Throw Away escrita por Amis


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Bem, graças á Queen L estou postando esse capítulo rapido. RSRS
Obrigado pela recomendação...
Enjoy it



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Escutei alguém abrir a porta e entrar sorrateiramente no meu quarto. Depois de quatro dias naquele lugar, até as enfermeiras aprenderam que deveriam injetar remédios ou me furar enquanto eu estava dormindo. Caso contrário, eu não deixava.

Nesse período, quando eu acordava, as enfermeiras já tinham se esgueirado pelo meu quarto, injetado os remédios, tirado amostras de sangue, dentre outros, me deixando completamente irritada por não poder nem escolher com que remédios me drogariam ou não.

Mas eu não deixaria elas vencerem dessa vez.

Esperei a enfermeira chegar perto da minha cama e abri meus olhos repentinamente, me assustando logo depois.

Não era uma enfermeira, mas sim Nate, que logo que percebeu meu olhar sobre ele, me olhou como se fosse uma criança sapeca sendo pega em uma arte.

Havia receio em seus olhos.

Confusa com sua reação, olhei para onde ele apoiava sua mão e franzi o cenho, percebendo que havia um bilhete entre seus dedos e a mesinha de cabeceira.

Me sentei rapidamente e tomei o bilhete de sua mão, abrindo-o em tempo suficiente para Nate não  o tomar, desesperadamente, de mim, como ele estava tentando fazer.

Você deveria aceitar que tem uma doença e tomar seus remédios. É o mais sensato a se fazer.

Não acreditei no que estava vendo. Aquela letra, naquele tipo de papel, com aquele assunto...

Não poderia ser o Nate. Aquele garoto popular e engraçado, que namorava minha melhor amiga e era meu melhor amigo, não tinha como bisbilhotar na minha vida, me assustar com seus bilhetes e ameaçar contar sobre o que eu fazia. Ele não seria capaz disso.

Então uma cena veio em minha mente.

Tínhamos perdido o jogo de Quadribol para a Sonserina, o meu primeiro jogo. Estava trancada no meu quarto quando Dafne entrou feito um furação nele:

-Você não acredita, Dominique! – ela disse me chaqualhando.

Abri os olhos relutante e bufei.

-O que foi? – perguntei irritada.

Dafne se sentou na sua cama e me encarou profundamente.

-Nate e Erik tem um sistema de espionagem super legal e nenhum deles nunca nos contou sobre isso! Você acredita nisso? Eu namoro Nate há tanto tempo e ele nunca me contou que...

Me sentei na cama ainda sonolenta e encarei Dafne profundamente.

-Sistema do que? – perguntei confusa com as palavras que ela disparava rapidamente na minha frente.

-Um sistema de espionagem. Ele inventaram um tipo de magia que funciona como uma câmera, sabe? Tem em todos os olhos das pinturas. Eles enfeitiçaram olho por olho dos quadros  no castelo inteiro com esse feitiço e tem dentro do malão uma tela estranha onde eles podem assistir á tudo. Eles sabem da vida de todo mundo! – ela berrou exasperada.

Arregalei meus olhos, enquanto meu cérebro absorvia a mensagem. Um sistema de espionagem? Sabiam da vida de todos?

-Ai meu Merlim. – eu sussurrei exasperada também.

Dafne me olhou compreensiva.

-Eu sei, é chocante. Eles podiam nos contar das fofocas mais quentes, mas não, eles só usam para poder se esgueirar pelos corredores a noite! Que injusto, eles nunca nos contaram...

Naquela época, pensei que fosse Erick que me espionava e mandava os bilhetinhos, mas depois que descobri que ele nem estava se preocupando com isso, e sim com o seu futuro filho, descartei a possibilidade do malão de espionagens.

Nunca cogitei a possibilidade de ser Nate. Não PODIA ser o Nate.

-Nate. – disse mais como uma pergunta que como um vocativo. – Não pode ser você, os bilhetinhos, as ameaças... Não pode ser você!

-Dominique, eu queria te ajudar e sabia que...

Olhei para ele sem acreditar. Ele não havia negado que os bilhetinhos eram dele.

-Você me ameaçou! – disse acusando-o. – Ameaçou contar para meus pais, me deixou assustada.

-Domi. – ele disse rápido, me cortando. – Eu queria te ajudar. Comecei a achar estranho a frequência que você passou a visitar o banheiro da Murta de uns tempos para cá e um dia te segui...

-Você me seguiu! – eu disse começando a sentir minha estabilidade emocional evaporar. E isso não era bom, pois os enjoos vinham em seguida e depois dos vômitos, me faziam dormir.

Não queria mais remédios.

-Eu sinto muito, mas eu sabia que se fosse falar com você, você negaria tudo. Então passei a te acompanhar e mandar bilhetes anônimos.

-Você me espionou também!

Nate tentou se aproximar de mim, com os olhos marejados, mas eu ergui a mão em um sinal bruto, dizendo silenciosamente que eu não queria ficar mais perto dele e triste, ele parou.

-Eu tentei fazer com que você entendesse que aquilo era ruim e parasse... Eu tinha pensado que você estava parando, eu a via pouco no banheiro da Murta, então imaginei que os bilhetes estavam funcionando.

-Você ameaçou contar para minha família e eu quase enlouqueci de nervoso por não saber de quem eram os bilhetes e se futuramente me pediriam algo absurdo em troca do silencio.

-Eu jamais faria isso! – disse indignado.

Senti meu sangue ferver. Fora ele que me tirou noites de sono, horas de preocupação e tempo. Fora Nate, o meu suposto melhor amigo.

Aquilo não me ajudou em nada. Apenas atrapalhou minha paz.

-VOCÊ ME ENGANOU!  - berrei, já perdendo todo o controle da minha sanidade e paciência. – ME DEIXOU PREOCUPADA... EU PERDI NOITES DE SONO POR CAUSA DISSO! NOITES!

Nate se aproximou de mim e tentou segurar delicadamente na minha mão, provavelmente para me acalmar, mas teve o efeito contrário.

Me esquivei de seu toque como se ele fosse um leproso e o olhei com desprezo para ele. Na minha mente, Nate nunca tivera o direito de fazer isso, principalmente anonimamente.

-NÃO ME TOQUE! – berrei novamente- DURANTE TODO ESSE TEMPO ERA VOCÊ E NÃO ME DISSE NADA! EU PENSEI QUE PODERIA CONFIAR EM VOCÊ, NATE!

-Dominique, eu só queria lhe ajudar a passar por aquilo sem que você negasse que estava doente. Eu queria que você percebesse que estava doente!

-EU NÃO ESTAVA E NEM ESTOU DOENTE!

-Dominique... – ele tentou novamente se aproximar.

-SAI DAQUI! – eu berrei e no mesmo momento, Dafne e Scorpius entraram no meu quarto, assustados com toda aquela gritaria.

Dafne puxou Nate para longe de mim e me olhou confusa.

-O que aconteceu? Nate, o que você fez?

Scorpius sentou do meu lado e passou a mão pela minha bochecha, tentando me acalmar.

Nate me olhou com os olhos cheios de lágrimas, antes de se virar para Dafne e suspirar.

-Sinto muito, Dafne, mas eu vou sair... – disse e novamente olhou para mim com um olhar sofrido e arrependido. – Eu só queria que você entendesse o que eu fiz.

Olhei com raiva para ele e acompanhei com o olhar sua retirada, sentindo as lágrimas de frustação, raiva e surpresa banharem meu rosto.

Dafne me olhou confusa e depois olhou para a porta pelo qual Nate passou. Eu sabia que ela estava em um conflito interno, se sentindo dividida entre mim e o seu namorado, não sabendo á quem ela secaria as lágrimas.

E pelo olhar que ela me lançava, Dafne não sabia de nada, assim como eu permaneci no escuro durante todo esses meses de bilhetes anônimos.

Scorpius, percebendo o impasse da menina, suspirou.

-Vá atrás do Nate. – ele disse calmo, me abraçando de lado, enquanto soluçava.

Dafne me olhou novamente.

-Não, eu vou ficar com a Domi. – disse séria.

Ele fez um gesto negativo com a cabeça.

-Eu posso controlar as coisas por aqui, mas Nate precisa de seu apoio pelo jeito. Acho que a briga foi feia... – disse me fitando.

Dafne deu um beijo na minha testa e saiu do quarto, provavelmente indo procurar seu namorado.

Quando a porta se fechou, eu escondi meu rosto no peito do Scorpius e solucei mais alguns minutos, antes de sentir outra onda de enjoo me atingir.

Gemi contra o corpo dele.

-As pessoas vão me odiar pelo que eu fiz com o time de Quadribol e eu não tenho mais ninguém em quem confiar... – disse chorosa, já imaginando que a Lufa-Lufa inteira me odiaria e já que Nate havia traído minha confiança com ele, mais alguém poderia fazer o mesmo.

Scorpius colocou o dedo embaixo do meu queixo e ergueu delicadamente meu rosto, me fazendo olhá-lo em seus olhos.

-Você tem a mim, ao James, a Dafne, aos seus pais e a sua irmã. Seja lá o que Nate lhe fez, ele teve seus motivos e acredito que você entenderá quando todo esse stress passar, quais foram os reais motivos dele... Você está nervosa, cansada e estressada por causa dessa sua estadia no hospital. – disse de maneira compreensiva.

Assenti, me encostando novamente nele.

-Você acha que estou doente? – perguntei baixo.

Ele suspirou.

-Eu acho que você está passando por uma fase difícil e que logo estará novinha em folha para aprontar outras coisas. – disse em tom divertido.

Sentindo meu enjoo passar lentamente, o abracei apertado. Ele fora o primeiro, em quatro dias, que me disse algo diferente da afirmação “você está doente”. Já havia discutido com todos, até meus pais, por causa disso. A visita de James, Alvo, Lily, tios Potter, avós e meus pais foi seguida de uma discussão sobre isso. Mas com Scorpius não, ele fazia a coisa parecer algo menos tempestuoso.

Ele beijou o topo da minha cabeça e suspirou.

-Eu quero o melhor para você e sempre estarei aqui, não importa o que você apronte ou por qual coisa você estiver passando. – afirmou sério.

Assenti.

-Obrigado, Scorpius. - agradeci

Ele me abraçou delicadamente, tentando não se enroscar nos fios do soro e riu baixinho.

-Que lugar romântico, não? – perguntou rindo.

Ri também.

-Não aguento mais esse lugar... – afirmei.

Ele assentiu.

-Veja pelo lado bom, está perdendo aula! – disse otimista.

Assenti. Isso era uma vantagem. Na verdade, o hospital estava sendo uma tortura, mas procurei não pensar naquilo enquanto Scorpius estava lá comigo. Eu queria que aquela tempestade passasse logo e com ele, talvez ela passasse mesmo.


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Notas finais do capítulo

Então... Quem imaginava que seria o Nate? RSRSR Ninguem me disse que era ele, mas desde o começo eu já imaginava ele mandando os bilhetinhos. Ele só queria ajudar...
Deixem reviews...
XOXO