Seis anos... Que idade perfeita! Perfeita para me deixar completamente maluco!!! Vocês são tão cheios de manias e obsessões que eu acho que vou me matar se eu tiver que assistir o filme de Justin Bieber novamente, ah vou!

Uma grande demonstração de como vocês nessa idade são completamente psicóticos, é na hora do café da manhã. Com vocês me perturbando para tomar uma porcaria de vitamina que só a mãe de vocês sabe fazer.

-Eu faço! – Lucy falou num tom de voz completamente sem paciência.

É nisso que eu gosto na Lucy, ela sempre tenta agradar vocês e a mim. Anna só faz do jeito dela e ponto. Se eu quiser algo diferente, que me exploda. Lucy jamais acendeu uma boca de fogão, mas tá vendo? Foi fazer a vitamina de vocês.

Vocês por sua vez, deram uma trégua e a ensinou passo-a-passo e ela fez tudo direitinho na maior dedicação. Só que não foi culpa dela se o negocio é ruim pra cacete, pelo menos é o que eu achei.

-ECA! – Vocês franziram o nariz e gritaram em uníssono.

-Não pode estar tão ruim assim... – Tentei ser otimista já que a madrasta de vocês estava prestes a chorar, mas... - Credo!

-Mas eu fiz tudo tão certinho... – Choramingou.

De repente, percebi que faltava um de vocês... A loirinha!

-Katharina! – Gritei, mas ela já estava voltando trazendo uma zumbi consigo. A mãe de vocês usava apenas com uma blusa grande, mas não o suficiente e bom, eu e Richard   recebemos tapa, simultaneamente.

-É com isso que você aparece? – Lucy a repreendeu.

-Ainda acha que eu tô vestida...

Ainda de olhos fechados, Anna seguiu automaticamente até o balcão e assim como Lucy, fez a vitamina da mesma forma e pôs nos receptivos copos. Vocês beberem até fazer barulho.

-Sobrou um pouco, Aninha? – Ah eu queria saber se aquilo era ruim mesmo ou se foi a Lucy que é um desastre.

E sim, Lucy era um desastre mesmo, pois aquilo era uma delicia! Quando Anna chegou perto de mim reconheci a camisa que ela usava, a minha! Aquela que eu a dei quando ela quase perdeu vocês. Não acredito que ela ainda a use para dormir.

Ela sentou ao meu lado e pegou uma xícara de chá e pondo a perna para cima, ela bebeu um gole e depois perguntou:

-E aí, o que vamos fazer hoje?

-Estamos esperando Alexia e/ou Gabriel acordarem. –John disse e Anna sorriu.

Ela pegou um controle e apertou um botão qualquer, depois de exatos três segundos os dois estavam descendo as escadas feito loucos. Só para constar, os dois estavam enrolados num lençol, sim, os dois em um só.

-Que porra foi aquela?! – Alexia perguntou esbaforida.

Anna simplesmente deu de ombros.

-Hora de acordar, povo. –Falou sorrindo para os dois que estavam prestes a enganá-la.

-Como você conseguiu por aquele som lá em cima?

-Caixas de som conectadas pelo estéreo daqui da sala.  – e apontou para o som gingante que dizia estar tocando Red Hot.

-Sua vaca, eu estava...

-Alex, na frente das crianças não!  - Eu e Anna dissemos juntos, tapando o ouvido de vocês. Depois Anna chega pra vocês e manda: - E vocês já pro banho!

-E-Eu ajudo você, Anna. – Alexia se prontificou a ajudar a Anna que praticamente arrastava vocês para o quarto.

Assim que as duas estavam fora de vista, Gabriel desceu o resto das escadas e começou a socar o ar. É filhos, é exatamente assim que um cara fica depois de transar por isso nem se assustem...

-Eu sou demais! – Cantarolou enquanto enchia a torrada de geleia. De repente, um grito faz até a mesa tremer:

-MATTHEW ANTONY BLACK, suba agora! – A mãe de vocês parecia que estava morrendo por isso eu voei até lá em cima e assim que ela me viu, mandou num sibilo: - Vai falar com o seu filho.

-O que foi? – Perguntei sobressaltado achando já que você tinha matado sua irmã com o chuveirinho do boxe.

-E-Ele teve uma ereção com a Alexia. – Ela gaguejava como se achasse o cúmulo do absurdo.  – Ele só tem seis anos!

Por dentro eu estava assim: Isso aí meu filho, bota essa porra pra subir mesmo! Mas por fora eu apenas balancei a cabeça em reprovação para Anna como se eu também achasse aquilo o fim da picada.

Entrei no banheiro e lá estava você, com a cara extremamente sonsa que só você sabe fazer, dentro da banheira. Alexia estava no canto segurando o riso e na porta estava sua mãe com aquela cara de quem acabou de ver um fantasma dançar Macarena. Toda exagerada...

-Pai, não precisa me bater não, daqui a pouco baixa... –Falou logo, mas com uma certa indiferença para alguém que acabou de ser pego no flagra.

-Peraí, você já teve isso antes?! –Anna guinchou.

-Já, mas só quando eu vejo uma mulher do peitão... - Explicou todo envergonhado.

-Filho de peixe peixinho é. – Alexia murmurou e Anna lhe lançou um olhar assassino. – Ei, eu estava falando do Matt não precisa se ofender.

-Mas isso não é hora! – Bradou e depois a puxou, porém sibilou pra mim: - Resolva isso.

-Filho, desde quando você tem tido isso? – Perguntei tendo não demostrar que na verdade, eu estava super orgulhoso.

-Ah, faz algumas semanas quando a Bella me abraçou...  – Bella é sua namoradinha hoje em dia. - Mas a culpa não é minha, papai, ele que sobe e fica assim... – Você, filho, estava todo constrangido. –Papai, isso acontece com você quando sua namorada te abraça?

-De vez em quando filho, acontece quando a Anna me abraça. –Admiti e ele riu.

-Papai, sua namorada não é a mamãe é a vassoura de cabeça pra baixo da tia Lucy. – Corrigiu-me às gargalhadas. –Papai, eu posso te fazer uma pergunta?

-Claro! Quantas quiser, filhote. – Garanti-lhe, mas confesso já estava com medo da pergunta que ele me faria.

-Você gosta da mamãe?

-Sim filho, a mamãe é super legal.

-Não assim... Gosta de verdade, gosta mesmo, gosta muito, muito, muitão, pra caramba, gosta pra burro, gooosta? – Perguntou e eu fiquei meio confuso e sem saber se eu gostava assim de MIM, imagine de...

-Sim. – Saiu involuntariamente da minha boca e você sorriu.

-É, eu sabia. – Comentou saindo da banheira com aquela cara de mafioso que você faz sempre que está tramando uma grande confusão.

Que Deus, Jesus Cristo, o Espirito Santo e todos os deuses do Olimpo me ajudem!