Leo e Vanessa gritaram, apavorados por causa dos esqueletos que agora corriam atrás deles. Eles começaram a correr desesperadamente e tentavam se esconder atrás das árvores.

- Não sejam covardes! - Gritou Quíron. - Vão até lá e lutem!

Então, Quíron jogou duas espadas para Leo e Vanessa. Eles pegaram as espadas, mas não conseguiam segurá-las direito.

- Eu nunca usei isso na vida! - Gritou Vanessa, entrando em pânico.

De repente, eles ficaram encurralados pelos esqueletos. Se não reagissem, morreriam.

- Eu tenho que ajudá-los. - Disse Nico, aflito.

- Não, criança. - Desaprovou Quíron. - Deixe-os. O instinto vai guiá-los.

Pov. Leonardo

Eu e Vanessa estávamos cercados por aqueles esqueletos que papai tirara de dentro da terra. Eles se aproximavam de nós, e se não fizéssemos algo, morreríamos.

- Temos que fazer alguma coisa! - Gritei para Ness.

- EU SEI! - Ela disse, fechando os olhos com força.

- Agora! - Gritei, e nós golpeamos os esqueletos com a espada.

De repente, uma força tomou conta de mim. Olhei para Vanessa. Seus olhos negros estavam com um brilho especial, e imaginei que os meus deveriam estar também. Não sabíamos o que estava acontecendo, mas sabíamos que era algo poderoso. Divino.

Um esqueleto se aproximava de nós, e nos pegou de surpresa. Eu só queria que eles sumissem. De repente, uma cratera enorme se abriu no chão e sugou os esqueletos para dentro dela.

- O q-que foi isso? - Perguntamos eu e Ness em coro.

- Foram seus poderes. Vocês também herdaram os poderes de Hades de seu pai. - Disse Quíron.

- Ah, meus deuses. Isso não é bom, isso não é nada bom. - Murmurava mamãe, andando de um lado para o outro.

- O que não é bom? - Perguntei.

- Vocês têm os DOIS poderes. Hades e Poseidon. - Disse papai.

- Isso é uma coisa boa, então! - Disse Vanessa, sorrindo.

- Não, não é! - Disse mamãe.

- Oh. Acho que eu entendi. - Eu disse, quando caiu a ficha. - Nós somos muito poderosos. Atrairemos muitos monstros.

- Exato. - Disse Quíron. - O acampamento é o único lugar seguro para eles no momento, Hanna e Nico.

- Não... não pode ser! - Gritou mamãe, seus olhos se enchendo de lágrimas. - Eu e Nico podemos protegê-los! Eu não posso deixar meus filhos aqui!

- Calma, amor. Acho que é o único jeito. - Disse papai, tentando tranquilizar mamãe. - Eles ficarão seguros aqui.

- Vocês prometem? - Disse mamãe, olhando para mim e Vanessa.

- O que? - Dissemos em coro.

- Prometem que vão ficar bem? - Ela perguntou. Assentimos e ela nos abraçou, assim como papai.

- Mandaremos suas roupas em breve, tá? - Disse mamãe.

- Juízo, crianças. - Disse papai.

- Espera! Quer dizer que nós vamos mesmo ficar aqui? Sozinhos? - Eu disse.

- Aqui é o único lugar seguro para crianças como vocês. Mas nós viremos visitá-los. - Disse mamãe, e eu assenti.

- Filho, precisamos conversar antes de eu ir embora. - Disse papai, e me levou para um lugar afastado.

- Pode falar. - Eu disse.

- Bom, você já tem quatorze anos. Aqui no acampamento, tem muitas garotas bonitas, e... uma hora ou outra, você vai se apaixonar por alguma, assim como eu e sua mãe, e...

- Onde quer chegar? - Perguntei, indo direto ao ponto.

- Hã... use camisinha. Promete? - Ele perguntou, e eu corei.

- Tá bom, pai. Prometo. - Eu disse, e ele assentiu.

Pov. Vanessa

Quando papai e Leo se afastaram, mamãe veio falar comigo.

- Filha, quero te dar um conselho.

- O que foi, mãe? - Perguntei.

- Não namore com ninguém até saber quem são seus irmãos. - Ela disse, e eu fiz uma cara de ponto de interrogação.

- Como assim?

- Sabe o seu tio, Percy? - Ela disse, e eu assenti. - Eu namorei com ele antes de sabermos que éramos irmãos. Eu sei, é constrangedor. Não quero que você passe por isso.

- Não acredito que você ficou com o tio Percy! - Eu ri, e mamãe olhou feio para mim. - Tá bom, parei. Vou tomar cuidado.

Nisso, papai e Leo voltaram. Leo estava vermelho e eu deduzi que a conversa dos dois não tinha sido melhor que a minha conversa com a mamãe.

- Acho que é hora de irmos. - Disse papai.

- Tchau, queridos. Qualquer coisa, mandem uma mensagem de Íris! - Disse mamãe. Eu não sabia o que era aquilo, e Leo provavelmente não sabia também, mas achei melhor não perguntar. Sorri e assenti.

- Tudo bem. Tchau, mãe! Tchau, pai! - Eu disse.

- Juízo, hein. Não quero nem ver o que vocês vão aprontar enquanto eu e Vanessa estivermos fora. - Disse Leo, fazendo mamãe e papai corarem.

- Quieto, mocinho. Lembre-se do que conversamos. - Disse papai, e Leo ficou quietinho.

Então, ficamos observando papai e mamãe indo embora de mãos dadas, nos deixando em um lugar totalmente desconhecido chamado Acampamento Meio-Sangue.