Filha Do Amor escrita por Noderah
Notas iniciais do capítulo
Gostaria de agradecer as reviwes e perguntar onde esta meu amado leitor, o Lucas Rodrigues que não fala mais comigo... Enfim, ai está:
Parei em frente ao chalé perfumado. Soltei o vestido deixando-o cair em volta do meu corpo. Passei a mão no cabelo e bati na porta. Uma garota de um loiro bem claro abriu a porta, ela tinha olhos castanhos quase verdes e era baixa e magra.
- Você deve ser Helena! Nossa irma! – Ela exclamou.
- Sou eu. – Falei sorrindo.
- Meninas! Ela chegou! – A menina pegou minha mão e me puxou para o chalé. – Você eu sorte, estamos todos aqui. – Ela disse falando para mim.
Sorri para ela.
- Eu sou Nissa. – Ela disse apertando minha mão e balançando várias vezes.
- Acho que você sabe quem eu sou...
- Todos aqui sabem!
Quando vi, todos os meus irmãos estavam sentados em suas camas olhando para nos.
- Bom, Ell... Nos somos 8. Nove com você. Esta é sua cama. Ontem quando voltamos para cá, tinham roupas no seu baú e uma carta para nós que dizia para te acolhermos. Ela... Era da nossa mãe. Afrodite desobedeceu as ordens de Zeus para nos comunicar a sua chegada. – Nissa disse baixinho, como se alguém pudesse ouvir.
Olhei a face de cada um de meus irmãos. Eles não pareciam chateados, ou ate mesmo bravos por Afrodite ter desobedecido Zeus por mim, ao invés de um deles. Sorri contente.
- Você é a conselheira? – Perguntei.
- Eu? Não! O conselheiro é Nathan. Ele... saiu em uma missão com duas filhas de Hefesto e até hoje não voltou. – Nissa torcia a camisa do acampamento em suas mãozinhas pequenas.
- Hum, entendo.
- Bom! – Disse Nissa juntando as mãos, animada novamente – Temos algumas regrinhas... Como, somos extremamente organizados, acordamos cedo, treinamos mais de duas horas por dia... – Interrompi Nissa.
- Vocês treinam?
- Eu sei que pode parecer uma surpresa, mas é, treinamos. Era uma regra de Nathan, ele percebeu que muitos de nos morríamos por que ficávamos muito tempo no chalé nos arrumando e pouco trinando lá fora. – Ela riu. – Então, treinamos agora.
- Ah!
- Esta é sua cama. Ao lado da minha. – Nissa sorriu me apontando uma cama com cobertor rosa claro com babadinhos.
- Obrigada. – Sentei.
Nissa sentou em sua cama e suspirou.
- Nos vamos lá para fora treinar. Fique a vontade, tem maquiagem na sua penteadeira, roupas no seu baú e shampoo no seu box. – Nissa levantou.
Ela puxou um apito de dentro da blusa e assoprou. Rápidamente, todos os campistas dentro do chalé formaram uma fila em ordem de tamanho e saíram de lá com Nissa na frente.
Abri o baú e vi que realmente tinha várias roupas perfeitamente arrumadas. Peguei uma blusa laranja que estava em cima das outras. Ela exatamente do meu tamanho. Ouvi a porta abrir e olhei, andando todo a vontade pelo chalé estava Fruitloop, quando me viu, veio correndo até minha cama e pulou em meus braços.
- Também senti sua falta.
Coloquei o gato ao meu lado e continuei vendo as roupas do baú. Tinham muitos vestidos bonitos e rodados. Algumas calças jeans e uns shorts, mas a maioria, vestidos e blusas do acampamento. Era quase como se minha mãe estivesse dizendo: “Quero que você fique no acampamento, mas se for sair, é para sair linda”.
Peguei uma blusa do acampamento, uma saia jeans e uma toalha que estava em cima da penteadeira e entrei no banheiro que era extremamente arrumado e tinha uma ala para meninos e uma para meninas. Entrei na das meninas e cada box tinha um nome na porta, o último estava escrito Helena em letra cursiva, e tinham outros, mas não havia nada escrito.
Entrei naquele que tinha meu nome e tomei um banho deixando aquelas palavras de meu sonho saírem pelo ralo. Passei a mão pelo meu corpo lembrando das mãos de Mark. Tão fortes em meu corpo que antes era tão frágil e se arranhava com qualquer coisa...
Sai do box e me sequei. Me vesti e sai do banheiro. Eu já ia sair do quarto, mas olhei para a penteadeira e pensei: “Por que não?”.
Sentei no banquinho e abri uma das gavetas. Peguei um secador de cabelo vermelho e sequei meu cabelo, enquanto fazia isso, pensava que agora eu era filha da patricinha do Olimpo. Passei um pouco de base e um gloss transparente. Me olhei no espelho e vi como eu tinha ficado diferente. Minha maquiagem com 13 anos era muito mais complicada e não tinha o mesmo efeito do que com a minha base, gloss e cabelo vermelho.
Sorri para meu reflexo. Apoiei meu rosto com a mão e percebi um anel em meu dedo mindinho. Tirei o anel de meu dedo e o examinei. Era como se fosse uma fivela, ela juntava o anel, era tão bonitinho e delicado. Coloquei-o de volta no meu dedo e levantei do banco.
Fiquei em frente a porta criando forças para abri-la durante um bom tempo. Quando eu sai do chalé de Hades, eu estava com raiva de Erik, assa foi a força que eu tive para sair de lá, agora que ela passou... Eu não sei o que fazer. Empurrei a porta e sai do chalé.
- Ell! – Alguém gritou meu nome.
Olhei para o lado e Steve e Will vinham correndo em minha direção.
- Steve! Will!- Eu abracei os dois.
- Ficamos preocupados com você! – Will disse.
- É... – Eu disse tensa rodando o anel em meu dedo.
- Que anel é esse? – Steve perguntou pegando a minha mão.
- Ah, isso? – Tirei o anel de meu dedo. - Quando meus pais me reclamaram, aquele arco evaporou e esse anel veio parar no meu dedo.
- Você acha que...? – Steve olhou para Will.
- Acho que sim.
Eles saíram correndo com o meu anel.
- Ei! Espera! O meu anel! – Gritei correndo atrás deles.
Eles pararam em frente ao chalé com a coruja e bateram na porta.
- O que foi?
- Acho que seu anel pode ser uma arma. – Will explicou.
- A fala sério! É um anelzinho.
- Então como você explica o fato de que um anel apareceu na sua mão quando aquele arco sumiu?
- Coincidência? – Tentei.
- No mundo dos deuses nada é “coincidência”. – Ele fez aspas com os dedos.
- Certo, anotado...
Um garoto de cabelos loiro e lisos, alto e com olhos cinza abriu a porta.
- Como posso ajuda-los? – Ele perguntou olhando para mim e passando a mão no cabelo.
- Ei, aqui. – Will chamou a atenção do garoto. – Precisamos de um filho de Atena para analisar isso. – Will levantou o anel.
- Entrem. – O filho de Atena chegou para o lado dando espaço para nos passarmos. – Por aqui.
Entramos no chalé que era repleto de livros e estantes. No fundo do chalé tinha uma mesa que ocupava toda a parede. O garoto se sentou no banco e puxou outro.
- Pode se sentar ai. – Ele apontou.
- Obrigada, sou Hel...
- Helena. Sei quem você é. Sou Henry.
- Nos somo Will e Steve. – Steve apresentou-os.
- Bom, prazer. – Ele parecia ter acabado de acordar. – O que vocês trouxeram para ser examinado?
Steve pegou o anel da mão de Will e deu para Henry. Ele examinou o anel por um longo tempo, até que foi em uma estante e abriu um livro e folheou algumas páginas e colocou de volta.
- Tente abrir a fivela... – Ele disse me dando o anel.
- Mas... É de prata. Não dá...
- Tente
Peguei o anel e suspirei. Tentei desafivela-lo e por pior que pareça, funcionou. A fivela se soltou e se expandiu em um arco e uma aljava de flechas prateadas com penas vermelhas convidativas. Eu podia ver tudo, apesar da forte luz que cegava todos os filhos de Atena no chalé e Will e Steve.
- Eu. Não Acredito.
- Um ponto para Will! – Will gritou.
Nós rimos e Steve o abraçou.
- Isso... É um presente? – Passei a mão pelas penas suaves.
- Sim, um presente de seus pais... Provável, de seu pai.
- Obrigada, meninos. – Eu tinha lágrimas prestes a ser derramadas de meus olhos.
Virei e saí do chalé.
...
Lá fora todos me olhavam mais do que quando eu só tinha o cabelo avermelhado e os olhos azuis, pois agora eu tinha flechas e um arco dentro de uma aljava nas minhas costas. A aljava era toda preta e com linhas circulares parecendo penas de cisne enfeitando-a, já as flechas eram todas de prata e com penas vermelhas que só de serem tocadas com a mínima força, já se decompunham. Se eu estivesse sozinha, teria abraçado meu presente e chorado. Não que eu não que eu não tivesse raiva de meus pais por não terem me guiado, mas aquilo diminuía a raiva, era como se eles tivessem arrependidos e queriam mostrar isso, era como se tentassem se comunicar, e isso me acalmava.
Eu sabia que eu não era como os outros semideuses. Eu tinha certeza.
- Ei, Ell. – Alguém me chamou.
Virei e vi Mark correndo em minha direção.
Ele pulou me abraçando quase derrubando nos dois no chão.
- O que você está fazendo? – Perguntei rindo.
- Quer namorar comigo? – Mark perguntou baixinho, sorrindo e segurando minhas mãos junto de seu peito.
As palavras não saiam de minha boca, minha mente não raciocinava e meu coração não palpitava. Sei que eu percebesse, fomos andando até uma árvore onde ele me colocou contra o tronco.
- Vai, me responde. – Ele disse ainda sorrindo.
- Sim... Sim! – Eu disse o que parecia certo.
Ele não parecia acreditar, nem eu mesma parecia acreditar nas palavras saídas de minha boca, mas era isso que eu queria no momento.
- De verdade? – Seu sorriso sumiu.
- Não é isso que você quer?
Ele passou a mão pelo meu rosto.
- É, é isso que eu quero.
Mark aproximou nossos rostos e umedeceu seus lábios. Joguei meus braços para trás de seu pescoço e o beijei. Foi um beijo calmo e suficiente para me levar às alturas e voltar. Eu separei nossos lábios e quando abri os olhos Mark estava sorrindo, eu o abracei.
- Nunca pensei que pudesse me apaixonar por tão pouco tempo. – Ele disse rindo.
- Foram maravilhosos 4 dias. – Eu ri.
- Vem, precisamos treinar. - Ele olhou para minha aljava e minhas flechas.
- Certo.
Ele me estendeu a mão e eu a segurei.
...
- Nissa!- Gritei.
Fazia duas horas que eu e Nissa lutávamos com espadas. Ela era muito boa e eu tinha que suar para minha cabeça não ser decepada.
- Proteja sua esquerda. – Ela disse me atacando pela esquerda.
Ela me pegou desprevenida e eu deixei a espada cair.
- Você é muito boa! – Exclamei sentando no chão.
- O que só por que sou filha de Afrodite eu seria fraca? – Ela disse sentando ao meu lado.
Nissa estava de saia, assim como eu, mas ela estava usando uma meia calça com lacinhos brancos no preto e parecia muito mais a vontade lutando com aquela roupa do que eu.
- Você não é ruim com a espada. – Ela jogou o corpo para trás e se apoiou com as mãos.
- Tá brincando? Eu sou um desastre.
Ela riu.
- Pelo menos eu tenho o arco. – Rodei o anel em meu dedo.
- Ei, me conta... Qual o seu lance com o filho de Hermes? – Ela passou a mão no cabelo loiro soltando-o do rabo de cavalo.
- Estamos namorando! – Joguei os braços para cima e depois me deitei na grama.
- Isso é muito bom! – Ela disse olhando pra mim por trás do ombro.
- É. Eu gosto dele. E eu não acredito que só fazem quatro dias! – Ri.
- O amor não tem tempo nem imagem, mas ele é lindo. – Ela sorriu sem mostrar os dentes.
- Eu pensei que os filhos de Afrodite fossem mesquinhos e fúteis. – Eu disse envergonhada.
- Alguns são... Mas nem todos os filhos de Ares são valentões e nem todos os filhos de Atena são mandões e só tiram 10. – Ela deu de ombros.
- Até que não é tão ruim ser filha de Afrodite... – Coloquei os braços atrás da cabeça
- Não, é bem legal! – Ela olhou pra mim sobre o ombro. – Temos toda a maquiagem, todas as roupas, tudo o que precisamos para o chalé, todo o tempo.
Ela se jogou ao meu lado.
- Você gostou da camisola? – Ela olhou pra mim.
- A camisola que você usou para cobrir Fruitloop noite retrasada?! Foi você?! – Me apoiei nos cotovelos.
- Foi.
- Por quê? Você nem me conhecia! – Franzi as sombras celhas.
- Porque você parecia perdida em um mundo que você sabia que existia, mas não participava. – Ela disse e sorriu.
- Meninas, almoço! – Nosso irmão, Narciso.
Levantamos e caminhamos juntas em direção ao refeitório.
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Amore♥