Lucy estava sozinha naquele dia. Haviam esses dias em que todos saíam e a deixavam – para missões em grupo, para pescar com a lisanna, para comprar armaduras novas. Ela não se sentia triste ou deixada de lado.

Mas ela sabia que, por mais tempo que eles ficassem fora, seria impossível adaptar-se ao silêncio. Então ela sempre inventava coisas para fazer – desde ligar uma música da Mirajane no máximo para fingir que todos ainda estavam lá, ler todos os seus romances, chamar diversos espíritos estelares para conversar com ela. Ela tentava ao máximo se ocupar, sorrir, sair, pular, dançar. E lembrar que logo logo eles voltariam. Tudo que ela sempre pedia era uns tempos de paz, por que não aproveitar isso?

Mas enquanto rezava para que seus nakamas voltassem sãos e salvos percebeu que desde que chegara à Fairy Tail, o silêncio a incomodava.

Talvez porque lá todos eram muito barulhentos, mas o local parecia triste, estranho, morto quando todos iam. Era errado. Não era a sua fairy tail.

Talvez fosse assim que os membros que não estavam na ilha tenrou se sentiam – não. Ao menos tiveram uns aos outros, e tudo que ela tinha era Plue, que bebia todas as bebidas de Cana* – ela realmente desejava que Natsu chegasse antes da menina e a protegesse de sua fúria.

Passaram-se dias e o poder mágico de Lucy começou a se esgotar. Seus espíritos não mais podiam vir e ela estava simplesmente sozinha.

A Fairy Tail, sua casa, parecia um lugar tão escuro e mórbido.

Haviam luzes, claro, mas não eram aquelas luzes que brilhavam nos olhos de seus amigos; o tempo, o clima, tudo parecia conspirar contra ela.

E ela rezava mais uma vez...

Quando acordou, eram três horas da manhã. Uma semana sem seus amigos. Ela fechou os olhos, implorando pela sua chegada.

"TADAIMAAAAAAAAAAAAAAAAAA!"

"TADAIMAAA!"

"Natsu, pare de ser tão barulhento!"

"Aye"

"Happy, você também gritou..."

"Porque está tudo tão escuro?"

Eles acenderam a luz e tudo o que viram foi uma garota loira correr e esmagá-los num forte abraço.

"Lucy...?"

"Vocês voltaram... estava tudo tão calmo aqui..."

Eles riram, e ela suspurou. Como amava aquelas pessoas barulhentas.