Throw Away escrita por Amis


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Bem, desculpa pela demora, mas minha vida atual se resume aos estudos, então tenho minhas justificativas.
Espero que gostem...
Notinhas finais importantes.
Obrigada pela recomendação, Leila Black. Capítulo dedicado a você.



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-Muito bem, apenas respire fundo! – Dafne pediu, colocando um prato de torradas na minha frente. – E trate de comer alguma coisa...

Respirei fundo e olhei para as torradas enjoada.

-Estou nervosa demais para comer! – disse irritadiça, empurrando o prato para longe de mim.

Erik chegou com Nate e ambos se sentaram na mesa praticamente perfeitos. Aquela poção fazia milagre, pois não havia resquícios nenhum deles terem ressaca ou uma noite agitada no dia anterior.

-Tome alguma coisa, então, Dominique. – Dafne disse novamente, me empurrando uma vitamina.

Assenti e tomei a contragosto. Não podia vomitar aquilo, ou eu não teria força para jogar.

-É normal ficar nervosa, Domi.  – Erik disse na tentativa de me acalmar.

Nate assentiu e começou a comer.

-Mesmo porque você é boa, não precisa se preocupar. – ele acrescentou.

Olhei um pouco desconfiada para os dois, mas tentei sorrir e parecer um pouco mais confiante. Eu era uma boa atriz, podia fazer aquilo.

-Quem olha para vocês dois não percebe que beberam até cair... – Dafne comentou, bocejando. – Eu, porém, estou morrendo de dor de cabeça.

Nate deu de ombros sob meu olhar de advertência. Ninguém além do pessoal do time podia saber da poção, ou íamos nos ferrar. Ou melhor, eu iria me ferrar.

Erik suspirou.

-Estamos acostumados com a bebida. – disse indiferente, apesar de lançar-me um olhar reprovador.

Dafne suspirou.

-Sou fraca para bebida. – disse com simplicidade, voltando a comer.

-Eu nem beber, bebo. Aliás, qual é o motivo  de vocês beberem tanto? – perguntei curiosa.

Erik suspirou.

-Esquecer dos problemas, se divertir, livrar a mente dos pensamentos, se sentir mais feliz... Há muitos motivos...

-Resumindo, é uma forma de escapar de algo. – Nate completou, tomando um gole de suco logo em seguida.

Assenti e no mesmo momento Rose apareceu em nossa mesa e se sentou ao meu lado.

-Boa sorte, Dominique. Alvo pediu para que você tomasse cuidado com os batedores da Sonserina, você pode virar alvo deles. – ela disse aflita. – E eu te trouxe este pedaço de chocolate, vai te acalmar. – ela completou, me entregando uma barra pequena de chocolate.

Eu abri um sorriso sincero e peguei a barra.

-Obrigado, Rose. – disse feliz. Geralmente Lily era o centro das atenções, eu dificilmente ganhava coisas dos meus primos.

A ruiva deu um beijo na minha bochecha e se levantou, me desejando novamente “boa sorte”. Eu agradeci e comi lentamente a barra de chocolate. Erik terminou seu café e pediu para que todos se vestissem e o encontrassem no vestiário.

Tomei mais um pouco da minha vitamina e corri para o banheiro do meu quarto para me trocar. Passei longe do vaso sanitário para não ficar tentada a vomitar tudo que comi e vesti o uniforme, observando em quanto fazia isso, os milhares de hematomas espalhados pela minha pele alva. Cada vez mais, eu me sentia mais suja, e me machucava mais ainda.

Sabia que precisava parar com isso ou iria virar um Avatar roxo, mas não conseguia. Talvez existisse algo que me ajudasse a superar aquilo.

Corri novamente com meu uniforme preto e amarelo justo e a vassoura na mão, desviando de algumas pessoas, até alcançar meu time no vestiário.

Erik já estava passando as estratégias do time quando eu consegui me sentar no banco e prestar atenção também.

Que Merlim me ajudasse.

*_*

Bufei quando a Sonserina fez mais um gol e olhei desesperada para Erik.

Ele e Nate estavam tentando, como artilheiros, marcar mais pontos que a Sonserina, mas eles eram agressivos demais e bem treinados para permitir. Apenas o goleiro deles ocupava duas goles com o corpo, como poderíamos marcar tantos pontos?

Abaixei no momento em que um balaço passou zunindo pela minha cabeça e xinguei o filho da mãe que tentou me acertar. Para onde tinha ido a porcaria dos batedores da Lufa-Lufa?

Olhei novamente em torno do campo e comecei a rezar. Ou o pomo tinha sumido, ou Merlim tinha engolido ele! Nem Lily parecia encontra-lo, então o jogo jamais acabaria. Aquela maldita bolinha tinha que apare...

Um brilho dourado passou pela minha bota e por instinto, comecei a seguir ele. Com sorte, Lily ainda não tinha percebido minha movimentação e eu conseguiria pegar o pomo. Pelas minhas contas, se eu pegasse ganharíamos por quarenta pontos a mais. Era o suficiente!

Impulsionei meu corpo para frente, cerrando meus dentes para poder me concentrar melhor. O pomo estava poucos centímetros da minha mão, se eu me esticasse mais eu conseguiria tocá-lo com facilidade.

Me estiquei mais em minha vassoura e senti a bolinha roçar em meus dedos. Só faltava um pouquinho...

Uma cabeleira ruiva apareceu na minha direita e se emparelhou comigo. Sabia que era Lily, então fiz mais força para pegar o pomo. Tinha que ser mais rápida, apenas isso.

Lily me empurrou para o lado com força e se impulsionou mais. Cerrei meus olhos e voltei a minha colocação, empurrando ela também.

Ouvi ela bufar e parei para olhar sua expressão. E aquele foi meu erro, pois no momento seguinte vi ela descendo rapidamente em direção as arquibancadas, seguindo o pomo que tinha acabado de mudar de direção. Tentei alcançar ela, mas já era tarde demais.

A bolinha dourada estava brilhando em sua mãos. Nas suas, significando que a Sonserina havia ganhado.

Senti meus olhos marejarem, mas não permiti chorar naquele momento. Com toda graciosidade veela, desci até o gramado e cumprimentei ela e o pessoal da Sonserina, com um sorriso alegre e bem convincente.

Erik apertou a mão do capitão e correu atrás do time, que já voltava para o salão comunal, todos cabisbaixos. Havia esperanças de ganhar aquele jogo, mas elas foram anuladas por mim.

Subi para meu quarto ignorando todos, até Dafne e Erik, e tranquei a porta com alguns feitiços que eu sabia fazer com sucesso. Eu queria ver quem seria o louco de lançar um Bombarda para passar por aquela porta.

Me joguei em cima da cama e abracei meu travesseiro. Eu não conseguia fazer nada certo, tudo dava errado no final.

As lágrimas começaram a rolar livremente pelo meu rosto e abafei meus soluços com o travesseiro extra. Eu precisava escapar daquilo.

“Resumindo, é uma forma de escapar de algo.” Escutei a voz de Nate ecoando pela minha mente e suspirei.

Havia uma forma de escapar daquilo. Eu podia escapar daquilo...

Com um salto me levantei e vesti um casaco preto que cobria todo meu uniforme. Eu faria aquilo hoje, era uma saída.

Passei pelo salão comunal, onde Erik e Nate discutiam com o time, e ignorei eles novamente, saindo pela entrada e caminhando pela multidão que comemorava de verde e prata, conseguindo passar despercebido por todos.

Coloquei o capuz preto assim que cheguei na beirada da floresta proibida e apertei com força minha varinha. Contornei ela com destreza e perto de suas sombras, me dirigi até o salgueiro lutador. Sabia que havia uma passagem que me levava até Hogsmade através daquela árvore, já tinha escutado várias histórias sobre isso.

Levitei uma pedra até o nó daquela árvore e sorri quando ela ficou imobilizada. Tio Harry tinha explicado direitinho como fazer aquilo, ele nunca imaginou que eu pudesse escapar da escola.

Para falar a verdade, nem eu imaginava.

Procurei a passagem pelas raízes da arvore e encontrando, engatinhei durante alguns longos minutos pelo túnel estranho.

Tirei algumas teias de aranha da entrada e pisei no chão antigo e poeirento da casa dos gritos, correndo para fora de lá antes que visse alguma assombração.

Fingi que não estava acontecendo nada de errado e andei pela vila de bruxos, me direcionando até o cabeça de Javali e me sentando no balcão de lá.

-A senhorita deseja o que? – um garçom sujo e mal vestido me perguntou atencioso.

Suspirei.

-A bebida mais forte que tiver. – disse confiante, me apoiando no balcão.

Ele assentiu e me trouxe um copo com um conteúdo roxo avermelhado nele. Sem pensar, virei o liquido de uma vez só e tossindo, pedi mais um.

O gosto não era um dos melhores, mas pelo menos eu parei de pensar na quarta dose daquilo. Na sexta eu já estava rindo e na décima eu já não lembrava mais meu nome. Ou fora na oitava?

Depois de algumas doses, eu apaguei.

*_*

Minha cabeça latejou e meu estomago dançou mais algumas vezes antes que eu pudesse me sentar ereta. Tudo girava em minha volta, mas a luz me incomodava mais.

Gemi e apertei meus olhos para enxergar onde estava. Aos poucos comecei a reconhecer uma cama sem dossel e uma poltrona de couro preto ao meu lado.

Nela descansava um garoto loiro e pálido, com suas feições suavizadas pelo sono leve que se encontrava. Em seu colo estava meu casaco preto, totalmente abarrotado e  seu, perfeitamente dobrado.

Fechei os olhos novamente e criando coragem, me ajoelhei na cama, testando meu equilíbrio. Tomei a poção que estava ao lado da minha cama, já reconhecendo ela da última festa e franzi o cenho para o gosto.

-O gosto nunca foi um dos melhores. – sua voz fria me alcançou e eu cerrei o maxilar sentindo minha cabeça latejar mais com o timbre de sua voz. – Mas em segundos a ressaca vai passar. – ele acrescentou mais baixo, provavelmente percebendo a minha reação.

Assenti.

-Como você me encontrou? – perguntei aos sussurros.

Ele riu.

-Eu te segui no momento em que você entrou na passagem secreta da casa dos gritos. Quando você apagou eu te trouxe para a sala precisa...

Olhei desconfiada para ele.

-E por que você me deixou beber tanto? – perguntei desconfiada.

Ele deu de ombros.

-Você já é grandinha o suficiente para decidir o que você vai fazer. Não acho legal que as pessoas decidam por você o que fazer. – disse frio.

Assenti concordando com ele. Odiaria se alguém tentasse me impedir.

-Obrigado. – disse sentindo a poção fazer efeito.

Ele sorriu belamente e se levantou.

-Não a de que, Dominique... Aliás, logo você estará ótima de novo. Acho que já posso ir. – disse já saindo da sala.

Eu sorri para mim mesma e me levantei para pegar meu casaco.

Foi então que um papelzinho rolou do meu bolso e pousou no chão. Com cautela me abaixei para ler e suspirei.

“Cuidado com suas formas de lidar com os problemas, Dominique. Algumas coisas não podem ser desfeitas...”

Rasguei o papelzinho e olhei para o local que a segundo atrás mostrava Scorpius saindo.

Será que era ele que me mandava os malditos bilhetinhos?


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Notas finais do capítulo

Bem, pessoal eu só peço q deixem reviews e recomendem. Só assim eu vou continuar, como sempre digo, minha vida está bem complicada e eu preciso de retorno.
É só isso.
Feliz pascoa e bom feriado para todos.
XOXO