Love Come Down escrita por Lustin


Capítulo 8
Oceans away


Notas iniciais do capítulo

Notas finais! E a CaBelieber me deixou um review super fofo e pediu para que eu divulgasse sua história. Então aqui está: https://www.fanfiction.com.br/historia/194913/Everythings_Gonna_Be_Alright. Leiam, garotas! NÃO ESQUEÇAM DAS NOTAS FINAAAIS!



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'' – Rua Vienna - falou séria.

– E isso quer dizer alguma coisa? - debochei.

– Sim, Marine. Como você não sabe, aqui é ponto de encontro dos gays, homossexuais e tudo mais. Entendeu agora? - dizia com o olhar fraco.

Então... Arthur era... Gay?''


Não poderia ser verdade.

Quer dizer, porque ele mentiria desse jeito para mim?

Não fazia sentido.

Era como um grande quebra cabeças semi pronto, onde faltavam inúmeras peças para a imagem fazer sentido.

Eu e Pandora mantinhamos o olhar fixo na porta por onde Arthur entrou.

– O que quer fazer agora? - perguntou, batendo as mãos no volante, curvada para frente.

– Na verdade... Não sei - ri sem humor.

O fato de Arthur ser - possivelmente - homossexual não era e jamais seria o ponto em questão. Para ser sincera, qual garota não gostaria de ter um amigo assim? Todos sabem que os ''gays'' são os mais sinceros, companheiros, animados e positivos que existem. O ponto em questão era justamente a mentira. Arthur estava mentindo para mim, sua ''irmã''.

E eu não suporto mentiras. Não existe coisa pior do que isso.

No meu ponto de vista, a pessoa que mente te prova que você não é digno de sua confiança. Que prefere omitir, ao contar o que acontece.

– Vamos embora então - sibilou Pandora, ligando o carro e girando o volante com certa brutalidade. Contornou a estreita rua e saímos na avenida.

– Hm... Tá tudo bem, Panda? - indaguei, com uma voz branda. Apertei os olhos desafiadoramente, encarando-a.

– Claro que sim - debochou forçadamente - porque não estaria? - bufou, mas não olhou em qualquer momento em minha direção.

– Por nada não. Apenas esperava outra reação sua, afinal, você não suporta Arthur desde pequena - retruquei.

– Você sabe que existem motivos para isso - suspirou, irritada.

O que ocorrera com Panda e Arthur não é lá de fácil entendimento. Até hoje não sei porque isso aconteceu. E quando tomou todas essas proporções.

Quando estávamos na sétima série, Pandora era extremamente e irrevogavelmente apaixonada por Arthur. E sinceramente, ele era um garoto encantador. E ainda é, em partes. Arthur possui os olhos claros, não são verdes nem azuis. Seus olhos são de uma cor ainda não definida, que jamais encontrei em lugar algum. Ele sempre teve os cabelos pretos, da cor da noite, lisos. Sempre os manteve bagunçado. Lindo, um anjo, encantador a primeira vista. Mas uma peste pra quem convivia junto.

Panda era novata no colégio e por esse motivo, não sabia de muita coisa. Confiava no que via e sentia. Eu era amiga de Arthur e sua ''gangue'' mirim. Mas com o tempo, me aproximei de Pandora também. Um belo dia chegou aos ouvidos de Arthur que Panda possuia uma grande queda por ele. Ela ficou desesperada por dias, querendo se esconder nos banheiros durante os intervalos, correndo de Arthur toda vez que o mirava longe.

Era numa Quarta-feira, me lembro bem. Estavamos eu e Panda no banheiro feminino durante o intervalo. Estava tentando convencê-la de que aquilo era totalmente desnecessário, que não aconteceria nada. Conversava calmamente com ela, até que ouvimos um grande estrondo dentro do banheiro. Arthur entrou gritando e chutando tudo o que via pela frente, com um bando de garotos atrás, praticamente aplaudindo tudo o que ele fazia.

Senti Pandora endurecendo ao meu lado quando viu sua imagem. Arthur aproximou seus rostos e proferiu as seguintes palavras:

''Olha só pra você... Tão covarde. Medrosa. Tão ridícula e estranha! Para de me encher com essa história de que tá apaixonada por mim, tira isso da cabeça, você é nojenta!'' cuspiu as palavras mais infantis que já havia ouvido em toda a minha vida, até então muito curta.

Pandora não segurou as lágrimas.

Todos tinhamos exatamente doze anos, infantilidades faziam parte. Como essa história tosca. Mas isso feriu o orgulho de Pandora. E como feriu! Ela trás ''cicatrizes'' desse dia até hoje.

A razão pela qual Pandora e Arthur ''não se suportam'' é exatamente essa.

– E você tá bem? Que choque, não... - chamou minha atenção, vendo que estava quieta demais. Ela forçava um sorriso.

– Sim... Claro! Sem problema algum... Só não entendo o porque da mentira - me enrolei um pouco na resposta.

– Às vezes ele tem vergonha... Vai saber - não olhava para mim, mantinha o olhar fixo no caminho. Já estávamos perto de minha casa.

O meu celular começou a vibrar e gritar, fazendo com que nós duas nos despertássemos de nossos pensamentos.

Tateei meus bolsos com movimentos rápidos e ágeis, apertando o botão verde rapidamente.

– Alô? - Pandora mantinha a atenção em minhas palavras.

– Marine? - aquele sotaque, aquela voz rouca e parcialmente grossa jamais me seria estranha. Tive a impressão de que meus batimentos cardiacos tinham parado. Minhas bochechas começaram a queimar.

– O-oi -foi o que escapoliu de meus lábios.

– Você não respondeu minha mensagem, não ligou... Tá tudo bem? - seu tom de voz era sério, preocupado.

Conseguia imaginar seu rosto perfeitamente. O desenho de seus lábios levemente comprimidos e o olhar distante, disperço. Esbocei um pequeno sorriso.

– Sim, tá tudo bem, obrigado pela preocupação... Só não estou em casa - tentei permanecer calma (por fora) para Pandora não perceber nada.

Perda de tempo, ela já estava estacionando o carro na garagem, ouvindo a conversa, com a expressão confusa e perturbada.

– Você sabe quem é? - a voz de Justin havia tomado um tom confuso.

– Claro que sei! Mas que pergunta... - bufei, rindo nervosa.

– Não acho que saiba... Anda, diz meu nome - riu.

– Drew - falei baixo, revirando os olhos.

– Esse é o meu nome do meio, po! - humorizou.

Pandora olhava pra mim inconformada, escorada na porta.

– Porque você tá falando em inglê?! - sussurrou gesticulando com as mãos.

Fiz um ''não'' e ''fica quieta'' desesperadamente com as mãos. Tentei, quer dizer. Ela se ofendeu e saiu do carro marrenta, pisando fundo.

– Se eu perguntasse pra onde a senhorita foi, teria resposta? - Justin sibilou, cortando o silêncio que ficara. Percebi que sua voz ficava um pouco mais grossa ao telefone.

– Longa história... - ri pelo nariz, me esticando no carro, mordendo os lábios procurando por Pandora.

– Vou poder saber depois então? - insistia.

– Talvez... Quem sabe - fiz mistério.

– Qual é, não vale!

– Você é curioso demais... Pode me dar dois minutos? É rápido - falei numa fração de segundos, atropelando algumas palavras.

– Não demora, por favor.

– Aham, pode deixar. Já volto, Justin - falei sorrindo, retendo a ligação.

Desci do carro rapidamente, procurando Pandora que andava de um lado para o outro na calçada, mordendo as unhas. A noite já mostrava as caras.

– Quem era? - disse grossa.

– Ninguém... - menti, engolindo seco.

– Fala sério... Quem era caralho? - ela gritava.

– Quem você acha que era? - respondi, arregalando os olhos, pensando que ela já poderia desconfiar de algo.

– Me responde isso você! Você tava falando outra lingua né, como espera que eu tenha entendido? - depois que terminou, resmungou ''porque eu não terminei a porra do inglês.''

– Era alguém... - comecei, calma.

– Nossa, sério? Que era ''alguém'' - disse fazendo aspas com os dedos - não há dúvidas, com um animal com certeza você não tava falando né Marine... E pelo o que eu saiba, animais não tem nome de ''Drew'' - ironizou, cruzando os braços.

– Era um garoto que... Que mora... No... Canadá! Isso, Canadá! - me ascendi quando terminei.

– Canadá? - debochou, bufando.

– Conheci na internet... - menti novamente.

– Legal, agora você tem amiguinhos virtuais e de outros países? Essa é boa. É engraçado como todos estão mudando. Eu pareço a única normal - riu sem humor, nervosa.

– Vem cá... Vai me dizer o porque de tanto estresse? - resmunguei, encarando-a nos olhos.

Ela bufou, dando um sorriso cínico.

– Apenas um dia cheio. Cheio de surpresas. Boa sorte com seu pai. Fui! - disse virando as costas, andando.

Pandora mudou da água para o vinho em segundos... Tenho certeza de que não foi por conta do telefonema. Nem nas idéias mais loucas dela, poderia imaginar quem era o ''garoto canadense'' do outro lado da linha. Meu Deus!

Um espasmo correu por todo meu corpo. Saí em disparada até o carro, abrindo a porta rapidamente.

– Alô?! - perguntei afobada.

– Mas que demora, hein... - Justin respondeu imediatamente, com a voz sonolenta.

– Perdão, sério - fui sincera.

– Nada! - sua voz passou de sonolenta para animada em questão de instantes - então... O que eu queria falar era apenas ''eu quero ver você'' - completou tranquilo, como se fosse a coisa mais normal do mundo dizer isso.

– Me ver? - debochei.

– Aham... Parece que você me trás... sorte - sua voz ficou um pouco mais séria.

– Sorte? Por favor! - que tipo de brincadeira sem graça era aquela?

– Sério... Eu quero ver você, Marine. E agora. E sempre - sua voz era uma misto de... dor? Não. O som estava abafado.

– Não tem como, você tá em Porto Alegre - ri pelo nariz, ainda achando que era algum tipo de brincadeira de mal gosto. Mas... Meu peito doia. Ardia. Dilacerava.

Ele... Meu sonho... Justin... Estava pedindo por... Mim?

– Tem sim... - sua voz tomou um tom fraco, que fez um novo sentimento tomar vida. Meu corpo foi invadido por uma corrente elétrica, que passou por todos os cantos.

– Ei, tá tudo bem? - tomei coragem para mudar de assunto.

– Sim. Sim, tudo bem - sua voz ficou alta, ele riu. Meu coração ainda doia.

– Acho bom... - foi o que consegui dizer.

– Amanhã vai chegar uma coisa aí pra você - disse logo em seguida, sem rodeios.

– Pra mim? - fiquei em alerta.

– Aham.

– O que, por exemplo? - falei com uma pitada de raiva. Não gostava disso. Presentes, surpresas e tudo mais.

– Isso você só vai descobrir amanhã. E não vale desobedecer - disse mandão.

Desobedecer?

– Ih... Qual foi, hein? Acha que manda em mim agora é? - falei rindo um pouco mais do que deveria.

– Sempre mandei... Vai negar? - debochou, rindo.

– Que dó de você, Bieber! - balancei a cabeça.

– Preciso ir... - disse entre risadas - ei, não esquece que amanhã chega seu presente. Até mais - não me deu chance de resposta. desligou assim que terminou sua fala.

Sorri boba.

Desci do carro, fechando a porta delicadamente. O vento soprou levemente em meu rosto, fazendo com que me refrescasse.

Parei em frente a porta de casa.

O que seria esse tal presente?

Abri a porta vagarosamente, com gestos silênciosos. Andei alguns passos e me assustei quando encontrei meu pai parado de pé na sala, soltando fogo pelo nariz.

A mesma pergunta rondou minha mente... O que seria o tal ''presente''?



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Notas finais do capítulo

Gostaram? Odiaram? Curiosas? Precisa ser melhorado? Até o próximo, ou não! Beijos ♥