Quando nós saímos da água, eu prefiro não encostar ou olhar muito para ele.O fato é que eu estou sem graça.O cara estava tentando, sei lá, descontrair, e  eu quase o matei.E também porque se ele me lembrar disso é capaz de eu chorar.E eu não vou fazer isso de novo.

  Nós chegamos ao antigo lugar e montamos novamente nosso acampamento lá.Eu ajudo Cato a montar o fogueira que vai ajudar a no secar.Eu abro a minha boca para  lhe pedir desculpas novamente quando um som de trombetas me assusta.

  -Parabéns finalistas da 74º edição dos Jogos Vorazes!

  Ele continua a nos convidar para um banquete ou Ágape, como ele fala, mas eu não quero ouvir.Meu cérebro já começa a pensar em estratégias para vencermos essa droga.Quando ele termina, eu ouço mais trombetas e escuto Cato falando comigo.

  -O.k eu já tenho um plano.Você fica de guarda escondida pro caso de algum covarde querer me atacar por trás.Eu vou lá e pego todas as mochilas...

  -Mochilas?Todas? Quantas  vão ser? –Eu não ouvi direito.

  -Clove, são mochilas com os números de nossos distritos.Vão ser quatro provavelmente.Com o que a gente mais precisa para vencer.Só não sei do que nós precisamos tanto assim.

  -Não.Eu vou lá matar o fogo do 12 e você cerca a base do 11.

  -Você sabe que não.O Peeta...

  -Como você mesmo disse, ele deve estar à beira da morte.É disso que eles precisam, de um remédio para o Conquistador.Por favor...

  Eu falo isso fazendo a minha carinha fofa mas acho que não convenceu ele...Mas ele é maleável.Eu me levanto e vou até atrás dele.Me abaixo de modo que eu posso sussurrar em seu ouvido.

  -Eu prometo de dar um bom show...

  Eu não sei se ele caiu nessa.Nesses momentos que eu queria ser  a Glimmer com seu poder enorme de sedução.Mas de uma forma ou de outra eu vou ter que conseguir.Ela já me passou raiva demais não é justo que eu não fique com ela pra mim.

  Eu me ajoelho e fico de frente pra ele para ver sua reação.

  -E então?Vai deixar? –eu pergunto.Ele me olha com uma cara que eu identifico ser de “deixa-de-ser-ridicula”

  Ele me puxa e me beija.Mas ele não me deu resposta, então não vou deixar.Eu o empurro  lentamente e ele ainda tenta chegar até mim.

 -Eu ...- ele hesita.Eu sei que ele ia dizer que deixa, mas pensou melhor. –O.k. Agora por favor toma cuidado. – ele toma meu rosto em suas mãos.- Vai dormirum pouco.Em uns minutinhos eu te chamo.

  -U-hum. –eu concordo e estendo  nosso saco de dormir na base de uma àrvore.Ele se senta e eu me deito.

                ***

  Eu cochilo se nenhum sonho e  acordo com alguém sussurrando.

  -Ei, acorda...

  -Já vou.

  Eu me espreguiço e me levanto.Não amanheceu ainda.Perfeito.

  -Tem certeza? –Cato pergunta e eu me viro.Ele está preocupado, aprendi a ver isso com o tempo.Nos seus olhos.

  -Tenho.Eu vou dar um bom show.

  -Por favor...

 É difícil dizer não.Eu gosto dele.Talvez eu o ame.É difícil ter que ir.

  -Vai dar tudo certo.Eu vou voltar e nós vamos sair daqui.

  -Eu posso ficar de guarda atrás de você.O 11 com certeza vai querer a mochila... –ele diz implorando.

  Eu sei que não vai ter jeito.A minha idéia era acabar com tudo o mais rápido possível.Exceto a morde de Katniss.Essa tem que demorar.

  -Sim. –eu digo com um sorriso forçado e ele parece aliviado. –Você fica atrás de mim.Mas se ouvir algo me deixa e vai.Aí nós vamos mais rápido.

 Nós arrumamos nossas coisas e eu deixo tudo com Cato.Correr com uma mochila de cinqüenta quilos não é favorável.Estamos enxergando tudo na Cornucópia e ao menor barulho eu jogo a faca.Mas eu quero andar mais um pouco sei de um locar melhor.

  -Cato você fica.Eu quero um lugar melhor pra correr.Você quer pra ver.Eu vou andar mais um pouco.

  Eu e ele nos levantamos e nos abraçamos.Sem dizer nada.Ele afaga meu cabelo já preso com os lábios.

  -Eu te amo –ele sussurra.

  My God! Ele disse isso!Eu quero pular e dançar!Não quero não, eu quero sair daqui!

  -Eu também...Te amo. –Não é legal falar só “eu também”   

  Ele nos separa e fala com uma expressão duvidosa.

  -Sério? –ele agora está com um sorriso enorme no rosto.

   -Sério.E você também?

  -É óbvio.Depois nós conversamos né?

  -É óbvio.

 Nós damos um beijo de última hora e eu vou.