PDV - Edward

Sendo um Cullen, desde pequeno aprendi a honrar meu nome e a respeitar meu próximo. Sempre me ensinaram o que é certo e errado sem ocultarem nada. Sou o que sou graças a meu pai Carlisle e minha mãe Esme, que nunca me deixaram na mão. Até mesmo na época em que virei um pouco à cabeça e só queria saber de curtição. Mas não durou muito.

Minha infância foi ótima. Tive total liberdade que toda e qualquer criança tem ou deseja. Brinquei, explorei, descobri. Aproveitei cada segundo até crescer e me tornar o “homenzinho crescido” como disse mamãe no meu aniversario de 13 anos.

Depois disso o interesse por garotas (antes escondido) começou a me dominar. Não as achava mais chatas e uma ameaça. As via com mais clareza e atenção. Foi algo novo, mas que aprendi a dominar com muita facilidade. Meu primeiro beijo foi durante as férias de verão – eu e meus colegas da 7ª serie fomos passar um período no acampamento da cidade. Durante uma brincadeira entre o meu grupo e o das garotas o clima foi dando uma esquentada, e o jogo mudou para o tão famoso “7 minutos no paraíso”. Lembro-me que cada casal formado, musiquinhas bobas eram cantadas. Quando foi a minha vez, dei o meu melhor e até passei do tempo determinado. Após isso Tanya Denali e eu nos tornamos inseparáveis. Pelo menos até o fim das férias.

Quando entrei para o ensino médio já não era mais virgem. Aconteceu durante uma viagem de fim de ano. Eu tinha um pouco mais de 14 anos, mas não tive problemas em conseguir a garota que queria, por aparentar ser um pouco mais velho. Ela com seus 18 anos me ensinou tudo e mais um pouco. Foi uma semana e tanto que passei na praia. Sempre me recordarei. Não pela garota em si, já que depois não teria mais olhos para outra, mas pelo momento. Agradeço a Mallory Riley (se esse é o nome verdadeiro dela já não sei dizer) por ter me dado uma “força”.

Na escola fui um ótimo aluno e atleta. Minhas notas sempre foram altas mesmo no período em que como já mencionei “só queria saber de curtição”. Confesso que exagerei em sair quase todas as noites e ficar com várias garotas. Pelo menos me endireitei assim que fiquei sabendo que tinha sido aceito pela universidade que sempre sonhei em fazer parte a UC (Universidade da Califórnia).

Já na faculdade os dois primeiros anos me dediquei muito! Quis provar ao meu pai que a escolha de carreira que havia feito era boa e certa para mim. Também gostava de medicina, mas não me encantava tanto.

Foi também nesse período que conheci um trio dos bons – Emmett, Jasper e Rosalie. Nos tornamos quase que inseparáveis, até minha irmã caçula e intrometida – Alice entrar em cena e ficar de namorico com Jasper. Tentei fazer meu papel como irmão mais velho, mas não consegui impedi-los. Fiquei chateado por ser excluído e ainda ter que segurar vela para os “casaizinhos apaixonados”. Mas igual a uma luz no fim do túnel Isabella Swan apareceu iluminando minha vida.

Eu já estava cursando o 3º ano de Engenharia Civil, enquanto ela o 1º de Publicidade. Por sorte nossos horários eram quase os mesmos e sempre a via pelos corredores. Seu estilo roqueiro me encantou. Ela me pareceu diferente das outras que só queriam aparecer e mostrar que seus pais eram podres de ricos. Ela não. A atenção era do que ela menos gostava. Por ser um pouco tímida consegui perceber isso nela.

Isabella, ou melhor, Bella como ela preferia ser chamada, estava me deixando confuso. Eu não sabia que tipo de sentimento era, mas não conseguia parar de pensar nela. Era involuntário. Quando menos esperava aqueles hipnotizantes olhos castanhos de tom chocolate invadiam meus pensamentos e cada vez mais meus sonhos. Ela era linda. Sua beleza clássica era realçada pela cor pálida de sua pele que só de olhar dava vontade de tocar para sentir a maciez. Seu rosto em formato de coração abrigava uma boca bem delineada, carnuda e avermelhada naturalmente. Seu nariz delicado e levemente arrebitado combinava muitíssimo bem, mas seus olhos ganhavam. Suas sobrancelhas finas e arqueadas a davam um ar de sexy. Seu cabelo cor que defini sendo mogno um tanto avermelhado era longo e descia como cascata por sobre seus ombros, terminando em lindos cachos nas costas. Por fim seu corpo – suas pernas longas eram fascinantes assim como suas coxas e quadril arredondado. Sua barriga lisa me fazia desejar passar as mãos por ali. Seus seios do tamanho exato serviam de travesseiro em muitos dos meus sonhos eróticos em que ela era a personagem principal. Seus ombros delicados de um lado continha uma tatuagem. Era uma flor de lótus. Achava interessante. Para finalizar seus lindos braços e delicadas mãos. Anéis e pulseiras adornavam seus dedos e pulsos. Suas unhas bem feitas e não muito compridas sempre estavam devidamente pintadas. A maquiagem que ela usava era leve e não tirava sua naturalidade. Ao meu ver ela era a garota mais linda de todo campus, da Califórnia, dos EUA e porquê não do mundo?

É... Ela mexia muito comigo.

Já estava ficando ansioso demais e nunca fui disso, então tinha tomado a decisão de finalmente falar com ela. Havia passado um bom tempo arquitetando um plano. Ele precisava dar certo. Quando me dei por satisfeito, resolvi agir no dia seguinte. Acordei mais cedo do que de costume e bati na porta do seu apartamento. Foi sua amiga Angela quem atendeu avisando que Bella havia saído. Agradecei e voltei desanimado. Mas não derrotado.

Já era quase de noite quando fui ao encontro do pessoal no cinema. Levei o maior susto de toda a minha vida – Bella estava conversando animadamente com Alice e assim que me viu acenou sorrindo docemente voltando sua atenção a conversa. Juro que pela primeira vez não sabia como agir perante uma mulher.

Lembro-me também que fiquei igual a uma estatua e toda vez que falava gaguejava. Me acalmei um pouco com o inicio do filme. Sentei-me no fim da fileira e Bella do meu lado esquerdo. A rigidez tomou conta de mim, mas assim que ela disse meu nome e sorriu, meu coração derreteu. Foi naquela noite que senti a necessidade de ser mais do que um amigo.

Depois disso, com bastante esforço fui conseguindo o que queria: conquistar seu coração.

Nosso primeiro beijo foi num passeio a um parque. O pôr-do-sol serviu para deixar o momento ainda mais especial. E com certeza o esforço valera à pena.

Eu já estava totalmente envolvido. Não nos largávamos mais, e em nosso aniversario de seis meses de namoro, pude ter o privilegio de senti-la em meus braços. Foi sem duvida o melhor presente que poderia ter ganho, e toda a espera havia sido recompensada.

Quando completamos um ano e meio juntos, fiz o pedido de casamento. Estava presente a minha família e a dela. Foi algo bem intimo e discreto, diferente da cerimônia oito meses depois. Alice e mamãe quem organizaram tudo. E não posso reclamar.

Nunca me esquecerei de quando vi Bella entrar toda linda naquele vestido branco. Para mim só havia eu e ela naquele lugar. O momento era todo e somente nosso. Só não ganha da lua de mel que passamos na Itália. Foram as três semanas mais proveitosas da minha vida.

Os meses passaram e no segundo ano de casamento a cegonha resolveu nos presentear com o nosso primeiro filho.

Ter que esperar por nove meses para ver o rostinho do pequeno Thomas quase me fez pirar, mas assim que o segurei pela primeira vez, senti meu coração dobrar de tamanho. Ele me fez descobrir o quanto poderia amar ainda mais. E toda essa felicidade é de total responsabilidade de minha maravilhosa esposa.

– Amor no que tanto pensa? – A doce voz de Bella me fez voltar aos dias atuais.

– Em tudo praticamente, mas principalmente em você – A puxei sentando-a em meu colo.

– E não se cansou?

– É claro que não! Nossa história juntos é linda. Adoro relembrá-la – Afastei seu cabelo para beijar seu pescoço.

– Acha que Thomas irá gostar?

– Com certeza! Mas vai querer saber o porque da mãe ter demorado tanto para cair nos encantos do pai.

– Será que ele vai gostar de saber que a mamãe já tinha se rendido, mas se fez de difícil?

– Ah é? E o por que disso? Só para deixar o papai louco?

– Talvez sim. Talvez não – Riu me beijando rapidamente na bochecha.

– Agora que descobri tudo isso, a Sra. Cullen terá um castigo – Sussurrei sensualmente em seu ouvido.

– Sério? – Fez cara de surpresa. – E qual será?

– Você não pretende esperar e ver?

– Claro que prefiro! E será agora? - Ri de sua pressa.

– Agorinha! – Capturei seus lábios a beijando com todo amor que incrivelmente só crescia.

Para acelerar o processo a deitei na cama tirando minha calça e a sua camisola. Nem apelei para as preliminares.

– Que castigo bom esse hein – Apertou minhas costas me fazendo arfar.

– Ainda nem comecei – Mordisquei o lóbulo de sua orelha me posicionando em cima dela.

– Então anda logo – Impulsionou seu quadril em direção ao meu. Não quis saber mais de nada a não ser amá-la.

Quando estava começando a esquentar o choro de Thomas nos fez parar.

– Ele deve estar com fome. Vou pegá-lo – Se afastou um pouco.

– Fica mais um pouquinho. Eu já estava quase lá – A puxei de volta.

– Eu também, mas ele não vai esperar – Vestiu novamente a camisola. – E Lembre-se: nosso filho vem em primeiro lugar nessas horas.

– Ok. Pode ir, mas depois teremos um momento só nosso.

– Com certeza. E para não sermos interrompidos novamente vou pedir para sua mãe cuidar dele.

– Boa idéia – Recebi um selinho antes dela sair.

Cruzei meus braços atrás da cabeça e suspirei profundamente.

– Oh meu amor, a mamãe chegou – A voz de Bella surgiu da babá eletrônica. Sorri parando para ouvi-la.

– Não precisa mais chorar – Nem preciso dizer que ele obedeceu.

– Bom garoto! Que tal irmos com o papai? – Uma risada gostosa serviu como resposta.

Ajeitei-me na cama e não demorou nem um minuto para eles aparecerem.

– Chegamos!

– Que demora! – Fiz cara de bravo a chamando para se sentar.

– Também senti sua falta – Sorriu se juntando a mim na cama.

– Oi garotão! – Peguei em sua pequena mão.

– Amor pode segura-lo enquanto vou ao banheiro?

– Nem precisava pedir! É só colocá-lo em meu colo.

– Não antes que coloque a calça.

– Bella ele nem sabe o que é uma calça.

– Eu sei que não, mas é estranho você ai... Todo nu.

– Tudo bem. Mas eu sei que você gosta de mim assim – Dei meu sorriso torto enquanto me vestia.

– Pode apostar que sim – Me secou mordendo seu lábio inferior.

– Bella não faça isso.

– Desculpe. Agora pegue-o que o filho é teu – Me entregou Thomas que brincava bem concentrado com seu pé.

– Teu também Sra. Cullen ou já se esqueceu daquela noite...

– Edward! Se ficar me provocando o Thomas não conseguirá mamar – Se virou batendo a porta.

– Mulheres! Elas começam e depois a culpa é nossa.

– Eu ouvi hein!

Ri abaixando o olhar para ele.

– Que você tenha sorte com as mulheres – Sussurrei enquanto aqueles olhos verdes me encaravam. – Que você encontre alguém como a sua mamãe – Um sorriso sem dentes apareceu e ele balançou as mãozinhas.

– É... A sua mamãe é única – Suspirei me dando conta da sorte que tinha.

– Que lindo amor! – Bella se aproximou rapidamente me beijando. – Você também é único pra mim.

– Adoro ouvir isso – Mordisquei sua orelha.

– Vem com a mamãe Thomas – O tirou de mim me ignorando.

– Assim a Srta. Escapona vai ficar me devendo duas noites românticas - Enfatizei dedilhando seu ombro.

– Eu vou adorar, mas agora estou um pouco ocupada como pode ver.

– E amanhã é um dia bom?

– Edward você já se esqueceu?

– Do que?

– Que amanhã viajo para o Canadá à trabalho.

– Esqueci desse detalhe inoportuno – Revirei os olhos.

– Amor você sabe que preciso ir.

– É eu sei, mas não gosto.

– Nem eu. Tanto que não estou indo à passeio.

– E por que não mandaram outra pessoa?

– Porque esse contrato só cabe ao meu departamento e Aro não quer que outra pessoa vá.

– Seu chefe só abusa.

– Eu que abusei. Fiquei seis meses longe da agência.

– Por causa da gravidez e foi justo.

– Isso é, mas agora preciso pegar firme.

– Por mim você ficaria só aqui cuidando do Thomas e de mim.

– Amor você sabe que eu adoro o que faço.

– É eu sei... – Fiz biquinho.

– Mas nada nesse mundo ganha de você – Me olhou intensamente e depois para Thomas que mamava quietinho. – E dele é claro – Ela me deu um beijo calmo que fez meu coração apertar. Depois disso dormi muitíssimo bem.

Acordei sentindo lábios macios percorrerem meu pescoço. Tentei permanecer imóvel, mas um gemido me denunciou.

– Bom dia! Pensei que não iria acordar nunca.

– Bom dia amor! – Me espreguicei. – Faz tempo que acordou?

– Um tempinho já, mas adorei poder me aproveitar desse pescocinho – Subiu em cima de mim deitando sua cabeça em meu ombro.

– Como você é espertinha! – Apertei sua cintura erguendo um pouco sua camisola.

– Eu sou é sortuda por ter um marido... – Senti seus lábios em meu ouvido. -... Gostoso como você só pra mim – E sua pequena mão desceu até o meio das minhas pernas.

– Você quer fazer amor agora? – Sussurrei em seu cabelo.

– Essa é a idéia – Me atacou e com toda a certeza iria aproveitar.

(...)

– Me prometa que irá se cuidar – A segurei pelos ombros olhando-a seriamente.

– Claro que prometo!

– Então me dê um beijo – A puxei me adiantando.

– Atenção senhores passageiros com vôo destinado ao Canadá por gentileza embarcar no portão 5.

– Ah não! – Reclamei não gostando nada.

– Amor preciso ir.

– Vem cá – A abracei fortemente. – Eu te amo muito ouviu? Nunca se esqueça disso.

– Nunca me esquecerei, pois também te amo e muito - Me abraçou apertado. – Até a volta amor. E manda um beijão para o meu garotão.

– Pode deixar. Nós morreremos de saudade.

– Eu também. Muita.

– Vai ligar todos os dias?

– Claro! Mas em três dias já estarei de volta.

– Estarei esperando. – Não resisti a beijando novamente.

– Tchau amor.

– Eu te acompanho – Fiquei ali até ela sumir de vista. Ironicamente foi a ultima vez que vi Bella. O avião em que ela estava caiu no mar a levando de mim.