Not Strong Enough escrita por Adams


Capítulo 20
Capítulo Dezenove


Notas iniciais do capítulo

Sim, é duplo!! Mas eu ainda estou com peso na consciência. :/
MASSSS, aqui está outro capítulo. :)
Espero que gostem, nos vemos nas notas finais.
Comentem nos dois, okay?
Vou calar a boca, às vezes falo demais. :S



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Capítulo Dezenove

2 semanas depois

Ajeitei-me na cadeira, quase quicando de emoção à espera de Cameron entrar no palco. Eram onze horas da noite de um sábado, estávamos todos no Romaine esperando pelo momento em que Cameron se apresentaria, e principalmente, se ele conseguiria o emprego.

Sorri ao vê-lo falar com os outros músicos, tão confiante de si. Ele seria o próximo.

Uma música irritante tirou-me de meus devaneios, e instantaneamente peguei meu telefone, vendo um número desconhecido aparecer na tela.

– Leana falando - disse ao atender.

– Leana? Aqui é o Matthew, seu professor da faculdade.

Franzi o cenho.

– Matthew? Como você conseguiu meu telefone?

– Pedi na secretaria, mas isso não importa agora. Sabe onde fica o Restaurante Trinit’s?

– Sei, ele fica do outro lado da cidade. Mas o que...

– Estou indo em encontrar com Maria de LaCruz. Agora.

Arregalei os olhos, sentindo instantaneamente minha garganta fechar.

Maria de LaCruz era uma artista plástica das mais renomeadas no ramo. Só os melhores trabalhavam com ela e se eu conseguisse... Ai, melhor eu nem pensar.

– Meu Deus - falei em um fio de voz, engolindo em seco logo em seguida.

Matthew riu do outro lado da linha.

– Eu estou aqui no campus se você quiser ir, mas você tem que decidir agora.

– Não estou no campus, estou aqui no... - Olhei em direção à Cameron, que sorriu para mim. Sorri de volta, sentindo-me imediatamente culpada. Respirei fundo, fechando os olhos e tentando pensar em uma decisão rápida. Não queria abandonar Cameron, porém talvez eu nunca mais tivesse uma oportunidade como essa.

– Leana, você ainda está aí?

Respirei fundo. Já tinha tomado a minha decisão, só esperava que Cameron me perdoasse.

– Estou sim. Eu vou com você, só que estou aqui no Romaine, não no campus. - Suspirei, mordendo um dos lábios enquanto em minha mente ponderava se tinha feito realmente a decisão certa.

– Imaginei. Em alguns minutos eu chego aí. - E desligou.

Deixei o telefone cair da minha mão, sentindo meu peito subir e descer conforme eu me sentia cada vez mais culpada. Por fim, respirei fundo, levantei-me da mesa, juntando meu telefone e indo em direção à saída.

– Leana, o Cameron já vai se apresentar - disse Lucy, agarrada à mão de Thomaz. Os dois me olhavam como se eu fosse louca de ir embora logo agora.

– Diz para ele que sinto muito. - Então, saí correndo, não conseguindo encarar a face chocada de meus amigos. Ou Meredith sorrindo.

Assim que cheguei do lado de fora do restaurante, a brisa fria de outono se chocou contra minhas pernas desnudas e imediatamente quis estar com meus jeans favoritos ao invés do vestido que usava, porém antes que eu pudesse morrer congelada, um carro parou à minha frente e a porta do carona se abriu, revelando um Matthew sorridente. Sem pensar duas vezes, entrei no carro, pois sabia se pensasse por mais cinco segundos me arrependeria e voltaria correndo para dentro do restaurante.

– Você está bem? - Perguntou-me Matthew, tirando por um momento os olhos da estrada e mirando os meus.

Mordi os lábios, balançando afirmativamente a cabeça.

– Não parece. - Ele fez uma pausa. - Olha, se quiser que eu volte...

– Não. Essa é a minha chance. Não vou estragar isso. Às vezes, temos que sacrificar algumas coisas. - Suspirei.

Matthew me olhou por um segundo, como se pensasse se falava alguma coisa ou não, porém por fim decidiu-se apenas por um CD no rádio do carro. Uma voz feminina preencheu o silêncio desconfortável que se formara, e estranhamente a música era boa.

– Quem canta? - Perguntei curiosa.

– Halestorm. Comecei a escutar só porque a guitarrista era uma mulher.

– Sério? - Perguntei rindo.

Ele balançou a cabeça, concordando.

– Eu conheci uma garota assim que comecei a faculdade de artes e ela me indicou a banda. Não achei que seria grande coisa, mas até que não era tão ruim. - Ele deu de ombros, sorrindo com as próprias lembranças.

– Hey, as garotas sempre têm gostos bons. Exceto se ela gostar de música pop, aí ela não tem nada na cabeça - disse, fingindo seriedade.

Matthew deixou escapar um sorriso.

– Nota-se pelas suas camisetas.

Gargalhei.

– Elas são um pouco chamativas.

Ele arqueou as sobrancelhas.

– Lembro-me de uma vez ver você com uma camiseta do Matanza, onde a estampa era um demônio com uma caneca de cerveja. - Ele desviou os olhos da estrada, olhando-me divertido por um segundo.

– Era uma caneca de chopp - disse séria.

Matthew riu.

Então, novamente o silêncio se instalou no carro, até pararmos em frente a um restaurante de aparência requintada, com a fachada onipresente e um flanelinha que foi estacionar o carro.

– Está nervosa? - Perguntou-me Matthew, parando por um instante na porta do restaurante e impedindo qualquer outra pessoa de entrar.

– Um pouco, mas estou bem - respondi pensativa.

Ele sorriu de lado, estendendo-me o braço que logo aceitei. Matthew trocou algumas palavras com a hostess e rapidamente fomos encaminhados a uma mesa onde uma mulher de meia idade bebericava um copo de vinho.

– Matthew - disse ela calorosamente, levantando-se da cadeira e vindo-lhe abraçar. Rapidamente notei que ela usava um par scarpins Louboutin.

– Maria. - Ele sorriu. - Queria lhe apresentar uma de minhas alunas mais talentosas. Esta é Leana...

– Leana Valemont. - Sorri. - É um prazer conhecê-la.

Matthew me olhou chocado.

– O prazer é meu, Leana. Sou Maria de LaCruz. - Ela parou por um momento. - Você tem o mesmo brilho no olhar que eu tinha quando comecei a pintar. É... Curioso. - Ela sentou-se na cadeira. - Sentem-se. Dizem que a comida daqui é excelente. - E sorriu.

Sorri também, e logo vi Matthew puxar minha cadeira. Sentei-me ao seu lado enquanto sentia meu coração despencar cada vez mais.

...~{[...]}~...

– Realmente, você tem um talento peculiar - disse Maria sorrindo após ver uma foto da tela que Matthew havia fotografado para enviar à sua amiga artista plástica, que disse que não havia paixão nos meus desenhos.

– Obrigado. Desde pequena minha paixão é a arte. A empregada lá de casa ficava irada quando eu desenhava nas paredes, mas no momento que eu dava um beijo na bochecha dela e pedia desculpas com a minha melhor cara de inocente, ela ria e depois dizia que eu tinha que limpar a bagunça que fazia - disse sorrindo, feliz com a lembrança. Era um dos poucos momentos da minha infância que eu vivi sem o Cameron.

Maria riu, tão suavemente que parecia ser um sussurro.

– Exatamente esse brilho que eu procurava, essa felicidade quase infantil... Infelizmente eu tenho que ir agora, Leana. Foi realmente um prazer conhecê-la. - Maria levantou-se da cadeira, e imediatamente Matthew e eu fizemos o mesmo. Ela entregou-me um cartão prateado. - Volto de viajem em alguns dias. Adoraria vê-la em um de meus ateliês. - E assim ela foi embora.

Quando Maria estava longe o bastante, sussurrei:

– Posso enfartar agora?

Matthew riu.

– Vamos. Acho que não temos mais o que fazer aqui. - E sorriu.

Peguei meu bolero, e estava o vestindo quando Matthew delicadamente puxou a gola dele para cima, ajudando-me.

– Obrigado. - Sorri sem graça, estranhando a ação.

Matthew estendeu o braço em minha direção, e assim caminhamos até o estacionamento.

– Você me lembra de um cavalheiro de filmes antigos - comentei enquanto esperávamos o flanelinha.

Ele soltou uma risada sem graça.

– Minha mãe era uma lady, e me ensinou que sempre devemos tratar uma mulher com o máximo de cavalheirismo possível, independente se ela usa calças rasgadas ou vestidos de gala. - E sorriu, ainda um pouco sem graça.

– Ela com certeza é uma pessoa incrível - murmurei leve, sorrindo um pouco. Na verdade, eu me sentia soltando fogos de artifício por dentro, não que alguém precisasse saber.

Quando entramos no carro, àquela mesma banda tocava, porém desta vez era uma música mais calma, que poderia muito bem embalar um baile de colegial.

– Nunca percebi que seu nome era Valemont - Matthew comentou após alguns minutos de silêncio.

Fiz uma careta. Internamente esperava que ele tivesse esquecido esse pequeno detalhe.

– Então foi por isso que você ficou tão irritada no dia que comentei que não imaginava que você trabalhava no Romaine. Você é a herdeira de uma das...

–... maiores agências de advocacia do país. - Revirei os olhos. - Sim, sou filha de Lorenzzo e Miranda Valemont, porém não sou a herdeira da agência. Meus pais me deserdaram quando resolvi ir para a faculdade de artes. - Sorri tristemente, olhando para a estrada enquanto todas as lembranças das brigas que tive com meus pais sobre esse motivo no último ano, todas as coisas que me falaram e que eu disse, vinham à tona.

– Eu... Não sabia...

– Não tinha como saber. Não fico triste por ter sido deserdada, eu nunca conseguiria trabalhar naquela maldita agência. - Ri sem humor. - Eu fico triste pelas brigas que tive até aqui. Eu nem sequer falo mais com meu pai hoje.

– Eu...

– Não diga que sente muito. Não sou uma coitadinha, posso muito bem viver sem nada do que eu vivia. Vivo hoje melhor do que eu vivia anos atrás. Hoje, as pessoas não me julgam por causa da minha família, não me julgam como a riquinha mimada revoltada com a vida sem motivo aparente, que tem o pai pra bancar tudo e nada conseguiu com mérito próprio, elas me julgam por quem sou, pelo o que consegui e o que deixei de conquistar.

– Você é diferente do qualquer um pensaria sobre você.

– As pessoas veem apenas o que querem. - Dei um sorriso triste.

O silêncio novamente reinou. Voltei meus olhos para a estrada, vagando entre memórias e acontecimentos recentes que não conseguiam prender a minha atenção. Até que passamos pelos portões do campus, e lembrei-me que tinha algo pendente para resolver.

– Por um acaso você não saberia onde Cameron Briel mora, certo? - Indaguei, mordendo um de meus lábios.

– Acho que não. Mas Robert, um dos professores que dá aula de música, vive falando dele. É um bom aluno. - Matthew disse vagamente, franzindo o cenho.

– É uma casa cinza, há umas duas quadras daqui. Pode me deixar lá? - Pedi, sentindo-me instantaneamente angustiada.

– Posso. Mas você não acha que está tarde... - Matthew ia dizendo quando o cortei.

– Ele ia se apresentar hoje no Romaine, exatamente na hora que você me ligou. Ele é meu namorado - disse tudo de uma vez só, como se despejasse toda a informação.

O carro parou.

Antes que Matthew pudesse dizer alguma coisa, simplesmente abri a porta do carro.

– Obrigada por tudo. Nos vemos na segunda. - E sem mais explicação, saí do carro, caminhando quase correndo em direção à porta.

Nesse momento, sentia como se alguém segurasse meu coração.


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Notas finais do capítulo

Hehehehe. O que vai acontecer no próximo? *Suspense*
Sim, Cameron Briel, exatamente como o Cameron de Fallen. Eu gosto dele, me processem!!
Ahhh, o nome da nossa famosa artista plástica foi ideia da Brunnah, quando pedi, no início da fic, sugestões para o nome da Meredith. Eu disse que iria usar todos! Kkkk'.
O próximo saí lá pelo final de semana, que não vai demorar a chegar porque já é quinta-feira. :D
Bem, gostaram? Amara? Odiaram? Detestaram? Ainda querem me matar? Expresse isso nos reviews!! :D
Até o próximo, galera! Nos vemos nos reviews. *-*