Throw Away escrita por Amis


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Notas importantes no final.



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Poção Wiggenweld tem o poder que restaurar as forças de uma pessoa que esta demasiada fraca por estar doente, por ter se machucado ou simplesmente por estar muito cansado. Sua cor é verde e é de fácil manuseio.

Ingredientes: Casca de Wiggentree, Muco de Verme Gosmento.

Modo de preparo: Antes de tudo, deve-se esmagar a Moly com o cabo de uma faca. Isso feito, deve-se cortar o Ditamno em pequenas fatias, assim como a casca de Wiggentree. Adicionar ao...

-Dominique. – a voz do Erik me fez tirar os olhos do livro de poções e olhar para ele.

Abri um sorriso e me levantei para lhe dar um beijo, mas ele se sentou na minha frente e me encarou indiferente com a minha aproximação. Bufei irritada com aquilo, que já se perdurava quase uma semana, e sentei novamente no banco da biblioteca.

-Dominique, os treinos do time vão começar em quinze minutos. – ele me avisou friamente e se levantou.

Olhei para ele incrédula antes de falar.

-Erik, eu não posso. Amanhã tem prova de Poções e eu tenho que ir muito bem para não voltar a ter aulas com alunos de meio metro. – disse calma, olhando no fundo dos olhos claros dele.

Erik deu de ombros.

-Treino é treino, Dominique. Estude de madrugada... – ele me respondeu.

Abri e fechei a minha boca algumas vezes, antes de formular alguma frase que prestasse.

-Erik, eu não posso ir...

-Ótimo, não vá. Mas considere-se já fora do time de quadribol, Dominique. – ele respondeu irritado.

Meu sangue começou a ferver. O que eu tinha feito para ele, afinal?

-Erik, você não pode fazer isso. Quem vai ser o apanhador do time se eu sair? – tentei desdenhar, mas acabei falhando e minha voz saiu meio esganiçada. Agora que eu tinha perdido três quilos e me sentia menos gorda naquele maldito uniforme colado?

Erik deu um sorriso frio, o que me assustou, pois ele nunca tinha feito aquilo e virou de costas.

-Não vai fazer muita diferença, Dominique. Com você ou sem você, vamos acabar perdendo igual ao outro jogo...

Senti meus olhos marejarem, mas antes que eu pudesse gritar algum xingamento para ele, este saiu pela porta da biblioteca e sumiu pelo corredor.

Que diabos foi aquilo? Berrei dentro de mim mesma, chegando ao meu limite de sanidade. Desde a segunda ele fazia aquilo, me ignorava completamente, ou quando ia falar comigo, era frio e arrogante. Uma versão nada sexy do Scorpius.

O  maior problema é que eu não sabia o motivo daquilo. Afinal, eu não tinha feito nada de errado, não tinha o traído, nem falado mal dele e nem terminado com ele. Apesar de desconfiar que naquela situação, tínhamos terminado há alguns dias, eu não merecia aquilo.

Claro que não era apenas ele que estava diferente comigo. Dafne estava mais atenciosa comigo do que antes e Rose tinha me ignorado a semana inteira. E eu não sabia o que tinha feito para as duas também.

E para ajudar, até aquela sexta, eu não tinha parado de vomitar sem provocar. Quer dizer, se eu comesse bem pouco, eu não vomitava involuntariamente, mas o que eu precisava comer para e sentir no controle do meu próprio corpo era insuficiente. E se eu comesse um pouco mais, sentia vontade de vomitar  e meu estomago começava a doer descontroladamente. Ontem mesmo, quando eu comi uma maça, acabei vomitando ela e um pouco de sangue também. Sem provocar.

Ou seja, além de eu não estar no controle do meu próprio corpo, não estava no controle da minha vida. E eu não sabia o motivo de tudo aquilo.

Joguei o livro para longe de mim frustrada e procurei a garrafa de vodka dentro do meu casaco de inverno. Eu tinha aprendido que, para esconder a fome, as mágoas e os vômitos involuntários , o álcool era o meu melhor aliado. Eu só precisava tomar alguns goles para me sentir bem, satisfeita e sem alterações drásticas, como ressaca no dia seguinte.

Álcool era a melhor magia que tinham inventado até agora. Eu louvava os trouxas por esta invenção.

Achei a pequena garrafinha e distraidamente, tomei um gole. Ninguém iria desconfiar de que em uma garrafinha de suco de abobora teria Vodka.

Eu era um gênio. Pena que eu não conseguia passar toda essa minha genialidade para Poções. Seria tão mais fácil. (n/a: bem querida, quando descobrir me conte, pois eu preciso dessa magica para recuperar minha nota de química!)

Já irritada com poções, eu me levantei e recolhi meu material. Precisava me enfurnar em algum lugar e tentar pensar em como eu resolveria o meu termino de namoro não verbal com Erik antes que eu pirasse.

Joguei minha bolsa no ombro e sai silenciosamente da biblioteca, andando para o local mais calmo do colégio: o banheiro da Murta-que-geme.

Com calma me sentei no chão frio de lá e suspirei.

O que eu tinha feito para Erik, afinal? Me perguntei pegando minha garrafinha novamente e a virando com rapidez.

Por que Rose não falava comigo como antes? Virei mais um gole.

Por que eu continuava me fazendo essas perguntas ridículas, se eu podia esquecer delas? Me perguntei novamente, virando mais um pouco.

Era isso, eu enfrentaria todos aquele problemas amanhã. Hoje eu iria esquecer deles.

Virei mais alguns goles, até que, rapidamente, o liquido sumiu. Já me sentindo mais leve, me deitei no chão e estiquei minhas pernas no piso frio, me sentindo extremamente quente, mesmo assim. Minha visão rodava de uma engraçada e meus problemas pareciam nuvens boiando em minha mente, então eu deixei que aquela sensação gostosa me envolvesse e fechei os olhos.

Não sei bem quanto tempo passou, mas algo como passos acabou me tirando do mundo dos sonhos e relutante, abri meus olhos.

A primeira coisa que eu vi foi um par de olhos cinzentos me encarando preocupados. Depois, o dono daqueles olhos de tempestade, se aproximou de mim e me ajudou a sentar, revelando cabelos muito claros e pele pálida.

Eu diria que era um anjo, se eu não soubesse que era Scorpius. Pelo cheiro de menta eu podia reconhece-lo á distancias quilométricas. E anjos não deveriam cheirar menta. Isso é sexy demais, e bem, minha avó dizia que anjos nem sexo tinham!

-Dominique, você está bem? – ele me perguntou preocupado, sua voz fazendo eco pelo banheiro inteiro.

Assenti mais sóbria do que eu queria estar. Eu já sentia as pontadas das primeiras dores de cabeças vindo  e eu queria estar dormindo para evita-las.

Scorpius me pegou no colo e se levantou comigo em seus braços.

-Merlin, Dominique! Você bebeu Vodka? – ele perguntou retoricamente, um pouco exasperado.

Assenti novamente.

-Só um pouquinho. – disse surpresa por não sentir minha língua enrolar.

O loiro revirou os olhos e suspirou.

-Vou dar um jeito nisso. Sua sorte é que estou fazendo ronda esta noite e ninguém vai nos ver...

“Ninguém vai  nos ver...”

“Um sistema de espionagem. Ele inventaram um tipo de magia que funciona como uma câmera, sabe?”

Não! Minha mente começou a perder todas as nuvens bonitas e macias que a Vodka tinha me presenteado e a realidade me bateu com força. Ninguém saberia, mas Erik e Nate sim.

-Scorpius! – berrei antes que ele atravessasse a porta e ficasse no alcance da magia de espião.

Ele parou rapidamente e me olhou aflito.

-O que? Vai vomitar? – perguntou começando a me colocar no chão para não se sujar caso eu fizesse isso.

Suspirei e me segurei em sua camisa, evitando que meus pés tocassem o chão.

-Não, estou bem... Jogue sua capa por cima de mim, apenas isso. – disse e ele fez sem questionar, voltando a andar em direção a sala precisa.

Com calma, ele desejou algo e a porta já conhecida apareceu, revelando um quarto com um banheiro ao lado.

-O que é isso? – questionei, olhando diretamente para o banheiro.

Scorpius não respondeu, mas me colocou delicadamente no chão e começou a tirar seu suéter e sua camisa.

Olhei boquiaberta para aquela visão, sem saber o que estava acontecendo direito.

Scorpius suspirou e tirou meu casaco e minha camisa da Lufa-Lufa com calma.

-Espera! – disse exasperada, impedindo que ele tirasse minha saia também. – O que você está fazendo, Scorpius? – perguntei, segurando sua mão.

Ele riu baixinho.

-Você está bêbada, eu vou te dar um banho. Apenas isso, calma. – ele garantiu sério.

Franzi o cenho e o encarei.

-Posso fazer isso, não estou tão bêbada assim. – afirmei tentando sair de perto das suas mãos e encontrando o chão logo depois.

Senti suas mãos me içando novamente e ele tirando minha saia sem cerimonia.

-Não se preocupe, Dominique. Do chão você não passa, ruiva. – me garantiu, me levando até o box do banheiro e ligando o chuveiro.

Senti minha pele entrar em contado com a agua fria e arfei.

-Scorpius, está gelada. – choraminguei, tentando me desvencilhar do seu braço, mas não conseguindo.

-Quem sabe assim você não para de beber? – ele desdenhou, fazendo uma careta para seu peito nu que se molhava também.

Dei de ombros e deixei que a água caísse em mim.

-Apenas me de outra forma de esquecer meus problemas, que eu paro de beber. – sussurrei.

Scorpius desligou o chuveiro e me pegou no colo novamente.

-Andou bebendo a semana inteira, Dominique? Está virando uma viciada em álcool ou é impressão minha? – ele perguntou me colocando apenas de lingerie preta em cima da cama fofa e quentinha.

Revirei os olhos, achando aquela quantidade de perguntas um absurdo.

-Só tomei uns goles... Não viciei no álcool, quando eu quiser eu paro. – afirmei, me enrolando no lençol.

Scorpius se aproximou de mim e se deitou ao meu lado.

-Dominique, não quero ser chato, mas você tem que parar de beber com frequência ou sua próxima estadia vai ser a sede dos alcoólatras anônimos...

Ri baixinho.

-Exagero, Scorpius. Eu estou ótima, juro por Merlin. – afirmei calma, olhando no fundo dos seus olhos tempestuosos.

Ele percorreu os dedos pelo meu braço e parou no topo do meu ombro, contornando as marcas que minha unha tinha deixado no meu ultimo banho. Parecia que toda vez que eu vomitava, ou agora bebia, eu me sentia enojada e tinha que me lavar daquele jeito, até sair sangue da minha pele. Só assim eu me sentia completamente limpa.

-E esses arranhões, Dominique? – ele perguntou me voltando a fitar seriamente.

-Alergia. – respondi automaticamente. Era boa com mentiras.

O loiro suspirou e passou a mão pela minha maça do rosto.

-Por que sinto que está mentindo? – ele perguntou quase que aos sussurros.

Sorri sem graça com o carinho, mas não pude deixar de apreciar.

-Não estou mentindo. – poderia considerar meu nojo de mim mesma uma alergia, certo? Tecnicamente não estava mentindo para ele.

Ele assentiu sem muita convicção e se aproximou de mim. Em questão de segundos nossas respirações se misturaram e eu comecei a me sentir inebriada pelo seu perfume. Seus lábios roçaram nos meus, e sem pensar duas vezes, enlacei seu pescoço, colando nossos lábios com rapidez. Scorpius virou seu corpo de forma que ele ficasse com cima do meu e começou a me beijar com mais vontade, fazendo com que minha respiração falhasse.

E da mesma forma que começou, o beijo terminou. Scorpius se afastou rapidamente de mim, arfante, mas com o olhar aceso pelo contato. Sem entender, eu tentei puxá-lo para mais um beijo, mas ele se afastou mais e me encarou serio.

-Você namora o Erik... Sinto muito, isso não é certo. – ele disse, sumindo pela porta da sala precisa.

Sem acreditar assisti a porta se fechar, enquanto meu dedo pousava nos lábios inchados e banhados pelo gosto de menta.

Eu TINHA que terminar com o Erik.

Pelo menos ele tinha um motivo para ficar bravo agora comigo. Ele acabava de ganhar, em tese, um chifre.


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Notas finais do capítulo

ADORO ESSE CAPÍTULO.
Bem estou beeeeem brava com vcs. Se vcs não voltarem a me deixar reviews como antes, eu nao posto mais! Pronto...
Quero meus reviews!!!
Fim da seção drama, bem o que vcs acharam? Eu adorei esse final. RSRSR.
REVIEWS...
XOXO