A noite passou extremamente rápida,e implorei para que Vick dormisse em minha casa hoje. Afinal, agora seria minha última noite perto dela nos próximos três meses, mas era PRECISO! Eu ia ver meu Jus, iria ver seu sorriso brilhante... Certo, voltando a realidade Cary.

Em cerca de algumas horas de papo furado com Vick, caí no profundo sono, e ela também. Estávamos tão cansadas que ambas dormimos lado a lado em minha cama. Acordei com meu cansaço matinal, mas meu humor logo mudou, hoje era minha viajem. Acordei Vick estonteantemente e descemos para o café.

Minha mãe falou que conversou com Scooter essa manhã, ele disse que Justin adoraria me receber, e que a casa de Pattie estava de portas abertas a mim. Também não deixou de contar a minha mãe que Justin estava tão deprimido quanto eu, que sempre dizia estar sentindo minha falta. Nem acreditei com tais palavras. Então ele sentia tanta falta minha quanto eu dele? Nossa. Só havia um detalhe, Scooter não havia contado a Justin que estava indo a sua casa, pois estava ocupado demais para conversar com Justin esse dias, estava divulgando sua turnê, então Justin só saberia com seus próprios olhos. Pattie também jurou não contar a Justin, eu ia fazer surpresa. Isso seria divertido!

Vick estava visivelmente triste, mas mantinha seu sorriso de melhor amiga apoiadora no rosto. Eu ia sentir falta dela também, mas se recusava em ir comigo. Dizia odiar o frio que dava em Stratford na maioria do tempo. Vick e suas palhaçadas. Logo após o café e uma boa conversa de “responsabilidade de meus atos com Justin Bieber” - que me fez corar - com minha mãe, subi e arrumei minhas malas... Foram no total três delas, eu era doida por levar tantas roupas, mas, Vick fez questão de me ajudar a lotar todas as malas.

Logo despedi-me de Murilo e Pedro, que não aprovavam a idéia, mas me apoiaram, como bons amigos. Minha mãe e Vick me levariam ao aeroporto, junto de John e David. Tive de implorar para conseguir que David não ter que ir comigo a Stratford, mas consegui. Claro, um sorriso meu aqui, outro ali, eu consigo minhas vontades. Então, fomos nós cinco ao aeroporto. Peguei minhas malas e saí do carro ao lado de todos eles. Vick estava agarrada em meus braços, e eu sentia sua tristeza escondida. Tive de me aguentar firme para não voltar atrás ali mesmo.

-Bom... A partir daqui, você vai sozinha - disso John.

-Pois é... - encarei a aeromoça na entrada, já pegando as passagens e deixando os passageiros entrarem no túnel azul enorme que dava acesso ao avião.

-Eu realmente vou sentir sua falta Cary - Vick disse, já iniciando um soluço que daria em seu choro. Ela chorava muito, eu chorava muito. Duas bobas sentimentais frágeis ali.

-Se você chorar, eu vou chorar mais ainda - disse manhosa. Ela somente forçou um sorriso e se afastou de mim.

-Por favor, sem despedidas tristes, pessoal - disse a todos - Vocês vão se livrar de mim, olha que sorte! - disse sorrindo.

Todos riram, e Vick foi ao lado de minha mãe. Me despedi brevemente de todos, segurando as lágrimas bobas. Eram só três meses, logo estaria de volta a eles. Peguei minhas malas - arrastei-as perto da aeromoça - e entreguei a passagem a ela.

-Por favor, entre na primeira direita, a entrada da primeira classe - ela sorriu a mim e entrei no túnel azul. Dei uma ultima olhada para trás e todos acenavam a mim. Segurei o choro na garganta e assenti, voltando a caminhar. Entrei no avião e achei minha poltrona, onde não havia ninguém ao lado, com certeza, idéia boba do John e David. Rolei os olhos e coloquei meus fones de ouvido. Suspirei e relaxei, enquanto o avião já levantava vôo. Logo entrei na inconsciência do cansaço, dormindo.

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-Querida, o avião pousou - ouvi abafadamente, quando me dei por acordada, vi uma aeromoça me balançar um pouco na poltrona.

-Já chegamos? - disse a ela, confusa e ainda entorpecida pelo sono.

-Sim - ela sorriu - Bem vinda ao Canadá.

Desci do avião e logo encontrei um homem de terno com uma placa de “Cary” em sua mão. Me aproximei dele e sorri. Ele pegou minhas malas e as levou ao carro preto ofuscante.

-John mandou eu te levar - ele disse e eu assenti.

Entrei no carro e logo ele começou a dirigir. Meu coração pulava contra meu peito, e eu batia meu pé sobre o chão nervosa. Era estranho essa sensação, mas depois de longos meses sem ver Justin, podia ser normal tudo aquilo. Logo senti o carro parar e meu coração falhou por um segundo. Minhas pernas bambearam por alguns segundos, até eu tomar coragem o suficiente para descer do carro. Suspirei e logo o motorista me entregou minhas malas.

-Residência dos Bieber, senhorita - ele disse e sorriu, voltando a entrar no carro.

A casa era de um esplêndido vigor, era linda. Havia um pequeno jardim nos fundos pelo que pude ver das partes verdes, e era muito convidativa. Podia ser a casa mais linda da rua. Parei ao lado de minhas malas, com minhas respiração rápida e meu coração quase que se recusando a permanecer em meu corpo. Será que ele estava em casa? Será que Pattie não aguentou e contou a ele? E se ele tiver saído com os meninos? Eu não ia tocar a companhia, era tímida demais para isso. Então minhas mãos tremulas recorreram ao meu IPhone no bolso de trás de minha calça. Disquei o número.

-Alô?- a voz rouca soou na linha.

-Saudades? - disse sorridente.

-Cary? - ele disse alegre pelo que pude perceber - Estava louco para falar com você, mas aí deve ser quase hora do jantar, não queria te interromper - ao dizer isso, tive que conter minha risada. Eu estava no mesmo horário que ele. Estava alguns metros dele... Ia acabar logo com a pouca distância entre nós.

-Mas então - disse - Está fazendo exatamente o quê agora? - mordisquei meu lábio inferior encarando a casa, mas nenhum sinal de ninguém ali saindo. Tomara que ele esteja aqui! Há Deus, tomara!

-Hm, nada demais - ele disse - Estou jogado na cama no meu quarto, esperando Pattie me chamar para almoçar - ele disse entediado e eu suspirei aliviada.

-Sério? - disse e ele murmurou um “Uhum” no outro lado da linha - Então vá até a porta da sua casa - disse contendo minha euforia.

-O que tem na porta da minha casa? - ele disse confuso.

-Te mandei um presente - disse - Espero que goste.

-Certo, vou descer... - ele disse e meu coração voltou a disparar, desesperado.

Ouvi na porta alguns barulhos de trancas e suspirei, tentando segurar meu desespero. Logo a maçaneta foi girada e prendi minha respiração. A porta foi aberta aos poucos, como numa pequena tortura. Ele ainda estava do outro lado da linha.

-O que você mandou pra mim, Car... - suas palavras cessaram do outro lado da linha quando ele finalmente abriu a porta.

Nossos olhos chocaram-se e senti o brilho tomar conta de mim, eu queria pular em seus braços, abraçá-lo até amanhã. Ele parecia incerto com o que via, como se fosse mentira. Mas logo seu sorriso enorme brotou em seus lábios e tive de sorrir de volta.

- Não gostei do presente, vou mandar de volta pelo correio - ele disse ainda pelo telefone mesmo estando em apenas alguns metros de distância. Só pude formar um perfeito “o” com minha boca e virei-me de volta a rua, tentando alcançar a alça de minha mala, como se fosse embora, mas logo um par de braços quentes me envolveu por minhas costas.

-Eu não acredito que você esta aqui! - ele sussurrou em meus ouvidos, e pude relaxar novamente. Seu perfume dominou minhas narinas e uma serenidade me dominou. Estava com ele, tudo estava completo. Logo virei-me de frente a ele, e após poder ver seu sorriso manhoso, voltamos ao abraço.

-Que saudade disso ! - ele murmurou agora me levantando do chão em seu abraço apertado. Soltei uma risada e o envolvi em meus braços ainda mais.

Ouvi alguns barulhos parecendo sincronizados, logo os reconheci... Flashes e clarões, resumindo, FOTÓGRAFOS. Justin escondeu nossos rostos e eles não cessavam as fotos.

-Que lindo! - ouvi um fotógrafo atrevido dizer - Romance juvenil!

Justin e eu já sabíamos como funcionava. Nada de palavras, somente entre e fique em silêncio. Não dê conteúdo a eles. Eles distorcem tudo o que dizemos. Justin agarrou minhas malas e correu comigo para dentro de sua casa. Havia sido tanto tumulto, que nem pedi licença para entrar.

-Wow, eles nunca desistem? - eu disse arfando.

-HAAA, VEM CÁ! - Justin gritou animado e logo me aninhou novamente em seus braços. Era tão bom aquilo... Ter ele ali comigo, tão próximo - Espera... - ele me soltou de seus braços - Malas? Vai ficar aqui?! - seus olhos brilharam...

-Vou, claro que vou! - sorri finalmente podendo pronunciar algo diretamente a ele, eu ainda estava pasma, era inacreditável.

-HAAAA, EU TE AMO! - ele gritou novamente bagunçando meus cabelos.

-Caryyyyy ! - ouvi a doce voz daquela garotinha que eu tanto amava. Me desvencilhei dos braços de Jus e me abaixei, logo vendo Jazzy correr em minha direção. A pequena anjinha se aninhou e meus braços com sua risadinha gostosa.

-Hey, Jazzy! - disse abraçando-a. A levantei em meu colo e passei minhas mãos em sua barriguinha fofa, fazendo cócegas. Ela riu gostosamente tentando escapar de minhas mãos e acompanhei sua risada.

-Não sabia que você vinha! - ela disse pra mim, enrolando seus bracinhos em meu pescoço.

-Foi surpresinha Minnie- sorri a ela dando uma piscadela.Jazzy gostava que eu e Justin a chamássemos de Minnie, somente nós dois.

-Cary, querida! - ouvi a voz doce e familiar de Pattie e me virei, sorrindo ainda com Jazzy em meus braços. Seu sorriso iluminou a sala onde estávamos.

-Tia Pattie - abracei-a equilibrando a pequena Jazzy em meus braços.

-Nossa, está linda! - ele sorriu a mim e eu ri a ela, agradecendo.

-E você continua linda, como sempre - sorri - E obrigada por guardar nosso segredinho - disse a ela e ela soltou uma risada, assentindo.

-Que segredo? - Justin aproximou-se de mim, se pondo ao meu lado. Sua mãe apontou a mim e Justin ficou com um olhar confuso - Quer dizer que você sabia que ela vinha e não me contou? - ele disse.

-Exatamente - disse a ele sorrindo - Pedi para que mantesse em segredo - Eu e Pattie nos entreolhamos e rimos juntas.

Jazzy pulou de meu colo e disse que iria desenhar. Assenti e ela saiu da sala me mandando beijinhos.

-Eu amo você - Justin sussurrou passando seu braço por meu pescoço. Dei uma risada e disse “Também” em seu ouvido, mas Pattie estava muito próxima de nós, e riu ouvindo.

-Que lindo! Adoro amor de jovens - ela disse rindo e eu e Justin demos a língua juntos a ela, o que nos fez rir mais.

O melhor lugar no mundo, estar ao lado do meu Jus. Agora estava tudo perfeito.