Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 39
Bônus - Feliz Lana Nova


Notas iniciais do capítulo

http://www.youtube.com/watch?v=r_8ydghbGSg
Capítulo escrito ao som dessa música, escutem enquanto estão lendo!
ATENÇÃO! Esse é um capítulo bônus, ele volta um pouquinho no tempo. Ano novo da Lana ele se encaixaria entre os capítulos 26 e 27!



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–A carta deveria ter chego Lana. – Foi tudo que minha mãe disse o me ver pela primeira vez no dia 31 de Dezembro, sem resposta para aquilo me contentei em ir até a cozinha procurar algo pra comer.

Um elfo doméstico colocou um pedaço de bolo de chocolate em um prato como se previsse o que eu queria, sem me importar em agradecê-lo fui em busca de um garfo.

–Se não a querem assim, imagine gorda. – Censurou Lola Prescott também conhecida como minha adorada e amada mãe. Não que eu não a amasse apenas queria que ela não colocasse tanta expectativa em cima de mim. Nem sempre foi assim, as coisas apenas saíram do controle com a súbita partida de David.

Revirei os olhos em resposta ao seu comentário maldoso e me atraquei com o doce, será que ainda tinha suco em casa? Peguei minha varinha feliz por finalmente ter os tão sonhados 18 anos, não que eu não pudesse fazer magia fora da escola antes, mas agora eu era legalmente adulta até mesmo no mundo trouxa.
Sem abrir a boca convoquei uma garrafinha com o liquido amarelo, é eu amava suco de laranja mesmo sendo uma bruxa, e só pra contar odeio suco de abóbora.

Me matem por isso.

–DROGA! Eu estou falando com você, e pare de comer! Você vai usar um vestido branco justo hoje, não vai? – Perguntou minha mãe ainda em seu tom de reprovação.

–Primeiro, foi a senhora mesma que proibiu palavrões nesta casa. Segundo, eu acabei de acordar e perdi o almoço estou morta de fome. Terceiro, o vestido branco vai ficar ótimo com ou sem bolo extra. – Intimamente eu sabia que não deveria falar com ela desse modo mas eu estava tão cansada de ter todo mundo me derrubando a todo momento que ignorei o pouco bom senso que ainda tinha.

–É bom mesmo que esteja perfeita essa noite, sabe o quanto essa festa é importante para nossa família, além disso convidei Gabrielle Delacour, você se lembra quem ela é, certo? - Pediu Lola me encarando com os orbes azuis tão parecidos com os meu que chegava a assustar.

–Eu lembro mãe, como esquecer da diretora da academia. – Respondi baixando os olhos para o bolo metade comido, que já não me parecia mais tão apetitoso assim.

–É bom mesmo, você é uma mulher agora e deveria ter se lembrado disso quando saiu de casa na noite passada. – Foi tudo que ela disse antes de deixar a cozinha.

MERDA! É claro que eles sabiam, quando meus pais perdiam algo da minha vida? A última vez que falharam na vigilância meu irmão sumiu no mundo, se o encontrasse de novo deveria perguntar como diabos ele escapou.

Por ter escapado durante a noite é que me sentia tão cansada, não que eu tivesse feito muita coisa apenas decidi que a madrugada era uma ótima hora para dar um passeio. Louca eu sei, já me falaram isso, e segundo meu tutor na infância também tenho hiperatividade e déficit de atenção.

Honestamente? Tenho nada porra nenhuma eles é que não se cansam de tentar me transformar em algo impossível de ser alcançado. Eu não queria ser a garota modelo da família e muito menos ficar como minha mãe, tudo que eu pedia era o mínimo de liberdade pra decidir as coisas.

Terminei de comer e fui até a grande sala de tortura. Certo eu só fui até a sala onde a festa seria realizada com sua grande sacada onde o show de fogos daria boas vindas ao novo ano. Meu pai estava lá e não parecia satisfeito, falava e gesticulava com uma bruxa de meia idade que reconheci como sendo a chefe do buffet. Fiquei parada esperando que ele a dispensasse quando o fez a mulher parecia apavorada, dei um sorriso solidário quando passou por mim, mas creio que não tenha sido de muita ajuda.

–Como eu sempre digo. Se quer que as coisas sejam bem feitas...

–Faça você mesmo. – Completei a frase que ele tanto adorava.

–Exatamente. – Foi tudo que meu rígido pai disse ao me ver, por que mesmo eu tinha ido procurá-lo? Ah certo, eu precisava da segunda dose de humilhação diária.

– Alguma carta? – Fiz sinal negativo com a cabeça sabendo do que se
tratava, Academia de Paris, ele esperava por isso quase tanto quanto minha mãe. – Onde foi que deu errado é o que eu me pergunto. – Falou me analisando, ah valeu pai era tudo que eu precisava.

– Ainda posso entrar, só preciso me sair bem nos NIEM’s. – Comentei tentando não demonstrar muita aflição, como se tivesse tudo sob controle. O que era uma grande mentira, há muito tempo que a única coisa que eu conseguia controlar eram meus cabelos, e olhe lá.

– Você parece péssima, onde esteve noite passada?

–Apenas andando pai. – Respondi, e subitamente decidi que era hora de dar no pé.

–A conversa ainda não terminou Lana, volte aqui e responda as minhas perguntas. – Falou Cam Prescott calmamente, mas eu o conhecia bem demais para reconhecer uma ordem.

–Sim senhor.

–Onde esteve noite passada ? – Perguntou novamente.

–Fui caminhar, andei por toda a cidade, parei em uma lanchonete 24 horas, caminhei mais um pouco, quando começou a nevar voltei pra casa. – Respondi com a voz mais passiva que possuía.

–Pode ir agora. – Falou como se eu fosse sua funcionária. – Esteja linda essa noite.

“Esteja linda essa noite!”

“Fique perfeita!”

“Entre para a escola francesa!”

“Pare de comer!”

“Segure o Weasley, ele é um bom partido!”

As ordens apenas ressoavam como um eco em minha mente, subi as escadas até o terceiro andar onde ficava o meu quarto, assim como também o de meu irmão ainda intocado, desde que ele se fora minha mãe trancara o quarto. As vezes eu ouvia a porta sendo aberta no meio da noite, para então a seguir ouvir um choro dolorido cheio de soluços, minha mãe se culpava por David ter nos deixado.

Me joguei em minha enorme cama de dossel que já estava arrumada, os elfos haviam passado por ali, o vestido branco já estava pendurado próximo ao guarda-roupa, assim como o sapato dourado que brilhava de tão limpo.

Todo o meu quarto era em tons de dourado, rosa e branco de modo que os vestido e o par de sapatos pareciam simplesmente parte da decoração.

–Você parece triste hoje querida. – Disse meu reflexo, eu já me
acostumara com ele, onde quer que eu fosse a garotinha de cabelos castanhos e olhos azuis me seguia.

–Vou precisar me olhar no espelho mais tarde, me olhar de verdade, sabe? Meus pais querem que eu fique perfeita. – Comentei olhando para o teto.

–Eu sou você de verdade. – Respondeu a menina. – Além disso você sabe que não vai ficar perfeita, não importa o quanto tente.

–Uau, muito obrigada. – Falei com amargura.

–Sempre que precisar! – Disse a menina dando uma piscadela e desaparecendo.

Tomei um banho demorado, e me vesti lentamente tentando prolongar cada minuto, me analisei criticamente no espelho.

– Como eu disse mãe, um bolo de chocolate extra não fez diferença alguma.- Murmurei sorrindo ao ver minha silhueta no espelho, de certo modo, pelo menos algo parecia certo, pelo menos por fora eu era sim perfeita. Dane-se a humildade eu sabia o quanto era invejada.

Me maquiei com a mesma calma, tentei deixar meus olhos ainda maiores como se assim compensaria o fato deles não transmitirem emoção alguma. Escolhi algumas joias de ouro entre as muito que eu acumulara ao longo da vida, enquanto tentava colocar o colar a porta do meu quarto foi aberta.

Niall Anderson, meu primo bem mais velho, o orgulho da família, casado com a filha do ministro.

–Não me lembro de ter dado permissão pra você entrar aqui. – Falei ainda tentando fechar o colar. Sem se importar com o que eu havia dito ele apenas caminhou em minha direção, meu primo deveria estar beirando os 30 anos, ainda assim continuava arrancando suspiros.

–Aqui, deixa que eu faço isso boneca. – Disse bem próximo a mim, incapaz de reagir fiquei parada enquanto ele fechava o colar, seus dedos percorreram a antiga cicatriz.

–Por favor Niall. – Pedi em um sussurro sentindo lágrimas intrusas e
traidoras se formarem, em resposta ele apenas riu. Uma risada que eu odiava e que sempre me causaria pesadelos.

–Eu nunca vou cansar de ouvir você me implorando boneca. – Murmurou beijando a pele rosada, foi como se ele reabrisse o corte, como se toda a dor voltasse.

–Não me chame de boneca! – Falei finalmente reunindo coragem para me afastar dele.

–Olha só! A Laninha ficou brava. – Niall disse em um tom zombeteiro.

–Sai daqui. – Ordenei apontando para a porta, mais uma vez aquela risada que eu não suportava.

–SAI DAQUI!- Pedi novamente agora puxando minha varinha.

–Hei calminha aí! Só vim te entregar isso. – Falou puxando um embrulho
prata do bolso.

–O que é isso? – Perguntei receosa.

–Seu presente de aniversário, é hoje não é? – Questionou o homem sorrindo de forma gélida, sem falar nada peguei o embrulho e aguardei que ele se retirasse, percebendo o que eu queria Niall se dirigiu até a porta.

–Feliz aniversário boneca.

Agora as lágrimas caiam livremente, eu precisaria retocar minha maquiagem, joguei o presente sobre a cama, talvez o abrisse mais tarde, ou então podia jogá-lo no lixo. Não me importava realmente.

Encarei o espelho enquanto secava meu rosto, porém no momento em que iria voltar a me maquiar, ela reapareceu.

–Sai. – Mandei tentando ignorar aqueles olhos azuis sem vida, que eram e também não eram meus.

–Pelo menos alguém lembrou. – Disparou a garotinha.

–Seria melhor se não lembrasse. – Respondi tentando me arrumar como se ela não estivesse ali.

–Ás vezes eu acho que você gosta disso. Dessa fixação dele por você. – Provocou a pequena “eu”.

–Eu o odeio, ele é um louco obcecado. – Falei com convicção e até mesmo ela sabia que isso era verdade, eu o odiava mais do que odiava a mim mesma e isso era muito ódio.

A festa do meu pai estava exatamente como todas as outras, no final das contas a tal diretora Delacour não apareceu. Ao me verem meus pais sorriram de aprovação, por que não sorririam afinal? Desde que eu desceratodos queriam falar comigo, chamar minha atenção como se implorassem por alguns segundos ao meu lado. Sorri para Niall e a esposa quando ambos vieram me cumprimentar.

–Está tão linda Lana! – Foi o que a pobre mulher me disse. Agradeci o
elogio enquanto escapava ao ver meus avós, qualquer coisa era melhor que aquele casal.

Não que meus avós fossem a opção mais viável, tudo que queriam saber era sobre meu futuro de modo que logo comecei a me sentir sufocada ali também. Na primeira oportunidade que pude corri para a sacada, cada vez mais o dia 31 chegava ao fim e a única pessoa que se lembrara do meu aniversário fora justamente a que eu mais odiava.

Lá fora estava bem frio, sem me importar fui até o encosto, o vento frio
cortava meu rosto mas pelo menos ninguém iria aparecer ali.

–Faça um pedido Lana. – Falei para mim mesma de olhos fechados.

Eu não sou umas dessas pessoas que acredita em ilusões, nunca fui, a vida meio que me ensinou a confiar apenas no óbvio no que não poderia mais ser refutado. Assim sendo nem em meus sonhos mais loucas eu poderia imaginar que uma coruja conhecida apareceria ao meu lado.

Peguei o embrulho não sem antes acariciar a pequena coruja marrom que há quase dois anos me trazia as melhores cartas que já recebera.

Oi!

FELIZ ANIVERSÁRIO!

Sei que as coisas andam estranhas entre nós, sei também que já faz um tempo que não venho sendo o namorado que gostaria que eu fosse. Honestamente nem eu me entendo. Mesmo assim precisava te mandar essa carta, sei que as pessoas não costumam lembrar do seu aniversário aí...

De qualquer modo é isso.

Parabéns Lana.

Fique bem.

Hugo Weasley

O embrulho continha um livro colorido intitulado, “Mil razões para você
não ir pra França”. Comecei a gargalhar sozinha, talvez outra pessoa não visse tanta graça mas eu precisava rir e tenho certeza que Hugo sabia que aquilo me faria gargalhar.

Os fogos começaram a estourar, queria dizer que já era um novo ano, meu aniversário tinha passado novamente, graças a Merlin.

Apertei o livro contra meu corpo como se ele pudesse me passar força, eu não iria desistir, não iria deixar com que eles derrubassem. Eles podiam pegar tudo que eu tinha, quebrar tudo que eu era como se eu fosse de vidro ou de papel.

–PODEM VIR!TENTEM ME DERRUBAR! – Gritei encarando os fogos sabendo que os barulhos dos mesmos abafariam meu desabafo desesperado.

Eu vou me levantar de novo, não sabia nem quando e nem como o faria, mas eu precisava acreditar nisso. Sorrindo para mim mesma voltei para dentro do salão logo várias pessoas vieram ao meu encontro.

–Feliz ano novo Lana! –

Sim, pensei comigo mesmo: feliz ano novo.

Feliz Lana nova.


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Notas finais do capítulo

NA/ FELIZ ANO NOVO LEITORES LINDOS DA TIA LORELINE!
Tudo de bom pra vocês em 2013, obrigada por terem acompanhado essa fic em 2012 e espero que continuem comigo por mais um tempinho, ok? Comentem lindamente pra mim e pra Milady! Beijos



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