Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 38
True As It Can Be.


Notas iniciais do capítulo

Saudades? hehehe
Mais um capítulo com bastantes informações, então, divirtam-se!



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O silêncio foi quebrado por fortes batidas nos grandes portões de madeira, o barulho insistente continuou, despertando-nos. Nos vestimos às pressas e descemos para a sala comum, onde aguardei até Caspian voltar acompanhado de seu pai, que estava furioso, por sinal.

–Você não devia ter voltado sem que eu consentisse! - vociferava o Duque.

–Para que me impedisse? - rebateu Caspian.

–Exatamente! Você... Eu realmente não esperava que você fosse tão inconsequente!

–Lúcia não lhe contou? Não há perigo!

–Sempre há perigo! Você não pode quebrar a Ordem, Caspian, Susana tem que casar com Dash, conforme-se! - berrou o Duque.

–Não, ela não pode se casar com ele, ela é minha cura, tem que ficar ao meu lado! O lado que ela quer ficar!

–Há outro meio de proteger você, sabe disso.

–Então prefere me deixar preso o resto da à me ver feliz?! Prefere permitir a chegada de outros monstros como eu que os pais deles também os mantenham presos?! Prefere dar continuidade a algo que deveria ter sido interrompido há muito tempo?!

–Você está numa guerra inútil, filho! - disse o Duque, mais calmo. - Acha que nunca se pensou em parar, em não criar novos Herdeiros? Mas não podemos. Não há como, nossa linhagem é inquebrável, Caspian, é eterna. De uma forma ou de outra o destino sempre nos encurrala, nos obrigando a seguir com esse castigo. Não há como impedir, você não pode vencer o destino, Caspian. O melhor a fazer é seguir como sempre foi.

–Eu não posso concordar com isso. - protestou Caspian.

–Sou o seu pai, me escute, sei o que é melhor para você. Deve se afastar dela. Deve deixar Susana ir. Será melhor para ela.

–Não estou presa, Sr. Kirke. Estou aqui por livre e espontânea vontade e não pretendo deixar Caspian. - afirmei. O Duque deu um riso impaciente.

–Por que tinha que puxar tanto ao seu pai...? - lamentou, balançando a cabeça negativamente. Digory encarou-me por um tempo e eu sustentei seu olhar até ele falar.

–Nos dê licença, Caspian, preciso falar com Susana. Preciso corrigir o erro de Raphael.

Caspian hesitou em ir, olhou-me e eu assenti uma vez, mas ainda um pouco relutante, ele deixou a sala, não adiantava insistir em ficar.

–Você não tem escolha, Susana. Venha comigo.

–Tenho escolha, sim, é a minha vida! - insisti.

–Se não quer voltar à Londres pelo seu bem, volte pelo bem de Caspian.

–O que quer dizer?

–Você viu como Dash está, Susana. - ele respirou fundo. - Fui vê-lo antes de vir para cá. Dash está determinado, não vai descansar até que você esteja ao seu lado. Ele será capaz de tudo para isso... Eu não conseguirei detê-lo. Não quero perder nenhum dos meus filhos e só você pode impedir uma desgraça maior. - Digory suspirou. - Raphael devia ter lhe contado tudo. - lamentou com seus botões.

–Todos dizem isso, o senhor, Polly, todos falam a mesma coisa, mas nunca dizem o que meu pai devia ter-me dito. - retruquei. Ele respirou fundo.

–Desde pequena estava definido que você devia se casar com Dash, mas não sabíamos a princípio. - disse ele, sentando-se e indicando para que eu sentasse também, assim fiz. - Quando Helena deu à luz uma menina, nós sabíamos que essa menina se casaria com um dos meus filhos, com o Imune, como vinha sendo há gerações: Pevensie e Kirke. Mas não tínhamos certeza, afinal, seus pais poderiam ter outros filhos e também não sabíamos qual dos meus filhos seria o Herdeiro, ou se o Herdeiro ainda nasceria. - contou ele. - Só com o passar do tempo pudemos ter certeza. Depois dos meus filhos nasceu apenas Lúcia e Helena não deu à luz nenhum outro filho, então soubemos que seria você, só não sabíamos ainda com qual dos dois meninos iria se casar, até descobrirmos, algum tempo atrás, que a Herança se manisfestou em Caspian. Só então soubemos que você e Dash teriam que ficar juntos.

–Isso não faz muito sentido. Por que Pevensies e Kirkes? De onde surgiu isso?

–É uma história antiga. - disse ele. - Começou há décadas e décadas atrás quando uma maldição caiu sobre Frank Pevensie e Andrew Kirke. Não se sabe ao certo o que causou isso, mas sobre eles caiu um castigo. Além de amaldiçoados, ambos foram banidos do lugar em que nasceram, foi quando chegaram à Londres. Mesmo sofrendo com a maldição, eles se casaram e tiveram filhos, mas, infelizmente, eles descobriram que um de seus filhos herdou a maldição deles. Como medo de que aquilo se espalhasse, eles decidiram casar seus filhos para que aquela maldição não contaminasse outras famílias. Assim foi feito até os dias de hoje e é assim que deve ser sempre.

–O senhor mesmo disse, eu não tenho irmãos, se me casar com Dash passarei a ser uma Kirke, não haverá Pevensies para continuar com isso. Se formos ver por esse lado não há diferença entre Dash e Caspian. - argumentei, insistindo.

–Claro que há! Ao lado de Dash você estará segura, por ser o Herdeiro, Caspian oferece perigo. - disse ele.

–Caspian me contou que...

–Que você é sua cura. - interrompeu-me. - Eu sei, mas não há uma comprovação. Ele se acalmou em virtude de uma imagem, não por você em pessoa. Isso aconteceu diversas vezes antes com outros herdeiros: acalmavam-se por imagens que despertavam boas lembranças ou coisa parecida, a cura por uma pessoa só aconteceu uma vez. Para termos certeza você teria que estar bem perto de Caspian durante a lua, eu não vou arriscar sua vida desse modo e tenho certeza que Caspian também não.

Nada falei por minutos. Nem o Duque, mas foi ele, por fim, quem quebrou o silêncio.

–Eu disse à Dash que minha vinda tinha motivos comerciais, ele não pode descobrir onde Caspian está, por isso voltarei a Londres com ele hoje, mandarei buscá-la amanhã, esteja em sua casa cedo. - disse ele, antes de se retirar da casa.

Permaneci no mesmo lugar, parada, confusa, até sentir Caspian me abraçar, beijando o alto de minha testa.

–Não se preocupe – sussurrou ele. - Você não será obrigada a nada, confie em mim.


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Notas finais do capítulo

Quero agradecer a todos que recomendaram e a todos quem cometam assiduamente. Senti uma notável queda na quantidade de cometários em cada capítulo, e isso realmente faz diferença no sentido ruim. Mas sempre tem os leitores fiéis que tem um lugar guardado no meu coração! (Isso não significa que os fantasmas devam continuar escondido!!)
Reviews!
Beijokas!!