Dois anos e meio se passaram...

O Justin terminou a faculdade e abriu seu escritório de arquitetura, fiquei sabendo que ele estava namorando uma garota da faculdade dele. Eu também comecei a namorar, mas o cara era muito viciado em bebidas, sem falar que era um complexado em festas e cigarro.

Flashback on-

_ Não rola mais Marck, você só pensa em bebidas e festas – falei o olhando com medo de qualquer coisa que ele fizesse.

_ Como assim? Foi em uma festa que nós nos conhecemos, lembra? – me fitou com raiva

_ Era uma festa infantil do pessoal do condomínio, nada de bebidas, como eu ia adivinhar?

_ Mas eu te pedi em namoro, até perguntei a sua filha se ela queria! – ele começou a gritar comigo.

_ Ela tem três anos! – falei já agoniada – ou você diminui as dozes de vodka e cigarro ou não nos vemos mais.

_ Eu não vou mudar por você sua vadia. – ele me prensou na parede

_ Então... está acabado, você é muito legal, foi muito legal todos esses meses, mas simplesmente não rola mais – falei saindo de perto dele.

Peguei um taxi e voltei para casa, me sentia liberta. Livre de um cara bêbado e viciado.

Flachback off-

Faz alguns dias que acabamos, o encontrei algumas vezes no parque que sempre costumo levar a Elizabeth.

Meu celular começou a tocar, o peguei vendo no visor vendo “the swag king”, fiz careta e atendi.

- Oi? – perguntei confusa

- É o Justin, posso passar aí?

- Para...

- Eu quero ver a Elizabeth, não pode? – perguntou calmo

- Você não está na casa do seu pai?

- Não, eu estou morando aqui agora desatualizada.

- Tá, pode vir, daqui a... uma hora – falei olhando o estado do apartamento

- Ok, até lá. Tchau.

- Tchau.

Sorri e olhei a Elizabeth que tinha desviado sua atenção da tevê para mim.

_ Mamãe, mamãe, o papai vai vir? – ela perguntou pulando e vindo até mim

_ Vai, daqui a pouco – sorri, ela pulou em meu colo

A cada ano ela ficava mais bonita.

Eu com meus 21 anos aqui, solteira, sozinha, com uma filha.

Tomei banho, vesti um vestidinho rosa, calcei uma sapatilha e passei rímel, a Elizabeth já havia tomado banho a alguns minutos, então só precisava trocar de roupa.

Vesti um short jeans nela e uma blusa regata, ela calçou as pequenas sandálias e foi para a sala.

Ajeitei a sala que estava com almofadas todas espalhadas, ajeitei a cozinha que tinha algumas coisas em cima da mesa, os quartos já estavam organizados.

Bateram na porta e eu fui atender enquanto a Elizabeth ficava jogada no sofá esperando ver quem chegou, sem surpresas, era o Justin.

_ Oi – Justin sorriu para mim e eu lhe dei passagem – cadê a minha pequena? – falou parado na porta animado.

22 anos e o mesmo moleque de sempre.

A Elizabeth levantou o braço preguiçosamente, Justin me olhou confuso e eu dei de ombros fechando a porta.

_ Não vai vir falar comigo?

_ Agora não – falou – tá passando bob sponja.

Eu ri fitando a expressão do Justin de “fui trocado por um desenho”.

_ Elizabeth! Venha falar com o Justin ou eu vou desligar a televisão – falei ainda rindo

Ela sentou no sofá e escorregou até o chão, ela olhou para a televisão ainda em pé, ela andou de costas até o Justin e ficou olhando a tevê, quando acabou o desenho ela virou sorrindo para o Justin que também estava vidrado assistindo.

_ Papai, sabia que a mamãe ia me dar outro papai? – ela virou para o Justin, arregalei os olhos.

_ É? – perguntou e me olhou – não vai dar mais?

_ Não, ela disse que ele não prestava.

_ Elizabeth! – a repreendi

_ Eu estou mentindo mamãe? – ela me olhou desafiadora

_ Ela está mentindo? – Justin me olhou com um olhar divertido

_ Não – revirei os olhos e fui para a cozinha.

Fiquei na cozinha mexendo em meu tablet – que ganhei do Lenny no aniversário passado -, desisti de ver algumas notícias.

_ Mãe, mãe – Elizabeth chegou sorrindo animada na cozinha – olha o que eu ganhei do Justin – falou chutando o ar.

A peguei colocando em cima da mesa. Vi os pequenos supras roxos nos pés dela.

_ São lindos – sorri de lado

_ Você está triste mamãe? – perguntou alisando meu rosto

_ Estou bem – sorri

_ Não quero saber se você tá bem, você tá triste? – perguntou

_ Um pouco – sorri para ela

_ Não fica assim mamãe, eu te amo – ela falou e me abraçou

Fechei os olhos sorrindo e retribuindo o abraço.

_ Vai lá com o Justin, faz tempo que ele não te viu – sorri a pegando no colo

_ O Justin tá no telefone com o tio Ryan. Posso fazer uma pergunta? – ela me olhou

_ Pode – falei calma

_ O que é amor mamãe?

_ Ãhn? – fiquei totalmente confusa – você é muito pequena para entender.

_ Diz mamãe – falou cruzando os braços

_ Tá... olha, o amor é quando...

Justin POV -

Estava conversando com a Elizabeth quando o Ryan me ligou, ela saiu e me deixou conversando com o Ryan, uns 10 minutos depois o Ryan precisou voltar ao trabalho e eu fui procurar a Elizabeth.

_ O que é amor mamãe? – ouvi a voz da pequena, parei encostando-me na parede ainda sem entrar na cozinha.

_ Ãhn? – pausa – você é muito pequena para entender. – Anny respondeu com o mesmo tom de voz doce de sempre.

_ Diz mamãe – a pequena insistiu

_ Tá... – Anny deu um leve suspiro e continuou - olha, o amor é quando... é quando você sorrir sem perceber, quando os olhos brilham mesmo sem nenhum esforço ou quando você só... sente saudades só em pensar que a pessoa que você ama vai embora.

_ Só isso mamãe?

_ É... também tem aquele amor que... faz você sonhar ou que só em ouvir alguma coisa já lembra do nome de quem você ama... tem o amor de amigos, irmão, o amor de mãe para filha – a Anny aparentemente sorriu – porque? Você está gostando de alguém?

Ok, confesso que aquilo tirou meu sorriso do rosto. É, sou um pai ciumento!

_ Não mamãe, mas a senhora está.

_ Quem disse? – Anny perguntou em um sussurro divertido

_ Seus olhos mamãe, quando você vê o papai seus olhos brilham e você sorrir.

Eu sorri assim que ela disse aquilo.

_ Não pequena, é bobagem – sorriso? Cadê você?

_ Mamãe, não pode mentir, você ama o papai? – engoli em seco

_ Não sei anjo, eu não sei – Anny falou com a voz baixa

_ Promete que quando a senhora amar ele vai me dizer? – perguntou

_ Prometo, agora vai com o Justin. Depois eu levo chocolate quente para vocês – Anny falou, voltei para a sala e sentei-me.

_ Pai! Pai! A mamãe gostou dos meu sapatos – ela sorriu

_ Que bom – sorri – e porque você demorou tanto? – perguntei

_ Não posso contar – ele levou o dedo a frente da boca me fazendo rir.

Lhe fiz cócegas. Sua risada lembrava a da Anny.