Just A Kiss escrita por SecretsByLove


Capítulo 11
Bipolaridade


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem



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“–Tu!- disse apontando para o meu loiro- Trevas! Não podes escapar ao chamado daquele que as trevas comanda!”

Ouvi os dentes do meu loiro ranger perante aquele aviso macabro. Será que ele está mesmo a levar isto a sério?! A senhora definitivamente não tem tomado os seus comprimidos. Alerta St.Mungus…

—Oh sim… Posso vê-las a voltar, mas elas nunca foram realmente embora, foram? A tua alma foi manchada, não foi?- continuo o seu monólogo arrepiante, e desta vez, a ignorada era eu -Aquele dia, oh tortuosa mansão, preto e verde, escuro escuro escuro.
Ah, eu posso senti-las a crescer dentro de ti… Se bem que… Sim, ela é diferente… - suspirou dramaticamente

Conseguia sentir o aperto de ferro de Niklaus a intensificar-se, o que quer que a maluca, e olhem que eu não uso este termo levemente (quer dizer, a minha mãe é a minha mãe, a final de contas), estava definitivamente a afeta-lo.

—Está a sentir-se bem, madame … Tabitha? – li no crachá que usava ao peito, reganhando a sua atenção e num salto esta voltou a concentrar os seus enormes olhos esmeralda em mim:
— Eu vejo, dor, escuridão e… Fogo… Fogo que tudo consome.
—Fogo…- repeti num sussurro, relembrando o meu pesadelo.

E tal foi o suficiente para todos os meus pêlos se enriçarem. Como poderia ela saber sobre o fogo?

—Desculpa, querida, o que é que disseste? Às vezes distraio-me, não me liguem é a idade…- disse Tabitha voltando a sua pose de senhora inofensiva de meia-idade – Vieram à procura de algo?
—Ah… Estávamos só…- engasguei-me surpresa com a sua bipolaridade
—De saída, estávamos de saída.- cortou Niklaus, frio como o pólo norte, puxando-me porta fora com uma força, devo dizer, completamente desnecessária
—O que estás a fazer, Malfoy? Larga-me!- resmunguei- Brutamontes!

Ele largou-me, passando a mão nervosamente pelos seus cabelos loiros, respirando fundo e murmurando coisas para si mesmo.
—Niklaus!
—Aquela mulher era completamente maluca!
—E tu és completamente rude!- gritei afastando-me dele
—Desculpa, eih, Alice…- disse agarrando-me os pulsos e puxando-me para ele – Três Vassouras, não era? Acho que ambos precisamos de uma boa cerveja amanteigada.

Bufei, resignando-me a segui-lo e anotando mentalmente que teria que voltar àquela loja e àquele assunto.
—Com uma condição, tu pagas.

Ele riu no que se tinha tornado o meu riso prata preferido, de alguma forma divertido comigo, à medida que alcançámos o Três Vassouras, como cavalheiro nobre que é, prontamente abriu a porta, deixando-me passar. Escolhi a mesa do canto, a mais reservada possível. Mas não reservada o suficiente, pelos vistos, já que não me escondia do olhar ardente de James, quer dizer, Potter. Que estava sentado a umas 4 mesas de distância, com Fred e umas Hufflepuff idiotas, e aquela Chang que não consegue largar o meu James. Potter. Não meu, só Potter. Abanei a cabeça expulsando aquele trasgo dos meus pensamentos, hoje o dia não seria sobre James Potter.

—Porque é que me convidaste?- perguntei de repente
—Porque não te convidaria, milady?
—Tu percebeste, Malfoy. Porque eu acho que fui bem clara quando disse que não tinha nada a ver com as tuas brigas infantis.
—Foi exatamente por isso que eu te convidei, Alice. – disse entrelaçando novamente as nossas mãos, à medida que eu me perdia naqueles tempestuosos olhos cinza. – Nunca ninguém, e nunca certamente uma rapariga me fez frente daquela forma. És peculiarmente interessante.

A chegada da Madame Rosmerta com o nosso pedido quebrou o clima, remetendo-nos a ambos para a realidade. Sorri ao encarar a mesa, tentando esconder o rubor das minhas bochechas. Soube que tinha falhado miseravelmente quando ouvi o conhecido telintar prata do seu riso.
—Gosto da forma como coras…- disse ao alcançar as minhas bochechas, tocando-as docemente, não consegui evitar estremecer devido ao contraste da sua pele gelada com a minha pele em chamas.
Não consigo parar de pensar no quão somos diferentes, opostos polares, quente e frio. Luz e escuridão. Dia e noite. Doce e amargo.
—Eu odeio-o.- resmunguei

Quando Niklaus resolvia parar de ser um idiota era uma companhia fantástica, tenho que admitir. O resto da tarde foi preenchido pelo seu charme natural que não parava de me roubar gargalhadas. Estar com Nik era fácil, natural. Só quando regressamos ao castelo cosnegui reunir coragem para retomar aquele assunto:

—Vais dizer-me porque é que ficaste tão assustado? – perguntei inocentemente
— Só se me disseres porque ficaste, pequena flor.
—Qual é o teu problema com nomes?- perguntei entre dentes, por alguma razão não parecia certo partilhar o meu sonho com ninguém - Fazemos assim, eu partilho uma teoria e tu confirmas.
—E se estiveres errada?- perguntou provocando-me com aquele sorriso escárnio a brincar-lhe no canto dos lábios.
Aproveitei a deixa e aproximei-me, sussurrando-lhe ao ouvido:
—Eu nunca estou errada.
—Foi pelo passado da tua família? Sabes, por causa do teu pai e do teu avô e…
— Sim, Alice, algo por aí, não podemos deixar esse assunto em paz?- perguntou bruscamente
E lá estamos nós de volta ao Inverno Glaciar.
— Como queiras, Malfoy, só estava a tentar… Esquece, sabes, para alguém com o teu charme és simplesmente péssimo em encontros.- Exasperei, tentando soar séria
—Tu não entendes, pois não? Nunca vais sentir o que eu sinto! Sinto que nunca vou conseguir separar-me da escuridão. Aquela velha lunática estava certa, Longbottom, as trevas perseguem-me.- disse virando-me costas e seguindo para o seu próprio dormitório
—Podemos fugir…- respondi num sussurro à medida que o observava partir

Ah, que se dane o Malfoy e sua maldita bipolaridade. Vou descobrir a verdade por detrás de tudo isto ou não me chamo Alice Longbotttom!


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