Dads Diary escrita por Nath Mascarenhas


Capítulo 4
10 de janeiro, sexta-feira, quase de madrugada.


Notas iniciais do capítulo

Gente, obrigada pelos reviews... Mas fantasmas, venham para a luz!
Curtam mais um cap...
Bjs!



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Bom, finalmente chegamos à ilha! Não sei como nunca viemos aqui... É tudo tão maneiro! Parece até a Disneylândia... Aposto que vocês vão me dar muita dor de cabeça amanhã com tantos brinquedos. Já tô até vendo...

Sim, o resto do caminho até a ilha foi torturante, pois todo mundo ficou emburrado, principalmente a Lucy que achou que eu deveria ter a defendido. Mas cada uma... Ela já tem idade o suficiente para se defender sozinha.

A cada instante eu fico comparando Lucy com a mãe de vocês e pra ser sincero, estou cada vez mais achando que eu fui um idiota em ter deixado a Anna escapar, pois a cada instante ela se mostra perfeita e a Lucy um grande pé no saco.

Vejam só se eu não estou certo...

Para ir para ilha, nós tínhamos que atravessar uma ponte, que, diga-se de passagem, estava meio gasta, mas dava perfeitamente para passar. Nós estávamos tendo o maior cuidado, pois algumas tábuas estavam soltas ou quebradas.  Lucy, toda cheia de si, foi na frente.

De repente, Lucy dá um grito de ensurdecer qualquer um e todo mundo tomou aquele susto, mas esse escândalo todo foi por causa de um salto quebrado... O que me surpreendeu foi que como Anna estava logo atrás dela, foi ela mesma que estendeu a mão para a “inimiga” levantar.

-Por que você está me ajudando? – Lucy perguntou desconfiada.

-Por que eu sempre ensino aos meus filhos que lugar de lixo é no lixo, não no chão. –Comentou fria. – tenho que dar o exemplo, não acha?

-Há, Há. Morri de rir, mas não achei graça... – Falou estalando a boca. – Amor, eu não consigo andar, você me carrega?

Ela só podia tá de brincadeira com minha cara... Como assim carregar ela, ela só tinha quebrado o salto , não torcido o pé! Mas ela realmente ficou esperando, suspirando perguntei:

-Você tá falando sério? –Meu tom incrédulo fez alguém rir abafado logo atrás.

Ela assentiu.

Respirei fundo e me abaixei, possibilitando-a de subir nas minhas costas. E ao contrário do que ela pensa, ela pesa pra caralho!

-Eh, macaquinho! – Falou animada.

Ouvi um traque novamente e olhei para trás. Anna também tinha quebrado o salto no mesmo lugar em que o da Lucy, parecia até aquele programa: vale a pena ver de novo. Só que invés daquele escândalo todo que a madrasta de vocês fez, Anna simplesmente mancou até a grade ferro da ponte, tirou o outro sapato que ainda tinha salto e com uma única batida o salto caiu no mar. Calçou novamente e saiu andando normalmente:

-Meus melhores saltos, agora viraram minhas melhores sapatilhas. – Sorriu ao passar pela gente e indo na frente.

-Queria ter tido essa ideia. – Lucy murmurou.

-Se meu pai não tivesse pinto, não seria meu pai, seria minha mãe. – Anna comentou e todos riram, menos Lucy.

-Ãh? – Lucy perguntou não entendendo a piada.

- Se você tivesse essa ideia, não seria você. – Expliquei também rindo.

Ela fechou a cara e quando chegamos à Ilha e a depositei no chão, no tom todo sarcástico perguntou à mãe de vocês:

-Você se acha perfeita, né?

Com um sorriso esplendoroso no rosto, Anna responde simplesmente:

-Perfeita?! Acho que não. – Franziu o nariz, para logo voltar a sorrir e completar: - Mas bem melhor do que você, eu tenho certeza.

Ai! Essa doeu...

Lucy bufou, abriu e fechou a boca, mas não encontrou nada pra rebater. Alexia que passava por ela, comentou:

-Podia ter ido dormir sem essa, hein? – Depois entrou com a Anna, falando alguma coisa sobre a tal boate que iam mais tarde, ainda pude ouvir: - Você pode ir com aquele vestido curto que o Matt te deu...

-O QUÊ?! – Gritei sobressaltando todos, até mesmo a mim. – Você não pôde usar ele numa boate.

-Por quê? –Perguntou curiosa.

Percebi que todos no recinto esperavam uma resposta minha. Até minha noiva me fuzilava com o olha o traidor do tio de vocês se rachava de rir.

-É muito curto e você já é uma mãe de família... – tentei contestar, mas ninguém deu importância.

-Em que horas vamos para a boate? – Lucy perguntou e todos se entreolharam.

-Quem te convidou, cara pálida? –Anna perguntou logo direta. – Se ela for eu não vou, vou logo avisando...

Lucy cruzou os braços, bufou e começou a andar firmemente para o quarto que Alexia indicou ser o nosso. Gabriel que chegou por ultimo perguntou:

-Vocês vão para qual boate?

- Aquela cubana... Del La rosa negra. – Alexia respondeu.

-Aham, e eu vou me candidatar a presidente! – Ironizou. – Vocês não vão para aquela boate de jeito nenhum! Lá é lugar pra mulher arranjar homem!

-Hummm, gostei. Tô dentro! – Melanie disse.

-Que bom, vai ser o máximo! – Alexia falou animada.

-Anna, você é a mais sensata de todas, convença-as! – Fez a merda de falar todo autoritário. Anna arregalou os olhos e merda, ela abriu aquele sorriso travesso que sempre faz quando tá a fim de sacanear.

- Biel, eu sou solteira, Melanie também, A Alexia é ...

-Quase. – Completou seca.

-E o Rick confia o suficiente na Bia pra não ligar, né?

-Aham.  –Assentiu e ganhou um beijo da esposa.

-Tá vendo? – Alexia perguntou a Gabriel.  – Isso é que é marido. Vê se aprende pra próxima...

Dito isso, as quatro e John subiram tagarelando sobre quem vai usar o quê e não sei o quê mais lá. Assim que elas sumiram de vista, fuzilamos Richard que estava todo largado no sofá assistindo a tevê, percebendo nosso olhar perguntou:

-O quê foi?

- Você deixa sua esposa ir para uma boate cheia de cara querendo agarrá-la? –Perguntei surpreso por ele ser tão otário.

Ele deu de ombros.

-Aprendam uma coisa, quando uma mulher incute com alguma coisa, apoie e finja que não tá nem aí. Se você contrariar, ela vai fazer mesmo assim e ainda de pirraça. – Porra, que cara sábio... – Aposto que a Bia não vai dar trela pra nenhum marmanjo já Alexia e Anna, não tenho tanta certeza assim.

Gabriel se jogou no sofá e coçou a cabeça, pensativo:

-O que vamos fazer?  - Perguntou me encarando.

-Não sei. Mas elas ainda vão demorar hoooras pra se aprontar, ainda temos tempo para pensar. – E segui para o meu quarto.

Encontrei Lucy com um treco azul na cara e com um roupão de banho, deitada na cama e com os olhos fechados. Tentando não fazer barulho, entrei. Mas assim que a porta se fechou, ela abriu os olhos rapidamente. Foi assustador!

-Oi... – Murmurei sorrindo sem graça.

-Oi, eu não posso me mover se não vou entupir meus poros. – Avisou entredentes.

Mais uma coisa que ela e Anna têm de diferentes: Anna nunca usa essas merdas na cara pra ficar bonita, já ela, bom... Pra falar a verdade, eu nunca a vi sem estar bem maquiada.

Eu tomei banho e depois fui deitar na cama, mas era meio estranho ficar ao lado daquela personificação da noiva cadáver. Fiquei zapeando pelos canais até que eu parei num que estava passando um comercial sobre um novo remédio para febre. Não demorou nem um segundo para a ideia se formar na minha mente.

-Filho! – Gritei e em instantes você estava lá.

-Smurfete! –Gritou ao entrar apontando para Lucy. – Credo!

Eu abafei o riso com a mão e fingi que era um acesso de tosse.

-Peste. –Ouvi Lucy murmurar.

-Loira oxigenada! – Rebateu. – Mas eu não vim falar com você, bruaca! – Avisou mostrando a língua para ela. - O que foi pai?

Eu o puxei para fora e quando estávamos no corredor mais afastado do meu quarto possível. Eu perguntei:

-Se você ou sua irmã estivessem doentes, sua mãe sairia?

-Acho que não... – E depois parou e pensou e sorriu: - Papai você um gênio!

Você já era um gênio do crime desde pequeno... Estou tão orgulhoso!

-Venha de cinco. – E batemos nossas mãos e expliquei o meu plano.

Minutos depois, Matt II estava deitado na cama, gemendo. Eu estava ao seu lado, fingindo pesar. Até que Anna apareceu toda preocupada:

-O que foi filho? – ela estava de roupão, mas seu rosto já estava todo maquiado.

-Mas, eu não estou me sentindo bem. – Cof,Cof. – Acho que estou com lebre.

-Lebre? – Ela perguntou confusa. – Você não quis dizer febre?

-Sim, minha barriga doí tanto... – Acho que foi aí que sua mãe percebeu a mentira.

-Sua barriga? – Falou com a testa franzida. – Não seria sua cabeça?

-Acho que peguei uma doença venérea. – De repente ela começou a rir, eu baixei a cabeça. – Pai... Eu não falei certo? – Perguntou num sussurro alto demais pra ser um sussurro e se esquecendo de interpretar seu papel de doente.

-Não! É aérea, cabeção. – Repreendi.

-Ah, tanto faz.  – Fez um muxoxo. -Mamãe eu tô doente, não pode sair!

-Ah, depois que beber um remédio você ficará bem. – Garantiu-lhe.

-O quê?! – Deu um pinote na cama. – Não precisa não! Eu tô bem, viu?

E começou a pular feito um louco na cama e a dobrar os braços mostrando que estava forte. Isso tudo pra não tomar remédio. Anna riu.

- Que milagre! – Sorriu e o pôs pra dormir, depois sussurrou pra mim: - Corredor, agora! - Assim que saímos do quarto ela começou a me bater. – O que você tinha na cabeça, titica? Fazendo seu próprio filho mentir... – Falou balançando a cabeça em reprovação. – Que vergonha! Por que você simplesmente não me diz que não quer que eu vá e me pede pra ficar?

-Anna, não quero que vá, fique.

-Cadê o, por favor? – Perguntou com a mão na cintura.

-Anna, por favor, eu não quero que vá à boate, você pode ficar? – Corrigi-me.

Depois de um tempo pensando, ela me respondeu na maior cara lavada:

-Não. – E me deu as costas, porém eu lhe segurei já na porta do quarto, impedindo-a de entrar.

-Eu pedi. –Constatei.

-Eu sei, estava lá. – Observou.

-E aí?- Fiquei impaciente.

-E aí o quê? – Se fez de desentendida.

-Por que você ainda vai? – Muito impaciente.

-Porque eu quero. –Respondeu.

-Então pra que porra você falou pra eu pedir? – Muito, muito impaciente.

Deu de ombros.

-Queria ouvir você me implorando. – E entrou no quarto.

-Argh! – Chutei o ar.

Desci as escadas e encontrei os rapazes assistindo a um jogo de basquete nacional. Sentei-me junto a eles, mas não prestei um pingo de atenção. Minha mente estava no andar de cima, onde até você Katharina, estava lá se embelezando.

Depois de uns vinte minutos, sentado ali, um perfume já bem conhecido por mim invadiu minhas narinas e lá estava ela. Naquele micro mine vestido que eu havia dado de aniversário, se arrependimento matasse...

Ela estava linda, quer dizer, ela parecia uma miragem. Todas estavam muito bonitas, claro, mas não como ela. Ela já é linda sem nada daquilo, assim, é pra matar papai!

-Olhem, Matt II, Kathy e Andy já estão dormindo. – Avisou ela, se olhando no espelho. –Mas se algum deles acordarem dê leite, nada de açúcar.

Bia deu um beijo no meu irmão enquanto Alexia só bufava para Gabriel que a encarava que nem um bobão apaixonado.

-Cadê a chave da lancha, Gabriel? –Alexia perguntou impaciente ao marido.

-Não sei... – Mentiu fingindo assistir ao jogo e bebendo seu café calmamente.

-Cadê. A. Chave? – Ela pontuava cada palavra e sério eu estava ficando com medo, já Gabriel continuava na mesma posição e ainda bebia o café como se estivesse quente demais pra beber de vez.

-Eu. Já. Disse. Que. Não. Sei. – Usou o mesmo tom.

-Amor, por favor... – Percebi que quando ela se debruçou sobre ele, praticamente esfregou o decote na cara dele.

O idiota nem percebeu quando a astuta mão dela invadiu seu bolso e pegou a chave num piscar de olhos.  Assim que conseguiu o que era, ela deu as costas a ele e mostrou a chave a todos.

-Vamos? –Perguntou com um sorriso vitorioso.

-E vocês, nada de bebidas, prostitutas e vão dormir cedo, viu? – Anna falou naquele típico tom mandão dela.

-Tudo bem. –Dissemos em uníssono.

-E vocês voltem antes das três, viu? – Gabriel disse no mesmo tom, ela riu e beijou sua bochecha fazendo o mesmo em Richard.

-Tchau, Matt. – E apenas acenou pra mim saindo.

Assim que a porta se fechou, ouvimos Anna comentar:

-Merda, eu me esqueci da minha calcinha... – Os dois otários me olharam dando risadinhas, eu encostei minha cabeça.

-Elas não vão voltar antes das três. – Richard constatou o óbvio depois de um tempo.

-Então... –Gabriel começou botando o café na mesinha de centro e puxando outra chave: - Quem dirige?  

Assim que eu voltar, conto o resto, ok?


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Notas finais do capítulo

Reviews?