Haunting escrita por ARurouni


Capítulo 3
Parte III


Notas iniciais do capítulo

Apresentando, neste capítulo, mais um pouco da relação mãe e filha e a apresentação de outra personagem na trama.

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O dia estava já iluminando o quarto.  Lania abria os olhos e, assustada, olhou para os lados, mas viu que sua filha dormia tranquilamente ao seu lado.  Esboçou um leve sorriso ao vê-la dormir, enquanto tentava lembrar o que havia ocorrido no desfecho da noite passada.  Ainda sonolenta, esfregava os olhos, na tentativa de espantar o sono e, aos poucos, sua memória foi retornando: havia chorado enquanto sua filha a abraçava.  Se xingara.  Prometera não desabar na frente de Laura, para que ela não sofresse outro impacto, mas não havia conseguido cumprir esta promessa.  Suspirou, desanimada.

Lentamente, se levantou da cama, o Sol iluminava o apartamento, mas a manhã estava bem fria, gentilmente cobriu sua filha com o seu cobertor, percebeu ela se mexer, mas era mais um movimento como se ela estivesse procurando uma posição nova para dormir, sentindo o quentinho do cobertor, nem abriu os olhos e já estava dormindo novamente.  Lania a olhava, parecia um anjinho dormindo.  Sorriu e foi a cozinha, preparar o café da manhã.  Teria muitas coisas para pensar e fazer: teria que resolver o problema de ter alguém para cuidar da Laura, enquanto ela trabalhava para sustentar as duas.  Estava abrindo uma embalagem de leite e preparando alguns sanduíches.  Logo que terminou, colocou tudo numa bandeija, mas parou.  Lembrou que poderia tentar ligar nesta hora da manhã para a casa de sua mãe.  Colocou a bandeija em cima da mesa e se sentou perto do telefone, fazendo a ligação.  Esperou umas três chamadas, até que alguém atendeu, reconheceu que não era a voz de sua mãe, mas talvez de alguma empregada.

"Bom dia, Residência dos Carthers."

Vacilou a princípio, mas suspirou fundo e respondeu.  "Bom dia... eu poderia falar com a Sra. Lavínia?"
"Hmm, aguarde, eu vou ver se ela já está acordada.  Quem deseja falar com ela?"
L: "Fale que é... a filha dela."

Alguns segundos de silêncio, e logo uma voz um tanto mais rude do que a anterior, atendeu ao telefone.

"Quer dizer que resolveu, finalmente, se arrepender e ligar para mim, não?"
L: "Mãe... por favor..."
"Por favor?  Você sai de casa, foge com aquele sujeito e depois que tudo dá errado, como eu sempre havia lhe dito, você resolve voltar com o rabinho entre as pernas, como um cãozinho perdido?"

Lania começou a ficar triste e engolir em seco.  "Mãe... e-eu não..."
"'você não sabia!?'  Claro que não, desde quando você se importou em me ouvir?  Se tivesse me ouvisto desde o início, não estaria me ligando agora que tudo deu errado."

Laura abriu os olhos, mas sua expressão não era de alguém que havia recém acordado, parecia algo diferente, seu olhar, parecia mais fixo.  "Mamãe...."

L: "Por favor, mamãe... eu não queria lhe perturbar, mas... aconteceu algo..."
"O que aconteceu de tão diferente, que eu já não saiba!?"
L: "EU POSSO PERDER A GUARDA DA MINHA FILHA!"

Alguns instantes de silêncio entre as duas, até que a Lania volta a falar, com a voz mais embargada.

L: "Ela está doente... e os vizinhos têm reclamado... e eu não tenho como pagar o aluguel... eu serei expulsa daqui, mas ela está sendo vitimada nisso tudo...  e ontem aconteceu algo... e bem... fiquei sabendo que, se eu não resolver minha situação... o juiz irá fazer com que eu perca a guarda de minha filha, por não ter como dar uma boa condição para ela... e eu o conheço, agora... ele não vai nem tomar conta direito dela... e-eu... não sei o que fazer..."
"... eu sempre lhe falei, que aquele crápula não valia nada... se tivesse me ouvisto antes, não estaria nessa situação... mas o que tem a minha neta?"
L: "Ela... anda tendo pesadelos... e coisas... têm acontecido... Não é a primeira vez que a vejo internada.... Mãe, eu já não sei o que fazer... me recomendaram procurar um parente, aonde eu possa viver e, assim, continuar com a guarda dela... tentei creches, mas... simplesmente não deu certo."
"... Então, você resolve me ligar, a esta hora, para me implorar um local para morar, em minha casa?"
L: "... Sim... por favor, mãe... é pela sua neta..."

Passaram alguns segundos, até que a Lavínia respondeu.

"... Ok.  Poderá vir morar aqui com ela."
L: "... O-obrigada... Obrigada mesm..."
"... eu não acabei.  Terá que se virar, não vou ficar lhe sustentando.  O quarto que tenho disponível não é muito grande e não tenho muita tolerância com bagunça.  Tenho dito?"

Lania ficou alguns momentos em silêncio.

"Então...?"

Lania lembrou de que realmente precisava, não haveria outra escolha.  Bem quisera ter, mas não havia.  Suspirou e, numa voz baixa, respondeu: "Ok, mamãe."

"Bom... ótimo.  Virá quando?"
L: "Amanhã estaremos de partida.  Irei vender algumas coisas hoje, para poder pagar uma parte do que devo e, amanhã estaremos nos mudando para aí."
"Para mim está muito bom.  Tenha um bom dia, Lania." E em seguida desligou o telefone, nem ao menos aguardando o retorno de Lania.  Ela suspirou, olhou para a bandeija em cima da mesa e olhou para o quarto, na porta, que estava meio encostada, viu Laura, que permanecia olhando-a, com seus olhos curiosos.  Lania estendeu os dois braços.  "Vem!  Quero te dar... um abraço."

Laura veio correndo e abraçou a sua mãe, ficando juntas por um tempo.  "Mamãe..."
L: "Sim, minha fofinha... o que foi?"
Laura: "É... verdade... que a gente vai morar com a vovó?"
L: "Você esteve ouvindo não?  Sua curiosinha!" fazendo umas cócegas, meio sem graça, na filha, que ria muito.  "Sim, nós vamos.  Amanhã mamãe e você estaremos morando, mas até nós nos arrumarmos.  Assim que der, mamãe vai ter uma outra casa e, só será nós duas, tá?"  Olhava a filha que sorria para ela.
Laura: "... mamãe.  Tô com fome..."  Com seu olhar curioso, viu a bandeija.
L: "Fome é?  haha, tá, vamos comer, para você ficar bem forte!"

Logo em seguida as duas começam a comer.  Teriam um dia cheio pela frente e Lania iria precisar de forças, para arrumar as malas.  Daria um jeito de pagar os atrasados do aluguel, nem que vendesse tudo que ela tinha.

Laura olhava a sua mãe, ela estava comendo bem pouco, deixando a maior parte do café para ela.


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Notas finais do capítulo

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Pareceu meio cortado no final, mas foi intencional. Aguardem o próximo



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