Buried Alive escrita por Miss Haner


Capítulo 3
Once Again


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo, espero que gostem.
Eu quero agradecer a Hellen pelo review.
É isso, boa leitura!



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Depois que Damon foi embora, dediquei-me a não falar com meus tios, eu definitivamente estava com raiva deles. Lembra de quando eu falei que eles eram os tios mais legais do mundo? Então, eu retiro tudo o que disse. Eles não são tão legais assim.

Tranquei-me no meu quarto, liguei o som no último volume e fui tomar banho. Ah, só um banho pra me relaxar. Durante o banho tive uma idéia, eu iria ser legal com o Damon e pedir para ele não vir jantar em minha casa. Sei lá, era a única coisa que eu poderia fazer, a não ser que eu quisesse realmente esmagá-lo.

Desliguei o chuveiro e saí do banho enrolada na toalha, peguei um moletom, vesti e me deitei. Hoje o sono chegou rapidamente, mas mais rápido do que ele chegou o pesadelo.

Esta não foi uma noite de insônia, eu dormi como um anjo e acordei com um humor maravilhoso – se for julgar pelos dias anteriores. – Levantei-me da cama antes de Jane bater em minha porta. Fiquei pronta muito cedo e resolvi descer para tomar café com os meus tios.

- Isso é um milagre! – Jane gritou e me fez rir pelo nariz.

- Considere como quiser Jane – dei um beijo em sua bochecha e sentei à mesa. – O que tem para o café da manhã hoje? Estou morrendo de fome. – passei a mão em minha barriga.

- Deixa eu ver o cardápio. – Tom fingiu folhear um cardápio. – Hum... – ele fez uma cara animada e me inclinei sobre a mesa. – O mesmo de sempre! – ele disse e eu fiz uma careta. Eles riram.

- Posso saber o porquê do seu bom humor? – Tom perguntou e eu dei de ombros.

- Eu acho que tem a ver com aquele rapaz de ontem. – Jane disse animada.

Eu não acredito no que ela disse. Eu, animada por causa do “senhorgostosão”? Ela estava ficando doida, talvez já fosse, mas agora o caso é de ser internada. Revirei os olhos me levantei.

- Bem engraçadinha você, hein?! – disse indo para a porta. – Não vou te deixar estragar meu bom humor.

Caminhei até a escola e fui direto para a biblioteca, o único lugar em que niguém me tiraria a paz. Srta Myles sorriu ao me ver e eu sorri de volta. Estou começando a estranhar este bom humor, tenho que me delegar, não quero dar esperanças a ninguém.

[...]

- E aí Damon? – disse me sentando em sua frente na nossa mesa.

Só havia eu e ele ali, o resto do grupo estava no ginásio. Não me perguntem por quê. Eu não sei.

- O que você quer? – ele espremeu os olhos me analisando.

- Viu como você é? – fiz-me de vítima. – Eu querendo ser legal e você já vem com acusações. – acusei-o.

Damon suspirou e me olhou ameno.

- Desculpe-me. – eu sorri. – Acordou com bom humor hoje?

- Acordei! – exclamei o encarando. Ele deu um meio sorriso.

- É estranho te ver de bom humor.

- Se quiser eu volto para o meu humor de sempre. – fechei a cara.

- Não! – ele arregalou os olhos. – Este está bom.

Dei de ombros e o silencio reinou.

Ficamos nos encarando. Acho que aquela seria a hora certa para pedir que ele recusasse o convite de minha tia. Abaixei minha cabeça, pensando em como eu pediria isto, decidi ser direta. Era o meu ponto forte.

- Eu não quero que você vá jantar em minha casa. – o olhei nos olhos e ele fez uma expressão cansada.

- Sabia que você queria alguma coisa.

- Qual é Damon? É sexta-feira à noite, tem tanta coisa pra fazer e você vai querer ir jantar na casa de desconhecidos? – espremi meus olhos.

- Você não é desconhecida. – ele sorriu torto e eu bufei.

- Você entendeu o que eu quis dizer.

Ele não respondeu nada, apenas ficou me analisando. Aquilo já estava me irritando, queria uma resposta rápida e ele ficava enrolando. Arqueei as sobrancelhas e ele suspirou, suspirei também.

- Eu não vou recusar o convite de sua tia. – ele disse calmo.

- Por que não? – o olhei atordoada. – Por favor Damon. Não vai ser legal. – ele murmurou alguma coisa.

- Eu já tomei minha decisão, não vou mudá-la.

- Então vá se ferrar! – disse me levantando da mesa e caminhando até o ginásio.

Damon apenas riu e me seguiu. Passou o braço por meus ombros.

- Qual a parte do vá se ferrar você não entendeu? – saí de seus braços.

- Não tem como eu me ferrar sozinho, gata. – mostrei o dedo do meio para ele. Damon gargalhou e parou de me seguir.

[...]

- Aonde você vai Liza? – Tom perguntou antes que eu saísse.

- Me livrar desta palhaçada. – apontei para a mesa sendo preparada.

- Nada disso mocinha. – Jane apareceu atrás dele. – Você  vai ficar e se comportar.

- De onde vem esta paixão de vocês pelo Salvatore? – disse sem fechar a porta.

- Ele é seu amigo. –Tom disse sorrindo.

- Pela infinitésima vez, – dei uma pausa e eles me olharam. – Damon Salvatore não é meu amigo! – eles reviraram os olhos e eu saí.

- Esteja aqui às oito. – Ouvi Jane ordenar.

Uma ova que eu ia voltar para aquele jantar. Talvez eu até voltasse, mas quando o jantar já estivesse no seu fim. Caminhei pela rua e cheguei a um bar de esquina. Haviam muitos homens ali e algumas prostitutas quase fazendo seus serviços ali mesmo, a vista de todos.

Fui até o balcão e pedi uma garrafa de whisky. O garçom me serviu e eu saí daquele lugar. Olhei em minha volta e pensei em um lugar para ir, lembrei-me de um lugar que eu gostava de ir quando cheguei em Glens Falls.

Adentrei a floresta e caminhei em direção ao leste, pulei uma cerca e cheguei em a margem do rio Hudson. Sentei-me em um tronco caído e fitei a corrente do rio.

Quando meus pais estavam vivo, nós costumávamos acampar nas margens de rios. Meu pai me contava lendas sobre eles e eu passava noites dormindo no quarto deles. No começo, eu visitava este lugar por ser calmo e aparentemente deserto. Aqui eu podia pensar e me lembrar de meus pais, de todas as nossas histórias. Com o tempo, eu percebi que ficar ali só me fazia lembrar de coisas que deveriam ser esquecidas; não fazia sentido eu me sentar neste mesmo tronco e chorar lembrando das noites de sábado, quando mamãe, papai e eu cozinhávamos juntos o jantar; ou das tardes de domingo, quando nós íamos para o parque.

Essas são lembranças que não valem a pena serem lembradas. Lembranças são boas, mas chega uma hora que elas começam a te prender no passado, - e não precisa ser inteligente pra saber que viver de passado é como andar por um labirinto sem saída – e quando chega esta hora vem outra, a hora de guardá-las em um baú e só abrir quando o que elas carregam não te fazem sofrer mais; ou apenas para aprender novamente a lição.

Olhei em meu relógio e passavam das nove horas. Ri comigo mesma ao pensar o que Jane iria dizer. Ela deve estar inventando desculpas para a minha falta de compromisso. Tom deve estar tentando entretê-lo com as suas piadas, que são horríveis, mas as pessoas riem para serem educadas.

Decidi que era hora de voltar para casa e enfrentar minha família furiosa. Refiz o caminho e cheguei em frente à minha casa. O silencio era estranhamente incomodo. Será que Damon já foi embora? Ou talvez ele nem apareceu e meus tios resolveram dormir mais cedo. De qualquer forma eu teria que ouvir os xingamentos deles e até que eu não estava me importando para isso.

Caminhei até a porta dianteira, observei que as luzes da cozinha e da sala estavam acesas, ou seja, meus tios ainda estavam acordados. Mas, por que o silencio dentro de casa?

Abri a porta devagar e fui até a sala de jantar. Parei com os olhos arregalados no vão de entrada para a sala. Um topor me invadiu  e eu concluí que aconteceu novamente. Eu havia perdido minha família de novo. Eu estava sozinha de novo.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Por favor, comentem. Nem que seja só um "gostei" ou "nao gostei". É muito importante saber a opinião de vocês.
Então deixem reviews e eu encontro vocês no próximo capítulo.
Bjos



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