– É um bando de idiotas! – ouvi a voz de Klaus. Minha raiva começou a despertar dentro de meu corpo. - Mal vejo a hora de nós seguirmos com o nosso plano.

– Nós já deveríamos ter acabado com isto há muito tempo. – Stefan dizia nervoso.

– Eu sei, mas eu precisava que aquele otário do seu irmão conseguisse os anéis. – ouvi-o bufar. – Mas ainda falta alguma coisa... – deixou a fala no ar como se pensasse em algo.

Fez-se silencio. Fechei minhas mãos em punhos, aquilo era muito estranho e eu me sentia novamente traída.

– Eu estava analisando algumas coisas e cheguei a uma quase conclusão. Será que aquela garota que mora lá em casa não tem nada a ver com o que falta para terminarmos o plano? – estremeci.

Mais uma vez o silencio.

– Não. Liza deve ter algum poder em especial, mas não acho que ela é tão importante assim. – suspirei.

– Esta amizade que você mantém por ela pode ser perigosa para o nosso plano. – bufei e ouvi Klaus bufar ao mesmo tempo em que eu.

– Liza não é um problema, ela odeia Damon do mesmo jeito que eu. – ele parou, espiei e pude ver Stefan o olhar como se estivesse duvidando de sua palavra. – Mas se for o caso, eu mesmo a matarei. – não se engane. Ele disse isto com uma dor exposta, mas de qualquer forma eu senti raiva. O que esses dois estavam tramando?

POV Damon

Vi Liza sair dali rapidamente. Elena não me deixou ir atrás dela, ela estava certa se eu fosse não adiantaria em nada. Me senti culpado por julgar Elizabeth daquela maneira, depois de tudo o que eu fiz para ela, ela simplesmente pareceu esquecer e se dispôs a me ajudar, mas o meu ciúmes acabou fazendo que eu desconfiasse dela em tudo. E de uma coisa eu estava convicto, eu precisava me desculpar, e rápido.

Levei Elena e Alaric para casa e voltei para a minha. Procurei por todos os cômodos e nada dela suspirei aliviado quando vi que suas coisas ainda estavam no mesmo lugar. Mas a preocupação não saía de minha cabeça. Onde essa garota estava?

POV Liza

Ouvi eles contarem o plano novamente. Klaus queria tornar aquela cidade uma cidade pólo de híbridos. Apenas ficariam ele e Stefan ali, os outros morreriam. Até mesmo Damon e Elena, bom Elena ficaria viva até eles acharem um novo jeito para a sobrevivência dos novos híbridos. Meu ódio fazia-me pensar horrores sobre o que eu queria fazer com aqueles dois, talvez enterrá-los vivos, esquartejá-los, botar fogo com eles ainda vivos etc.

Mas eu precisava pensar em alguma coisa e rápido. Segundo eles o plano estaria terminado até o mês que vem, então eu tinha pouquíssimo tempo para cumprir a minha promessa e salvar aquele viado metido a vampiro gostoso do Damon. Como eu disse no começo só eu tenho o direito de matá-lo, é minha vingança e ninguém tirará isto de mim.

Um novo plano veio em minha cabeça mais rápido do que eu esperava. Nem precisei usar tanto raciocínio, afinal, eu estava trabalhando duro esses dias todos era pra uma situação dessas, não é?

– Então esse é o plano dos revoltadinhos? – perguntei surpreendendo os dois vampiros em minha frente.

– Liza? – Klaus perguntou esquivando-se.

– Não, a rainha da Inglaterra. Cadê os cumprimentos? – eu disse com uma ironia cruel.

– O que você está fazendo aqui? – Stefan perguntou agressivo.

– Vim na expectativa de sair do tédio... – sorri maliciosa para eles. – Acho que consegui. – minha risada foi alta e sarcástica.

– Liza, é... Não é nada disse que você está pensando... – Klaus se embolava enquanto tentava dizer algo com sentido. – Quero dizer...

– Me poupe das suas explicações cachorrinho chupador de sangue. – pensei que ele iria voar no meu pescoço. Ri mais uma vez. – Eu estou dentro!

Eles arregalaram os olhos e instantes depois caíram na gargalhada. Revirei os olhos.

– E quem disse que você será aceita? – Stefan perguntou enquanto ria.

– Eu não preciso ser aceita, até porque se eu não estiver com vocês eu estarei com eles e... – eles me olharam. – Eu acho que Damon adoraria saber o que o irmãzinho dele está aprontando. – foi a minha vez de rir.

– Você não faria isto.

– Ah sim, pode ter certeza que eu faria. Até porque eu também estava na lista de morte de vocês, não estava? – me sentei na poltrona onde antes estava Klaus.

– É claro que não! – ele se pronunciou e se aproximou de mim. – Liza, nós não vamos te machucar, mas você não pode ficar entre nós. Eu não quero que se machuque. – ouvi a risada histérica de Stefan. – Vai se foder Stefan.

– Bom, vou deixar os amantes a sós. – ele disse e se retirou.

Revirei os olhos.

– Klaus, essa é a minha chance de vingança. Você não pode tirar isto de mim. – disse suplicante segurando em seu rosto.

Ele suspirou e colou sua testa na minha. Nós nos encaramos, deixei que uma lágrima caísse enquanto ele selava nossos lábios. Ele não pediu passagem, apenas separou nossos lábios e continuou a me encarar.

– Por favor... – eu sussurrei. – Eu sei que você pode me proteger. Confia em mim. – continuei.

Ele fechou novamente os olhos e quando abriu eu já sabia a resposta.

– Tudo bem. Você está dentro! – comecei a comemorar. – Mas se tudo isto for mentira, eu mesmo arrancarei esta sua cabeça linda! – estremeci, mas sorri.

É agora que o jogo começa!

[...]

Voltei para casa de madrugada. Depois de passar boa parte dela conversando com Klaus e Stefan e admirando o plano deles. A casa estava em silêncio total e muito escura, dei de ombros e fui em direção a escada.

– Onde você estava? - a voz de nervosismo de Damon me assustou.

Após o susto, dei de ombros e continuei subindo. Damon esperou que eu chegasse no topo da escada e me impediu de ir até meu quarto.

– Liza, me desculpa pelo que aconteceu. Eu não queria desconfiar de você, eu sou um idiota, eu confesso. – ele dizia suplicante.

– Tudo bem Damon, está perdoado. Agora se me der licença eu preciso dormir. – disse tentando manter a calma.

– Não minta para mim. – disse-me tom autoritário.

– Eu não estou mentindo para você. – disse convicta.

– Não? Então por que suas pupilas estão dilatadas? E por que suas mãos estão fechadas? – ele parou. – Por que você não consegue olhar nos meus olhos?

Aquilo me pegou de surpresa. Eu sempre fui boa em contar mentiras, não é possível que Damon me conheça tão bem assim em tão pouco tempo. Ah, como eu odeio esse vampiro! Respirei fundo mais uma vez e olhei em seus olhos. Está na hora de usar o que eu aprendi no teatro quando eu era criança.

– Eu te perdôo Damon. – fitei seus olhos. – Está tudo bem, eu só estou cansada.

Ele me analisou e depois assentiu, saindo de minha frente. Andei até meu quarto e me joguei na cama tentando dormir, mas nada. Levantei-me novamente e fui tomar banho. Um banho gelado para ser precisa, deixei que a água caísse pelo meu corpo e que tirasse certos pensamentos de minha cabeça. Por que eu me sentia tão culpada? Não era hora para isso. Eu esperei por todo este tempo para a minha vingança e agora fico nesta insegurança. Sinceramente, esta aqui não é Elizabeth Kate Grunger.

Saí do banho com uma nova perspectiva. Independente do que eu faria de agora em diante eu precisava que ele estivesse aqui, ao menos uma última vez. Andei até seu quarto e a abri devagar, ele fitava o teto e quando eu abri a porta voltou seu olhar para mim.

– Posso dormir aqui hoje? – perguntei com certa timidez.

– Sempre que precisar! – disse se arrumando na cama.

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