Um mês depois... Sexta-feira.

POV Nico

Ai, ai, finalmente sexta. Que os Deuses sejam louvados! O quê? Deuses? Estou definitivamente ficando tempo demais com uma certa menina viciada em mitologia.

Bom, já que hoje é sexta... Tem festa! Mas é só a noite. Agora são três da tarde. Luke não está em casa. Na verdade ele não tem ficado muito em casa. Toda vez que eu pergunto onde ele está Thalia da de ombros e diz que não sabe. Alguma coisa ele está aprontando.

Thalia como de costume está enfurnada em seu quarto rabiscando algumas coisas num bloquinho de papel. Annabeth está lendo, surpresa! Percy está jogando vídeo game. Megan está tocando algumas coisas que eu consigo ouvir daqui do meu quarto. E eu, bem, estou sendo eu aqui.

Sabe... Percy e Annabeth brigaram. Não brigaram do tipo “ai você é bobo”, eles brigaram pra valer. Percy em contou que beijou a irmã da Annie. Fala sério! Achei que meu amigo não fosse tão idiota assim. Não se beija a irmã da menina! Eu tive que bater nele, ele me agradeceu depois.

Annabeth estava bem triste com isso, agora ela já está melhor, e está tentando conseguir uma bolsa. A loira já tentou dezenas de bolsas, mas está bem difícil. O nosso vizinho, Noel, esta ajudando ela com as bolsas, ele manja dessas coisas porque trabalha meio período na administração da faculdade.

Nem vou comentar sobre o estado de Percy. Ele não saiu em nenhum final de semana. É faculdade, casa, casa, faculdade. Estudar, comer, e sobreviver. Está lamentável.

Eu tenho uma novidade. Um sorrisinho safado preenche meus lábios. Megan e eu estávamos sem nos falar, aí eu consegui fazer ela conversar decentemente comigo. Mas nada de muito surpreendente. Depois nós estávamos conversando normalmente. E agora eu vou tentar fazer as pazes com ela. Me desejem boa sorte.

POV Annabeth

-Oh droga! Eu nunca vou conseguir uma bolsa. – lamento deitando minha cabeça nos braços sobre a mesa.

-Claro que vai. – Noel afaga meu ombro e continua revirando alguns papeis. – Ham... O que acha de líder de torcida? – rio pelo nariz.

-Você, por acaso, consegue me imaginar como uma Barbie dando pirueta? – comprimo um sorriso.

-Talvez. – ele me analisa. – Você bonita, pode ficar balança uns pom pons durando um jogo de futebol. – olho para ele descrente. – Não me olhe assim. Só acho que seria bom tentar. Fica com isso aqui cosa queira dar uma olhada. – ele me joga uma pastinha transparente.

Observo os papeis lá de dentro sem nem exatamente ler o que está escrito ali.

-Eu tenho algumas coisas pra fazer Annie. A gente se vê por ai. – ele me dá um beijo na bochecha e sai da sala.

Abro a pastinha e folheio as papeis. Não seria nada “Annabeth” me inscrever para bolsas de líder torcida. Mas por outro lado... Minha faculdade está em jogo. Eles querem uma garota para dançar no chão em quanto usa aquele uniforme ridículo. Eu posso fazer isso.

Oh Deuses! Eu só posso estar pirando! Mesmo com minha cabeça dizendo que aquilo não era um caminho viável minhas pernas se moveram até a secretaria e me inscreveram na bolsa. Os testes são na semana que vem. É isso, ou voltar para Nova Iorque e ter que desistir dos meus sonhos.

POV Megan

-Não, aqui é essa nota. – resmungo corrigindo a pauta da música.

Toco mais uma vez vendo que agora sim a melodia ficou correta. De repente duas mãos tiram o violão de mim. Começo a ouvir notas dedilhadas com leveza.

“Hey, você, a dos olhos caramelados.

Hey, você, que me prendeu dentro desses olhos.

Hey, você, volte aqui.

Sim, você, garota dona do meu sorriso.

Voltei aqui, quero voltar a sorrir.

Você chegou, roubou meu sorriso, meu coração, me prendeu em seus olhos.

Então não vá embora.

Não me deixe sozinho.

Você é o eixo do meu mundo. Não deixe que ele desabe.

Eu quero te pegar nos meus braços.

Quero segurar sua cintura com força pra você nunca mais ir.

Quero brincar com as pontinhas dos seus cabelos achocolatados.

Quero lhe arrancar um sorrisinho maroto.

Quero ser seu.

Não consigo mais olhar pros seus olhos sem pensar que não posso mais me perder neles.

Não consigo encarar seus lábios sem pensar que não posso mais tê-los.

Não consigo ver seus sorrisos sem pensar que eu não mais a causa deles.

Não consigo te ver sem pensar que você não está mais ao meu lado.

 Então, volte.

 Volte mulher dos saltos.

Volte menina do violão.

Volte garota dos olhos de caramelo.

Eu só quero ser seu.

Seja minha também.

Seja a razão dos meus sorrisos e deixe eu ser a razão dos seus.

Me deixe te pegar nos meus braços.

Me deixe segurar sua cintura com força para você ir.

Me deixe brincar com as pontas dos seus cabelos de chocolate.

Me deixe lhe arrancar um sorriso maroto.

Me deixe ser seu.”

Um sorriso se abriu nos meus lábios sem permissão. Ele está ali. Mais uma vez ele está ali. Ele cantou uma música pra mim. Ele está com aquele sorriso largo e caloroso de sempre. Eu não posso resistir a ele.

Nico deixa o violão no suporta. Se vira para mim e me puxa para seus braços. Nos encaramos por um momento, como se estivéssemos tendo uma conversa muda.

Seus braços envolvem minha cintura. Eu abraço seu pescoço e nossos lábios se encontram mais uma vez. E mais uma vez parece que milhares de sinfonias tocam ao meus ouvido, e ao mesmo tempo o silencio me ensurdece.

Por mais que minha cabeça insista que esse não é o certo, por mais que minha memória diga que ele não é confiável, meu coração diz que é isso que eu preciso, meus impulsos dizem que esse é o certo.