Talking To The Moon escrita por Pincharm


Capítulo 2
Capítulo um




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Mais um dia na vida de um homem.
Trabalho, preocupações profissionais, um tumulto incurável na vida pessoal... Esse sou eu, Edward Cullen. Há meses atrás eu era alguém simplesmente sorridente e feliz, mas agora... A vida simplesmente não presta, em minha opinião.
Todos os dias, a minha vida se repete como um ciclo. Acordo às 9h da manhã, como qualquer coisa que tenha na geladeira, bebo água ou uma cerveja, o que tiver à minha disposição no momento. Acordar às 9h da manhã não seria tão ruim assim, se não fossem todas as noites em que eu fico acordado. O meu sono só chega às 4h da madrugada, então eu só durmo 5h por dia. Mas isso não é importante também. Manter uma rotina não é tão ruim assim, só que no meu caso acredito que seja doentio. Não consigo fazer coisas diferentes, e acredite, eu nunca sequer tentei.
Dizem por aí que sou acomodado, e não é como se eu não soubesse que isso é a verdade. Eu sei que estão certos, mas eles não sabem de tudo. Eu gosto do meu trabalho, gosto de ser engenheiro e sou feliz nisso (há algo de bom em minha historia!), mas não é o bastante, infelizmente. Talvez eu não consiga contar tudo o que sinto, pois é como se não houvesse palavras suficientes neste idioma, mas eu tentarei ao máximo.
Meus pais moram em Forks, e eu sei, nem é tão longe de Seattle, mas não os vejo há três meses. Os amo, amo meus irmãos Emmet e Jasper, amo minha família, mas eles simplesmente não me entendem. Não entendem o porquê de eu preferir viver sozinho e isolado, não entendem porque eu continuo na mesma empresa de sempre ao invés de aceitar as propostas melhores que chegam até mim. E, principalmente, não entendem o porquê de eu nunca ter tirado ela da cabeça. Mas eu não quero falar sobre ela agora, prefiro esperar o momento certo.
Voltando à minha rotina, vou ao trabalho e só volto para casa às 20h, por opção minha. Tento ocupar minha mente com cálculos e plantas de edifícios, pois são muito mais excitantes que o teto da minha casa. Meus colegas de trabalho são legais, tem o estagiário que sempre me leva café às 15h da tarde, o que me é muito útil apesar do horário inusitado. Café me estimula, e às vezes o incluo na minha lista de melhores amigos. Não que ela seja grande... Não conheço quase ninguém em Seattle, apenas vim morar aqui porque a mulher que amo decidiu que assim seria. E mais uma vez ela vem antes do esperado... Vamos com calma, Edward.
Meus melhores amigos estão em Forks, morando mais próximo de meus pais do que eu. Sinto falta deles, mas não quero visita-los e ouvir novamente todos aqueles sermões. Será que eles podem entender que eu não estou louco? Já não bastam meus vizinhos? Oh yeah, eu já ia esquecer deles... Como se não bastassem os meus problemas, sou conhecido no bairro como “o maluco da lua”. Eu sei que muito provavelmente você estará rindo ao ler isso, e eu realmente te entendo. É engraçado, mas não pra mim. Você também deve estar se perguntando o motivo de eu ter recebido este apelido tão ridículo. Eu nunca sequer saí do país, imagine da galáxia, então nem ouse pensar que eu fui um dos astronautas a pisar na lua, pois isso sim seria divertido. Mas eu vou explicar:
Numa dessas noites, ao invés de estar sentado na janela do meu quarto como faço todos os dias, passeava pelo jardim ao lado do prédio, mas ainda assim, olhava para o alto. Uma criança de no máximo cinco anos de idade passeava com sua jovem mãe. Ele conversava bastante, eu podia ouvir sua voz, mas eu não prestava atenção no que ele dizia, pois estava ocupado comigo mesmo. E então, ele deu um grito e perguntou: “Mãe, o que aquele rapaz faz olhando pra cima?”, e a jovem moça me olhou, e envergonhada por eu ter olhado de volta, tentando entender o porquê de eu ser a pauta da conversa, respondeu: “Ele está conversando com a lua”. “Ele é louco, mamãe? A lua não fala!”. Eu ri inicialmente. Ele era tão inocente... Mas a resposta dela foi dura e nem um pouco inocente ou sequer engraçada: “Yeah, ele é louco. Só pode ser.” E se abaixou até ficar cara a cara com o seu filho e lhe dizer para nunca, em nenhuma circunstância, falar com estranhos como eu.
Eu realmente me senti estranho, mas me senti bem na minha estranheza. Saber que meus vizinhos também achavam que eu estava louco por ficar todas as noites sentado na janela conversando, na cabeça deles, sozinho, não mudou em nada a minha vida. Eu não falo com nenhum deles desde que ela foi embora, e não faço a mínima questão. Podem me chamar de louco quantas vezes quiserem, eu realmente não me importo.
O apelido se fortaleceu porque esse é um hábito meu – faz parte da minha rotina “doentia”. Sento-me na janela do meu quarto todas as noites, com raras exceções, para olhar para a lua e... conversar com ela. Sim, eu converso e me sinto bem quando o faço. Desde que me separei de Isabella – ou melhor, desde quando Isabella se separou de mim – eu sinto como se pudesse falar com ela através da lua. Eu olho para ela, e meu corpo recebe uma eletricidade, que eu não sei explicar de onde vem e nem porque vem, ela simplesmente chega e eu sinto como se ela pudesse me escutar. O que falo? Bom, falo do meu dia, falo o que fiz e o que deixei de fazer, falo que a amo, apesar da distância... É por isso que sou o maluco da lua, eu a uso para me sentir mais perto da mulher que amo, e ninguém, ninguém mesmo, é capaz de entender isso. Mas é como eu disse anteriormente, não me interessa que me entendam. Só gostaria que me deixassem em paz com a minha dor.
Quando chego em casa, depois de passar o dia inteiro na empresa, tomo um banho, como qualquer coisa e tomo mais um gole de cerveja. Entenda que eu não sou um alcoólatra ou algo assim, meu vício tem outro nome. Assisto por uns 10 minutos o canal de esportes, ou será que eu apenas tento sem sucesso? Bom, pelo menos ele me prende pelos cinco primeiros minutos. Adoro esportes, e quando vou para Forks, jogo com meus amigos e meu pai. Mas, como eu disse, isso não acontece há três meses. Estou mais gordo, eu sei, mas também não interessa. E depois de todo esse ritual, sento-me na janela, olho para a lua, respiro fundo e começo a sessão. Seja bem vindo à de hoje.
– Olá querida, como se sente esta noite? Bom... Eu estou normal. O trabalho foi cansativo, mas eu não sei o que seria de mim sem ele. Sem você já é difícil o bastante...
Paro por uns segundos, sabendo que toda aquela comoção vai tomar conta de mim em breve.
– Porque você não volta logo? Era só um tempo, lembra? Estamos há quase 1 ano separados Bella... Será que não sente minha falta?
Afasto as lágrimas o máximo que posso, e fico em silêncio, apenas sentindo o vento frio tocando o meu rosto. E é nesse silêncio que as lembranças encontram espaço.


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Notas finais do capítulo

Gostaria de agradecer a vocês pela atenção.
Esta fanfic é muito importante pra mim, porque pela primeira vez estou gostando realmente do que escrevo.
Eu já escrevi duas fanfics, mas elas são Robsten, e duas OS, se não me engano, chamadas "Antes de te conhecer", e "40 graus", que se encontram na comunidade do orkut Twilight and Robsten fanfics. Quem se interessar é só ir lá.
Por favor, deixem reviews para eu saber o que vocês estão achando. Obrigada.