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       - Desculpa.

Todos me olharam e assentiram. Eu não contei a verdade toda. Não contei da parte que Sesshoumaru me beijava e que quase fazia aquela coisa comigo. Eu só disse que Hino tinha me atrapalhado enquanto eu lutava com um youkai e que ele deu um de pervertido na frente do youkai. E esse foi meu motivo da fúria. Meu orgulho inútil e abatido.

- Entendo. – disse Kaede-baba.

- Hino tem toda a culpa. – disse Shippou com os bracinhos cruzados e balançando a cabeça negativamente. – Ele me lembra de alguém, só que eu me esqueci do nome. – brincou.

- É verdade. – Sango, Kagome e Inuyasha colocaram o dedo no queixo, pensativos.

- Só que ele já se foi há muito tempo. Vamos deixar isso de lado. – disse Miroku sem graça.

Os três assentiram e continuaram a comer.

- Aliás, Sesshoumaru veio para cá. – disse Kaede.

Ah, tinha me esquecido da Rin! Ela viu que Sesshoumaru queria falar algo comigo.

- E depois quando ele levou Rin para passear, ele voltou super bravo e pelo estado de espírito estava com ciúmes. – disse Shippou e deu uma abocanhada no peixe.

Eu e Hino congelamos. Olhamos um para o outro de soslaio e demos de ombros.

- Está acontecendo algo entre vocês? – perguntou Sango dando um sorrisinho malicioso.

Coramos e nos olhamos de novo.

- Eu? Hino?

- Eu? Azumi?

Começamos a rir com muito humor e depois paramos e dissemos sérios:

- Não.

Continuei a comer meu peixe e Hino continuou a olhar para o nada.

- Quer saber, vou comer algo. – disse ele se levantando.

- Você diz como se fosse devorar um ser humano. – disse Miroku com humor.

Hino parou abruptamente na entrada da cabana. Ele abaixou a cabeça e me lembrei do que ele disse de tarde.

- É quase isso. – disse e saiu da cabana.

Ele se mostrou mais fraco pra mim hoje de tarde. Eu sabia que isso ia mudar muito entre nós.

- O que houve com ele? – perguntou Kagome preocupada.

Dei de ombros e continuei a comer.

 ***

       Olhei para o céu estrelado a busca de alguma coisa. Eu sabia que Miroku estava brincando, mas... Eu quase me demonstrei fraco ali com eles. E eu realmente me mostrei fraco para Azumi-sama.

Fechei meus olhos e me lembrei do doce perfume dela. Sorri e abri meus olhos. O que eu realmente sentia por ela?

É totalmente recíproco. Eu amei Inuichi e agora essa maldição caiu de novo em mim. Eu também conheci Azumi-hime-sama, mas quando eu apenas era criança. Não me lembro muito bem, mas ela me pareceu gentil e feliz.

Essa Azumi se parece confiante, gentil, confusa (em questões de sentimentos) e sábia. Ela só tinha a aparência daquela jovem hime, mas não o espírito ou as características.

Ah, mas por que pensar em Azumi?! Você está no seu horário de caça! Você já está excitado para tomar sangue de algo e ainda pensa em Azumi?!

Sacudi minha cabeça e voltei a olhar para o céu.

- Azumi-sama, por que logo você? – sussurrei para o vento e cheirei algo.

Era um humano... Um youkai...

- Pensava que você estava caçando. – aquela doce voz encheu a noite.

Virei-me e olhei para aquela doce hanyou que estava a minha frente. Seus olhos dourados brilhavam mais quando estava de noite, seus cabelos prateados se movimentavam calmamente com a brisa, sua pele branca estava mais suave agora que a luz da lua batia graciosamente na mesma.

O que será que ele está olhando? Pensou desconfiada. Ele vai abusar de mim.

Ri e balancei a cabeça. Mesmo eu me abrindo com ela, ela ainda pensava que eu era um abusador de jovens. Bem... Eu era...

Senti algo estranho no ar. Dei um riso irônico e voltei a olhar para ela.

- Que foi? – perguntou ela, corando.

Olhei em sua cintura e não vi a Tasseiga. Tentei entrar em sua mente, mas fechou na hora. Insegurança.

Movimentei-me rapidamente e segurei o pescoço daquele impostor.

- Pare de confundir meus olhos, desgraçado! – joguei-o no chão irritado.

- Desculpe-me, Hino-sama. – disse ele voltando ao normal.

- O que quer? – perguntei irritando.

Ele me olhou com aqueles olhos negros. Seu corpo incrivelmente branco estava nu, seus cabelos vermelhos esvoaçavam com a brisa que passava entre nós, nessa gélida noite. Seu rosto estava sério e seus pensamentos perdidos em um mar de mesmice.

- Sentiu o cheiro de Inuichi? – perguntou.

Ele não sabia.

- Ah! Ikko! Procure outro para aperrear! – eu disse estressado.

- Ela voltou Hino-sama, e você não vai fazer nada a respeito? – perguntou indignado.  

- Eu já fiz! Não percebe?! Eu voltei a ser o que era. – falei num tom grosso e frio.

- Nem tinha visto. – disse ele atrás de mim.

Ele me abraçou e descansou a cabeça no meu ombro esquerdo. Corei e me irritei.

- Como você pode fazer uma coisa dessas?! – bati nele.

- Desculpe Hino-sama. – disse ele abanando a mão. – Você está mais forte. Andou se exercitando? – pergunto malicioso.

Fiquei vermelho mais uma vez e olhei para o céu.

- Cale a boca. Você só fala besteira. – parei ao me lembrar de algo. – A Pérola do Ar, Ikko-kun.

- Quais ela já tem? – perguntou curioso.

- Bem, pelo o que eu ouvi de Monka: Vida, Força, Cura, Água, Fogo e, com essa, Ar. – respondi me lembrando da cômica conversa entre Monka e Sayuri. As duas não paravam de discuti naquele dia.

- Ela ainda está no começo?! – perguntou chocado.

Assenti.

- Muitas Pérolas foram roubadas, basta saber onde estão e é por isso que vou te dar uma chance. – eu disse o olhando profundamente.

- Sim, senhor. Se eu encontrar algo, eu te aviso e mando o youkai ou humano para cá. – disse ele batendo continência.

- Agora, me dê o Ar. – eu disse estendendo a mão.

Ele abriu a palma da mão e a pérola surgiu. Ele colocou cuidadosamente em minha mão e sorriu.

- Dê logo para ela e eu juro, por minha vida, que vou lhe trazer informações. – ele se ajoelhou na minha frente. – Poderoso príncipe daiyoukai vampiro, Hino.

Cerrei os olhos e ele desapareceu.

Agora a missão é entregar essa Pérola e juntar as outras. Azumi só estava no começo do começo.

Agora, falta respeito para Nakamura entregar a Pérola mais poderosa para Azumi. Ele era o único humano que odiava. Pai de Setsu e Ichiu, duas preciosas crianças. Um morreu e o outro vivo.

Trágico acidente com a Pérola. Ela foi corrompida com isso. Trazendo Setsu de volta a vida. Fazendo que aquela Pérola fosse colocada num templo onde ninguém entra, pois um kekkai a protege e a mãe deles também. Só que não é o corpo dela que protege aquele tempo.

Morta depois que Ichiu nasceu, ela tinha prometido aos deuses que protegeria aquela Pérola e a purificaria, de coração e alma. E foi isso que ela deixou. Seu coração e sua alma protegem aquele templo e ela ainda tenta purificar a Pérola.

Sendo que, a única que podia era Inuichi. Não se minha pequena Azumi conseguiria. Aliás, ela ainda nem descobriu todas as técnicas que Inuichi deixou para ela. O poder da Tasseiga e mais truquezinhos.

Senti um cheiro formidável e corri em direção para aquele sangue que tanto me chamava.

Continua...