Entre Doces E Amargos escrita por Iulia


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Estou com pressa tenho que dormir!Agora passou pro presente a história



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Nós caçamos juntos até a hora em que Marvel disse que tinha ouvido uns ruídos estranhos à oeste.Cato já havia dito que nós deveríamos parar para descansar, mas ele insistiu.

  -Eu tenho certeza.Pode ser alguma coisa.A Katniss!

  -Eu já disse que você está imaginando.Não tem barulho nenhum! –Cato contestava enquanto se preparava para se sentar e ignorá-lo até perder de contas.

 Eu não falava nada porque a única coisa que eu realmente ouvia, eram alguns tordos cantando uma linda melodia de quatro notas.Eu realmente amava pássaros e facas.Eram as duas coisas que eu mais amava depois da minha família.Então eu apenas me encostei em uma árvore e fiquei lá, com os olhos fechados, ouvindo a música enquanto eles discutiam.

  -Então eu vou sozinho!Já está mesmo na minha hora de caçar.

 Ele praticamente havia dito abertamente que estava abandonando a aliança.Então eu abri meus olhos a fim de observá-lo.Ele estava com apenas uma das suas duas mochilas nas costas e sua jaqueta havia sido chamuscada.Fora isso, ele estava perfeitamente bem, com sua lança na mão e seu olhar enlouquecido, ele seria capaz de assustar qualquer um.

 -Marvel já não basta as suas armadilhas?Aquelas que você colocou na  direção que você está indo agora? –eu perguntei.

  -Pode ser que elas tenham pego alguém.

  -Quem se tem para pegar?

  -Muita gente.

  -Gente esperta.Só sobrou gente assim agora.Se você espera achar algum tributo de Cornucópia, vai se lascar à toa.

  -Não enche.Eu já vou. –ele disse se virando para a mata escura.

  Assim que Marvel chegou a um determinado ponto na mata, eu me virei para Cato e vi que ele olhava pra mim.Eu sustentei um olhar e ele fez um gesto pra eu me sentar ao seu lado.Eu estava tão amedrontada que fui e me joguei nos braços dele.

  Ele deu uma última olhada para mim antes de seus olhos se virarem para cima e ele começar a acariciar meu cabelo.Agora eu queria que todas as câmeras se virassem para nós e mostrassem que eles conseguiram.Me obrigaram a me apaixonar por alguém e conseguiram.Eu cedi e eu me apaixonei.

  -E agora? –eu sussurrei.-Se ele voltar o que você vai fazer?

  Ele demorou um pouco para responder remexendo no meu cabelo, ainda solto.

  -Vai ficar tudo bem.Ele não vai voltar, porque ele é esperto o suficiente para saber que ele desfez a aliança.Quando nos vermos de novo, ele será apenas um tributo comum.Um inimigo comum.

 Eu sacudi a minha cabeça assentindo e queria que tudo isso acabasse logo.Já estava me enlouquecendo essa coisa de matar e matar de novo e tentar viver.  

   -Você está com medo? –ele me perguntou baixinho.

  Eu realmente hesitei com essa pergunta.Eu quase nunca admiti para ninguém que eu estava com medo.Mas ele pareceu tão sinceramente preocupado que eu respondi.

  -Estou.Muito.

  -Isso vai acabar logo.Fica com medo não.

  Então um canhão soou.Eu olhei para Cato com medo.Então eu realmente olhei para seus olhos.Eu por algum motivo não gostava muito de olhar nos olhos das pessoas que eu não conhecia ou não confiava (N.A -Esse fato é absolutamente inspirado em mim.Porque  sou eu que faço isso.Não gosto muito de olhar).

  Mas eles estavam lá me passando firmeza.Eram de um tom um pouco mais escuro que o de Peeta e era como se eles estivesse me dizendo que tudo ia ficar bem.Nós sustentamos o olhar um do outro até que uma lágrima caiu.Só depois de um tempo eu fui saber que era minha.

  -Porque você está chorando?Não precisa.Isso vai acabar logo. –ele dizia me abraçando mais forte.Então ele ergueu meu rosto até o seu e me beijou.Foi uma sensação incrivelmente boa e tão diferente das outras, nas quais nós estávamos sempre fazendo por obrigação, que eu devo ter suspirado.Ele apenas separou um pouco nossos rostos, nos deixando frente à frente, e sussurrou:

     –Não precisa de nada disso.Você vai ganhar.

    -O que você está falando?Enlouqueceu? –eu disse alto e me separando bruscamente dele.

  -Eu disse que você vai ganhar.

  -E eu te perguntei se você enlouqueceu.Que história é essa?

  -Eu andei pensando e quando chegar a hora, eu vou deixar você ganhar.

  -E o que te leva a fazer isso? –eu disse com raiva, afinal, eu não merecia o peso de tantas mortes assim nos meus ombros.Mais a de Cato...Eu não sei.Ele era simplesmente especial pra mim.

  -Você me levou a fazer isso. –ele respondeu calmamente.

 Outro canhão.

  Eu me desliguei da minha fúria e apenas o fitei dizendo:

 -Quem você acha que foi?

 -Vamos saber à noite.

Eu virei para o outro lado à fim de evitá-lo e nós passamos grande parte do dia assim, sem olhar um para a cara do outro e sem trocarmos palavras.

 Quando chegou à tarde e nós vimos à insígnia de Panem brilhando sob o céu de pôr do sol, nós apenas trocamos um olhar antes de erguermos a nossa cabeça para ver os rostos dos mortos.

  Enquanto tocava o hino eu pensava o quão alheia eu estava aos mortos e aos canhões.Eu soube contar nem sei como, considerando a minha ignorância e o fato de que aquela era uma das primeiras vezes que eu erguia meus olhos para o céu.

 Primeiro passou Marvel, seguido de umas informações sobre seu distrito e etc.Depois Rue, a garotinha de doze anos do 11.Ela tinha durado realmente muito tempo, considerado seu tamanho.Depois o hino, insígnia e fim.O fim da curta homenagem da Capital para os mortos.O máximo que eles podiam fazer antes de enviar o que sobrou dos seus filhos, o que sobrou do que antes eram pessoas vivas.

 -A garotinha durou muito.Deve ter se aliado à Katniss. –Cato quebrou o silêncio.

 -É, talvez.Marvel foi esperto e burro ao mesmo tempo.

 -Se ele tivesse ficado estaria vivo.E a garotinha também.Faz sentido –ele concordou

 -Como você pode ter certeza de que foi ele que matou ela?

 -Ninguém teria como.Katniss é fraca demais, Peeta está lascado, Cara de Raposa não ataca, só recua, e Thresh...Ele é só um idiota.Um gigante idiota.E ele gostava da pequenininha.

 -E quem não gostava? –eu disse pensando no quão adorável Rue parecia e me virando de novo para o lado no meu saco de dormir.

 -Você vai continuar a não falar comigo? –Cato perguntou.Maldita voz de ursinho, eu pensei assim que as palavras saíram da boca dele.Ele parecia tão fofo e tão...adorável, que eu tive vontade de ceder.Mas ele estava sendo idiota demais.Ganhar aquilo já seria torturante, considerando o tanto que eu aprendi com Vitoriosos, ainda ter que se lembrar eternamente dele se matando por mim...

  -Vou. –eu respondi simplesmente.

 -Até quando?

 -Até você tirar essa idéia ridícula da cabeça.

 Adeus voz de ursinho, eu pensei quando Cato veio e me puxou para a árvore.

 -Eu já disse que isso é para o seu bem. –ele disse.

 -Me solta, Cato.Você está me machucando. –eu falei simplesmente.

 Ele fez uma cara feia e me soltou.

  -Tudo bem.

 Eu me recolhi na árvore um pouco ao lado.E foi assim que eu cheguei até aqui.Eu ainda estou nos Jogos.Nós dois estamos apenas desviando o olhar um do outro, sentados em nossos sacos.


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Notas finais do capítulo

Reviews de alguém apressado.



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