Summertime escrita por Primadonna


Capítulo 1
Highway to hell


Notas iniciais do capítulo

Fanfic nova, espero que gostem!



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Cara, eu estava muito feliz por finalmente sair de Nova York. Eu morava lá desde pequeno com a minha mãe. Naquele ano ia fazer uma viagem com meu amigo de infância e colega de faculdade, Luke. Luke e eu cursávamos o primeiro ano da faculdade. Eu fazia Biologia Marinha e Luke fazia Ciências da Computação.

Em poucos minutos nós íamos viajar, passar o verão na casa do meu pai em Los Angeles. Há alguns meses, eu havia saído — finalmente — do apartamento da minha mãe, então liguei pra ela antes de sair. Ela me desejou boa sorte e, como um velho costume de mãe, me disse pra que usasse protetor solar. Pediu também para que eu mandasse lembranças para meu pai e alguns outros conselhos de mãe. Assim que o número do nosso vôo foi chamado, desliguei o celular, acordei Luke, que babava em cima da minha mala, e seguimos para entrar a bordo.

— Bem vindo, senhor — disse a comissária de bordo enquanto eu entregava minha passagem — Cadeira 11 F, na janela.

— Obrigado — falei.

— Bem vindo, senhor — ela disse para Luke e mostrou a sua cadeira que, a propósito, era do meu lado. Quando nos sentamos, Luke começou uma inspeção pelo avião.

— Cara, para com isso, parece que você nunca andou de avião! — eu disse quase rindo.

— Você sabe o que aconteceu da última vez, não enche! — ele respondeu e eu comecei a rir.

Por cada lugar que Luke passava, ele deixava uma marca. Era impossível esquecer-se dele. Assim que foi anunciada a partida, Luke fechou os olhos, respirou fundo e se segurou na cadeira. “É, essa viagem vai ser longa…” pensei ainda olhando Luke. Mas eu tive uma surpresa, Luke viajou quieto. Talvez fossem os calmantes que ele tinha tomado antes de sairmos de casa.

Quando aterrissamos em LAX, estava quente e agradável, me senti muito bem recebido. Chamamos um táxi. A corrida até a casa do meu pai durou pouco mais de meia hora. Meu pai morava em uma região afastada da cidade.

E lá estava ele, sorridente, nos esperando.

— Percy, Luke! Meus garotos, como foram de viagem? — ele perguntou com os braços abertos para nos receber.

— E aí, tio Popô? Acho que essa foi a melhor viagem desde sempre. — Luke disse, apertando a mão do meu pai.

É, eu sei o que você está pensando: “tio Popô”. Desde pequeno ele o chamava assim e meu pai já se acostumou, apesar de odiar o apelido.

— E aí, pai? — falei quando ele me abraçou.

— Entrem. — ele disse. A casa do meu pai não era uma mansão apesar de ser bem grande, vou descrevê-la como uma semi mansão. O hall de entrada estava cheio de caixas e documentos que eu passei o olho sem perguntar o que era.

Meu pai era Poseidon, dono da maior rede de pesca legal, também fundador de algumas das maiores usinas hidrelétricas e da companhia de água da cidade. É, ele era um dos Três Grandes da região, ou seja, um dos três caras mais ricos do pedaço. Caso você não saiba, ele e meus tios Hades e Zeus eram os Três Grandes. Certa vez, eles brigaram pelos negócios de família. Desde então, nunca mais os vi nem vi a maioria dos meus primos. E, às vezes, agradeço à briga deles por isso.

Quando éramos pequenos, tinha aquele demônio em forma de garota, Thalia Grace, filha do tio Zeus. Aquela menina acabou com minha infância e também com a de Nico Di Ângelo, filho do tio Hades. Ela nos trancava no banheiro depois que o irmão mais velho dela, Apolo, usava — acredite, ficava um cheiro horrível —, colocava terra no nosso leite, lambia todas as comidas para depois comermos, destruía nossos castelos de areia... Até nosso cabelo ela puxava, aquela doida.

Bom, voltando ao assunto, a briga entre nossos pais ocorreu em algum Natal, na casa do nosso avô Cronos, e nós três estávamos trancados em um quarto, com medo. Apesar de brigarmos por tipo a vida toda, éramos amigos e não queríamos nos separar. Mas aquela foi a última vez que eu a vi, não posso dizer que lamento isso em 100%… Mas com Nico foi diferente. Ele não suportava as brigas do pai dele com a madrasta, Perséfone, e fugia sempre pra nossa casa com a irmã dele, Bianca. E meu pai não se importava nem um pouco.

— Bom, Percy — disse meu pai, interrompendo meus flashbacks, — Você e Luke podem ir lá pra cima guardar as coisas de vocês, eu quero ajuda com essas caixas depois, tenho que levar para algumas lojas no centro.

— Pode deixar.

Peguei minha mala e a joguei nas costas. Luke fez o mesmo e subiu atrás de mim. Ele, por ser quase meu irmão, sempre dividia o quarto comigo. Assim que abri a porta, vi Martine, uma das empregadas do meu pai, arrumando a cama. Luke me empurrou e foi abraça-la.

— Martine, minha deusa! — ele falou jogando os braços ao redor de Martine. Luke é um retardado. Mas não posso culpa-lo por sua reação, nós sempre adoramos Martine. Ela era como uma mãe pra nós sempre que vínhamos para Los Angeles.

Oh, Lukito! Como estás? — ela perguntou. Martine era espanhola e por isso, em quase todos os Halloween’s que passávamos aqui, nos vestíamos de espanhóis em homenagem a ela.

Muy bién! — ele disse sorridente.

O empurrei e dei um abraço em minha “mãe postiça”.

Te eché de menos. Un montón. — eu disse. Martine sorriu amplamente.

Yo también, mi muchacho. — Ela respondeu, sorrindo.

— Metido. — Luke disse, fazendo cara de nojo pra mim.

Martine e eu rimos. Nós largamos nossas coisas no meio do caminho mesmo, conversamos um pouco até um cara alto, com cabelo escuro e com cara de pateta, aparecer atrás de Martine.

— NICO, AMORZINHO! — gritou Luke pulando no colo dele. Eu comecei a rir e Martine revirou os olhos, murmurou algumas coisas em espanhol e saiu.

— Luke, amor da minha vida, não sabe como senti sua falta! — ele respondeu com metade da empolgação de Luke.

— Tá bom, acabou o amor! — falou Luke, se soltando dele e nós rimos.

— E você, Sereia do Verão? — ele disse pra mim — Não vai falar que sentiu saudades do seu priminho lindo?

— Vai se catar — falei, e nos cumprimentamos — Como está tio Hades?

— Ah, você sabe — disse Nico dando os ombros — Briga com Perséfone, fica estressado por causa das ações e acha ruim da Bianca ter ido para o convento com a nossa prima Ártemis. A mesma chatice de sempre. Mas, enfim, por quanto tempo vão ficar aqui?

— O verão todo — respondeu Luke.

— Crianças, eu… — falou meu pai entrando no quarto.

— Crianças? Sério, pai? — perguntei. Nico engoliu um riso e Luke caiu na cama rindo.

— Ok, adultos, você vão me ajudar? — ele falou, revirando os olhos. É, esse era meu pai: engraçado e me fazia passar vergonha. Sempre.

— Tudo bem, vamos — falei, puxando Luke — Você vem, Nico?

— Se não se importarem… — ele falou.

— Sem problemas! — falou meu pai.

— Só vamos colocar um chinelo e já descemos — falei.

Ficamos ali mais um pouco e depois descemos. Colocamos a maioria das caixas no porta-malas do carro do meu pai e depois saímos. Abri a janela do carro e senti a brisa do mar no rosto. A praia quase nunca estava tão lotada assim, só havia algumas mães com seus filhos, adolescentes tentando surfar e casais passando o dia.

Minha alegria durou pouco, porque logo viramos a rua. Passamos por inúmeras casas, que não eram estranhas para mim. E, mais na frente, passamos por uma casa enorme. Era a casa do tio Zeus até onde eu me lembrava.

— Pai, tio Zeus ainda mora ali? — perguntei. Meu pai analisou a casa e deu de ombros.

— Não sei, não falo com seus tios há… Algum tempo — ele respondeu. Apenas concordei e continuei olhando. Aquela casa foi onde eu e Nico fomos torturados por Thalia.

Não demorou muito e nós chegamos a uma das lojas de pesca. Saímos do carro e cada um pegou duas caixas e levou para dentro. Havia algumas crianças vendo alguns peixes e uns caras comprando varas e rações.

— Bom dia, Lee — falou meu pai. O cara que estava no caixa, que estava assistindo Cavaleiros do Zodíaco, se virou e olhou pro meu pai.

— Hã, bom dia, Sir Poseidon! — ele disse. O cara era um viciado em desenhos, gibis e animes.

— Lutando contra muitos monstros? — perguntou meu pai.

— Pode crer… — ele respondeu, abrindo a porta para podermos passar com as caixas para o outro lado do balcão.

— E aí, Lee, como que vão as coisas? — perguntou Nico.

— Na paz, tudo na boa… — ele respondeu.

Luke olhou para Nico com uma cara engraçada e eu segurei um riso. É, as coisas mudaram por aqui. Colocamos as caixas em uma espécie de depósito, depois de outra porta. Depois ouvimos um barulho de vidro se quebrando e algumas criancinhas gritando.

— Que diabo é isso? — perguntou meu pai, assustado, abrindo a porta. Nós fomos atrás. As luzes estavam quebradas, a televisão estava saindo fumaça e Lee xingava demais — Olha a boca, Lee! — meu pai repreendeu antes de começar a analisar o que tinha acontecido.

Havia um cheiro de fumaça desgraçado no ar e também saía algumas faíscas das lâmpadas e interruptores. As faíscas caíram em cima da televisão, que começou a pegar fogo.

— Aaaaaah! — gritou Lee, se atrapalhando enquanto saía dali e pegava o extintor, meu pai fazia o mesmo. As mulheres saíam correndo com as crianças e alguns caras aproveitaram para afanar algumas coisas pequenas.

— Wow, deixa isso ai! — falei indo em direção a eles. Mas eles foram mais rápidos e saíram pela outra porta.

— Droga, cara! — falou Lee, depois de terem apagado o fogo — O que acha que pode ter causado isso? — perguntou em seguida.

— Zeus! — berrou meu pai, gritando e saindo da loja, batendo o pé.

— Fiquem aqui, vou atrás dele! — falei para Nico e Luke, e saí correndo atrás do meu pai — Pai, me espera! — chamei, mas ele me ignorou. Corri mais e segurei-o.

— Aquele idiota vai me pagar! — ele falou e algumas pessoas de outras lojas olhavam.

— Como assim? — falei tentando acompanhar o ritmo do meu pai — Acha que isso é culpa do…

— Sim, eu acho que é culpa daquele pentelho do seu tio Zeus!

— Mas, por quê?

— Porque ele é um pão-duro e mala e não pagou a conta de água no último mês. Hoje mandei um dos responsáveis por essa área cortar água dele. Mas adivinha só, como sempre, ele está errado, mas nem se importa e se revolta contra mim! — ele falou.

Quando percebi, estávamos a algumas quadras de distância, em frente à C.E.L.A, ou Cia. de Energia de Los Angeles. Meu pai abriu a porta de vidro, entrou e fechou com tudo, fazendo com que a porta batesse na minha cara.

— Não desconta em mim não, caramba! — gritei, afagando meu nariz e entrando em seguida.

— Onde está Zeus? — ele perguntou para a moça que estava no balcão de costas pra gente. Ela se virou e nos olhou. Olhos azuis elétricos, cabelos um pouco abaixo dos ombros, piercings e maquiagem preta.

— Oi, tio Poseidon! Quanto tempo!


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Notas finais do capítulo

*- Eu senti saudades de você. Um montão.
— Eu também meu menino*
Bom, gente, por enquanto é isso! Reviews, recomendações? :3