Dirty Little Princess escrita por Loreline Potter, Milady Black


Capítulo 15
Neve


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, leiam as notas finais!



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Neve

-Não é justo, ela é tão nova, tinha tantos sonhos e agora isso... – Escutei a voz de minha mãe, havia acabado de recuperar a consciência, mesmo estando um pouco grogue tentava me lembrar dos últimos acontecimentos, eu estava viva certo? Bom eu sentia dor de modo que sim, eu devia estar muito viva.

-Sinto muito Sr.ª Potter, já é um milagre que ela esteja viva, fizemos tudo o que pudemos, recorremos a todas as possibilidades. – Era a mesma voz que havia escutado, antes. Antes quando? Minutos, segundos? Eu estava totalmente sem noção de tempo, mas era a voz do curandeiro chefe que havia me declarado morta. Se eu pudesse gritar eu já estaria me esgoelando. "NÃO CONFIE NELE MÃE! NÃO É SÓ PORQUE ELE USA UM JALECO QUE SABE DO QUE ESTÁ FALANDO! APOSTO QUE ELE COMPROU O DIPLOMA NA BORGINS E BURKES!"

Pena que no momento tudo que eu conseguia fazer era me manter consciente, algo espetava minha mão, o que seria? Me machucava e incomodava, tentei mexer minha mão mas o melhor que pude fazer foi contrair levemente os dedos, o que fez com o que quer que me incomodasse se fincasse ainda mais profundamente em minha pele. Senti uma pontada de dor, o que era incrível, afinal após ser submetida a dores terríveis por todo o corpo como é possível distinguir uma dor minúscula?

-Mãe, ela mexeu! Ela mexeu os dedos eu juro! – Fiquei surpresa ao ouvir a voz de James, seu tom demonstrava alívio e surpresa, escutei passos e logo a mão macia de minha mãe estava sobre a minha.

-Filha, princesa? Está me ouvindo? – Hum, sim? Como eu iria fazer isso, sim eu a ouvia mas isso não queria dizer que eu podia responder, tentei mais uma vez mexer os dedos, após muito esforço percebi que minha mãe soltou minha mão, ela tinha desistido. Há quanto tempo eu estaria ali? Há quanto tempo eu estava dormindo, estranho tudo parecia tão recente.

-Mãe eu juro que ela... – Começou meu irmão mais velho.

-James, já chega, vá pra casa durma, volte amanhã, posso ficar com ela hoje. – Disse minha mãe de modo direto.

-Mas...-Começou.

-É uma ordem. – Uou, mamãe estava falando sério. Senti quando James se aproximou de mim e encostou os lábios em minha testa.

-Amo você Lilindinha, eu já volto. – Por mais que desejasse sorrir ao ouvi-lo não consegui, senti a escuridão tomar conta, lutei desesperadamente para manter a consciência, a dor porém foi mais forte e mais uma vez mergulhei no nada. Onde não havia alivio para a dor, eu já não sabia mais o que sentir. Em meio a agonia de tentar acordar e vencer a escuridão e a dor que me envolviam tive o estranho sentimento de que tinha perdido algo importante. Algo até mesmo irrecuperável.

Quando recuperei a consciência novamente me surpreendi com a claridade, abri os olhos, finalmente eu enxergava as coisas, minha boca estava seca e eu desejava um copo de água desesperadamente. Tentei abrir a boca e falar algo, foi impossível.

Aos poucos meus olhos foram se acostumando e percebi que estava de noite, há tanto tempo que não abria os olhos que até mesmo a fraca luz da lua me machucava. Eu sentia mais dor do que achava possível aguentar. Era insano. Eu sempre achei que uma pessoa morreria se sentisse o que estou sentindo, tentei mexer o pescoço, e com um pouco de dificuldade identifiquei uma forma humana no lado esquerdo do quarto. Através dos cabelos arrepiados reconheci meu pai, ele estava todo retorcido dormindo em uma poltrona, desde quando meu querido pai tinha tantos cabelos brancos? Será que eu nunca havia reparado que não era só eu quem ficava mais velha, sim, meus pais, meus heróis, não eram imortais.

Eles envelheciam e um dia morreriam, senti um aperto no peito ao lembrar de Lílian Evans, devia ser horrível crescer sem a presença dos pais, eu não conseguia nem imaginar o quanto meu pai havia sofrido durante sua infância. Mais tarde ele encontrou nos Weasley sua família mas mesmo assim, era tão bom me olhar nos espelho e encontrar traços de Gina Weasley e Harry Potter, era tão bom me sentir ligada a alguém.

Eu senti medo naquele momento, medo de não ser Potter o suficiente, de não merecer a família que tenho e o mais importante, eu senti medo de predê-los. Mais medo do que eu me julgara capaz de sentir, jamais havia me sentido tão amedrontada.

Faltou-me forças para falar, por mais que eu estivesse desesperada por um gole de água, não consegui emitir som algum, mexi meus dedos e por fim estiquei meu braço, foi horrível, era como seu meu cérebro precisasse comandar cada ação separadamente. Como se fosse necessário ensinar a cada célula do meu corpo o modo correto de trabalhar. E doía, Merlin como doía!

Antes que me desse conta a escuridão me tomou mais uma vez,não sei se foi o cansasso ou se fui vencida pela dor mas sem que eu me desse conta estava novamente entregue a escuridão. Mal eu sabia que aquela seria a última vez que perderia a consciência, mal eu sabia que da próxima vez que acordasse minha vida iria mudar radicalmente.

Só não imaginava o quanto.


POV Heloíse


-Sara...Sara! SARA! – Sim eram duas da madrugada e eu estava fazendo o maior escândalo no dormitório para acordar minha amiga, eu não ligava. Precisava de companhia, mais uma vez pesadelos tinham me assombrado e eu não queria voltar a dormir.

-Hum?! Lise? – Sara relutava em abrir os olhos, segurava seu cachorrinho de pelúcia com força e eu quase fiquei com pena dela. Eu disse quase.

-Acorda, por favor. –Pedi com minha melhor voz de pidona, Sara não era muito emocional, mas depois do acidente da Lily ela estava mais sensível do que de costume. Ou deveria dizer que o seu humor era submetido a variações tão constantes que ficava terrivelmente difícil de acompanhar. Ela não era como eu, enquanto ela parecia em um momento estar angustiada, em seguida furiosa, para então ficar completamente desligada do mundo a sua volta e retornar para enxergar tudo de um modo cético eu me mantinha constante em meus sentimentos.

Que no momento se resumiam a apenas uma tristeza. Eu me sentia mais triste do que seria capaz de expressar em palavras. Era como se tudo que eu passei com a minha mãe houvesse voltado, toda dor e desamparo estavam ali, intactos, como se nunca tivessem me abandonado.

E talvez realmente não tivessem

Às vezes eu me sentia tão terrivelmente só que tinha a necessidade de me abraçar. Mas naquele momento não aguentei e acordei a Sara. Afinal, por que sofrer sozinha?

-O que você quer Heloíse? – Perguntou minha amiga por fim, finalmente seus olhos castanhos me encaravam e eu me senti estranhamente feliz ao ouvir seu tom de voz irritado e tão característico.

-Pesadelos de novo, fica acordada comigo? – Por um momento pensei que a Hale pegaria seu ursinho de pelúcia e começaria a bater em mim com ele, até que um dos dois estivesse completamente acabado. E conhecendo ela eu temia pela minha segurança. De certo modo ela tinha razão, já estávamos em dezembro e estava realmente frio. Só um louco sairia de baixo das cobertas aquecidas, bom nunca falei que eu era normal, eu sei estava sendo ridícula, eram apenas sonhos afinal, porém eles me assustavam pareciam memórias e agora envolviam Lily.

Bom, Sara também não era lá muito normal de modo que saiu da cama, brava, mal humorada e ranzinza. Ainda assim vestiu um roupão felpudo, que eu não sei aonde ela foi arrumar tal coisa, já que eu não teria coragem de usar um treco daqueles nem mesmo sozinha. Mas quem disse que ela não é corajosa? Em seguida calçou suas pantufas de cachorrinho, enquanto fazia isso falava baixinho.

-Sim Louise, eu sei que ainda não é de manhã! Para de reclamar e faça seu dever que é esquentar meu pé Clarck! – Levantei uma sobrancelha e perguntei.

-Clarck e Louise? –

-Sim, que tipo de pessoa eu seria se não desse nome para minhas pantufas? – Me perguntou ela como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Olhei para meus pés e murmurei.

-Me desculpem por isso, mais tarde eu batizo vocês. – Como foi que eu nunca pensei em dar nome para meus dois sapinhos, afinal eles esquentam meus pés sem cobrar nada, que tipo de pessoa maléfica eu sou?

-Falou alguma coisa? – Perguntou Sara enquanto seguia para as escadas.

-Nope. – Respondi, seguia Sara tranquila quando algo roçou minhas pernas. – AAAAHHHH!

-Silêncio! Quer acordar o castelo inteiro? É só o Berlioz! – Falou Sara pegando o gato cinza no colo , logo ela segurava aquela bola de pelos contra o peito que miava desesperadamente. – Ele não parece bem. – Comentou enquanto acariciava o bichano.

-É óbvio que ele não está bem, esse gato me odeia e segundos atrás estava em minhas pernas pedindo carinho. – Disse lembrando do dia em que resolvi dar um toque de estilo ao gato de Lily. Só posso dizer que ele era um gato muito rancoroso e que certamente não ia muito com a minha cara.

Olhei para ele que se retorcia nos braços da Sara querendo carinho. Hunf, realmente não sei qual é a desse felino. Eu sou bem mais simpática do que a Sara, isso é visível a quilômetros de distância, e quando chega perto fica ainda mais óbvio quem é a pessoa legal aqui.

-Você acha que ele sabe? – Ela não precisava terminar a frase para eu entender o que ela queria dizer.

-Acho. – Sem conseguir evitar meus olhos se encheram de lágrimas, eu era tão sensível chorava por qualquer motivo, Sara por outro lado não havia derramado uma lágrima, pelo menos não na minha frente.

-Sabe do que nós três estamos precisando? – Perguntou ela sorrindo de modo maroto, hum da Lily? Nada mais me vinha em mente, do que eu a Sara e o gato precisávamos? Sara porém parecia ter outra ideia em mente. E sorrindo mais ainda ela fez um gesto para que eu a seguisse retrato a fora.

E eu que achava que o sorriso maroto da Lily era sinistro. Com certeza era porque não tinha visto o da Sara. Estava até considerando voltar para a minha cama quando ela me deu um leve peteleco. Eu tinha feito novamente. Empacado no meio do corredor perdida em pensamentos.

- Acorda Lise, vamos logo! – Falou ela estranhamente animada dando leves passadinhas com o Clarck e o Louise pelo corredor.

- Acha mesmo que é uma boa ideia? E se nos pegarem? – Perguntei a seguindo incerta.

- Horas Lise cadê o seu espírito aventureiro grifinório?

- Ficou em baixo da cama, não quis sair porque estava com frio. E eu não quero pegar uma detenção!

Ela parou e me olhou meio abismada por algum tempo até que o Berlioz miou em seu colo. Ela simplesmente agarrou o meu braço e saiu me arrastando. Quem disse que Sara Hale não era delicada? Ela é praticamente o símbolo da delicadeza, sério entre ela e um hipópotamo não sei dizer qual é mais sublime!

- Deixe de ser ridícula! Eu sou a monitora chefe esqueceu? Não vou lhe dar detenção!

- Ah não?

- Não quando teria de aplicar uma detenção sobre mim mesma! E de mais a mais eu conheço vários atalhos para ir aonde vamos!- E falando isso ela prosseguiu na sua missão delicada de me arrastar pelo corredor e por muitas passagens secretas a fora.

- Aonde você aprendeu tantas passagens secretas?

- Ah foi com o Ja...

Ao notar a minha expressão curiosa ela fechou a cara e se virou para um quadro.

- Por aí Lise, por aí...

- Misteriosa hein Hale?- Comentei tirando sarro e a fazendo sorrir de leve. Hahá, quem disse que eu não sou boa. EXECUTEI A MISSÃO IMPOSSIVEL DE FAZER A SARA RIR! Ela parecia não fazer isso há muito tempo. Ou melhor parecíamos não fazer isso há muito tempo.

Antes que eu me desse conta ela me arrastou pela porta que tinha se aberto no local do quadro quase dando por encerrada a sua missão de arrancar o meu braço.

(...)

-Obrigada, esse é o melhor chocolate quente que já provei. – Agradeci ao elfo que havia me servido, sim estávamos na cozinha e Sara parecia realizada, sério alguém devia fazer uma pesquisa sobre os efeitos do chocolate no corpo dela. Berlioz comia restos do jantar parecendo muito satisfeito, bom pelo menos ele não estava mais miando. Enquanto minha amiga acrescentava cada vez mais chocolates e marshmellows ao seu chocolate quente.

-Sara, agente precisa conversar. –Falei tentando começar pela milésima vez uma conversa sobre Lily. Ela não queria, minha amiga havia construído sua barreira e parecia decidida a se manter assim, mas eu precisava desesperadamente falar sobre o que eu sentia. Ela me ignorou um pouco e continuou a pescar marshmellows em sua xícara para em seguida resmungar.

-Lise não tem nada pra...

-Por favor, me escuta pelo menos? Já faz quase um mês que ela está lá no hospital sem reagir... – Antes que eu pudesse evitar minha voz estava carregada, Merlin como eu precisava falar, eu precisava chorar, precisava ser abraçada e consolada. Cá entre nós, Sara era péssima nisso mas era a única que me entenderia.

-Heloíse eu não quero, não preciso me torturar com esse assunto, eu não consigo. –Ela já estava em pé e parecia prestes a fugir.

-Você precisa disso também, faz mal guardar as coisas Sara, nos machuca, nos envenena. Deixa agente se ajudar com isso? – A morena voltou a se sentar, parecia ter abaixado a guarda e me encarava séria, seus lábios estavam contraídos em uma linha fina e sua expressão era forçada, ela se segurava, guardava algo. Na verdade ela aprisionava algo.

-Sara, eu não aguento mais, eu não quero perder a Lily, ela foi a primeira a me acolher, ela é tão especial e me aceitava ao meu modo. Eu quero ela de volta, eu preciso dela, preciso da minha amiga, estou perdida...e

-PARA!JÁ CHEGA!NÃO FAZ NEM SEIS MESES QUE VOCÊ HÁ CONHECE! VOCÊ NÃO SABE DO QUE ESTÁ FALANDO! –Eu chorava sem me conter, chorei mais ao escutar o grito de Sara, ela agora não parecia contida, ao contrário havia estourado o copo de vidro que estava na sua frente e seus cabelos voavam mesmo não havendo vento. Fiquei com raiva ao ouvir aquilo, como ela podia julgar o que eu sentia por Lílian? Eu havia reencontrado o significado de FAMÍLIA em Hogwarts e Lily é quem tinha me ajudado.

-EU NÃO SEI? EU PASSEI DOIS ANOS EM BEAXBATONS SEM UMA AMIGA DE VERDADE E ENTÃO ANTES MESMO DE EU CHEGAR EM HOGWARTS EU JÁ TINHA UMA. COMO EU NÃO PODERIA AMAR LÍLIAN? ELA NEM MESMO PENSOU ANTES DE ME CONVIDAR PARA FICAR AO LADO DELA.

-NÃO! VOCÊ NÃO SABE! EU E LÍLIAN ESTAMOS JUNTAS DESDE OS 11 ANOS E PASSAMOS POR DIVERSAS COISAS JUNTAS! ELA É A IRMÃ QUE EU NUNCA TIVE! E NÃO É SÓ PORQUE BRIGAMOS MENSALMENTE QUE EU NÃO GOSTO DELA. ENTÃO SE ALGÉM TEM O DIREITO DE QUERER CHORAR E DESABAFAR ESSE ALGUÉM SOU EU!

Sem que eu previsse Sara desabou, ela estava ajoelhada no chão e ofegava como se tivesse corrido uma maratona, ela não estava chorando, não, isso era humano demais para ela. Corri de encontro à minha amiga e a abracei, mas que droga! Por que estávamos discutindo aquela bobeira? Nós duas estávamos machucadas, ambas sentíamos falta da ruiva Potter.

-Eu sei, Sara eu sei que você sente falta dela, me desculpe. – Minha amiga continuava escondendo o rosto, suas costas tremiam de um modo estranho e me perguntei se era assim que se chorava por dentro.

-Ela vai voltar Lise. – Afirmou após um tempo. – Eu sei que vai, quando agente menos esperar ela vai estar aqui no castelo correndo pelos corredores e explodindo caldeirões. – Não contive o sorriso ao ouvir isso, aos poucos parei de chorar e antes que eu esperasse Sara se afastou, como eu esperava seu rosto não estava molhado, nem seus olhos estavam vermelhos como os meus com certeza estavam.

-Ela tem que voltar. – Murmurei.

-Vamos dormir? Temos aula amanhã, você precisa descansar. – Sugeriu ela, honestamente eu não queria voltar pra cama e voltar aos meus pesadelos, porém Sara estava certa eu precisava descansar.

Afastei as imagens que me assombravam, uma lápide com o nome de Lily, o rosto de minha mãe, meu pai me abandonando em Salém. Todas as minhas piores lembranças se misturavam ao fato de Lily estar desacordada, exceto as lembranças sobre o assassinato de minha mãe. Eu já havia desistido de tentar lembrar de algo, tudo que eu ganhava ao forçar a mente era uma bela dor de cabeça.

Ao chegarmos no dormitório Sara me ofereceu um frasco com uma poção azulada e explicou.

-Tome um gole, é para você dormir sem sonhar. – Percebi que a poção estava quase no fim.

-Você tem tomado? – Perguntei enquanto abria o frasco.

-Todos os dias após o acidente. Não é só você que sonha Heloíse. – Adormeci rapidamente e como o prometido não sonhei nem uma vez.


POV Sara


-Todos os dias após o acidente. Não é só você sonha Heloíse.

Ou deveria dizer "Não é só você que tem pesadelos Heloise". Afinal já tinha tomado mais poções para não sonhar em minha vida do que posso me recordar, e acredite, isso é muito.

Heloíse estava dormindo, graças a Deus, eu odiava que as pessoas viessem chorar em cima de mim. Tenho cara de travesseiro por acaso? Não, eu não sou egoísta, nem imune a sentimentos, ao contrário estou sempre explodindo só não choro e não gosto que as pessoas chorem.

Pra começo de conversa eu nunca sei o que fazer, e depois Lise estava assim por causa de Lily, sim eu também estava mal, é claro que queria que Lily acordasse só não queria ficar me lamentando. Era estranha a forma como tudo tinha acontecido, Lily não caiu da vassoura por causa de um balaço qualquer, ele estava adulterado. E quem quer que o tenha adulterado realmente queria fazer isso.

Se tem algo que a custo aprendi em minha vida é até o mais simples feitiço pode ser poderoso dependendo de quem o fez. Há apenas algo que muda de bruxo para bruxo, a vontade de realizar determinado ato. Quanto mais você quiser realizar um feito mais forte será o seu feitiço. O que pode ser bom, mas também pode ser terrível. Afinal, não são todos que pensam na consequência de seus atos antes de agir. E acredite, as consequências podem ser terríveis. Eu sei.

Os professores não confirmaram nada, mas eu tinha certeza, a forma como McGonagall estava agindo, as professoras Sullivan e Prado cochichando pelos corredores e eu tenho certeza que estão interrogando os alunos. É claro que fizeram por querer, estavam querendo machucar Lily o que era estranho já que todos na escola a amavam, exceto Lana, mas ela não faria isso. Ou será que faria? Ultimamente eu não confiaria nem em minha própria sombra. Ou deveria dizer principalmente em minha sombra? Ah tanto faz!

Droga, eu estava agitada demais para voltar a dormir, era patético ficar deitada de olhos abertos encarando Heloíse dormir como um bebê, eu deveria estar dormindo assim, afinal era culpa dela eu estar acordada a essa hora da madrugada! Sem que eu esperasse algo bateu na janela. Quase pulei de susto, tomei coragem e me levantei para ver o que tinha acontecido, era só uma coruja.

Minto, não era só uma coruja.

Era a coruja de James Potter, o cara por quem eu estava apaixonada desde meus 14 anos, não que eu saísse anunciando isso por aí, mas apesar de parecer eu não era cega a ponto de não notar o que acontecia comigo quando ele estava perto.

Quando os sintomas são, coração acelerado, boca seca, estômago brincando de dar cambalhotas além de uma tendência a tropeçar em minhas próprias pernas.O diagnóstico é simples.

Apaixonada.

Não é tão ruim quanto parece, a não ser que o cara também esteja apaixonado por você, mas você é racional ao extremo de modo que vai deixar isso pra trás e vai para a Rússia estudar. Hei, essa sou eu! Como é ótimo estar apaixonada...Ou não.

Abri a janela e deixei a coruja entrar o mais rápido que pude, estava frio lá fora e eu não queria que o quarto esfriasse. Não era uma carta, era apenas um bilhete escrito as pressas pelo jeito.

Ela acordou!

Lá fora, a primeira neve do ano começou a cair, branca e limpa como deve ser. Eu não sabia se começava a pular ou a gritar, me limitei apenas a sorrir.

Algo molhou meu rosto, algo quente.

Lágrimas? Sim, lá fora caia a primeira neve do ano, Lílian amava a neve de um modo insano. Mas bom quem a julgaria? Ela era Lílian Potter minha melhor amiga e a única pessoa capaz de me fazer chorar.

Apertei o bilhete em minha mão até que ele quase sumisse em minha palma. Sem perceber comecei a rir baixinho.

Afinal, o pior havia passado. E eu estaria ali independente do que Lílian precisasse eu estaria ali para ela. Por que é isso que melhores amigas fazem.

 

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Notas finais do capítulo

NB/ UOU, adorei este capítulo.
Tadinha da Lise, Sara malvada!
Você quer saber como a Lily está? Estão COMENTE, É DE GRAÇA E FAZ BEM AO CORAÇÃO DA AUTORA ( e da beta também então mais um motivo para COMENTAR!!!!!!)
Se fosse dedicar esse cap a alguém (o que eu sei que não posso porque não sou a autora) dedicaria a todas aquelas pessoas que já tiveram uma grande amiga.
Então por que não? LORE DEDICO ESTE CAPÍTULO QUE VOCÊ ESCREVEU PARA VOCÊ MESMA! PORQUE VOCÊ TEM UMA GRANDE AMIGA! (eu)
Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk, da beta mais louca e feliz com o capítulo.
Milady Black.
NA/ Bom, espero que tenham gostado desse capítulo. Queria muito agradecer pelos comentários vocês me deixam muito feliz. Desculpem pela demora desse capítulo mas estou muito ocupada, prometo que o próximo vem mais rápido!
Comentem, e RECOMENDEM. Sério estou precisando de uma recomendação nova!
Beijos
Loreline Potter



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