Filha Do Amor escrita por Noderah


Capítulo 17
Just a Song


Notas iniciais do capítulo

Esse foi o maior capítulo a fic! ~le dança~



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Minha mente dizia para eu ir embora, mas meus pés me levavam a frente. “Não, você tem que voltar”, minha mente dizia.

- Não vá embora. – Ele dizia.

Durante um momento crucial, meu consciente obedeceu e fui em frente. A areia morna me dava calafrios e prossegui com um passe lerdo.

– O que você quer comigo?

– Conversar.

– Então por que não conversou comigo quando Afrodite estava?

– Sua mãe é... Muito sentimental.

Eros sentou em uma toalha de piquenique que eu não havia notado lá. Ele olhou para a lua e eu me aproximei sentando ao seu lado e lhe encarando. Não tinha percebido antes, mas o cabelo dele era tão cintilante e sua pele tão perolada que parecia banhada em leite.

- Sei que está brava. Você franze a testa como sua mãe.

Ele olhou para mim.

– Veio conversar sobre o que?

– Você sabe que nós não a planejávamos. Não era nem para acontecer, o que acontecia... – A culpa se refletia em seus olhos. – Mas sabe como é sua mãe... Ela tem-

– Muito amor para dar. – Completei.

– É. – Ele sorriu.

– Mas e agora? – Ele parecia entender o que eu tinha perguntado.

– Não. Tivemos apenas um caso. Ela está com Hefesto e Ares está na Síria, na guerra. Você sabe como é, ele está onde a guerra está pior.

– É bom que ela fique assim. Sem holofotes.

– Ás vezes ela me chama para jantar com ela. Se sente muito sozinha. Hefesto nunca tem tempo para ela. Afrodite quer sua filha em casa.

– Desculpe, Eros. Mas não vai me convencer a ir para o Olimpo. Eu quero ter uma vida normal. Uma vida de uma adolescente comum.

– Pai. Chame-me de pai. – Ele franziu a testa em piedade. – Helena, você sabe que nunca será uma adolescente comum. Mal é uma adolescente. Sabes que es uma deusa, não tens idade.

Sua maneira de falar mudou tão de repente que me assustei. Ele pareceu perceber que tinha mudado sua linguagem.

– Para ser comum, teria que esquecer tudo.

– Então há um modo.

– Há um modo para tudo.

Pus-me a pensar.

Eros pegou a cesta e piquenique e que estava ao seu lado e tirou lá de dentro uma bonita torta de maça, uma garrafa de um suco de cor laranja, dois pratos com dois garfos e facas em cima e um pequeno pacote com algo que eu não consegui identificar.

- Está com fome? – Eros perguntou já repartindo um pedaço da torta para mim.

- Não.

Ele me passou o prato sem me olhar enquanto repartia outro pedaço para si mesmo.

Aceitei o prato e esperei ele falar algo.

- Helena, afinal, porque está brava conosco?

Engoli um pedaço da torta e não pude deixar de pensar que estava divino (Amore: kkkk, divino! Sacou? Sacou? Kkkkkkkk, onde eu clico pra apagar isso?).

- Por que vocês mataram meus pais, mudaram minha vida, não me ajudaram quando eu passei fome, quando eu não pude estudar e tive que quase morrer para sobreviver.

Eros me passou um copo de suco.

- Nos sempre estivemos com você. Fruitloops foi um presente para te proteger, esteve lá como um presente de Ártemis. Hermes esteve lá para te proporcionar energia elétrica e os outros deuses que votaram em você, estiveram sempre com você, Helena. Já o casal que ficou com você... Foi um erro mata-los... Mas tínhamos que dar um jeito... Sua mãe não aceitou e de principio, nem eu, mas nos te amávamos tanto. Ainda te amamos, mesmo você não nos querendo. Agora, coma.

- Não é que não quero vocês. Mas agora eu não sei como agir. Descobrir é algo muito complexo para qualquer um. Até para vocês, deuses. – Comi dois pedaços a torta.

- Nós. – Ele me corrigiu sorrindo.

Continuamos a comer sem falar nada, apenas encarando a lua. Comi minha fatia de torta, tomei o suco (que alias, era de maracujá) e conversamos sobre coisas banais, como a posição das estrelas, o movimento do vento, etc.

- Experimente isso.

Eros virou para o lado e pegou o pacote branco. Abriu-o e tirou de lá dois pequenos embrulhos mais brancos do que o pacote de onde eles vieram. Deu-me um e desembrulhou o seu. Tirei a fita que o prendia e o papel e um plástico transparente prendia um docinho que parecia um bolinho com cobertura de cor púrpura dentro. Tirei o plástico e por sua consistência era macia e o doce era coberto de açúcar. Dei uma mordida e o gosto era maravilhoso! Foi o melhor doce que eu comi em minha vida.

- Isso é maravilhoso!!! O que tem aqui? – Dei outra mordida.

- Bom, manjar dos deuses. Não o doce de verdade, isso é só uma expressão, certo... Mas é ambrósia.

- Não é aquilo que recupera as forças e se comer demais as pessoas tendem a explodirem? – Parei de mastigar.

- Os semideuses, sim.

Ah, é. Eu era a exceção. Olhei em volta enquanto comia meu docinho de ambrósia e escutava o som da noite.

- Está muito quieto aqui... Não deveríamos estar sendo caçados por harpias ou coisa assim?

Eros comeu o docinho inteiro de uma vez e me olhou de lado.

- Elas sabem que eu estou aqui...

- Ah. Certo.

Acabei de comer e deitei na toalha, olhando para as estrelas piscando no céu. Eros deitou ao meu lado e começamos a falar sobre como antigamente às coisas eram diferentes, que podíamos ver o céu estrelado e que as pessoas não eram tão mesquinhas. Em um momento onde ficamos contemplando a lua, novamente, eu dormi.

...

- Bom dia, flor do dia! – Nissa disse quando viu que eu tinha aberto os olhos.

Ela estava dobrando algumas roupas e colocando-as em meu baú.

- Oi...Como eu vim parar aqui?

- Seu pai, Eros, te deixou aqui ontem. – Nissa sentou na ponta da cama.

Ela parecia querer que eu falasse algo para ela.

- Ontem quando eu saí do chalé, eu encontrei com ele na praia. Nos fizemos um piquenique e conversamos bastante. Depois eu acho que dormi.

- Ele te trouxe aqui quando estávamos conversando sobre a nova lei do chocolate... Ele bateu na porta e Narseu a abriu... Ele pediu para poder entrar para te deixar entrar e disse que era seu pai. Nos nós curvamos e ele agradeceu, passou e te deixou na sua cama. Foi meio estranho para nos...

Fiquei quieta. Ele tinha sido muito gentil na noite passada. Teria sido um bom pai, mas eu iria esquecê-lo. Iria descobrir o que podia apagar minhas lembranças e recomeçar uma nova vida mortal. Sei que iria sacrificar minhas novas amizades, meu novo amor e Fruitloops. Mas eu iria ser egoísta uma vez na vida. Pois quando todos queriam ser felizes, eu não fui.

- Vou tomar um banho.

Levantei da cama e fui para o banheiro.

...

- A única coisa que você não pode esquecer é de pensar rápido. – Disse Ian, um filho de Atena que me treinava em luta corporal.

- Mas... Ah, ok.

Ian veio para cima de mim e eu usei a mão para afasta-lo. Nos dançávamos no tatame, eu já suava e minhas pernas doíam, mas Ian insistia em acabar a aula. Distraí-me com uma garota que chegava correndo e Ian puxou minha perna. Cai feio no chão.

- Aí!

Ian me ajudou a levantar e olhamos a garota que corria pela sala procurando alguém. Fiz uma prece silenciosa para não ser eu. Mas acho que não era para ser. Ela olhou para mim e seus olhos se iluminaram.

- Helena! – Ela gritou.

Ela correu até mim e puxou minha mão. Ela saiu correndo e a única coisa que pude fazer é correr com ela. Subimos a colina até a casa grande onde o chalé inteiro de Hermes estava aos prantos. Até os meninos que se vangloriavam de serem os mais “machos” do acampamento.

Quando vi aquela cena, recuei vários passos. Já fazia ideia o que me esperava.

- Espere, Ell. Melhor você saber por nos do que por qualquer pessoa... Mas as filhas de Hefesto que foram em missão com o Mark... Voltaram... – Martie arfou por causa o choro. – Sem ele.

Meu coração parou por um tempo. As lágrimas não vieram de relance. Minha mente não tinha entendido como meu coração. Eu podia ver as filhas de Hefesto sentadas desesperadas no sofá dentro da sala. Elas olhavam com para mim com medo e eu não sabia como agir.

- Ele... Mark... Morreu?

- Elas não o veem mais. Ele sumiu totalmente, Helena. – Quíron disse.

As lágrimas atingiram-me em cheio.

Meu mundo desmanchava novamente.



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Notas finais do capítulo

Agradeçam a Babi Snape Potter, pois sem ela eu iria acabar no "Mas as filhas de Hefesto que foram em missão com o Mark... Voltaram..." U.U
Aos leitores que não queriam que a Helena ficasse com o Mark, VOCÊS SÃO UNS CAGÕES! E aos que queriam, veiam partilhar da minha dor.
Amore ♥



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