. Obrigada.

O elfo fez uma reverência e desaparatou de lá.

- Eu acho que o Thorfinn não está tão ruim quanto eu. – disse Pansy um pouco mais corada agora – Ele sabe fazer um patrono descente. Você sabe fazer um patrono descente?

- Sei. – respondeu Agatha – Aprendi no quinto ano, é uma águia.

- Posso ver? – pediu Pansy – Quero treinar mais o meu.

- Ok. – disse Agatha apontando para um canto – Tenta ter o pensamento mais feliz que puder e se não tiver invente um. Expectro Patrono.

E uma águia prateada surgiu no lugar, assentiu para Agatha e dasapareceu em seguida.

- Sabe o que é engraçado? – disse Pansy pensativa – Que você e Draco têm os patronos de acordo com a Corvinal e Sonserina.

- Eu nunca havia pensado nisso. – disse Agatha.

- Será que isso tem alguma coisa a ver? – disse Pansy.

- Acho que não. O patrono do Harry é um cervo e o da Gina um cavalo, deve ser coincidência – disse Agatha pensativa – Enfim, como foi lá?

- Deixa eu te contar. – disse Pansy animada – Eu falei com alguns bruxos e sei que ficaram ao lado da Ordem, mas, eu tenho uma pequena dúvida.

- Qual?

- Tem um rapaz dos Estados Unidos que eu conheci. – disse Pansy corando levemente – Ele disse que a Ordem estava convocando algumas pessoas para lutar contra o Lord, ele ficou meio preocupado por que ele já estava com a marca negra.

- É verdade. – disse Agatha respirando fundo – A Ordem convocou um grande número de bruxos, sem dizer nada ao Harry. Mas Draco já cuidou disso.

- Quando o Lord vai se apresentar? – perguntou Pansy interessada.

- Amanhã à noite. – respondeu Agatha desanimada – Eu convoquei o Profeta Diário, os comensais que moram aqui na mansão e os do alto escalão do Lord para virem, ninguém sabe o motivo da tal comemoração, então será uma surpresa, você também está na lista então não falte.

- Você acha mesmo que eu faltaria? – disse Pansy indignada – Primeiro por que eu não posso fazer uma desfeita ao Lord ou eu estou morta e segundo, eu quero ver a carinha de anjo que ele ganhou.

- Sem graça. – disse Agatha aborrecida – Eu tenho medo.

- Medo que ele dê a notícia que vocês ficarão juntos, na comemoração de amanhã? – disse Pansy.

- Exatamente. – respondeu Agatha – Eu não quero ficar com ele.

- E se você dissesse ao Lord que você está grávida? – sugeriu Pansy – Talvez ele desista dessa idéia.

- Você acha?

- Ele é homem. – disse Pansy – Querendo ou não ele tem o seu orgulho, o Lord não vai querer assumir o filho de outro.

Agatha assentiu e pensou no assunto.