Walk In The Sun escrita por Carolina


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Acho que é mais um capítulo relativamente mais curto, mas os outros vão sair um pouco maiores, creio eu. Pretendo terminar a fic ainda esse mês, se tudo der certo!
Boa leitura!



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Lilyan's POV

- Vocês já querem ir para casa? - Tom perguntou quando deu uma breve espionada em seu relógio.

- Já está tarde? - perguntei.

- São 19:00.

- Então a gente vai daqui a pouco, aqui está tão agradável... Precisávamos disso antes de um teste, não acha Bia?

- Ah, com certeza! Hoje foi muito bom, mesmo. Obrigada Tom.

- De nada, garota do Nathan. - eu gargalhei e logo em seguida ele fez o mesmo. Detesto admitir, mas Deus, como eu amava o som daquela risada.

- Garota do Nathan?

- Isso aí.

- Não sou a garota dele. - abafei uma risada com aquela afirmação. Oh, que mentira!

- Não é? Então eu que sou! - brinquei.

- Então explica isso para o Siva. - ela disse séria.

- Falando no seu chaveiro... Er, quer dizer, namorado... Ele não deu notícias ainda, não é?

- Chaveiro?

- Namorado, eu falei namorado, é.

- Não, ele não deu notícias ainda... Eu acho. - peguei a minha bolsa por um reflexo e fui a procura do meu celular. O achei bem no fundo da quantidade de tralhas dentro dela.

Uma mensagem. Nenhuma ligação.

"Hey baixinha, não esquece que eu te amo."

Sorri involuntariamente. A idéia de receber um 'eu te amo' de alguém que, até um tempo atrás era logicamente impossível de ter um relacionamento, ainda era novo e me causava um frio na barriga a cada vez que eu parava para pensar bem nesse assunto.

No visor não aparecia o horário certo que a mensagem chegara, mas respondi mesmo sabendo que iria para casa logo.

"Você não me deixa esquecer, Seev. Também te amo. x"

- Era ele, não era? - Bianca perguntou com uma das sobrancelhas levantadas e um sorriso malicioso no rosto.

- Pode não ser.

- Só pode ser ele, Lils. - Thomas beliscava o resto dos salgados com um palito com a cabeça baixo. Sua expressão estava um tanto séria.

- E por que só pode ser ele, Tom? Pode ser meu irmão, minha mãe...

- Você só abre esse sorriso quando falam do Siva, Lilyan. - deu um sorriso tímido e olhou para mim depois. Nossos olhares se encontraram por alguns segundos, mas não consegui mante-lo. Certas situações me deixavam constrangida e essa com certeza era uma delas. Certas coisas também ficam para trás e quer saber uma coisa que entrava nisso? A minha 'quedinha' pelo Thomas.

- Hey, eu já paguei a conta, a gente pode ir agora? - Eu fiquei tão distraída que não havia nem percebido que Bianca tinha saído da mesa.

Nós pegamos nossas coisas e saímos da cafeteria. A chuva havia dado uma trégua, e agora era apenas um chuvisco. O carro de Tom não estava tão longe. No caminho, eu e Bianca deixamos ele ir na frente.

- Bianca você vai no banco da frente.

- Ok, mas... Aconteceu alguma coisa?

- Não... Nada. Mas por favor, faz isso por mim, certo?

- Ta, ta, eu faço. Eu ein, que estranha. - saiu dando passos largos a minha frente até o carro. Abri a porta de trás enquanto Bianca se sentava em seu lugar do lado de Thomas e eu, no banco de trás.

Peguei meu celular novamente para tentar avisar a Siva que já estava indo para casa, mas ele não me atendeu. Olhei para o retrovisor e notei Tom me espiando por ele. Senti minhas bochechas corarem e eu novamente abaixar a minha cabeça.

Fui a primeira a sair do carro quando paramos. Andei rapidamente em direção a recepção do hotel, sem esperar pelos dois atrás de mim. Apesar de todas as tentativas de me afastar, acabamos pegando o mesmo elevador. O silêncios que nos encontrávamos no minuto em que subíamos era ensurdecedor e cortante. Ninguém proferiu uma palavra se quer até as portas se abrirem no andar que Bianca iria sair.

- Boa noite para vocês e obrigada por essa tarde, Tom! Nos vemos depois!

Novamente as portas se fecharam e os únicos ruídos que haviam eram o do indicador de andares e nossa respiração, a minha tão profunda e desesperada...

As portas abriram novamente e eu praticamente saltei dali. Minha porta era primeira do que a de Tome ignora-lo agora parecia inútil. Teria que falar com ele... Um simples 'boa noite' quem sabe... Mas as coisas não eram tão simples assim.

- Então... Obrigada por hoje Thomas... Eu me diverti bastante. - tentei dar um sorriso e olha-lo, finalmente.

- Não foi nada, Lils. Acho até que deveríamos marcar outro dia, depois de voltarmos de viagem... Você sabe, para desestressar de novo.

- É... Pode ser... Boa noite, Tom.

- Boa noite, Lils. - ele me abraçou gentilmente e logo me soltou. Virei de costas a procura das chaves e ouvi ele chamar meu nome de novo.

- Lilyan!

- Quê? - veio até mim e passou as costas de uma das mãos no meu rosto, depois tirou uma mecha de cabelo que caia e a passou por trás da minha orelha. Eu sorri. Ele estava se aproximando demais, essa era uma boa hora para me esconder dentro de qualquer buraco próximo, mas não era possível.

- As coisas podiam ser diferentes, Lilyan... - sussurrou no meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse sem querer.

- Mas não são, Thomas... Por favor, nós já conversamos sobre isso... Não quero te perder...

- Me perder?

- É, você sabe... Nós somos amigos.

- Ah, claro...

- Me promete que não vai mais insistir nessa história?

- É o jeito, não é?

- Por enquanto.

- É o que te faz feliz?

- É a saída que o momento me dá. - passei a mão carinhosamente pelo seu rosto. - Boa noite, Tom. - pude ouvir seus passos até sua porta e antes de entrar, eu o olhei rapidamente. Não sei por que ele tinha que insistir naquela mesma história, isso me matava por dentro... O meu amor por Siva e por Tom não eram tão diferentes, antes fossem.

Me joguei em um dos sofás e por um estranho sentimento, eu acabei em lágrimas...

Tom's POV

Por que eu tinha que estragar tudo? As coisas estavam indo tão bem, eu amigo dela... Mas não, eu tinha que fazer aquela afirmação miserável. Ótimo Thomas. Esmurrei o balcão da cozinha esperando amenizar a raiva que eu sentia de mim mesmo, mas foi em vão. Procurei uma cerveja dentro da geladeira mas não achei nenhuma, mas eu precisava de uma.

Subi para o meu quarto com a intenção de trocar a roupa úmida. Um moletom quente, uma blusa e um casaco. Nada demais e aqueceria do frio. Peguei as chaves e sai em direção ao elevador que me levaria até o bar do hotel, mas barulhos de pessoas embriagadas conversado, ou melhor, gritando, me faz dar meia volta quando estava já no fim do corredor. Fui andando perto de cada porta para descobrir e pelo que escutei quando cheguei na porta perto da minha, não tive dúvidas de quem podia ser.

- Diga Jay! O que você vai fazer se a vadia da sua ex ligar? - escutei a voz embragada de Siva.

- Vou mandar ela ir se foder! - começaram a gritar e eu abri a porta.

- Iiiiih, é o amigo Tom! Vem cá amigo Tom, vamos tomar um pouco de whisk. - Siva passou um dos braços no meu ombro e me passou uma garrafa de bebida. Havia várias daquelas secas espalhadas pelo chão. O seu bafo estava puro álcool. Me pergunto se eu sou assim, fedorento e chato, depois de uma noite de bebidas.

- Cara, as mulheres... Aquelas vadias adoráveis de namoradas e... Insuportáveis! Quero mais que ela se foda! - ele gritava.

- Jay, cala essa boca. Vão acabar pondo vocês pra fora! - eu disse.

- Xiiiiiii, relaxa aí amigo! Vai ficar tudo bem. - se duvidar, Siva ria até do vento que passava no corredor com as portas fechadas. Aqueles dois do jeito que estavam e sem pretensão de parar, iriam causar um problema um tanto grande se começassem a acordar os vizinhos.

Sai sem dizer mais nada e fui tentar achar Max. Bati algumas vezes na porta e que sorte eu tive, ele estava em casa.

- Ei, o que houve? - perguntou quando saiu sonolento do lado de dentro.

- Jay e Siva estão bêbados no apartamento, gritando feito dois cornos. Você realmente acha que isso vai realmente acabar bem?

- Estão piores que nós?

- Eu creio que sim.

- Então temos um problema.

- Vai ajudar ou não?

- Claro que vou, não quero levar reclamação de ninguém de manhã. - fechou a porta e voltamos para o apartamento de Jay. Os dois estavam pulando em cima do sofá e cantando alguma música que escuto em fundos de bar no final da noite.

- Vocês por acaso se esqueceram que amanhã nós temos que estar descansados para viajar depois?

- Olha Siva, eu to vendo um carequinha! 'Uoi' carequinha!

- Jay, eu acho melhor você não me provocar, seu merda!

- Ui, ele está estressadinho! - gargalhou. Max foi até onde Jay estava e puxou a garrafa de sua mão, jogando-a no chão.

- Hey carequinha, você quebrou a garrafinha! - Siva resmungou. Como era engraçado ve-los naquele estado! - Estou magoado com você! - sentou-se no sofá.

- Eu espero que vocês calem a merda dessa boca e tomem um bom banho gelado! Vocês não são idiotas o bastante para não fazer isso.

Saímos do apartamento e ainda demos boas risadas daquela cena ridícula. Amanhã eu faria questão de contar para eles tudo que aconteceu. Sinceramente nunca vi Siva assim, e não via motivos agora para estar enchendo a cara de álcool. Já Jay... Bom, ele fazia isso constantemente, mas pela gritaria anterior, deveria ter acabado com Annie, uma pena, eu diria.

Voltei pra casa e obviamente para mim, era nada de cerveja. Procurei outros jeitos de me distrair, mas engraçado que quando você pensa em alguém, tudo, mas absolutamente tudo, te faz lembrar dessa pessoa, principalmente se vocês moram tão perto que era até desconfortável. Liguei a TV e quase todos os canais estavam passando os insuportáveis filmes românticos e melosos e tristes. Adormeci pensando em como seria bom se no dia seguinte, eu pudesse olhar nos olhos verdes de Lilyan e poder dizer que eu dormi pensando nela, que ela poderia ser meu conforto em dias frios, como hoje.

Apenas poderia.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não esqueçam de comentar, hihihi.
xx



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