Uma semana depois da liberdade de Rose Weasley        

Rose Weasley voltava para casa. Silenciosa como estava desde o final da semana passada. Triste como estava desde o final da semana passada. De coração quebrado como estava desde o final de semana passada. Abriu a porta de sua casa e respirou fundo, alguém não saia
da sua mente. Mas quando o ar invadiu seu pulmão, ela sentiu um odor diferente. Diferente do perfume próprio da sua casa. Deixou as chaves e bolsa na mesa.

Com passos silenciosos e rápidos, ela seguia o caminho que
o cheiro das rosas fazia. Passou no corredor e seguia para o jardim dos fundos. O cheiro forte era de rosas. Enquanto ela caminhava silenciosamente, Rose tentava se lembrar o momento exato que havia plantado tantas rosas, ou o momento exato que o cheiro começou a ser forte.

Rose abriu a janela grande e viu o jardim. Ela engoliu em seco e sentiu seu coração saltar desesperado. A saudade estava se proximando. Iria dominá-la inteira, ao ponto de fazê-la chorar.

Vasos de rosas iluminados. Velas tremulavam dando um ar misterioso no lugar. O pergolado iluminado em volta. Por dentro, as velas distribuídas. Iluminavam o banco de madeira que tinha ali. Num tronco cortado e que era usado como mesa, duas taças e uma garrafa de vinho. Rose sentiu o coração pular mais rápido ainda. As lágrimas voltaram a tona. Um soluço. Um embrulho no estômago.
         - Não chore minha querida. – pediu alguém saindo da escuridão que as velas projetaram no pergolado.

Rose se virou e viu Scorpius. Vestido formalmente, e na opinião dela... Mais bonito que no dia que eles foram colocar em prática o plano.

- Scorpius... Eu quero que saia! – exigiu ela sentindo que fraquejaria mais ainda.

- Não quero. – disse ele se aproximando com a mão nos bolsos. – Eu não quero sair da sua casa, da sua vida nem do seu coração. – disse ele. Rose suspirou, “Ah Scorpius, você nunca saiu do meu coração”. – E nem você do meu.

- Scorpius... – murmurou Rose nervosa.

- Meu amor... – começou Scorpius. – Ammie contaminou os
morangos. – disse ele sério. Rose engoliu em seco. Por que ela não pensou nisso? – E quando eu mordi, eu olhei para ela e... Vi você. – disse ele olhando profundamente nos olhos de Rose. – Eu vi você embaixo de mim. – disse ele. Rose, por incrível que pareça, acreditava nele. Sentiu as mãos dele apertarem sua cintura e um tremor percorreu seu corpo. – Eu via você se contorcendo embaixo de mim. Você gemendo meu nome. Você me beijando. Era para você que ia as minhas juras de amor. Eu te amo Rose, e nada irá mudar isso, nem ninguém. – disse ele. Rose sentiu as lágrimas duplicarem. – O que me diz?

- VOCÊ É UM IDIOTA! – exclamou ela sentindo as lágrimas
escorrerem descontroladas pelo seu rosto. Ela começou a soquear o peito dele. – UM LOIRO AGUADO SEM NEURÔNIOS! EU... – mas Scorpius a calou, puxando-a para um beijo. - Eu também te amo. – disse ela o beijando novamente. Sentiu outra vez o embrulho no estômago.

- Venha querida. – chamou Scorpius puxando Rose pela mão,
até o banco de madeira.
          - Você se lembrou... – murmurou Rose quando Scorpius sentou
no banco e ajeitou ela ao seu lado. “Velas, rosas, vinho... Ao ar livre com uma lua... Num pergolado...”.

- Eu nunca me esqueceria. – disse ele beijando ela delicadamente.

- Me desculpe... – pediu ela nervosa.

- Eu que devo me desculpar. – disse ele interrompendo ela. – Eu nem deveria ter aceitado aquele plano. – disse ele.

- Vamos esquecer isso. – disse ela não querendo falar de coisa ruim. Ele sorriu e a beijou com um selinho demorado. – Como descobriu onde eu morava?

- Lílian. – disse ele simples. – Na verdade... Se tivesse me falado que você morava aqui, já teria vindo aqui bem antes. – disse ele.

- Eu não gosto de falar disso. Envolve minha família. – murmurou ela.

- Por que não gosta de falar sobre a sua família? – perguntou Scorpius. Rose ergueu o rosto e o olhou, encontrando confiança no seu olhar.

- Eu venho de uma linhagem de bruxos. – disse ela abraçando o braço dele. – Eu tenho parentes em Salém, lá tem as...

- Bruxas de Salém... – completou Scorpius pensativo.

- Sim. E toda a minha família, meu pai, a minha mãe e a minha irmã, foram queimados na fogueira. – respondeu ela. – Por isso eu tenho medo que me reconheçam. E ainda tem aquele motivo para eu ter virado escrava...

- Não sei por que me escondeu isso. – disse Scorpius.

- Ora Scorpius... Não é uma coisa legal de saber de cara. – resmungou Rose.
         - Toda família tem seu segredo. – disse ele sério. Rose engoliu em seco.

- A sua tem? – perguntou ela delicadamente.

- Tem. – respondeu ele. – A minha família vem de uma linhagem, onde as pessoas eram olhadas como vampiros. – resmungou ele. – Assim como você, eles mataram meus pais. Matthew é meu primo, juntos viemos para cá, fugir. – disse ele apertando ela.

- Meu amor é um vampiro. – brincou ela. Scorpius riu e olhou para ela.

- E a minha paixão é uma bruxa. – disse ele. – Que me enfeitiçou com seus poderes.

- Seu bobão. – disse ela beijando ele.

- Imagina como será nosso filho? – comentou ele. Rose engoliu em seco. – Metade vampiro e metade bruxo...

- Acredito que daqui a seis meses poderemos saber. – comentou Rose. Scorpius endureceu e apenas olhou para ela, com os olhos brilhando.

- Sério? – perguntou ele. Rose assentiu e colocou a mão dele para sentir a barriga realçada sobre o vestido. – Rose, isso é... Fantástico! – exclamou ele abraçando ela.

- O médico errou. – disse ela. – Eu não tinha doença alguma, eu estava apenas grávida.

- Oh Rose... – murmurou ele apertando ela, queria mostrar para todos que estava feliz.

- Scorpius, está... Me sufocando! – exclamou ela. Ele soltou ela rapidamente.

- Você está bem? – perguntou ele vendo se tinha machucado ela.

- Estou sim. – disse ela feliz. – Melhor não poderia ficar.

- Discordo disso. – disse ele misterioso.

- Como assim? – perguntou ela confusa. Scorpius tirou uma caixinha de veludo.

- Rose Weasley, aceita se casar comigo? – perguntou ele abrindo a caixinha e revelando um anel com pedras vermelhas e azuis.

Rose olhou do anel, para ele. Apenas uma resposta em mente...