Best Friend escrita por Biscoiita


Capítulo 2
Dois




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Bem, vocês já devem ter notado a minha pequena queda pela minha melhor amiga Rukia. Ela é minha amiga desde que eu me entendo por gente. Ponto para amizade.



Ah! De verdade a quem eu estou querendo enganar? Essa minha queda é um tombo de um precipício! Provavelmente o Nico, gato da minha madrinha já percebeu isso que esta rolando. E ultimamente, anda difícil de esconder de todos; meus amigos, minha mãe, meu pai, e até mesmo das minhas irmãs que estão dentro da barriga de minha mãe. E tendo um padrinho com Urahara, duvido muito que consiga esconder isso por muito tempo.



E é exatamente em dias como hoje que as coisas pioram, minha mãe disse que Rukia podia jantar aqui, e que, Urahara ficaria para a janta. Ficar o dia todo com ela já era difícil. Jantar com ela, com meu padrinho – e madrinha – minha mãe, meu pai seria ainda pior. Sem falar que, todos os membros citados acima, me viram dormindo com ela agarrados numa cama de solteiro com a porta do quarto fechada.

~ * ~


Quando chegou ao quarto, Rukia já não estava mais na cama e sim arrumando as coisas para ir embora.

-Você disse pra sua mãe que ficaria para o jantar. – sorriu e pegou a mochila da mão dela e largor na cama então desceu enquanto a morena ia em direção ao banheiro.

Quando chegou ao andar de baixo, o padrinho já o olhava malicioso, seguido pela madrinha.

Ichigo nunca soube de verdade o envolvimento de Urahara e Yoruichi. Sabia apenas que ambos tinham ou tiveram um caso e que de vez em sempre estavam juntos. Era um tipo de relacionamento aberto, mas por mais que Urahara negasse estava escrito na testa que sentia algo mais que um caso passageiro pela morena. 

E que morena – Ichigo pensou, realmente Yoruichi tinha belas curvas.

Terminara de pensar em Yoruichi, e Rukia, sua morena descia a escada descabelada. Cabelos curtos e um tanto bagunçados na altura do queixo, um short que sempre carregava na mochila e um casaco de pano leve que pegara no armário dele. Estava pronta para ir embora logo após o jantar.

Ela gostava muito de ficar ali. Lá era um ambiente tão calmo, diferente de sua casa. Na casa da Kuchiki era ela a mãe e o pai. Porém, tinha seus outros seis irmãos adotados, Hisana e Byakuya gostavam muito de crianças, quando adotaram o ultimo filho, Renji, Hisana engravidou de Rukia. Tanto para ela quanto para Byakuya foi um susto, já que a mulher de todas as vezes que tentaram não engravidou.


A janta já estava pronta, porem Ichigo e Rukia estavam na sala jogando vídeo game.

- Bom crianças, – Sorriu ao ver a irritação de Isshin e de Urahara ao serem chamados de crianças – O jantar está devidamente servido.

A mãe do rapaz era linda, longos cabelos ruivos e um olhar de carinho. Era devidamente alta e magra. Porém depois de um filho e por estar gravida de gêmeas, Yuzu e Karin, tinha um corpo perfeito. O andar era gracioso como o de uma bailarina. O sorriso meigo era sempre presente nos lábios.

- E então minha morena favorita, o que me conta? – Isshin sorriu para Rukia que corou levemente, fazendo assim Urahara gargalhar.

Quando a mulher se sentou a mesa, recebeu de leve um beijo do marido.

- Ei vocês dois tem crianças na mesa, se querem fazer isso vão para um motel! – Protestou Urahara, fazendo todos a mesa riem – Se bem que, acredito que eles façam coisas piores.

E nessa hora, como num toque de magica, ou de puro constrangimento mesmo, Ichigo e Rukia ficaram pior do que o molho do macarrão que Masaki havia colocado na mesa, Rukia nem o olhar levantou.

- E meu afilhado, como vai? – Urahara perguntou fazendo uma voz infantil e ao mesmo tempo maliciosa. – Deve estar melhor do que eu já que estava com uma morena na cama hoje mais cedo.

- Vá à merda Urahara! – ere alterou o tom de voz – Pare de falar como se eu tivesse três anos de idade idiota!

- Oh desculpa – exclamou zombeteiro – Esqueci que você não gostaria de passar vergonha na frente da sua garota. – e então virou para morena que antes ria da situação – Desculpe Rukia!

Mais uma vez Ichigo fechou a cara para o padrinho, e de resposta Urahara recebeu de Rukia um sorriso sem graça. Então todos se serviram.

- Está maravilhoso Tia! – Rukia disse feliz e com a boca um pouco cheia – A senhora tem a melhor comida de todas!

Com o comentário da adolescente Masaki foi às alturas.

- E como vai à família Rukia? – a Kurosaki sorriu.

- Estão todos bem – sorriu dócil.

E então continuou o silencio, apenas as respirações e os talheres batendo nos pratos.

- Não que eu me importe de verdade, mas o que a traz na minha humilde residência hoje Rukia? – Isshin quebrou o silencio.

- Teríamos que fazer um trabalho de física se eu me lembro – ela explicou – sem falar que Renji brigou com a namorada e então as coisas estão tensas.

- Ah sim, entendi. Era para esses dois serem como Ichigo e Rukia certo Urahara?! – iria começar mais uma vez. – Nunca os vi nenhuma vez brigados. É sempre esse amor todo

Todos riram de ambos, Ichigo e Rukia ficavam quietos. Claro que, ambos ficaram constrangidos com aquele tipo de brincadeira. Mas Ichigo se achava maluco, pois começava a concordar com o padrinho; estava difícil manter apenas amizade com a morena de orbes azuis.

- Muitas gatinhas em vista Ichigo? – Era a madrinha que agora pegaria no seu pé.

- Eu não acredito que com tantas meninas lindas você ainda não esteja ‘catando’ ninguém filho – o pai intrometeu-se e ainda lançou um olhar nada discreto para Rukia.

- Ih tio, até eu estou começando a achar que meu amigo aqui é gay – Rukia, que agora não era mais o centro da conversa resolveu botar pilha em Ichigo. – Sabe, tem a Ran, ela é líder de torcida junto comigo e ela dá o maior mole pro Ichi, mas ele nem dá bola pra ela. Sem falar nas meninas do clube de biologia e no resto das lideres de torcida que adorariam se amassar com ele por ai. – Ichigo olhou suplicante para que ela parasse, mas ela continuava rindo.

- E tenho certeza que nessas lideres de torcida, você está incluída, certo? – o padrinho de Ichigo sorriu como se realmente tivesse dito algo correto. Ele havia quase afirmado que isso era certo, como numa previsão de tempo na televisão.

Rukia se controlou um pouco e então sorriu e mesmo corada mostrou a língua para Urahara e agiu como se nada tivesse acontecido. Ela estava se acostumando com as insinuações que todos ali faziam.

- Pelo amor de Deus! Parem de tratar da minha vida amorosa como se eu não estivesse aqui! Eu ainda estou ouvindo! – Ichigo berrou, logo que se recuperou por quase ter morrido engasgado com o copo de guaraná.

- E qual seria essa vida amorosa filho? – Perguntou Yoruichi fazendo todos, até mesmo Masaki que a todo o momento estava tentando ajudar o filho caírem na risada.

O jantar, depois a sobremesa ocorreram no mesmo clima brincalhão que começara. Sem sombras de dúvida nenhuma Rukia gostava daquela família. E então o cento das brincadeiras deixou de ser o casal de amigos para se virarem para Yoruichi e Urahara, que se esquivavam de todas as insinuações de Ichigo. Mas isso não fez o ruivo deixar de acreditar que a morena e o padrinho tinham um caso sem compromisso.

Grande foi à surpresa de Rukia quando todos estavam na sala e então olho no relógio que estava grudado na parede e viu a hora.

- Oe, Ichigo, - o chamou baixinho puxando a blusa dele – tenho que ir embora, prometi que chegaria depois do jantar e já são quase meia noite. – continuou, quando a atenção do ruivo foi completamente direcionada a ela.

- Então vamos te levo em casa. – ele sorriu e então se levantou do sofá, indo em direção as escadas, ato que foi imitado pela morena.

Os olhos dos demais presentes na sala acompanharam os dois até que sumisses escada acima.

- Não precisa de verdade – ela adentrou o quarto enquanto via ale trocar a blusa por um casaco – Sei como você gosta quando seu padrinhos estão aqui. Então não tem problema mesmo eu ir sozinha.

- Fala sério Rukia! Essas reuniões acontecem sempre, e você sabe isso – indagou sorrindo – E eu não posso deixar uma criancinha do seu tamanho voltar sozinha com tantos tarados pela rua, e ficar pelo menos dez minutos no ponto sozinha esperando que um ladrão te leve para um beco escuro. – ele era realmente insistente de mais. E tinha argumentos bons.

- Ok, senhor insistente. Vamos logo! – Ele tomou da mão dela a mochila e a colocou nas costa, se sem peso ela já era lenta de mais, imagine com uma mochila?!

Desceram as escadas lentamente e encontraram o pessoal na sala tomando um café.

- Mão, estou indo levar a Rukia em casa, daqui a pouco estou de volta! – disse sorrindo, e quando olhou para o padrinho, encontro nele um sorriso malicioso.

- Leve a chave e tome cuidado. – a ruiva presente na sala apenas sorriu.

Os dois saíram em direção ao ponto de ônibus e esperaram um bom tempo para que o trem infernal passasse, se bem que pela hora, estaria bem vazio. Foram conversando coisas banais o caminho todo. Depois de saltarem na rua da morena o papo continuou.

- Sabe, eu gostaria que você parasse de ajudar o Urahara a me encher o saco, sabe amigos não fazem isso. – dizia.

- Mas é exatamente por isso que eu faço, eu não sou sua amiga, sou sua melhor amiga – indagou e então ficou na ponta dos pés apertando a bochecha do ruivo – E sem falar que é muito fofo ver você corando, se bem que hoje você tava mais pra roxo do que pra vermelho – ela gargalhava lembrando-se do ruivo engasgado.

- Você poderia virar comediante Rukia. Suas piadas são tão idiotas e estão piores a casa dia – reclamou com a cara fechada para ruiva que gargalhava – Eu sinceramente, estava aqui pensando em te pedir desculpas pelo meu padrinho que vive a te encher o saco junto com meu pai. Mas agora acho que você merece baixinha.

- Hei! – ela reclamou o empurrando.

- Nem adianta esse rostinho de anjinho, depois de quase treze anos, não funciona mais comigo, nem pensar! – reclamou, ao vê-la tentar fazer-se de vitima mais uma vez.

- Bom, pelo menos com o papai e com os meninos funcionam – sorria.

- Você é má Kia, muito má – retrucou, com uma expressão divertida e ao mesmo tempo assustada, o que causou mais uma serie de risadas nela – Sabe que, mesmo o Byakuya não gostando muito de mim, eu tenho pena dele e dos seus irmãos?!

- Isso é o meu charme Ichi, sem ele eu não conseguiria nada – ela dizia – É só eu fazer assim que eu tenho tudo o que quero!

- Charme? – ele ria.

- É! Charme! – disse por fim.

Eles andaram pelo menos mais dez minutos pelas ruas bem iluminadas da cidade e quando chegaram à frente da residência da Kuchiki pararam, enquanto ela procurava a chave. Mais uma vez, Ichigo contemplava a casa imensa da morena, quatro andares para abrigar a imensa família e a fachada de um lilás clarinho que sem sombra alguma dava um destaque ao verde do jardim que havia ali na frente. Algumas flores estavam prestes a desabrochar enquanto outras murchavam.

- Bem Ichigo, é isso. Tchau e obrigada. – ela disse por fim abraçando o ruivo forte e dando um estalinho no canto da bochecha.

- Sonhe comigo pequena – disse e deu um beijo na testa dela.

Antes de se virar, a ouviu gritar “Não diga isso, terei pesadelos’’. Ela realmente era uma grande 



Ele fez o caminho de volta sorrindo, como uma criança que acabara de ganhar seu novo vídeo game, o que pra ele era um ato imbecil, já que ela sempre o cumprimentara com abraços apertados e beijos estalados.

Quando chegou em casa, abriu e fechou a porta sem fazer o menor ruído possível, já passava da uma e meia. Mas para sua surpresa quando se virou encontro o pai na sala.

- Ainda trabalhando pai? – sentou-se no sofá ao lado mais velho.

- Tenho que terminar de ler esses relatórios das enfermeiras. – disse encarando o filho – Um novo caso, uma doença rara.

- Ah sim, estou indo me deitar. 

Ichigo se levantou e se encaminhou para as escadas, enquanto o pai fazia algumas anotações em um bloquinho de papel ao lado.

- Gosta mesmo dela, não é filhão? – ouviu o pai falar quando ele mesmo já estava subindo as escadas, e então voltou – Da Rukia, você sabe. – completou, mesmo sem precisar.

Ichigo voltou e parou por alguns instantes na escada.

- Sim pai, gosto mesmo dela – soltou um suspiro pesado. Essa era a primeira vez que admitia, tanto para alguém quanto para ele mesmo. Era frustrante

- Relaxa, não está estampado não, pode ficar tranquilo. – Falou num tom brincalhão para dissolver o clima tenso. – Agora pode ir dormir, sonhe com a sua garota!

Depois que Ichigo subiu a mulher que estava na cozinha preparando um chá e prestando atenção a conversa voltara à sala. 

- Nosso menino cresceu Masaki. – O homem moreno falou, e a mulher apenas assentiu e subiu em direção ao quarto.


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