Entre Doces E Amargos escrita por Iulia


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Mais um...Obrigada a todos que me mandam Reviews.Amo vocês!



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-O que está fazendo aqui ?! –Eu disse ,assustada  quando vi uma forma maciça  andando em minha direção no quarto escuro.

 -Sabe eu não consegui dormir e...

 -Isso é problema seu.Vai para o seu quarto.

Eu acendi a luz do quarto e o vi.Ele ainda estava com a roupa da entrevista o que eu pensei como uma coisa boa.Cato andou em minha direção e se sentou na cama.

  -Sai.Eu já disse.Eu quero dormir.Na arena eu não vou dormir.

  -Clove.Eu posso falar?

  -Não.Apenas sai.

 -Não te interessa porque eu não consigo dormir?

  Ele ergueu as sobrancelhas.

  -Talvez. –Eu disse pensando.Eu sou muito curiosa. –Se você saísse talvez a gente pudesse conversar na sala.

  -Clove ,-ele disse cansado –não é como se eu fosse te agarrar nem nada...

  -Não é como se você estivesse me ajudando falando isso.

   -Tá bom.

  Então ele saiu e fechou a porta silenciosamente.Eu rapidamente me arrependi.Talvez fosse uma estratégia  para me fazer dormir menos.Mas não.Nós éramos aliados eu repetia mentalmente para mim enquanto pegava o meu robe e caminhava para a sala escura.

  -Ah.Achei que não viria –ele disse.

  -Talvez eu realmente não devia ter vindo –disse eu enquanto me sentava ao seu lado no sofá que encarava a noite movimentada na Capital. –E então,o que te fez perder o sono ?Espero que seja algo anormal.Porque é claro que você está ansioso para matar enquanto os outros vão estar preocupados em sobreviver.Você é um Carreirista, alianças...Você vai durar muito e vai matar muito também ,se isso te acalma.

  Ele ficou me encarando com uma expressão de riso em seu rosto.

  -O que foi?

  -Porque você fica tagarelando assim?Você está nervosa,Clove?

  -Se eu estou nervosa?Claro que eu estou nervosa.Cato eu não sou como você.Eu fui treinada mas não para ser uma máquina de matar.Quantas pessoas  na sua vida você já matou?

  -Nenhuma.

  A forma com ele falou não me convenceu.Continuei mirando-o exigindo uma explicação.Mas por trás da minha cara de desdém,por dentro eu estava apavorada.Aquele garoto,o que estava em minha frente numa sala escura,o que havia entrado no meu quarto um par de vezes,já havia feito alguma coisa terrível.E em pouco tempo,eu seria jogada numa arena contra ele.

  -Não mente, Cato.Fala logo.

  -Eu nunca matei ninguém, Clove.

   -Então o que de terrível você fez?

  Eu devia parecer assustada ou algo assim porque ele sorriu.

  -Eu não vou falar porque você vai ficar com medo de mim.É muito tenebroso...

   Percebi uma nota de sarcasmo em sua voz, mas ignorei.

  -Se não quer falar, não fala.Agora porque você me acordou?

  Eu sabia como esse negócio de “não quer falar não fala” sempre funciona.Quando as minhas irmãs queriam me falar algo e ficavam enrolando, eu costumava falar isso.Mas então elas me puxavam de volta e eu percebia que na verdade, elas estavam loucas para me contar.

  -Por nada.

  -Como assim?Você me disse “Eu não estou conseguindo dormir”-Eu disse com uma voz de falsete. –O que foi?Fala logo.

 -Não há nada para falar.Eu só queria que você estivesse aqui.

 Meu coração pulou uma batida e eu ruborizei.

  -Hum...Então já que “eu estou aqui” –eu disse fazendo aspas com as mãos,me fala o que você fez?

 Eu não sabia porque eu estava insistindo no assunto.Nunca havia dito que havia feito algo.Quanto menos terrível.Mas eu tinha que saber mais.Me preparar para a encenação na arena.Saber mais sobre ele.

  -Quem além de você disse que eu havia feito algo terrível?

  -Ninguém.Você não fez?

  Nossa conversa parecia conversa de louco.O que Cato provavelmente iria virar de vez na arena.Aquele tipo de tributo de arranca a pele dos cadáveres e guarda para si.O “selvagem”

  -Não.A não ser uma vez que eu dei um bandão e mordi um garoto.Na Estação.Com onze anos.

  Então me lembrei de onde o conhecia.Na primeira vez que meu pai me levou na Estação, no meu primeiro dia de treinamento, ele havia sido a primeira pessoa que eu havia conhecido.

  Não de uma forma agradável de qualquer forma.Eu estava indo à direção para pegar os meus horários.No caminho estava  havendo uma luta de espadas entre dois garotos.Um dos garotos era Cato.Eu acho que ele se empolgou demais e no meio de um golpe, derrubou o garoto no chão e o mordeu até sangrar.Tenho dúvidas se Brutus realmente achou ruim o espetáculo mais ele foi lá tirar Cato de cima do garoto.Percebi que Cato era forte.

   Ele tinha a minha idade,Esnobaria havia me dito enquanto me passava os papéis e brigava com ele ao mesmo tempo.Ela também tinha uma leve nota de divertimento na voz, como se na verdade, tivesse adorado tudo.Mas ele também era gigante.Então durante esse tempo, não me lembro de tê-lo visto na Estação.Eu o via na escola,porém.Sempre cercado de garotos tão grandes e fortes com Thresh,Meu irmão costumava dizer para Lily e Catherine se manterem longe deles.E não tinha problema nenhum.Passava quase esbarrando neles no corredor, sem me preocupar.E havia sido ele, que havia descoberto o meu apelido.

  -Ah! Eu me lembro disso.-eu disse- era um garoto moreno,não era?

  -Era.Eu acho que me lembro de você também.Mas da escola, acho.Meus amigos costumavam comentar que você  se parecia muito com seus irmãos então era muito fácil distinguir o parentesco.

  -Vocês não tinham muito o que comentar.

  -É.Não tínhamos mesmo.

   Então ficamos olhando para a Capital.As luzes que nunca se apagavam e pessoas que berravam o quão ansiosas estavam para ver crianças morrerem nos Jogos.

  -Acho que vou me deitar. –eu disse finalmente

  -É?Então eu também vou.

  -Talvez você consiga dormir.

  -É, talvez.Agora que eu ti vi...

  -Sim –eu disse rápido –Boa noite. –me atrevi a dizer.Eu não deveria dizer isso.O fato é que quanto mais acabado e cansado ele estivesse, melhor seria para mim.Eu tenho certeza que tivesse uma amiga que dissesse uma coisa e falasse outra, como eu estava fazendo, eu não gostaria.

 -Boa noite.

  Então nós fomos para os nossos quartos me certifiquei de ouvir a porta do quarto dele bater e tranquei a do meu.

  Ao me jogar na cama, Eu pensei nas estratégias.Talvez pegar muitas facas na Cornucópia e matar viciosamente.Até só restarem os Carreiristas.Os que sobrariam, provavelmente iriam fugir para a floresta.E aí seria a hora da caçada.Esse era perfeito e me confortou.Como a visão de uma tortura conforta um louco.

  Inexplicavelmente, consegui dormir bem.Os pesadelos foram poucos.Afinal, não havia motivo para peso na consciência.Eu acabaria não matando Rue ,nem Cato.Apenas tributos que também estariam matando.Como todo mundo.Apenas Katniss “A   garota quente” eu teria o prazer de matar. 


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Notas finais do capítulo

Continuem com Reviews.Ah! se quiserem eu posso a ajudar a divulgar uma fic.Pode ser pelos Reviews mesmo ou por mensagem privada.



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