Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura ;D
Alguns dias mais tarde, Jill viera até minha casa e me arrastara para a casa de Lilliandil onde Jadis estava, para fazermos nossos vestidos. Eu fui, mas era visível meu estado deprimente. O dia estava nublado... Mas isso não era nenhuma novidade... Os dias sempre estavam nublados desde aquele dia e agora, uma fina neve começava a cair para completar meu coração despedaçado.
Sentei novamente no meu tão-querido-divã-que-não-me-pertencia, pondo-me na calada missão de observar o lado de fora.
-Acho que eu vou querer o rosa... Ou o azul? Qual fica melhor, Susana? Jill me tirou de meus devaneios segurando dois tecidos, o rosa claro na mãos esquerda e o azul claro na direita.
-Hm... Acho que o azul. - esforcei-me ao máximo para imaginar Jill vestido com os dois. - Combina com seus olhos... - justifiquei logo voltando a olhar pela janela. Seguiu alguns segundos de silêncio no quarto e de soslaio pude ver Jill e Lillian trocarem um olhar do tipo preocupado. De relance pude ver Jadis deixando o quarto, Jill foi para o outro lado do cômodo e Lillian veio até mim, sentando nos pés do divã observando-me por por alguns segundos.
-Você quer desabafar comigo? - perguntou ela, gentil e atensiosa.
-Não quero... Você já tem coisa demais para se preocupar, Lilly. - sorri de leve.
-Eu não – disse Jill, se aproximando de nós. - pode falar comigo.
-Não tenho nada a dizer que vocês já não saibam, meninas. - respondi calmamente.
-Então, você tem certeza de que não quer falar sobre ele? - perguntou Lillian.
Meus olhos arderam e eu dei um sorriso fraco.
-Para quê...?
-Su – Jill sentou ao meu lado. - Só nos diga uma coisa... Casp... Ele não se aproveitou de você para depois deixá-la, não é?
-Não... E se a resposta fosse sim, que diferença faria?
-Como assim? - Lillian uniu as sobrancelhas.
-Eu ainda não consigo entender, Lilly – comecei a falar o que estava preso em minha garganta. - Não entendo... Ele estava tão diferente... Tão estranho... Estava tudo tão bem entre nós... - as lágrimas rolaram. - Eu não sei o que aconteceu...
-Ah, Su...! - Lilliandil me puxou, fazendo-me deitar em seu colo, afagando meus cabelos de forma maternal enquanto Jill se ajoelhou a nossa frente. Senti uma ou duas lágrimas escaparem.
-Su, não faça isso. - Jill secou minhas lágrimas. - Não chore por ele. Aquele monstro não merece você, Susana.
-Eu não sei o que aconteceu... - levantei, começando a andar de um lado para o outro no quarto. - Não sei o que fiz de errado... - Desde aquele dia me pergunto onde errei, sem nunca chegar a uma conclusão, até que, naquele momento, a resposta saltou a minha frente. Parei de andar. - É claro...!
-Susana, você não teve...
-A culpa foi minha, Jill, eu não devia tê-lo deixado sozinho naquela tarde, daquele jeito. Ele ficou magoado... Foi por isso que agiu daquele jeito!
-Não, Su, a culpa não foi sua! - insistiu ela, agora severa. - Você foi mais uma pobre vitima dele!
-Você não entende, Jill, a culpa é... Espera... Como é? - aguardei Jill continuar, em tom mais brando.
-Susana, ele não presta. Ele é um monstro inconsequente... Você não foi a primeira a quem ele fez juras de amor.
-Do que você está falando?
Jill engoliu em seco, sob meu olhar.
-Ele vem fazendo isso há um bom tempo. Ele escolhe suas vítimas, geralmente moças solteiras e ricas, mas apenas para o prazer, ele as abandona depois de conseguir levá-las para a cama.
-Por isso perguntamos se ele havia lhe tocado. - acrescentou Lilliandil.
-Vocês enlouqueceram? De onde tiraram essa história absurda?!
-Corin no alertou sobre o espírito leviano dele. Corin ficou preocupado quando leu nos jornais que você fora a casa do Duque quando ele foi baleado. - respondeu Lilliandil.
-Isso é impossível, ele nunca faria coisas assim...
Fracassadamente, minha mente tentava relacionar a imagem dele, doce e amoroso que conheci, com a dele aproveitador. Parecia impossível. Olhei para elas completamente intrigada. Lillian pegou-me pelas mãos, levou-me até a cama onde nos sentamos a beira do móvel e Jill puxou a cadeira da penteadeira para sentar perto de nós.
-Su – começou Lillian. - Ele não lhe contou sobre Marta, contou?
-É claro que ele não contou, Lilly! - interveio Jill. Lillian suspirou.
-Susana, você nunca se perguntou por que ele deixou a França? - perguntou. Não respondi e ela continuou. - Marta era uma moça francesa com quem ele se envolveu...
-E ele destruiu a vida dela. - interrompeu Jill.
-Jill! - ralhou Lillian. - Deixei-me contar! - suspirou. - Su, Caspian se envolveu com essa moça, o pai dela era contra esse relacionamento então os dois passaram a se encontrar às escondidas... Bom, por motivos que ninguém sabe, ele, um belo dia, a deixou. Marta tinha o espírito fraco e se abatia facilmente, quando ele a deixou ela ficou desolada, passava o dia trancafiada em seu quarto chorando, não comia, não se lavava...
-E você já deve imaginar a situação quando os dias dela chegavam... - comentou Jill, recebendo outro olhar repreensor de Lillian. Ela suspirou, voltando ao assunto.
-Marta enlouqueceu. - disse ela. - Mas essa não é a pior coisa a acontecer a ela depois que ele passou por sua vida... - Lillian parou, como se não tivesse coragem de continuar, então Jill o fez, após um suspiro.
-Marta estava grávida dele e descobrir isso a desequilibrou mais. O bebê trouxe de volta todo o sofrimento que ele lhe causou. Ele lhe fez tão mal, tão mal, que Marta ficou desesperada. Ela não queria nenhum vínculo com ele e então, certa noite, desesperada, mental e fisicamente abalada, Marta usou um punhal com a intenção de matar o bebê, mas isso a matou também...
Eu estava em choque.
-Como nunca fiquei sabendo disso?
-O duque e a família guardam esse segredo à sete chaves, nem Lúcia deve saber, se bobear... - respondeu Jill.
-Então como vocês sabem disso?
-Corin é o melhor amigo de Dash, Su, lembra? Dash compartilhou esse segredo com Corin.
Se seguiram alguns minutos de silêncio enquanto elas esperavam uma reação minha e eu tentava pensar. Havia algo estranho naquilo tudo, não sei dizer o que, mas algo me dizia que aquela não era a verdadeira história por trás da morte de Marta.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
O que acharam do capítulo? Bem, é uma pena que algumas pessoas leiam e nem deem sinal de vida. É uma pena mesmo. Mas não vou parar de postar por causa disso por que os leitores que aparecem não merecem ser prejudicados ;D E muito obrigada a todos que comentam, e aos que vão comentar!
Beijokas!!