Tale As Old As Time. escrita por Jajabarnes


Capítulo 15
I've Spoken About You.


Notas iniciais do capítulo

Para todos os que amam Suspian! Nesse capítulo volta a ser narração da Susana?



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—Você não soube? - perguntou-me Polly enquanto arrumava os potes sobre a bancada da pia.

—Soube do que? - perguntei da banheira.

—Do que aconteceu ontem na casa do Duque Digory.

—Não, não soube. O que aconteceu?

—Um acidente! Saiu nos jornais hoje cedo. - disse ela. - Os três irmãos estavam na sala conversando, Dash segurava o revólver que ganhara do pai quando a arma disparou acidentalmente atingindo Caspian no ombro. Nada grave, mas foi um belo susto. - contou.

Não soube explicar, mas alguma coisa lá no fundo me dizia que havia algo mais nessa história toda, contudo, Caspian estava ferido e eu precisava ver com meus próprios olhos se ele estava bem.

—Vou fazer uma visita à Lúcia, Polly. - falei.

—A Lúcia? - perguntou desconfiada. Encarei-a.

—Sim. - afirmei convicta. Ela pegou o longo roupão e comecei a me vestir. O vesti, voltei ao meu quarto enxugando-me e comecei a me vestir. O vestido avermelhado e o casaco de um tom mais escuro e de mangas compridas. Prendi o cabelo em um coque deixando algumas mechas soltas, pintei os lábios de vermelho como sempre fazia, pus o chapéu de aba larga e desci.

Albert me levou até a casa do Duque. Durante todo o percurso permaneci inquieta não contendo a preocupação e a ansiosidade. Dash realmente passou dos limites em sua infantilidade... Onde já se viu ficar exibindo um arma... E, poderia ser coisa da minha cabeça, mas algo me dizia que não fora um acidente, fora proposital.

Mas o que levaria Dash a atirar no próprio irmão?

Um frio percorreu minha coluna. Será que foi por minha causa? Será que Dash descobriu que passei a tarde toda sozinha com Caspian? Não fizemos nada de errado, mas quem conseguiria convencer Dash disso?

Ah, meu Deus!

Albert estacionou e eu desci antes que ele abrisse a porta para mim, logo sendo bombardeadas pelas perguntas dos jornalistas sem responder a nenhuma delas seguindo para a porta onde toquei bati na porta. Huin atendeu.

—Oh, senhorita Pevensie! Entre, entre, por favor! - assim eu fiz e ela fechou a porta atrás de mim. Retirei o chapéu. Vi Lúcia vindo ao meu encontro.

—Susana! - abraçou-me fortemente.

—Desculpe não ter avisado, vim assim que soube. - falei.

—Tudo bem... - ela sorriu de leve. - Suponho que você tenha vindo ver Caspian... - ela deu um sorriso de lado.

—Er... Sim. - sorri fraco.

—Venha. - levou-me pela mão escada acima até uma das portas de um longo corredor. Ela deu duas batidas suaves.

—Pode entrar. - ouvi a voz dele. Lúcia abriu a porta lentamente.

—Caspian, você tem visitas. - disse ela. Ele estava de costas para a porta, de frente para uma janela, espiando pela fresta da cortina.

—Mais daqueles ratos fofoqueiros que estão lá fora? - perguntou sem animo.

—Não, eu não trabalho na imprensa. - ri também. Caspian então virou para mim.

—Vou deixar vocês a sós. - Lúcia saiu com um sorriso largo no rosto, fechando a porta.

Caspian sorriu para mim e eu sorri de volta. Ele estava sem camisa e tinha o ombro esquerdo, parte do peito e do braço esquerdo enfaixados.

—Vim ver como você está. - falei aproximando-me.

—Estou melhor agora. - ele riu.

—E... Há alguma coisa que eu possa fazer?

—Só ter vindo me ver já é o suficiente.

Sorri. Alguns minutos de silêncio e eu aproximei-me mais de Caspian.

—Posso fazer uma pergunta?

—Quantas quiser.

—Não foi um acidente, foi? - perguntei. Caspian suspirou e negou com a cabeça.

—Por que Dash fez isso com você?

—Bom ele... Ele descobriu que você estava comigo ontem a tarde.

—Então foi por minha causa... - ofeguei. - Lamento muito, Caspian...

—Não lamente. - ele tocou meu rosto sorrindo levemente. - Foi mais ou menos por sua causa. - Sua mão continuava em minha face.

—Como assim?

—Foi mais por causa de uma coisa que eu disse...

—E o que você disse? - sorri nervosa. Caspian hesitou por um longo tempo de silêncio enquanto olhava em meus olhos e eu aguardava sua resposta. Ele deslizou os dedos por minha bochecha outra vez.

—Que... Eu amo você. - sussurrou. Meu sorriso se desfez enquanto eu processava aquelas palavras..

—E-eu... Por que não me disse isso antes? - gaguejei com o coração batendo forte e a felicidade rasgando meu peito.

—Estou dizendo agora... - ele riu nervoso. Num impulso eu o abracei forte. - Oh... - ele gemeu de dor. Afastei-me no mesmo instante.

—Desculpe! - pedi. Caspian riu e seguiram-se longos segundos de silêncio enquanto minha mente tentava trabalhar.

Meu coração batia forte, era a melhor coisa que eu poderia ouvir. Caspian me amava, mas hesitei ao dizer que sentia o mesmo por ele. Eu travava uma batalha interna ainda com dúvidas. Sei que não deveria perder mais tempo, afinal, ele correspondia. Antes que eu pudesse ter qualquer reação, Caspian falou.

—Espero que isso não atrapalhe nossa amizade. - sussurrou ele.

—De forma alguma. - falei rapidamente, atropelando as palavras. Caspian sorriu de leve, mas era possível ver que ele queria mais do que só minha amizade. Eu suspirei soltando o ar pela boca. - Nossa... Eu não sei o que dizer a você, Caspian... - na verdade eu sabia bem, só não conseguiria pôr para fora ainda.

—Não precisa dizer nada, Susana – ele apressou-se, de repente preocupado. - E-eu se que você já tem sentimentos por alguém, não quero que você tenha medo de me magoar nem nada... Eu só queria que soubesse o que sinto por você, não estou exigindo uma correspondência sua nem...

Calei-o com um beijo. Foi um impulso, eu estava surpresa demais para verbalizar o que cintilava em meu coração, então meu coração resolveu demonstrar. Ele bateu mais forte e surgiu um frio em minha barriga quando meus lábios tocaram os dele e no inicio Caspian pareceu surpreso, mas não demorou para retribuir.

Aquele era meu primeiro beijo e não chegou nem perto de como eu imaginava que seria. Foi muito melhor. Os lábios de Caspian eram gentis e quentes acariciando os meus lenta e delicadamente, como se gravasse cada segundo daquele momento. Uma de minhas mãos havia subido para sua nuca enquanto o beijo continuava por segundos inesquecíveis. Até que no momento certo nós o interrompemos para respirar. Nossos olhares se encontraram ainda próximos.

—Caspian – comecei, sussurrando. - Ontem... Lembra de quando eu disse que estava apaixonada...?

—Lembro... - ele sussurrou de volta olhando em meus olhos. Trouxe minha mão que estava em sua nuca e acariciei seu rosto. Caspian fechou os olhos ao meu toque.

—Era de você que eu falava... - sussurrei. Caspian abriu os olhos, olhando-me maravilhado. Ele esboçou um sorriso e passou o braço direito por minha cintura, colando meu corpo ao seu e unindo nossos lábios outra vez.

Dessa vez o beijo foi mais intenso e quanto mais Caspian o aprofundava mais eu me surpreendia com o que com os sentimentos que ele despertava em mim; sua mão segurava firmemente minha cintura e meus braços envolviam seu pescoço com uma das mãos segurando o chapéu e a outra afagando os cabelos de Caspian.

—Ainda me surpreendo com o que sinto por você, Susana. - sussurrou ele a poucos centímetros de meu rosto. - Eu te amo...

Não pude evitar o sorriso.

—Eu também te amo, Caspian...

Foi a vez de ele sorrir e com mais um beijo selamos nossa declaração.

Sem dúvida nenhuma aquele foi um dos mais felizes da minha vida. Sim, tive muitos outros ao lado de Caspian, mas aquele era o segundo mais especial; o primeiro ainda não havia acontecido, ele seria o mais especial e também o mais doloroso, porém eu estava feliz demais para imaginar o que iria acontecer.


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Notas finais do capítulo

Então, morecos, o que acharam do POV do Caspian? Ele merece mais Pov's? E esse capítulo, que tal?
Espero reviews e quem sabe, uma recomendação?
Beijokas!!



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