PDV Connor

  Acordei cedo, mas não por vontade, era porque alguém que tinha talento para cantar, mas NÃO SABIA que horas, ficava cantando alegremente Dynamite do Caio Cruz, ou seria Taio? Isso eu não sei, só sei que essa pessoa me acordou e merecia uma boa pegadinha por me acordar cedo. Fui andando até de onde vinha a voz, pois por mais que eu acordasse isso não significa que eu tenha que abrir os olhos. Quando a voz ficou realmente alta abri meus os olhos e a cena foi meio inusitada.

  A Penny estava cantando dentro do banheiro, que estava com a porta aberta. Ela estava vestida como se fosse uma estrela do rock e até com maquiagem e o cabelo mais arrumado, cantando no meio do banheiro fazendo todos os passos da dança até os saltinhos e tudo mais, com uma escova de cabelo que era seu ‘microfone’. Mas quando me viu jogou a escova pela janela, quebrando ela, e seu rosto ficou da cor de um tomate.

  - Connor, o que você faz aqui? – falou, ainda corando e tremendo um pouco de nervosismo.

  - Bem, eu estava dormindo só que um ‘certo alguém’ decidiu que cantar de manhã pode melhorar o dia de todos, e eu não penso o mesmo – disse, ironizando o ‘certo alguém’.

  - É que você sabe, todos gostam de música – falou, enquanto seu rosto ficava menos vermelho.

  - Tem certeza que de manhã todos gostam?

  - Mas Connor, se você não tivesse acordado agora, você sabe, poderia se atrasar para a aula corrida com as Ninfas que é junto da Katie, principalmente porque você não fez com a ela ontem a aula de escalada, não estou certa Connie? – deu ênfase como sempre no meu nome de filha de Afrodite, mas eu tinha que admitir ela estava certa.

  - Tá, tudo bem, você está certa, agora sai do banheiro, arruma um jeito de ajeitar a janela e procura aquela sacola de compras de ontem, porque quando eu acordei e ela não estava na minha mão, como o planejado.

  - Por que eu? – falou, com uma cara de ‘me desafie e você vai ficar com a cara no chão’, mas eu não podia ter medo dela e tinha que desafia - lá.

  - Porque você disse que ia me ajudar – rebati, mas eu não acho que tenha sido uma boa idéia, pois ela sorriu de modo vitorioso, e saiu do banheiro, indo em direção das cômodas que estavam praticamente do meu lado e pegou bem em cima dela a sacola de compras.

  - Pega – praticamente sibilou, jogando com tudo a sacola em mim – agora eu vou falar com um filho de Hefesto para ele fazer uma janela nova, mas antes afasta que eu preciso me trocar.

  Falou me empurrando para entrar no banheiro e me deixando plantado do lado de fora. Quando saiu seu cabelo estava preso, suas roupas eram as básicas do acampamento e não estava mais de maquiagem.

  - Pronto, agora pode usar o banheiro.

  Depois saiu do chalé sorrindo. Quando ela saiu me lembrei que eu tinha que descobrir mais coisas sobre a Katie e me apressei, fazendo minha higiene pessoal às pressas e me vestindo normalmente, com uns acessórios (maquiagem, pulseiras, brincos, anéis, chapéus, óculos escuros, etc), sem me olhar no espelho, se não vomitaria. Depois desse momento nojento, fui tomar café, e por sorte não havia ninguém então seria um café calmo e sereno, mas como os deuses não colaboram, Clarisse apareceu, e pela cara maquiada dela alguém iria sofrer. E quando ela me viu, descobri que seria eu.

POV Clarisse

  Ontem, foi um dia normal. Meti umas cabeças no vaso sanitário, coloquei uns moleques em cima de árvores bem altas, atingi vários com a minha nova lança, um dia normal. Só que uma filhinha de Afrodite começou a falar que eu devia me maquiar e todo aquele bláh bláh bláh sobre beleza, só que depois de um tempo eu fiquei irada e empurrei ela no lago, e ela saiu toda ‘você não deveria ter feito isso’. Mas tipo, ninguém dá medo em mim, ninguém. Hoje acordei de manhã com o barulho de gargalhadas, e quando me levantei tudo ficou pior e todos me encaravam risonhos, tentei inúmeras vezes lançar meu olhar ‘vocês vão morrer’, mas parecia que ninguém ligava até que me vi no espelho.

  Eu estava com os cabelos lisos e arrumados e toda maquiada, como uma princesinha. A única coisa que eu pude fazer foi gritar para os céus:

  - Nãããããããããããããããããããããããooo.

  Depois do meu ataque tranquei a porta do banheiro e fiquei lá, tentando inutilmente tirar aquela maquiagem do meu rosto, e ajeitar meu cabelo, fiquei fazendo isso por possivelmente meia hora, só que não adiantou, então minha única opção era descobrir quem havia feito isso. Abri a porta com uma força exagerada e vi que havia caído um bilhete escrito em grego de lá que não daria importância se não tivesse visto as palavras: ‘que te maquiou’. Ele estava escrito assim:

   ‘Olá La Rue,

   Eu sei que você está morrendo de vontade de matar esse alguém que te maquiou e eu também, mas não preciso dizer que eu sou né? Certo, então, ele, ou melhor, ela estará tomando café pelas nove, venha com a sua lança e se prepare para o ataque.

Chalé 11’

  Sai às pressas para ver um relógio, até que eu achei um que dizia ser duas pras nove, então peguei minha lança e sai correndo até o refeitório. E lá só havia uma garota, que ainda por cima uma filha de Afrodite, morta.