Need You Tonight escrita por Vick Castro


Capítulo 1
Need You Tonight


Notas iniciais do capítulo

Yup, enjoy. (:



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– Então.. nós terminamos? - Sam perguntou, com a voz trêmula.

– Parece que sim. - ele respondeu.


Então ela acordou, agitada.

Passou os dedos sobre a testa. Molhados. Suspirou, exausta. Olhou no relógio, eram 2 horas da manhã.

Havia tido aquele mesmo sonho, novamente. Que na verdade era uma lembrança. A lembrança do dia em que ela e Freddie haviam terminado.

Sabiam que não dariam certo. E ela tentava, todos os dias, ao vê-lo, não enxergar nada mais que um amigo. Seu melhor amigo.

Sam nunca foi o tipo de menina muito emocional. E quando se sentia assim, procurava não transparecer.

O medo de se magoar era bem maior. De conhecer alguém que a fizesse ir contra tudo aquilo que ela contruiu, e que com apenas um sorriso a deixasse trêmula.

E ela conheceu. Logo aquele garoto, que ela chamava de "nerd". Que querendo ou não, sempre estivera ao seu lado. E que ela demorou muito tempo pra admitir pra si mesma, que sentia algo bem diferente de inimizade por ele.

Olhou pro lado, sua amiga Carly ainda dormia. Sem acordá-la, se levantou e saiu do apartamento. Só existia um lugar que a faria se sentir melhor, agora.

Alguns andares a cima, estava a saída de incêndio. Ela entrou, e se sentou na escada.

Ficou ali, olhando Seattle, que estava silenciosa. Tudo o que ela menos queria naquele momento, era silêncio. Não queria ouvir seus próprios pensamentos. E só queria ignorar a lembrança que tinha desse lugar, de alguns anos atrás.

Levou as mãos ao rosto, tentando se livrar das lágrimas que insistiam em escorrer. Qualquer um que a visse nesse estado, ficaria no mínimo chocado.

Samantha Puckett não chorava. Samantha Puckett não se importava, não sentia.

Isso era o que eles achavam.

Muito pelo contrário. Ela sentia, e muito. A saudade, a nostalgia, e a dor de tê-lo perdido.

E sentia raiva. De si mesma.

Sentia que se tivesse a oportunidade, teria feito tudo diferente. Todos esses anos, teria agido da melhor forma, apenas pra que ele soubesse que ela não o odiava. Longe disso.

Pra que ele soubesse que ele era o único pra ela. O único que podia fazê-la rir, mesmo contando a piada mais sem graça. O único que sabia consolá-la. Que a fazia sorrir, apenas segurando sua mão.

Que sabia de seus medos e aflições, sonhos e segredos, que ninguém imaginaria que ela tivesse.

E também o único que a fazia chorar. Praticamente toda noite, por não estar ali, com ela.

Era ele quem decifrava cada sorriso, e o que aquele mesmo significava. Cada olhar, e cada suspiro.

Ele a conhecia melhor até que ela mesma.

E a única coisa que ele não sabia, era que tudo isso, era causado por ele mesmo.

Haviam terminado o namoro há alguns meses. Achavam que não combinavam um com o outro, e que aquilo estava errado.

Seguiram em frente, ou assim, tentaram. Conviviam, conversavam, riam, brigavam. Mas nunca mais foram como antes.

Acontece que aquela experiência havia mudado drásticamente os dois. E eles não sabiam se positiva ou negativamente. O fato era que, eles definitivamente não eram mais os mesmos.

"E depois daquela noite.. ele esqueceu."

Assim Sam pensava, já que eles nunca mais falaram no assunto.

Mas ele nunca esqueceu. E sinceramente, seria possível?

Esquecer todas as birras e complicações, da menina loira de olhos azuis que o cativava mais e mais a cada dia.

Esquecer todos os apelidos, e brigas infantis que eles tinham? Todas as discordias, discussões e conflitos que tiveram.

E todos os beijos e abraços, olhares e sorrisos, socos e suspiros que trocavam, na presença um do outro.

Não, pra Freddie, isso era simplesmente impossível de se esquecer.

Sam continuava ali, pensando e pensando. Relembrando.

Convivia com ele todos os dias, mas ela sentia saudade dele. Dos seus abraços e de seus confortos. De todas as carícias e sussurros que ele lhe dava, e a faziam arrepiar.

E por falar em arrepio, ela não entendia porque sentia tão frio, agora. Talvez fosse a neve fina que caía sobre seus cabelos, ou o vento que soprava seu rosto.

Ou talvez fosse o vazio gelado que ela sentia em seu peito. E pra esse, não existia casacos ou cobertores suficientes para aquecê-lo. Apenas o amor dele o faria.

Sam se levanta, e se debrussa no parapeito. Imaginava o quê as pessoas, naquelas janelas com luzes acesas, estariam fazendo nesse momento. Comendo, vendo algum filme. Sorrindo, chorando.

Com certeza seria mais simples do quê ficar ali fora, sozinha.

Então ela ouviu algumas batidas no vidro. Se virou e o encarou.

Ela definitivamente, não estava sozinha.

– Oi. - Freddie disse, tímido.

– Oi. Tá fazendo o quê aqui, essa hora? - ela perguntou, voltando á escada.

– Eu ia te pergunta a mesma coisa. - ele disse, se sentando na janela. - o quê estava fazendo?

– Nada. Só.. pensando. - ela respondeu.

Ficaram em silêncio por alguns minutos. A sensação de dejavú era sufocante.

Queriam dizer alguma coisa, só não sabiam o quê dizer.

– Sam. - ele disse, de repente.

– Sim?

– O quê tem de errado com você?

– Comigo? Nada. Porque?

– Eu não sei. Você.. você está tão.. normal. - ele disse, rindo. Aquela palavra o lembrava da noite do elevador. E ela também se lembrava disso.

– Ahm.. obrigada? - ela riu. - é que.. eu tive um pesadelo hoje. Acordei e.. resolvi vir pra cá.

– E porque? - ele perguntou. Ele também vinha aqui sempre. Só queria saber se os motivos dela eram os mesmos que os seus.

– Eu não sei, Freddie. Eu só.. gosto daqui. - disse, baixando a cabeça. A última coisa que ela queria que ele visse era que ela corava.

– Ah. - foi só o quê ele disse.

Mais minutos em silêncio.

– Nós nunca mais falamos sobre aquilo. - ele disse, de repente.

– No quê?

– Você sabe.. da noite no elevador. Em que nós..

– Nunca falamos sobre isso. E não é agora que precisamos. - ela disse, se levantando e indo até o parapeito novamente. Por mais que ela quisesse, não conseguia tocar no assunto.

– Sam.. está mais do quê na hora de falar sobre isso. - ele disse, atrás dela.

– O quê tem pra falar, Freddie? Nós terminamos, só isso. Nós não demos certo, e nunca daríamos, mesmo. Era bom que terminássemos antes que.. um de nós se machucasse. - ela disse, passando a mão disfarçadamente pelo peito, tentando aquecê-lo. Ela já havia se machucado demais.

– Você realmente pensa assim? - ele disse, chateado.

– Não é essa a questão. Eu só estou sendo realista.

– E baseada na realidade de quem? Da Carls? Sem querer ofendê-la, até porque ela é minha amiga, mas ela não sabe de nada. Ela não pode dizer o quê os outros devem ou não fazer. Ela não sabe como eu me sinto! - ele disse, nervoso.

Bastou essa frase, pra fazer Sam se virar pra ele, confusa e surpresa. Ele ainda sentia?

– Você.. - tentou dizer.

– Sam. Escuta. - ele fechou os olhos, suspirando. - Os últimos meses tem sido.. muito difíceis pra mim. E sinceramente, eu não sei se aguento mais isso. - ele disse, a fitando.

– O quê quer dizer com isso?

– Quero dizer que mesmo com todas as brigas, discussões, e conflitos.. eu nunca fui tão feliz, quanto eu era, do seu lado. - ele disse, medindo sua reação. Ela não conseguia dizer nada. - E que, eu não consigo mais me ver longe disso tudo. Todo mundo tem problemas. Mas as pessoas superam, juntas, não é?

– E-eu acho.. - ela gaguejou, nervosa.

– Sam. Você pode ser o quão anormal você quiser. Eu não ligo pra isso. Nunca liguei. E, bom, eu estou aqui, não estou? - ele disse, segurando suas mãos. Sorriu. - viu? Era exatamente disso que eu sentia falta. Do jeito que você cora, toda vez que eu te toco. Do seu sorriso malicioso e cruel, quando eu tropeço e me machuco. É meio estranho, mas eu gosto disso. Do jeito doce e até infantil que você tem de ficar horas, falando sobre assuntos comuns, e os tornando os mais interessantes do mundo. Do jeito que você olha pra lua, discorda de mim, bate o pé e insiste em dizer que ela é feita de queijo. - ele revirou os olhos. - São detalhes bobos, mas que eu percebo, adoro, e nunca me esqueço. Eu nunca te esqueci, Sam. E provavelmente nunca vou. E as pessoas podem dizer o que quiserem. Que somos estranhos, normais ou anormais, que não combinamos, que somos diferentes.. eu não ligo. A única coisa que eu não admito, é dizerem que somos errados. Não existe absolutamente nada de errado em querer estar com quem eu amo. - ela o olhou, surpresa. - Sim, que eu amo. Eu ainda te amo, Sam. E eu preciso de você. Hoje, e em todas as outras noites da minha vida. - Freddie disse tudo aquilo, olhando em seus olhos.

Os mesmos estavam cheios de lágrimas. Mas pela primeira vez em meses, eram lágrimas de felicidade. Por ela finalmente perceber, que ele sentia o mesmo. E de saber que ele nunca a esqueceu. Pois ela também nunca o esqueceria.

– Então.. já que você ouviu tudo isso sem me dar um único soco.. - ele disse, rindo. - me permita fazer mais uma pergunta. Volta a ser minha? - Freddie perguntou, sorrindo.

Sam suspirou.

– Eu nunca deixei de ser. - disse, por fim.

Ele sorriu de orelha a orelha, antes de a puxar novamente pra ele, tocando seus lábios nos dela. Com amor, saudade, carinho.. e até ódio. Por terem sido tão bobos e ficado tanto tempo longe um do outro.

Se separaram, ainda sorrindo.

– Eu te odeio. - ele disse, divertido. Ela revirou os olhos.

– Também te amo. - sorriu, e o beijou novamente.

Ficaram ali até o amanhecer, conversando, rindo.

Aquele lugar os trazia uma sensação boa, de um dos melhores momentos da vida de ambos. Foi quando finalmente perceberam que não importavam as diferenças, eles pertenciam um ao outro.

Se sentiam completos, novamente.

E entre alguns socos e beijos, voltaram ao lugar que nunca haviam saído, na verdade.

De dentro do coração um do outro.


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Notas finais do capítulo

YAY, gostaram? :D
Espero que sim, porque eu adorei escrever essa fic *o*
Reviews? u.u