I Am Innocent - O Barão Sangrento escrita por Pode me chamar de Cecii


Capítulo 26
Vinte e Três


Notas iniciais do capítulo

olhem meu perfil, por favor... é importante.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/196807/chapter/26

Senti o enjoo típico do desaparatar. Vi-me subitamente envolto pela neblina, rodeado de carvalhos altos que tapavam a luz da lua. A grama molhada de orvalho e chuva era amassada sob os meus pés. A cabeça rodava incessantemente. Chegava a doer. Tentei dar o primeiro passo. Mas a cabeça rodava demais, derrubando-me sobre o verde no chão. Apoiei-me de quatro e esperei alguns segundos antes de me levantar.

Havia algumas montanhas ao redor do vale em que me encontrava. Eu não podia saber onde estava, mas sentia sua presença por perto – bem perto. Estava no lugar certo. Arrisquei mais passos à frente, tomando cuidado para não cair novamente, ainda cambaleando. Eu aparatara para um lugar desconhecido e isso me deixara assim. A única referência que tinha era a presença de minha Helena.

Caminhei não sei precisar por quanto tempo. Parecia que haviam sido anos ali, naquela floresta escura. As imagens que transpareciam na névoa sempre me faziam pensar que a encontrara, ou então ao tal elfo. Como ele conseguira aparatar era um mistério. Muitas vezes vi o que pensei ser seu corpo destacado pela névoa, com o vestido azul reluzindo pela noite, mas me deparava com enormes pedregulhos; ou então via arbustos se tornarem pequenas criaturas de corpo acinzentado com orelhas pontudas, a adaga ameaçando.

Algumas vezes gritei seu nome. Deviam ter se passado horas. Ele provavelmente já a havia encontrado. E feito algo do qual se arrependeria assim que eu o encontrasse.

Minhas esperanças começaram a se esgotar. Onde estava Helena? Gritei mais uma vez e me aproximei de uma das árvores, apoiando-me em seu tronco. Um erro. Tendo tocado seu abrigo, alguns morcegos saíram do tronco envelhecido e vieram em minha direção. As asas cortaram-me de leve a pele, a força me derrubou novamente no chão. Foi ali que senti. O perfume doce e delicado, sem exageros, me mostrava que ela estava ali.

Levantei-me pondo-me em mais uma caminhada. Dessa vez seria mais rápido, eu esperava. As árvores à minha volta me confundiam. Eu poderia muito bem estar andando em círculos, mas seu perfume de lavanda me guiava pela floresta escura. Vi, à minha frente, mais um contorno que poderia ser de um pedregulho. Mas não. Ele se mexia. A silhueta era destacada por entre a névoa densa que cobria o lugar. Não podia ver seu rosto, mas sabia que era ela. Afinal, quem mais seria?

Com mais alguns passos ela pode ouvir minha aproximação e se virou. Seu rosto tinha terror estampado, mas se aliviou ao me ver.

- Will... – seus lábios deixaram meu nome escapar com facilidade.

Eu queria falar. Queria avisá-la do perigo. Queria gritar seu nome e toma-la novamente nos braços, e protege-la. No entanto, os comandos de meu cérebro não foram respondidos por sequer uma parte de meu corpo. Permaneci parado, como uma das pedras que eu vira. Mais uma vez, o terror tomou seus olhos. Minha pequena garotinha estava com medo, mas eu não podia protegê-la.

Meus olhos também subitamente pararam de me obedecer. Era horrível, como se aquele corpo não fosse meu. Estes focaram o objeto em suas mãos. O diadema de Ravenclaw. Repentinamente meus músculos se moveram. Ela parecia confusa. Eu me aproximava cada vez mais rápido. O terror tomou conta no que restava de mim quando as mãos foram até a bainha. E retiraram a espada.

Uma única lágrima escapou pelo seu rosto pálido de porcelana. Entendeu. Eu ainda me aproximava descontroladamente. O corpo magro se abraçou ao tesouro com ainda mais força, encolhendo-se completamente, deixando-se relaxar sobre ele. Eu não entendia o que estava acontecendo. Apenas continuava em frente. Em cada mão um objeto. Numa, a varinha ainda acesa, na outra, a lâmina preparada para o golpe.

Não sei como o consegui. Talvez minha força de vontade, talvez meu medo. Talvez meu amor pela garota morena que estava ali. Concentrei todas as minhas atenções, as forças que restavam e a vontade na mão que segurava a espada. E, centímetros antes de que ela encontrasse seu alvo, eu a parei.

Helena levantou o rosto que até então havia escondido com os braços. Olhou-me confusa com os olhos azuis de safiras. Então, na fração de segundo em que minhas atenções foram para seus olhos, tão puros eram, meus lábios sussurraram as duas palavras mais malditas e a luz verde bateu contra seu corpo, deixando como resquício de seu trabalho bem-feito apenas o corpo inerte de minha amada.

- Avada Kedavra.

O controle voltou para mim quando caí de joelhos, as reservas de energia completamente esgotadas. Eu não podia ver. A cabeça girou um pouco como se eu estivesse acordando de um terrível pesadelo. Talvez estivesse. Mas, após segundos em que minha cabeça se recuperou eu ainda podia vê-la ali. Tão pequena e inocente.

Era terrível a sensação. Eu quase podia sentir o gosto de seu sangue em minha boca. E espada caíra sobre minha perna, abrindo um profundo corte. Não me importei. Não entendia o que havia acontecido. Como...?

Debrucei-me sobre seu corpo e virei para mim seu belo rosto. Os olhos fechados de leve eram serenos. Abaixei-me, colando nossos lábios e em seguida sorrindo tristemente. Eu sentia dor.

Por mais horas apenas esperei, com sua cabeça deitada em meu colo. Ela era linda. Como poderia eu, a pessoa que mais a amava, tê-la matado? Olhei para o céu. Nenhuma estrela surgira. A varinha ainda estava em minha mão. Um relâmpago passou por minha cabeça. Seria aquela a solução? Não havia como pensar em mais nada. Apontei a varinha em minha direção e pronunciei a segunda e última maldição de minha vida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

ainda vou acabar essa fic. tem um cap da rowena, q explica esse, e o epilogo... e entao, adeus ç.ç



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "I Am Innocent - O Barão Sangrento" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.