O caminho havia mudado completamente – de uma grama fofa e bem cuidada, para uma trilha de pedras que se desprendiam do chão, fazendo Gabrielle tropeçar e quase cair diversas vezes. Ela já estava cansada de correr, visto que Annabelle não parecia nem se quer cansada.

Ela reconhecia aquela parte do castelo, embora nunca tivesse se quer pisado lá. Era uma das partes proibidas, aquelas o qual nenhum aluno deveria entrar ou se quer olhar. Seus pés já doíam, não era legal correr usando jeans e sandália de salto, por menor que ele fosse.

Naquele lugar, o tempo parecia ter mudado instantaneamente – de um dia de sol de temperatura amena á um frio nada convidativo e uma espécie de nevoeiro que lhe impedia de ver direito. Aos poucos ela era vencida pelo cansaço enquanto Annabelle movia-se rapidamente a sua frente, agora puxando-a para que não se perdessem.

Era possível dizer que ela estava com medo, mas ela temia apenas ser descoberta. A escola deixara claro que estar ali era expulsão na hora e ela não queria ser expulsa de uma escola o qual sua mãe demorara a conseguir uma vaga. Seria falta de consideração, e, sem contar, que ela ficaria longe de Lucas. O que seria mil vezes pior do que ser expulsa.
— Ali mais pra frente, não mova-se e evite até mesmo respirar. Tem certos... Detectores de movimento no chão. – Annabelle sussurrou, apontando devagar para uma coluna de pedras. Gabrielle pode avistar câmeras com a lente pintada de preto – Certamente obra de Annabelle – e cordas presas no galho de algumas árvores. – Faça tudo o que eu fizer.

Annabelle saltou, de onde estava, para uma das cordas. Balançou-se e logo Gabrielle percebeu porque os detectores não a detectavam – a corda nem se quer roçava no chão. O salto que Annabelle deu para chegar do lado das rochas foi enorme.

Gabrielle tentou fazer o mesmo, porém, quase falhou. Ela pulou um pouco baixo demais, quase deixando seus pés tocarem no chão. Fez o mesmo que Annabelle havia feito quando se balançou. – Agarrou-se forte as cordas e bateu o pé no galho mais próximo, soltando-se da corda no momento certo.
— Você me deu um susto, ruiva. – Ela parecia mais relaxada agora. – Venha. – Dito isso, ela deu um pequeno chute na “porta” que ficava no chão. Gabrielle observava aquilo atentamente.

Annabelle repetiu o gesto mais duas vezes e, quando foi atendida, Gabrielle pode distinguir quem abrira. Isabella Crawford sorria alegremente para as duas, gesticulando para que elas entrassem rapidamente e assim o fizeram.