Até Que Meu Coração Pare De Bater... escrita por Vany Myuki


Capítulo 10
Descoberta


Notas iniciais do capítulo

Passando rápido para postar esse capítulo para a Any, que me pediu com muita fofura *---*
E, sério, perdão pelo capítulo, fiz enquanto fazia meus trabalhos, estou atolada deles :$
Um beijo e desculpe erros >.



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P.O.V Pedro

Já estava muito tarde!

E, como sempre, eu estava preocupado com Suzana. Eu sabia que era errado ficar controlando seus passos, uma vez que prometi esquecer o assunto e deixar que o mesmo morresse, mas, ainda assim, eu não conseguia não sentir aflição.

Lúcia havia deixado escapar que ela havia saído com um amigo, mas logo que percebera o que fez calou-se de um jeito irredutível. Nem mesmo todas as promessas possíveis fariam-na soltar o que sabia.

Keyna notou minha preocupação, e pareceu se divertir com a mesma, alegando que achava fofo a forma protetora com que eu tratava meus irmãos. Não pude evitar me sentir mau por ela, afinal essa não era, nem de longe, a verdade absoluta.

A TV antiga, que passava algum noticiário desinteressante, estava ligada num volume razoável, possibilitando que o barulho das gotas de chuva fossem ouvidos no velho telhado.

Já havia passado das seis horas e Suzana ainda não havia retornado. Eu quase podia sentir o monstro rugindo dentro de mim, enquanto imaginava um qualquer beijando os lábios que deveriam pertencer à mim, e apenas à mim!

_Nossa, estou com uma fome!_reclamou Edmundo da poltrona, enquanto massageava o próprio estômago.

Lúcia, que estava deitada no chão, olhou para Keyna, ao me lado no sofá, e riu de leve, sendo acompanhada pela mesma.

_Gostaria de uma pipoca?_perguntou Key, seus olhos sorrindo junto com seus lábios.

Edmundo, notavelmente, ficou entusiasmado. Os olhos brilhavam como duas grandes pedras preciosas.

_Me ajuda, Lúcia?_perguntouKeyna com um sorriso, enquanto se levantava do pequeno sofá.

Keyna parou na minha frente e, antes de seguir Lúcia até a cozinha, segurou meu rosto entre suas mãos, beijando com afeto meus lábios.

O beijo foi breve, mas recheado de um desejo avassalador, desejo esse que até mesmo eu, que não possuía nenhum sentimento em relação à Keyna, conseguia sentir.

Segui Keyna com os olhos até a cozinha. E, pela primeira vez, a olhei como um homem deve olhar uma mulher.

Reparei em seu corpo escultural, em seu modo de andar..., até mesmo a forma que ela sorria...

Não pude evitar! Afinal, eu era um homem! 

Me senti brevemente inebriado com o perfume de Keyna, ela era, de fato, uma bela mulher e, principalmente, parecia me querer acima de tudo!

Meus pensamentos pareciam cada vez mais me levar para Keyna, porém meu coração se mantinha em perfeita ordem, colocando Suzana em primeiro lugar.

Com um estrondo a porta se abriu e, em um pulo, já me vi de pé com os braços cruzados a encarar Suzana.

_Onde você estava?_perguntei com cautela, tentando não transparecer mais do que apenas preocupação excessiva de irmão.

Suzana suspirou brevemente, sabendo que não se tratava apenas de super proteção.

_Pedro, já sou bem grandinha para não necessitar ouvir sermão._disse enquanto pendurava o casaco.

_Oi !_cumprimentou Edmundo, enquanto Suzana lhe devolvia o sorriso caloroso do mesmo.

Me mantive imóvel, a encarando profundamente.

Suzana, enfim, pareceu ceder e, com um breve suspiro falou:

_Acredite, você não vai gostar de saber._alertou com cuidado, sua voz transformando-se em um sussurro.

Eu pude sentir meu coração fraquejar por conta da verdade irredutível em suas palavras. E, apesar de verdadeiramente não querer saber, eu assenti, deixando claro que não me importava.

Ela olhou a sala brevemente, se certificando que Edmundo estava entretido com a televisão.

_Apenas fui passear com um amigo. Fomos a um café e depois ficamos jogando conversa fora até nos darmos conta que havia se passado muito tempo.

_Muito._enfatizei, recebendo de Suzana um olhar reprovador.

_O que você queria, Pedro?_indagou, as sobrancelhas se elevando um pouco.

 Eu fiquei calado, sabia que não tinha razão e nem direito de interferir em seus encontros, por mais que desejasse.

_Nada, eu apenas acho que da próxima vez você deveria traze-lo aqui para casa, me sentiria melhor se o fizesse._anunciei, mesmo que tudo aquilo não passasse de uma mentira, com uma pequena fagulha de verdade, pois pelo menos eu ficaria de olho na rapaz, de modo que eu poderia me certificar que ele não estaria fazendo mal à ela.

A perplexidade no rosto de minha irmã era visível. Ela recuperou-se do espanto inicial.

_Esqueça Pedro, isto está fora de cogitação._disse me empurrando e atravessando a sala.

Fui atrás dela, alcançando-a na escada.

Tentei me controlar, não queria chamar a atenção de Ed, que permanecia sentado na poltrona.

_Por que não?_perguntei sem delongas.

Suzana parecia estressada, na verdade ela parecia querer bater-me a qualquer segundo.

_Pedro, entenda_sussurrou segurando firmemente meus ombros, como se necessitasse que eu entendesse cada palavra_Eu não vou fazer isso com você! Sei que é tudo muito recente e que você está confuso, isso só aumentaria sua dor! Por favor, não me peça para agir de maneira contrária. Sou sua irmã, não quero e não posso vê-lo sofrer._alegou com convicção, os olhos marejados à medida que seu olhar se cravava ao meu.

_Eu te entendo, mas foi você mesmo que disse que...

_Disse o que?_interrompe-oSuzana_Que deveríamos trazer pessoas aqui, e mostrar um para o outro que tudo está bem?_disse de forma sucinta.

Eu estava confuso, afinal achara que era isso que Suzana desejava.

_Desculpe, eu só achei..._parei, sem saber como prosseguir.

Suzana sorriu de lado, um sorriso fraco, que demonstrava sua tristeza nítida.

_Eu sei Pedro, sei que isso é o certo para se fazer, mas sei que vou machuca-lo e, consecutivamente, machucar Call.

Tentei não perder o controle com a simples menção do nome do tal sujeito. Como era de esperar já senti repulsa de imediato.

_O nome dele é Call?_não me controlei, o ciúme ardendo em meu ser.

_Chega, Pedro!_falou firme, tentando soar brava, mas falhando profundamente ao conectar seus belos olhos aos meus.

Por mais que tudo tenha sido esclarecido e enterrado por ambos, eu sentia o poder do seu olhar sobre o meu e o quanto ela me queria desesperadamente.

Por impulso me aproximei dela, esquecendo, por um segundo, que estávamos em casa, com Edmundo, Lúcia e até Keyna presentes. Suzana estava dois degraus mais alta do que eu, fiz questão de romper essa diferença e me postar no mesmo ao seu lado.

Nem sequer por um segundo conseguimos quebrar aquele contato.

Pude sentir as gélidas e pequenas mãos de Suzana subirem delicadamente sobre o meu peito, absorta de tudo ao nosso redor.

Me arrepiei com o simples toque de suas mãos sobre o pano da camisa. Era insuportavelmente maravilhoso senti-la tão perto de mim, senti-la quebrar a barreira que tanto se fazia presente em nossa vida.

Deslizei minhas mãos até sua cintura, tomando o cuidado de não assusta-la, eu não queria que aquele momento se rompesse, por mais que já houvéssemos conversado sobre o mesmo...

Suzana, impressionando-me, levou seus lábios até os meus, com cuidado, com carinho..., e ali, em meio à tudo, depositou um breve beijo, que, apesar de rápido, fez com que todo o meu corpo se sentisse aconchegado no mais puro dos sentimentos.

_A pipoca tá pronta!_a voz de Keyna se fez presente, e rapidamente Suzana separou-se de mim, suas bochechas mais rosadas do que nunca.

Verifiquei se Edmundo ainda estava sentado na poltrona e me senti aliviado por constatar o mesmo.

A figura de Keyna apareceu subitamente em minha frente, um sorriso afetado nos lábios.

_Olá!_cumprimentou Suzana, e, no mesmo segundo, pude ver a dor lampejar seus olhos.

P.O.V Keyna

Eu estava na cozinha fazendo pipoca para todos. Lúcia me ajudava, sempre contando uma piada, ou perguntando algo ao meu respeito.

_Então, quer dizer que você é fotografa?_perguntou encostada na bancada, enquanto eu segurava a panela para que os pequenos grãos não saltassem para fora da mesma.

Sorri com o entusiasmo da garota.

_Sim, ganho meu suado dinheiro fotografando tudo ao meu redor._comentei com alegria.

Lúcia pareceu interessada.

_E como você conheceu meu irmão?_a curiosidade era clara em sua pergunta, mas não me importei de responder a mesma, uma vez que a história por detrás dessa era perfeita.

_É uma história interessante._comecei a encarando, enquanto percebia o olhar dela brilhar com a afirmação_Eu estava pelas ruas, fotografando, como sempre. Do nada, como se colocado em meu caminho, seu irmão ultrapassou a frente da minha câmera, no momento exato em que eu batia a foto de um casal idoso._sorri com a lembrança.

Lúcia fez um gesto apreensivo, para que eu continuasse a contar, ri com a afobação dela.

_Bom, no mesmo instante em que a câmera capturara a face dele, eu sabia, naquele exato momento, que erámos feito um para o outro._comentei ridiculamente, me sentindo uma boba apaixonada.

Lúcia suspirou suavemente, enquanto imaginava a cena.

_Que lindo._disse por fim, um sorriso de canto se apoderando de seu rosto.

Concordei, enquanto colocava a pipoca, já pronta, em uma tigela.

_Vou levar a pipoca, você pega o refresco?_perguntei, já saindo da pequena cozinha. Lúcia assentiu, enquanto encaminhava-se para perto da geladeira.

Dois passos depois da porta foram o suficiente para fazer-me congelar.

Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo!

Como eles podiam fazer algo tão pecaminoso assim, e pior: na frente dos irmãos?!

Eu não conseguia aguentar ver os suspiros de Pedro e a emoção contida da irmã dele.

Ele era meu! Nós fomos feitos um para outro!

Eu sabia disso e, principalmente, eu faria questão de deixar isso claro.

_A pipoca tá pronta!_anunciei com a voz firme, um sorriso fingido estampado na face.

Não demorou muito para Pedro e a garota se afastarem, e, logo, eu estava na frente dos mesmos, fingindo não ter visto nada.

_Olá!_cumprimentei ela, desprezando-a mentalmente.

Pude ver os olhos dela se encherem de lágrimas ao constatar que era eu que estava ali.

_Me desculpe por aquele dia, eu realmente não queria que você tivesse visto nada..._falei fingindo pesar, quando, na verdade, não me importaria se ela presenciasse o restante do que poderia ter sido aquela noite.

A garota, mesmo abatida, acenou levemente.

Percebi os olhos de Pedro encararem ela com firmeza, uma desculpa muda nos mesmos.

Não me aguentando de ciúmes puxei Pedro para perto de mim e o beijei com ferocidade, quase que me fundindo à ele.

Pedro, mesmo que surpreso, retribuiu o beijo com avidez. deixando que o desejo tomasse conta de si.

Pude ouvir os sapatos da garota baterem sobre os degraus de maneira com urgência, enquanto a mesma dirigia-se para o andar de cima.

Não parei o beijo, queria poder mostrar à Pedro o quanto eu podia o fazer esquecer ela, e eu faria isso, mesmo que doesse a quem doer!


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Notas finais do capítulo

Comentários me fazem bem *---*



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