Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 6
Team, o que?


Notas iniciais do capítulo

Bom, quero a gradecer ao único mas lindo comentário do capítulo anterior. Lembrando que posto também na Floreios e Borrões.



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Team, o que?


Só mais uma volta Lily, corre só mais um pouco. Eu estava exausta, mas sabia que não podia parar, na verdade eu até que gostava de correr, ajudava a pensar, me sentia mais viva ao sentir meu coração bater com força. Mas depois de quase uma hora de exercícios tudo que eu queria era um banho e café da manhã, tinha acordado cedo como o planejado e quando sai do dormitório Lise e Sara estavam totalmente desmaiadas em suas camas.

Eu tentava imaginar que hora elas tinham voltado, provavelmente bem tarde, confesso que toda vez que via essas pessoas dormindo exaustas e cheirando a cerveja amanteigada eu sentia uma pontinha de inveja, mas como sempre meu desejo de ser uma grande jogadora falava mais alto.

Estava terminando finalmente a última volta, sem ar, suando muito e com dor nas pernas mas pelo menos naquela manhã o desafio tinha sido cumprido, hora de voltar para a torre da Grifinória.

Fiz o caminho rapidamente, afinal não queria ser vista com minha calça de moletom e a regata gigante de James, as duas peças eram velhas e feias mas extremamente confortáveis, de qualquer modo cheguei ao dormitório ainda mais cansada e minhas duas amigas ainda dormiam o sono dos justos.

Pelo visto teria que bancar a chata e acordá-las, não ficariam nada felizes com isso, mas sei que seria ainda pior deixá-las perder o primeiro horário do primeiro dia letivo. Imagina se a primeira aula fosse de feitiços com a Sullivan, ela simplesmente abomina atrasos. Sério se ela tiver uma lista de coisas que odeia com certeza "atraso" estaria ali. Posso até imaginar o meu nome no primeiro item e logo depois sorrisos, credo!

Resolvi acordar primeiro a Heloíse, conhecendo a Sara sabia que seria um martírio acordá-la sozinha, além de ser seriamente prejudicial à saúde claro.

–Lise, Heloíse, acorda.-Falei de levinho dando cutucadas em seu ombro. A garota apenas resmungou, ótimo mais uma dorminhoca.

–Heloíse! Acorda garota! Já estão servindo o café da manhã! – Falei em um tom mais alto, ao mesmo tempo em que batia de leve em sua cabeça. O que foi? Eu sou péssima em acordar pessoas, honestamente não acho que haja uma maneira certa de se fazer isso.

Apesar dos meus esforços minha amiga apenas se virou na cama, certo hora de apelar para a voz super potente de capitã do time de quadribol.

–HELOÍSE CHASE SAI DESSA CAMA AGORA!- Lise saltou da cama assustada, arregalou os olhos e me encarou como se eu fosse uma louca.

–Está louca Lily?- Não falei?

–VAMOS! SAI DESSA CAMA, JÁ PRO BANHEIRO SE ARRUMAR! UMA HORA APENAS ATÉ A PRIMEIRA AULA! – Pra minha surpresa mesmo emburrada, ela marchou para o banheiro.

–Uma já foi, agora falta a outra. – Murmurei pra mim mesma.

–Não precisa! – Gritou Sara da própria cama. – Já estou acordada.

–Então sai da cama e vai se arrumar. – Fui na direção do banheiro enquanto Sara fechava mais uma vez os olhos. Ninguém merece, vai festar e na manhã seguinte sobra pra quem?

–HEI VOCÊ! MONITORA CHEFE DE HOGWARTS! – Ao ser lembrada de sua posição na escola a castanha se levantou em um pulo. - Hora de acordar...-Acrescentei só pra bancar a chata.

(...)

Quarenta minutos depois nós três estávamos sentadas na mesa da grifinória, e eu já estava em meu terceiro copo de suco de abóbora.

–Não entendo como você pode gostar tanto disso.- Comentou Sara que bebia um chá esquisito. Olhei para seu copo um pouco cautelosa e perguntei.

–E o que é isso aí que você está tomando? – Lise prestava meia atenção na conversa já que ainda estava muito sonolenta, mas ao mesmo tempo devorava o bolo de chocolate como se este fosse o último do mundo.

–É um chá utilizado pelos trouxas, ótimo para te deixar acordada. – Comentou e bebericou mais um pouco.

–Bom dia garotas!- Falou Hugo que acabara de chegar na mesa, sentou-se ao lado de Sara consequentemente de frente pra mim e pra Lise.

O esganado do meu primo começou a se servir de um pouco, digo, de um muito de tudo que havia na mesa e como sempre demonstrou toda a falta de educação à mesa que tio Rony havia lhe ensinado. Isso despertou a atenção de Lise que franziu o nariz para Hugo em seguida olhou para Sara e perguntou apontando para o copo.

–Pra que foi mesmo que você disse que isso serve?- Sara apena revirou os olhos para a desatenção de Heloíse mas mesmo assim respondeu.

–Chá trouxa, não deixa dormir.- Mal falou isso, Lise pegou o copo de Sara e murmurou.

–Eu preciso disso... – E então foi uma sucessão de eventos rápidos e estranhos.

Sara gritou.

–NÃO TEM AÇÚCAR.

Ao mesmo tempo Heloíse levava o chá à boca, para logo em seguida cuspir tudo.

Bem na cara do Hugo.

E por fim Lise gritou.

–Não tem açúcar!

–Eu tentei avisar... – Murmurou Sara antes que eu explodisse em risos. Era realmente engraçado de se ver, Heloíse estava toda sem graça pedindo desculpas para meu primo e Sara estava entre rir comigo e recuperar seu chá nojento.

–Argh, tudo que eu queria essa manhã! Banho de chá e cuspe. – Reclamou o Weasley.

–E eu continuou com sono...-Murmurou Heloíse. Em resposta tirei da capa um pacotinho de balas coloridas.

–Lise elas são energizantes, bem melhores que o chá da Sara, pode confiar. – Lise pegou logo a bala rosa e colocou na boca.

–Também quero Lily. - Falou Hugo e sem pedir pegou uma das minhas balas.

–Sara? Você quer? – Perguntei estendendo o saquinho em sua direção.

–Não, caso não se lembrem produtos da Gemialidades Weasley são proibidos na escola e eu sou monitora chefe. - Foi a vez de Hugo rir e provocar minha amiga.

–Ui, falou aquela que não foi a uma festa ilegal noite passada e não tomou whisky de fogo! – Com essa Sara ficou imediatamente vermelha e todos nós começamos a rir feito um bando de hienas retardadas.

(...)

A primeira aula do dia era Transfiguração, matéria exclusiva para os alunos que tiraram no mínimo um Excede as Expectativas nos NOM’S. Bom eu estava lá já que orgulhosamente tinha conseguido um Ótimo, essa era minha matéria favorita ministrada pelo meu professor favorito.

Jack Mallory era o professor favorito de muitas garotas, o motivo? Simples,era um homem musculoso beirando os trinta anos, cabelos cor de mel, olhos verdes, barba por fazer e um sorriso sacana de quebrar corações. Mas além disso era realmente um ótimo professor, sempre animado e motivado.

Eu, Sara e Lise chegamos na sala e ocupamos logo a primeira carteira, Heloíse não parava de reclamar que ainda estava com fome e não entendia o motivo de tanta pressa para uma aula.

–Mais alguns minutos e você vai entender. – Prometi a ela, no mesmo instante em que a porta ao lado do quadro negro se abriu revelando o prof. Jack.

–Já entendi...-Murmurou enquanto inconscientemente enrolava o cabelo com o dedo. Eu me considerava imune ao professor, depois de tantos anos de convivência já tinha superado o efeito que ele causava.

–Bom dia pessoal! É bom vê-los de volta. – E então ele foi falando o nome dos alunos um a um, e perguntando como estávamos. E isso fazia toda a diferença, todos realmente gostavam dele, até os enciumados garotos. Até que finalmente:

–Lily? Como foram as férias na casa dos Potter? – Perguntou com um sorriso.

–Ah normais, você sabe, alguns repórteres enxeridos exotados pelo papai. – Falei me lembrando do último pobre coitado que tentara conseguir uma foto nossa durante o café da manhã.

–Certo, e você Sara, como está? – Perguntou para minha amiga, Sara estava ao meu lado e parecia estar perdida na Saralandia. Quando ela se desligava do resto do mundo era pra lá que ia.

–Duh..- Sara encarava o nada, a boca estava meia aberta e ela parecia muito, muito idiota. Isso era um sinal que o efeito professor gato tinha agido nela com 100% de eficácia.

–Sara, você está bem? Quer ir à enfermaria? –Perguntou Jack preocupado, percebendo que Sara não sairia do transe tão cedo pisei no pé dela com força, fazendo com que voltasse para a realidade.

–Eh...estava só pensando professor. – Argumentou com um sorriso amarelo, depois disso nada de interessante aconteceu, o que era raro nas aulas de Transfiguração que costumavam ser as mais agitadas.

Jack falou sobre os NIEM’s e sobre como eram complicados e mais uma porção de coisas. Pelo jeito todos os professores fariam uma introdução sobre exames, assim como havia acontecido com os NOM’s.

Fiquei pensando em meus professores, entre nós alunos, tínhamos criado um grupo que chamávamos de quarteto fantástico. Sim nós como todos os outros alunos do mundo pensamos em tudo menos no que precisamos pra passar de ano.

Essa definição servia para os quatro professores jovens e bonitos que tínhamos, dois homens e duas mulheres, o que eu achava mais engraçado era ver a briga sem sentido entre as garotas para decidir quem seria o professor mais gato.

Claro que um desses era o professor Jack e sua simpatia, o outro era Paul Cook mestre de Defesa Contra as Artes das Trevas. Eu tirava o chapéu para o segundo cara, ele tinha se formado auror mas decidiu que sua vocação verdadeira era ser professor, e isso era muito legal, dava pra ver o quanto amava dar aulas.

Paul Cook era realmente um colírio para os olhos, mais baixo que Jack, porém mais musculoso, cabelos loiros cortados em estilo militar e penetrantes olhos negros. Bom, voltando ao assunto era cômico ver as discussões entre as garotas, daqui uns dias elas iriam sair usando camisetas com os nomes deles.

Já estou até visualizando um bando de adolescentes usando camisetas escritas em pink "Team Jack" duelando com outro bando usando camisetas "Team Paul". Era o cúmulo do ridículo, até parece que um desses homens iria um dia ligar para um bando de adolescentes bobas. Nunca vou dizer isso para Sara obviamente, ela é tão derretida pelo Jack quanto poderia ser possível.

O prof. Cook, por outro lado estava fora da jogada havia dois anos, desde que começara o namoro com outra integrante do quarteto fantástico, Lucy Prado, professora de Estudos dos Trouxas. 10 em 10 alunos gostam de Lucy, simpática, bonita, jovial e com um senso de moda trouxa único.

Para meus desprazer, a quarta integrante era Katherine Sullivan, e não adianta o quanto tentem, nunca ninguém vai me convencer que apesar de linha dura ela é uma ótima professora. Nunca vou admitir que ela é bonita, nunca, nunca nunca!

A verdade é que estou enrolando vocês falando dos meus professores, pouco me lembro daquele primeiro dia de aulas do sétimo ano. Talvez Sara se lembre, mas eu não, só me lembro que estive ao lado de duas garotas fantásticas que em poucas semanas tornaram-se minhas companheiras inseparáveis dentro da escola.

Descobri que Heloíse não era só a garota de cabelo rosa sorridente, ela era sincera, engraçada e delicada. Chorava com extrema facilidade, amava a aula de Criaturas Mágicas, tinha uma coruja chamada Cenoura, sim, você não entendeu errado. Heloíse também se mostrou uma garota indecisa, sempre na dúvida, odiava ser colocada sob pressão.

"Por que tenho que escolher um ou outro?"

Nos perguntava sempre que era posta a prova, mesmo nas coisas simples como sabor de suco por exemplo, por fim nunca a vi saindo com nenhum garoto da escola. Não sei se ela tinha um namorado fora, ou se simplesmente não curtia garotos, mas ela recusou todos, desde o gatinho da Corvinal, até o esquisito e corajoso Sonserino do sexto ano.

E foi naquele mês que, apesar de estudar com a Sara desde os onze anos, a conheci de verdade, aprendi que a fachada de garota segura e confiante, bom não passava de fachada, no fundo ela tinha os mesmos medos que eu. Sempre aplicada tentando ser a melhor aluna em todas as matérias, exercendo o cargo de monitora chefe com perfeição impunha respeito e até um certo medo nos baderneiros.

Focada e determinada no que queria, não teve um dia em que deixou de passar na biblioteca, era sagrado que comesse pelo menos um pedacinho de chocolate todos os dias, e assim como Heloíse não saiu com nenhum garoto da escola. Mas eu desconfiava do motivo, pelo menos uma vez por semana chegava carta pra ela, e por mais que ela disfarçasse, eu sabia que era meu irmão James quem lhe escrevia.

Sempre que a carta chegava, aquele sorriso teimoso aparecia em seu rosto, e um dia a pequei guardando a carta em uma caixa junto com muitas outras, e dentro da caixa havia um girassol já seco pelo tempo. Ela não me enganava, estava apaixonada por James, mas em sua rotina de futura Auror não havia espaço para um namorado. Todas as noites Sara escrevia seu relatório, certo ela dizia que era um relatório como os que os aurores tem que fazer, pra mim aquilo não passava de uma desculpa fajuta para escrever em um diário.

Me lembro também, que passei quase o primeiro mês inteiro fugindo de um persistente Hugo e suas agitadas festas. Era incrível como ele sempre parecia saber onde eu estava, ah claro, aquele lance de melhores amigos desde pequenos. Por outro lado ele e Lana Prescott continuavam a desfilar juntos pela escola, os dois andavam pelo local como se fossem o casal real, e o pior é que algumas pessoas pareciam pensar que eles mereciam tratamento especial.

Lembro de ter selecionado o time de quadribol da Grifinória e ter me deliciado ao ver nossa grande habilidade, aquele ano era dos leões! Eu era apanhadora do time, Hugo um dos artilheiros, éramos muito bons em nossas funções, tinha encontrado batedores geniais naquele ano, claro nenhum superaria a genialidade de Fred e Roxanne, meus primos, mas de qualquer forma o time era competitivo. Nossa goleira, Anne Wood estava no quarto ano, e apesar de magra e pequena tinha aquele brilho nos olhos, via vontade de vencer nela e eu gostava disso.

Corri todas as manhãs durante aquele primeiro mês, em nenhum dia a vontade de permanecer na cama falou mais alto que minha força de vontade, sempre seguindo a mesma rotina de treinos e mantendo a alimentação sob controle.

Assim Setembro passou, Outubro chegou voando e o calor foi ficando pra trás, a primeira visita a vila de Hogsmeade chegara e com ela a maravilhosa festa do dia das bruxas.

E foi nesse dia, que eu me perdi completamente de meus objetivos, uma recaída impossível de ser esquecida.


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Notas finais do capítulo

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