Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes
Desci as escadas correndo ao ouvir a batida na porta.
Será ela de volta...?
Abri a porta e invés do par de olhos azuis e sedosos cabelos negros, encontrei um senhor de cabelos brancos e olhos negros. Dei passagem para ele entrar, meio desanimado.
-Oi, pai. - cumprimentei.
-Não parece feliz em me ver, Caspian. - ele riu enquanto eu fechava a porta.
-Eu estou, só... Achei que fosse outra pessoa... - resmunguei a ultima parte. Meu pai ficou sério.
-E quem seria essa outra pessoa? - indagou.
-Ah... Ninguém... - menti, dando de ombros, mas na verdade é que eu não queria ouvir outro sermão igual ao que eu ouvi quando ele estava tirando a bala. Meu pai rolou os olhos, colocando o chapéu no sofá.
-Você sempre foi péssimo para mentir, Caspian...
Bufei, bagunçando o cabelo.
-Uísque? - perguntei.
-Tudo bem, vamos mudar de assunto. - ele contornou o sofá, pacientemente, sentando-se na poltrona ao lado da lareira, pondo os pés sobre a mesinha de centro, me encarando tranquilamente. Bufei outra vez. - Quando você iria me contar que mandou Bri levar uma carta à senhorita Pevensie pedindo para ela encontrá-lo aqui?
Encarei-o boquiaberto.
-Não acredito que ele abriu a carta!
-Isso é o de menos, Caspian! - cortou ele. - Bri fez muito bem em ler o que você mandou. Onde você está com a cabeça, Caspian? Você sabe que não pode se envolver! - brigou. Contornei o sofá, sentando no mesmo, de frente para ele.
-Eu sei! - interrompi. - Eu sei disso, mas...
-Mas o que? Basta acabar com isso, basta se afastar dela e não deixar nada mais sério acontecer. Só se afastar! - insistiu.
-Eu não consigo! - falei alto demais, logo baixei o tom. - Eu não consigo me afastar dela, pai... Não consigo... - afirmei apoiando os cotovelos nos joelhos e a testa nas mãos. Meu pai se inclinou em minha direção. - Não consigo ficar longe dela... - murmurei só para mim. - Não consigo...
-Consegue sim, é só querer.
-Não quero...
-Caspian!
-Pai, será que você não entende? - ergui os olhos para ele. - Eu... Eu amo Susana... - saiu como um desabafo, como se eu confessasse um crime.
-Oh, não... - ele levantou passando as mãos no rosto e andando lentamente de um lado para o outro. - Isso não podia ter acontecido... É muito perigoso, Caspian... O tanto que avisamos você...
-Eu não escolhi amá-la. Não escolhemos essas coisas... Aconteceu... Eu me apaixonei perdidamente pela proibida Susana Pevensie.
-Foi um erro Raphael não ter contado nada a ela... - sussurrou. - Se ele não tivesse adiado tanto, a essa altura ela e Dash já estariam casados há tempos e esse sentimento não teria nascido entre vocês...
-E ela estaria infeliz presa ao homem que odeia. - olhei para meu pai. - Não haveria um futuro muito promissor para dois.
-Mas eles teriam filhos e isso seria o suficiente para garantir a continuidade de nossa família. - falou. Pus-me de pé, indgnado.
-Sou tão membro dessa família quanto Dash, poderia muito bem eu dar um futuro feliz a ela já que a amo e sou correspondido. - argumentei, confiante.
-Você sabe por que não pode. - falou sério. - E Raphael não teve para eu entregar Lúcia a esse filho, então Dash é a única opção.
-E por que vocês queriam tanto que eles ficassem juntos? Para que? - perguntei pela milésima vez.
-Para não misturar o sangue da nossa família com o de outra. - respondeu. Eu ri sem humor.
-Para dar continuidade a maldição, você quis dizer. Dash também carrega essa herança e a única diferença entre nós é que ela se manifestou em mim e não nele! - joguei tudo o que estava sobre a mesa no chão.
-Você não faz ideia do que eu daria para livrar você desse peso, Caspian. - ele tocou meu ombro. Alguns segundos de silêncio enquanto eu acalmava a respiração.
-Então acabe com isso. - falei, ofegante. - Eu sei que você anda armado. Então atire em mim e acabe de uma vez com isso! - falei alto.
-Não tenho coragem de atirar em você. - eu o ouvi suspirar. - Ela sabe?
-Eu não tive coragem de contar. - sussurrei. - Mas talvez ela já saiba a essa altura...
-Como assim?
-Susana estava aqui mais cedo... Contei que ela estava prometida a Dash e então ela foi para casa falar com Polly... Argh! O que eu faço se a amo, mas não posso tê-las...? - minha voz estava embargada e lágrimas se equilibraram no canto de meus olhos. Meu pai olhou-me com compaixão.
-É por amá-la que você deve deixá-la, Caspian... - aconselhou.
-Não sei se consigo... - as lágrimas rolaram.
-Você precisa... Precisa dar um fim a esse romance... Antes que seja tarde demais.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bem, agora que atualizei mais da metade das fanfics, eu decidi postar algumas das fanfics em que eu estava trabalhando! Vejo vocês lá!
Beijokas!!