Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 63
Three Chapters.


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos! Tudo bem? Teremos dois capítulos novos hoje e uma passagem de tempo! Espero que gostem!



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Um mês após nossa chegada a Inverness, a vida ainda se adaptava à nova rotina. Caspian passava horas dos dias com sr. Willoughby verificando a propriedade e planejando como torná-la produtiva. Em boa parte desses muitos dias, a sra. Willoughby, Amelie, fazia-me companhia. Amelie era uma pessoa com luz própria e eu havia gostado dela antes mesmo que ela dissesse uma palavra. Não demorou para que nos tornássemos amigas.

Foi no dia seguinte a completarmos um mês em Inverness que recebemos a primeira carta de Digory. Sr. Willoughby trouxe pela manhã, pois fora endereçada a sua residência. O envelope médio veio recheado de envelopes endereçados a nós dois. Deveríamos agir com naturalidade, então seguimos a rotina do dia guardando a ansiedade. Amelie não viera naquele dia, então lidar com a vontade de ler tudo foi duplamente mais difícil de segurar.

Distraí-me com receitas de bolos que Amelie me ensinara e um deles ficara pronto quando Caspian retornou, pouco antes do pôr-do-sol. Entrando em silêncio e assustando-me na cozinha. Meu coração quase saiu pela boca e Caspian riu antes de me beijar.

—Quase me matou de susto! - protestei, ele afastou-se para me olhar com um sorriso de orelha a orelha. Beijou-me novamente, abraçando-me mais forte, quase derretendo-me em seus braços.

—Sabe que é possível sentiresse cheiro desde a estrada? - disse, e tive que reorganizar os pensamentos para compreender do que falava: os bolos.

—Não exagere. - estreitei os olhos para ele. - Eu tinha que me ocupar de algum modo.

Caspian sorriu.

—Sou um homem de sorte por ter uma esposa linda que me recebe com bolos e beijos. - beijou-me rapidamente. Tentei segurar o riso, mas não consegui. Quando alcançou seu objetivo, perguntou: - Você já leu as cartas?

—Estava esperando você.

—Está tão curiosa quanto eu?

—Demais! - passei por ele indo em direção ao nosso quarto, onde guardara os envelopes. Caspian entrou logo após mim, tirando os sapatos ao sentar na cama, enquanto apanhei o envelope de dentro da gaveta. Juntei-me a ele sobre a cama, soltando o selo de Digory do fio que atava o pacote.

Haviam três cartas no pacote e um embrulho menor, cada uma em seu respectivo envelope. O primeiro também trazia o selo de Digory, destinado a Caspian e à mim. Lemos cada palavra como um sedento busca por água. As palavras de Digory não foram longas. Contou que, como haviam previsto, Dash retornou pelo final da manhã seguinte ao jantar de noivado de Lúcia e, por mais que Digory tenha tentado persuadi-lo, ele buscava por nós. Porém, estavamos a salvo em Inverness pois Dash não fazia ideia de para onde havíamos ido.

Ele recebera notícias de Lúcia uma semana após o ocorrido. Ela e Rilian estavam bem, em Oxford. Dash os acompanhou até lá perto, até que estivessem seguros e eles se casaram às pressas pela manhã bem cedo. Estavam bem e a salvo. Digory também contou que Pedro soubera de tudo pela manhã, e ficara deveras preocupado. Contudo, esperava que estivéssemos bem e mandassemos notícias logo. Quando precisássemos nos comunicar, deveríamos fazer isto por meio do sr. Willoughby, que enviaria a correspondência em seu próprio nome, evitando assim qualquer suspeita.

Digory enviou-nos a escritura da propriedade e uma quantia em dinheiro para esse período de adaptação, conteúdos do pacote menor.

—Su - disse Caspian, ao abrir outro envelope. - Esta é de Lúcia.

—O que diz? - estiquei os olhos para o papel que ele tinha em mãos.

"Queridos Caspian e Susana,

Perdoem-me por qualquer transtorno que eu possa ter causado a vocês. Sinto muito por não ter-me despedido adequadamente. Com a vida de Pedro e Rilian ameaçadas por aquele duelo insano, proteger a vida de Dash era a única coisa que me motivava a seguir adiante com o casamento. Porém, naquela noite, Dash abriu mão da sua própria e convenceu-me a impedir qualquer outra tragédia. Meu pai não aceitaria cumprir a vontade de Dash, então concordei em fugir naquela noite. Nada mais separaria vocês dois e Dash cobrou-me o direito de conduzir sua própria vida. As vezes questiono-me se essa foi a melhor opção. Espero que estejam bem, onde quer que estiverem. Mais uma vez, peço que perdoem-me.


Com amor,
Lúcia"

—Dash teve a covardia de persuadi-la dessa forma! - Caspian balançou a cabeça de um lado a outro. - Se aproveitou da fragilidade dela!

—O importante é que ela está bem. - lembrei-o.

—Minha vontade é contar a ela tudo o que Dash está fazendo!

—Caspian, não há como voltar atrás agora. Se contar a ela, só fará com que se sinta culpada. - falei. - Duvido muito que Dash fará mal a ela diretamente, enquanto ela não souber de nós, estará bem.

Caspian suspirou.

—Não sei o que sou capaz de fazer se Dash nos encontrar.

—Caspian... - comecei, mas ele me interrompeu, apoiando meu queixo com o indicador, fazendo-me olhá-lo.

—Eu não vou permitir que Dash faça algum mal a nós dois.

Eu sabia que Caspian faria valer cada uma daquelas palavras.

—Espero que nunca seja necessário. - disse, com a mesma sinceridade. Caspian desviou o olhar para as cartas.

—Também espero. Voltamos às cartas. O envelope restante vinha de Polly e Harold. Contava o quanto sentia minha falta, e que eles e Pedro estavam bem. Este último estava preocupado e esperava notícias nossas assim que possível. Respondemos as cartas naquele mesmo dia, quando o sol se pôs ainda escrevíamos. Caspian redigiu nossa carta em resposta a seu pai, enquanto eu escrevi para Lúcia e para Polly. Escrevi também para Pedro, dando-lhe permissão para tomar a dianteira dos negócios da família, se assim quisesse.

Assim, o tempo foi passando. Caspian e eu optamos por manter uma rotina bem diferente da que tínhamos em Londres, mais simples e discreta. Por isso decidimos ficar só os dois na casa, sem empregados o tempo todo. Fui aperfeiçoando-me na cozinha com a ajuda de Amelie e seu imenso livro de receitas. Na verdade, descobri um novo gosto pela cozinha, tinha que admitir, chegava a divertir-me explorando os sabores.

Os Willoughby tornaram-se bons amigos e companheiros. Enquanto Amelie me presenteava com sua amizade e companhia fosse na cozinha, fosse em nossos passeios ou simplesmente em nossas conversas; Willoughby empreendia com Caspian o trabalho com a propriedade, preparando a terra para a horta, nos consertos ou na compra dos animais. No decorrer dos oito primeiros meses em Inverness, a propriedade tomara outro aspecto: já tinhamos galinhas, uma vaca leiteira e um casal de porcos.

Apesar de haver uma cela similar a de Lantern no porão, Caspian não precisou usá-la. Quando a lua chegava, Willoughby era dispensado e passávamos o tempo todo dentro de casa. A cada vez, era mais impressionante e encantador o quanto nossa ligação se estabelecia e fortalecia cada vez mais forte nesse período. Na altura do verão, os campos e o bosque reluziam em verde brilhante, o céu de um azul encantador oferecia fins de tarde maravilhosos que consegui captar em uma tela, certa vez.

No dia que finalizei a pintura, limpava os pincéis junto à janela do segundo andar, quando o sol ainda estava à vista, puramente dourado, recaindo sobre a pripriedade e entrando por aquela janela. Lá fora, Caspian não sabia que eu o observava parado, olhando a terra na qual acabara de trabalhar, com a camisa molhada de suor de mais um dia cumprido.

—Quando poderei ver? - perguntou Caspian, naquela noite, quando nos preparávamos para dormir.

—Quando secar. - respondi, terminando de pentear meus cabelos.

—Se estiver como o pôr-do-sol de hoje - disse ele -, certamente está indescritível.

Sorri, caminhando para a cama, deitando ao seu lado e aconchegando-me ao seu abraço como em todas as noites. Era meu momento preferido do dia, em que passávamos tempos conversando ali, abraçados, e com o silêncio total do lado de fora. Parecia que estávamos só nós dois naquele pedaço do mundo.

—Você está melhor? - perguntou, os dedos correndo por meus cabelos.

—Melhorei durante o dia. - respondi, avaliando.

—Comeu muito pouco no jantar, Su. - comentou. - Tem certeza que está melhor?

—Estou sim. - reafirmei, tranquilizando-o. De fato eu estava.

Caspian beijou-me a testa. Conversamos por mais algum tempo e Caspian não voltou a tocar no assunto pois, como eu, acreditara que sentia-me melhor. Porém, na manhã seguinte, o mal estar fez-me chegar bem perto de virar do avesso. O enjoo era forte e não consegui comer absolutamente nada. Caspian resistiu a sair do meu lado, por sorte, Amelie viera visitar-me e só quando ela prometeu que não sairia do meu lado durante aquele dia, foi que Caspian seguiu com Willoughby.

—Isto vai ajudar a se sentir melhor. - disse Amelie, ao voltar com um chá para mim. Sentei-me na cama.

—Obrigada. - o calor da bebida aqueceu minhas mãos e o aroma quis provocar o mal estar um pouco mais. Prendi a respiração até conseguir levar o chá à boca, sentindo o olhar de Amelie sobre mim.

—Desde quando você está assim? - perguntou ela, inclinando a cabeça.

Engoli.

—Há alguns dias. - tomei mais um pouco.

—Algo lhe fez mal?

—Não... - pensei. - Não comi nada de diferente... E mesmo assim, não sou tão sensível.

Amelie assentiu brevemente, pensando.

—Susana - disse ela, sentando-se na cama, os cabelos loiros balançando com o movimento. - Posso fazer uma pergunta?

Tomei mais um pouco de chá.

—Claro que sim. - sorri-lhe. Ela olhou-me por alguns segundos, analisando.

—Quando foi a última vez que seus dias vieram?

Meu estômago fez um giro violento, como se tivesse escutado. Tomei um pouco do chá, assimilando o que ela dissera. As coisas giraram à minha volta rapidamente quando dei-me conta da resposta.

—Bem... - pesquei. - Faz algum tempo, mas... - olhei para ela. Amelie tinha uma luz nova em seu rosto. Ainda estava lenta para assimilar tudo o que suas palavras e expressão diziam. - Por quê está me olhando assim?

—Bom - disse como se fosse óbvio. - Não lhe ocorre nenhum outro motivo que explique você estar se sentindo tão mal?

—Entendi o que você quer dizer. - expliquei gentilmente. - Mas... eu... Minha nossa! - pus a mão na testa ao sentir tudo girar novamente, e reclinei-me sobre os travesseiros. Os pensamentos circulando em minha mente em uma só vez. - Acha que...?

Os olhos dela brilharam e o sorriso largo respondeu por ela. Respirei fundo. Fazia sentido, em todos os aspectos.

—Como você não havia desconfiado ainda? - perguntou, e começou a falar animadamente.

Amelie não era mais que seis anos mais velha do que eu e já era mãe de duas crianças lindas. Um lado de meu ser entendia o que estava acontecendo, o outro estava estagnado em topor. A ideia me fazia querer explodir de felicidade e enchia-me de preocupações cujas razões Amelie jamais poderia saber.

Seu chá realmente ajudara bastante para que me sentisse melhor. Amelie ficou comigo até Caspian e Willoughby retornarem, antes do que costumavam quando iam à cidade, e pelo jeito como Caspian estava preocupado, não foi preciso perguntar porquê voltaram tão cedo. Agradeceu Amelie demasiadamente antes que nossos amigos partissem.

—Está melhor? - perguntou ele, quando estávamos sós, entregando-me a água que trouxera. Sorri para ele.

—Sim. - tomei água. - Amelie é um anjo.

—Concordo. É uma boa amiga como o marido também o é. - confidenciou, tranquilo. - Willoughby é completamente apaixonado por ela.

Concordei com a cabeça.

—E ela por ele. Inclusive, ela fez o jantar. - contei. - Você deve estar com fome.

—E você também. - ergueu as sobrancelhas.

—Hm, não, não. - protestei. - Estou satisfeita.

Caspian beijou-me a testa e foi buscar sua refeição, trazendo-a até o quarto, para fazer-me companhia. Felizmente o enjoo havia cedido, e permaneci onde estava, observando-o comer. Os pensamentos circulavam ferozes em minha mente. Filho de um herdeiro. A tradição contava que as condições de um filho de um herdeiro traziam consequências que podiam ser letais. Pedro e eu tivemos sorte, porém as exceções eram raras. Eu tinha medo, esperança, felicidade e bom senso em uma árdua batalha dentro de mim.

—Su, você está bem mesmo? - despertei de meus devaneios com a voz de Caspian, não percebi que contiava a olhá-lo.

—Estou. - respondi prontamente. Caspian maneou a cabeça.

—Su, por favor. - protestou ele, levantando-se e vindo até mim. - Você não está se sentindo bem, posso ver.

—Estou bem melhor, Caspian. - garanti, enquanto ele sentava-se na beira da cama, olhando-me.

—Você está pálida. - observou. - Não se alimentou direito, passou o dia na cama. Acho melhor chamar um médico. Willoughby disse que há um prox...

—Caspian. - interrompi, segurando sua mão. - Eu estou bem melhor. Se fiquei o dia todo em repouso, foi porquê Amelie não me deixou sair.

—Eu insisto. - pôs sua outra mão sobre a minha. - Se estiver doente, precisa dos cuidados adequados.

Encarei seus olhos e mordi o lábio inferior, procurando as palavras que me fugiam ao mesmo tempo que queriam sair todas juntas. Hesitei e Caspian tocou meu rosto, acariciando-me com o polegar.

—Me conte. - sussurrou. Sorri de leve.

—Só estou preocupada e muito feliz ao mesmo tempo. - assegurei. Ele ouvia com atenção. Contei-lhe calmamente. - Acredito que nós fomos muito abençoados.

Caspian piscou antes de eu ver a surpresa brilhar em seus olhos.

—Você... Você tem certeza? - perguntou.

—Ainda não. - expliquei, não escondendo o sorriso. - Mas é possível.

Ele assimilou as palavras e arfou com um sorriso espontâneo, feliz, sincero. O brilho em seus olhos, em seu rosto. Aquele momento esplêndido e pleno. Não pude deixar de sorrir também. Então, conforme fora comigo, os pensamentos fluiram com ele e ao interromper o beijo, tocou sua testa na minha, os sinais de preocupação pousando em seu cenho.

—Estou tão feliz com esta notícia que não posso descrever. - sussurrou. Toquei a mão que estava em meu rosto.

—Mas está preocupado. - conclui por ele. - Como eu também estou.

Caspian assentiu.

—Sabia que esta hora chegaria e, por mais que eu a desejasse do fundo de minha alma, nunca poderia ter certeza de como seria. Dos riscos que enfrentaríamos. E... - ele riu, de leve. - Você não faz ideia do quanto estou feliz...!

—Faço. - garanti, sorrindo também. - Faço sim.

Caspian beijou-me outra vez e não soltou-me mais naquela noite. Fez inúmeros planos antes de dormir e eu podia sentir a felicidade e a alegria pulsando em seu ser ao mesmo tempo que a apreensão e incerteza. Caspian não omitia suas preocupações, mas não se permitiu ser tomado por elas.

Na manhã seguinte, quando despertei, Caspian estava junto à mesa em nosso quarto, escrevendo uma carta a seu pai. Além de contar as novidades, fazia a pergunta que mais nos preocupava. Caspian enfatizou a ele que eram apenas suspeitas, mas nós sabíamos que haviam riscos que não nos permitiam ter total segurança em ficar na Escócia, e por mais que tivessemos, talvez fosse melhor voltar. Quando Willoughby chegou, Caspian entregou-lhe a carta e avisou que passaria o dia comigo.

Porém, quando a resposta de Digory chegou, não se tratava mais de suspeitas. Faziam quase dois meses que minhas regras não vinham, os enjoos matinais ainda persistiam e eu podia sentir perfeitamente as mudanças em meu corpo. Por vezes pegava-me fixa em meu reflexo, reparando cada mudança com amor e muita, muita fé. Pedia do fundo de meu ser que tudo corresse bem, que nosso bebê crescesse saudável, que fosse bem-aventurado como Pedro e eu havíamos sido.

Digory demonstrava-se preocupado em sua carta, todavia seria arriscado demais retornar tão abruptamente. Dash ainda gozava saúde, e não descansara um segundo sequer de nos procurar, o que rendia muitas discussões entre os dois. De qualquer forma, se nossas suspeitas se confirmassem, deveríamos ficar atentos, pois quando fosse seguro, nos avisaria para partirmos. Do contrário, deveríamos ficar em Inverness.

Conforme o tempo passava e meu ventre crescia, não recebemos nenhum aviso para regressarmos. Pelo contrário, Dash estava ao norte da Inglaterra, e a quantidade de cartas que recebíamos de Londres diminuiu, para despistá-lo. No final de 1817, recebemos o maior pacote até então, com cartas de Edmundo, contando de seu casamento com Jill; Pedro contando-me como andava sua vida e os negócios pelos quais zelava com excelência. Polly havia mandado-nos presentes de natal e roupinhas para o bebê em seu nome e no de Harold. Digory estava feliz, pois Lúcia mudara-se para Londres com Rilian, portanto, estaria próxima a ele novamente.

Aquele inverno fora rigoroso e a neve intensa naquele final de ano nos obrigava a ficar em casa. A casa estava cada vez mais decorada com pinturas nossas. Na véspera do Ano Novo, penduramos mais uma em nosso quarto. Fizemos juntos para guardar aquele momento que era só nosso e de nossa pequena família. Enquanto eu posava para ele, com a barriga perfeitamente redonda, os olhos de Caspian percorriam-me com expressões que eu já conhecia tão bem e faziam-me lembrar da primeira vez que as vi, quando nos encontrávamos escondidos naquela outra casa da família.

Quando terminou, invertemos nossos lugares e eu o retratei na mesma tela que ele havia usado, construindo uma só imagem de nós três. Começamos esse desafio no natal e só conseguimos terminar na véspera do Ano Novo.

—Ficou lindo. - disse sorrindo, vendo o quadro na parede, onde Caspian acabara de colocá-lo.

—Ficou. - concordou ele, recuando até meu lado sem tirar os olhos da tela, puxando-me para si com um braço, só então olhando para mim. - Ficou perfeito. Tanto quanto tem sido nossa vida aqui.

O sorriso formou-se em meu rosto naturalmente. Caspian beijou-me e fomos jantar, já discutindo ideias para o primeiro quadro com o bebê.

Nossa vida em Inverness era cheia de paz e felicidade, e assim seguia, bem como a gravidez decorria tranquila, o que nos enchia de esperanças. A propriedade prosperava e podíamos até contar com três empregados que moravam nas redondezas e ajudavam com os cuidafis da terra e dos animais. Os passeios pela propriedade eram uma das minhas escolhas preferidas já que, a modo de discrição, não frequentávamos tanto a cidade.

Em um dia ameno de primavera, em Abril de 1818, o sol nascente trouxe consigo as primeiras dores, e a umidade que descera por minhas pernas quando fui buscar um pouco de água, disseram o que estava acontecendo. Caspian mandou avisar Willoughby e quando chegaram acompanhados de uma parteira, a dor já contorcia-me junto com o temor. Um pouco pálido, Caspian deixou-se conduzir para fora.

Jamais conseguirei descrever a dor e medo que enfrentei naquela manhã. Mas mais uma vez pude crer no quanto fomos abençoados. Quando, ao fim de um último esforço, segurando a mão de Amelie, as mãos da parteira ergueram diante de meus olhos um menino perfeito que chorava a plenos pulmões. A exaustão que sentia não foi suficiente para impedir a explosão de sentimentos em meu peito, o sorriso mais puro ou as lágrimas que desceram por meu rosto.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo!
Beijinhos!



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