Era uma garota sorridente e de cabelos escuros não muito compridos. Alice.

- Alice, você não mudou!

Abracei ela, e as meninas disseram (Meninas, vulgo Emme):

-- Ela acordou meio estranha hoje, parece ter tido um surto de memória. Falava de um tal de James Potter, que a Meadowes era legal com a gente, coisas assim.

- Eu já ouvi esse nome – disse Alice. – James Potter.

Apesar de tudo, minha felicidade aumentou. Eu não era louca. Marlene estranhou.

- Onde? – Alice pareceu pensar.

- Não lembro – minha esperança foi desaparecendo. – Mas vou procurar Lils. Eu prometo.

Agradeci com um aceno de cabeça e um sorriso, e ela respondeu:

- Não há de que. Vou lá fora, nem me procurem.

Ela sal, e dei um olhar interrogativo para Emmeline.

- É assim desde que o Sirius magoou-a e ela se apaixonou pelo Longbottom. Ela se exclui e se sente excluída. É estranho.

Explicou ela. Mas eu estava decidida a ver o que restava de antes nos meus amigos, o que eles tinham na outra realidade, a minha realidade.

- Eu já volto - Falei, e subi até o dormitório. Lá, vi uma coruja escura me encarando.

- Obrigada.

Eu disse, pegando a carta. Mas ela parecia querer pagamento. Paguei a ela e li a carta. Não era muita coisa, e então, depois de ler, vi que talvez a vida tivesse mudado não o lugar. Na carta estava escrito:

Como disse Sirius Black,

As Palavras Tem Poder

Lembre-se disso Lily Evans.

Só isso. Mais nada. Sem remetente, sem assinatura, apenas isso. Porém, nessa realidade, Sirius nada disse a ela Só a Marlene. E naquele papel, só haviam aquelas palavras, escritas naquela letra fina e inclinada, além de muito bela.

- Biblioteca. E Dumbledore.

Murmurei. Eram as minhas opções. Sabendo do humor e características de Dumbledore e da inteligência da biblioteca, optei por Dumbledore.

“Só espero que ele não tenha mudado também” pensei. Felizmente, topei com ele no caminho.

- Diretor! – ele sorriu.

- Olá senhorita Evans! O que faz aqui?

- Procurando o senhor. Preciso esclarecer uma dúvida – Ele sorriu novamente.

- Venha ao meu escritório.

Já na sala do tio Dumby, comecei:

- O que sabe sobre realidades paralelas?

- Sei que não é bom mexer com elas.

Olhei indignada para ele, que piscou para mim.

- Elas podem ocorrer em vários casos, sendo tanto desejados ou não. Mas como eu disse, não é bom mexer com elas. Por quê?

- Acho que isso ocorreu. Minhas amigas dizem que foi um sonho, mas sei que não foi.

Ele pareceu pensar.

- E como era? Sua outra realidade? – eu ri.

- Devo dizer que o senhor não mudou nada. Mas Sirius Black era meu amigo, era legal e nem tão arrogante, Remus Lupin era um estudioso tímido, muito mais legal e nem era arrogante, Dorcas Meadowes era minha amiga e não uma patricinha fútil – perdoe-me o palavreado – Emmeline Vance era uma ex-amiga por ser ciumenta, Marlene McKinnon era uma corajosa e não uma medrosa tímida, Frank Longbottom fazia sua casa se orgulhar de um aluno tão bom e corajoso, Alice Meane era uma garota alegre e não uma deprimida, Severus Snape era um excluído feio do mundo, Regulus Black era um covarde e James Potter existia!

Acabei sem fôlego, mas valera a pena.

- Já ouvi falar em James Potter.

Minha esperança cresceu novamente.

- Onde?

- Não me lembro – adeus esperança. – Mas me lembro do casal Potter, vou dar-lhe o endereço. Mas não saia da escola até as férias de natal.

Assenti. Faltavam dois meses para as férias de natal, ou seja: eu teria que aprender a conviver nesse mundo paralelo.

- Obrigada diretor. Irei visitá-los nas férias.

Ele assentiu e eu fui embora. Encontrei as meninas na beira do lago.

- Sua louca, onde você estava? – Perguntou Emmeline, histérica.

- Eu estava...

- Não importa – ela me cortou. – Vem, tenho que mostrar algo, só você pode me ajudar.