Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 26
Three Questions. Two People. One Cellar.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Susana


 

Os dias passaram-se depressa e no decorrer deles tentei ajudar Lillian ao máximo para manter minha mente ocupada. Primeiro acertamos os detalhes da cerimônia na igreja mais bela da região, no fim da tarde e depois, para comemorar, Corin queria uma grande e inesquecível festa, então planejamos uma baile de máscaras no gigantesco salão que havia na casa de Lilliandil. Depois da festa, Corin e Lilliandil partiriam para sua lua de mel na Espanha.

Na sexta-feira, próximo ao pôr-do-sol, Lillian e eu acertávamos os últimos detalhes e vez ou outra eu tinha que chamar-lhe a atenção para que ela mantivesse a calma. Gael, Eustáquio e Jill chegaram pela manhã do mesmo dia.

Em determinado momento no início da noite, Corin decidiu abrir uma garrafa de vinho para brindarmos e pediu para que eu fosse até a adega escolher uma garrafa.

-Os Pevensie têm um senso imbatível para vinho. - elogiou ele. Rindo eu desci para o local escuro e subterrâneo na parte de trás da casa onde o clima era mais frio.

Passei pelas diversas prateleiras, observando as garrafas e usando meu “Senso Pevensie Para Vinho” para escolher uma garrafa, completamente absorta e distraída para perceber a presença de qualquer outra pessoa.

-Eu escolheria a de cima. - uma voz soou atrás de mim, assustando-me. - Desculpe assustar você. - pediu ele.

-Tudo bem – eu ri enquanto Dash pegava a garrafa da qual falava. Continuamos andando calmamente pelo quase labirinto que a adega formava, um silêncio, eu observava as garrafas tentando disfarçar, mas sabia que Dash me observava. Tentei ignorar, mas não consegui por muito tempo. Então perguntei, tentando parecer tranquila.

-Por que está me olhando assim? - perguntei, rindo, tentando parecer descontraída, quando na verdade estava muito nervosa sem saber um motivo único para definir o que estava se passando ao ponto de fazer meu coração acelerar, como se estivesse com medo do que podia acontecer. Ele foi direto ao assunto.

-Você parece estar me evitando. - falou ele.

-Evitando você? Imagina, Dash! Por que eu faria isso? - olhei para as garrafas, nervosa.

-Por causa do beijo. - disse ele, direto. Uma frase curta e rápida, mas capaz de provocar uma camada muito espessa de silêncio. Eu não soube como reagir. Mas, ao contrário de mim, Dash sabia o que fazer. Quando fiz menção de dobrar no corredor ao fim de mais aquela prateleira, aos fundos da sala subterrânea, ele segurou meu braço suavemente, obrigando-me a olhá-lo nos olhos.

-Dash, escute... - tentei, mas ele me interrompeu.

-Não adianta disfarçar, Su. - disse ele. - Você sabe que não é boa em fingir. - acusou ele. - Você tem agido estranho desde que nos beijamos, Su, você vem me evitando desde aquele dia... Vem se arriscando em voltar sozinha para casa toda noite porque não quer a minha companhia, eu sei disso.

-Dash, eu...

-Só me diga por que está fazendo isso... Eu só quero entender... Poxa, aquele beijo significou muito para mim e... Eu quero saber o que significou para você.

Respirei fundo.

-Dash, escute... E-eu... - realmente não sabia o que dizer.

-Su. - ele interrompeu. - Apenas responda... - Assenti com a cabeça. Dash respirou fundo, provavelmente escolhendo cuidadosamente as palavras.

-Você... Quando nos beijamos... Você quis, ou apenas me deixou beijá-la?

-Eu... Quis. - baixei o olhar, corando, mas ainda com certa dúvida da veracidade da resposta... Mas com certeza ninguém se deixa beijar se não quiser, em geral.

Ele esperou alguns segundos antes de fazer a próxima pergunta, mas naquela ele sabia bem o que perguntar.

-O que aquele beijo significou para você?

Ergui o olhar e me perdi por um tempo nos olhos esverdeados de Dash, sem saber exatamente o que dizer ou o que eu senti, ou melhor, o que eu estava sentindo. Por fim, disse a verdade.

-Foi especial, Dash. - olhei intensamente em seus olhos. - Sinto algo especial por você, algo que, bem, eu ainda não compreendo...

-Você ainda pensa nele, não pensa? - perguntou ele, interrompendo-me, com aquela expressão indecifrável, com o queixo trincado, igual àquela vez, logo após o beijo, quando ele encarava o bosque. Só que dessa vez, seu olhar feroz e desesperado estava direcionado a mim. Olhei-o nos olhos.

-Tenho evitado o máximo possível. - falei sincera. - Mas não é tão fácil assim, ele me machucou muito, é difícil esquecer não pensar nele. Eu ainda não sei ao certo o que sinto por você, Dash, não quero lhe dar falsas esperanças, não quero machucá-lo... Você tem se tornado uma pessoa muito especial para mim nesses últimos tempos, tem se tornado um dos meus melhores amigos e...

Dash riu, dolorido.

-Amigo. Amigo, não é? Sempre amigo!

Eu apenas abrira meu coração e falara o que realmente estava guardado ali, sequer me dei conta de ter usado a palavra “amigo”.

-Dash, por favor, eu não...

Não consegui terminar a frase. Dash calou-me com um beijo. Fui pega de surpresa e meu primeiro impulso foi afastá-lo, mas ele segurou-me contra a parede fria até que eu não conseguisse mais resistir e retribuísse seu beijo mais provocante que o primeiro.

Como eu disse a ele, ainda não tenho certeza do que sinto por Dash, nem se algum dia tal sentimento indefinido poderia se tornar algo tão forte quanto o que eu sentia por seu irmão, mas seu beijo era tão doce, seu olhar tão intenso, seu carinho e atenção tão essenciais para mim...

Dash não merecia ser iludido, de forma alguma. Meus sentimentos por seu irmão ainda eram fortes, mesmo que isso me machucasse muito por tudo o que ele fez etc. Sim, Dash é especial pelo simples fato de apenas sua presença conseguir me alegrar e desde que experimentei seu beijo pela primeira vez, tudo isso tomou outras proporções.

Ele interrompeu o beijo, deixando-me atônita – no fundo, no fundo, eu não queria que parasse. Ainda ofegante e perto, ele me fitou intensamente.

-Sei que você ainda pensa nele, mas eu penso em você desde muito antes de ele aparecer. Escreva o que eu estou dizendo, Su... Não vou desistir de você... - sussurrou, tocando meu rosto. Ele chegou mais perto novamente ao ponto de nossos narizes e lábios se roçarem, mas afastou-se bruscamente, deixando-me sozinha na adega.


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Notas finais do capítulo

Dash vai partir pro ataque, principalmente agora que se sente ameaçado pelo "retorno" do irmão. Quero reviews!

Beijokas!!