Circulo De Paixões. escrita por Lorys Black


Capítulo 27
Capítulo 26 - Abrindo os Olhos.(Visão Mike Newton)


Notas iniciais do capítulo

N/Bruna: Olá meninas.
Esta semana quem veio postar sou Euzinha(Lorys ou Bruna, como quiserem rs)
Em primeiro lugar.
A Cp esta vindo com um dos capítulos mais difíceis que já foi escrito.
Mesmo os personagens originalmente não serem criação nossa, aqui eles são. E por isso sofremos junto.
A fict essa entrando em uma fase mais forte, então capitulo, trará mais intensidade. Como este.
Por isso Teams Blackwater, e Teams Newater, não desejem meu atropelamento após ler capitulo, ou não teremos a conclusão a história, não e mesmo. Rsrsrsrsrsrsrsrs.
Em segundo Lugar:
Quero agradecer a todo leitor que comenta na fic, vocês não sabem como isso é motivador para quem escreve. Obrigada de coração.
Agradeço tbm as meninas que me mandam mensagens após cada capitulo. Valeu mesmo.
Sejam bem vindas Stephane e Yka, que conseguiram ler a CP, em tempo recorde. Minhas lindas viciadinhas n Fic. Obrigada.
Se deixei algum novo leitor de fora puxem minha orelha aê rsrsrs.
Agora vamos ao capitulo.
Segurem os lenços........



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“Toda história de amor, tem uma cerimônia de despedida.”

.

Olhava a tranquilidade na respiração do meu Pai.
A determinação dele era algo impressionante.
Me fez ter vergonha das minhas fraquezas. Da minha falta de coragem, em enfrentar os problemas que estão diante dos meus olhos.
– Nossa que surpresa. – a voz da minha Mãe me sobressaltou. – Achei que ia ficar em casa, descansando. Passou as duas ultimas noites aqui.
– Eu só quis dar uma passada, saber se estava tudo bem. – respirei fundo. – Mãe preciso de um favor.
– Pode dizer meu filho. – sentei ao lado dela no sofá do quarto no hospital.
– Eu disse a Leah que dormirei esta noite aqui, fiz isso para ficar sozinho. Caso ela ligue, diga que estou dormindo, ou fui comer algo, não sei, só não fale a ela, que não estou aqui. – odeio mentiras, porem, elas são necessárias em alguns momentos.
O que esta havendo filho? – ela me olhava surpresa.
– Não sei ainda. – fui parcialmente sincero.
– Vá, descubra, estaremos bem. – ela depositou um beijo na minha testa.
– Obrigado Mãe. – dei um abraço forte nela, e sai.
Tirei do bolso o bolso o bilhete que Merida deixou na porta da loja ontem.

Vá até o rio que fica localizado a cinco quilômetros após a mansão dos Cullens.

Merida

.

Há anos não vou até lá.
Leah não gosta daquela região.
Respirei fundo, entrei no carro e dirigi até lá.
O caminho foi longo, ou a ansiedade era maior.
Chegando no local estacionei o carro embaixo de uma velha ponte.
– Esteja inteiro quando eu voltar, por favor. – desejei de coração ao ver o estado da ponte.
Caminhei até o rio.
Preso em uma arvore havia mais um bilhete.

Na campina, próxima aos penhascos.

M.



Sorri com a situação.
Estou me sentindo dentro de um filme policial de suspense.
Amassei o bilhete e caminhei até lá.
A caminhada levou quase um hora.
Mas chegar ali foi gratificante.
Há anos não sabia o que era estar aqui, olhar as estrelas, a imensidão absoluta deste lugar.
– Água? – a voz dela me assustou.

Merida, estava sentada em uma pedra alguns metros atrás, de onde eu estava.
– Não. Obrigado. – ela se aproximou com um copo de água. – Como conhece este local? – perguntei antes de engolir com vontade a água naquela garrafa.
– Sempre que chego a qualquer lugar faço um reconhecimento. Olho, percorro toda a região, para saber onde ir depois. – ela deu de ombros.
Olhando Merida sobre a luz do luar, é impressionante o Brilho em seus olhos.
– Entendo. Agora preciso, saber o que houve aquela noite. – minha voz falhou de uma maneira covarde na ultima frase.
– Então faça as perguntas. – ela me olhava divertida. – Vamos fazer um acordo. Responderei as perguntas que você estiver preparado para ouvir as respostas certo?
– Nossa me senti envergonhado agora. É tão visível meu receio em saber a verdade? – ela me olhava divertida.
– A verdade é algo poderoso Mike, assusta as pessoas. Você não é covarde por temê-la. Covarde é aquele que foge e ignora. – o tom de voz suave e melodioso, a postura, intensidade dos olhos. Um conjunto perfeito, que anda me trazendo uma segurança imensa.
– Palavras bonitas, com o mesmo significado: Pareço uma garota em apuros, e você o herói da situação. – gargalhamos juntos. – Preciso ir.
Ela apenas assentiu.
– Vamos. Eu te deixarei em seu carro. – os cabelos dela se soltaram do coque. Eram imensos, com um aroma floral.
Me senti envergonhado, em reparar nesses pequenos detalhes.
– Acho que estamos fazendo isso de uma maneira errada. Não seria Eu, a te levar, e deixar em segurança? – ela sorriu divertida.
– Acho que ambos sabemos que fazer isso seria por pura educação. – assenti.
Estranhamente, todas as palavras de Merida não continham mistério algum, não sabia as respostas, pois não estava fazendo as perguntas.
Descemos conversando, sobre os lugares onde ela esteve.
Minha vontade em viajar pelo mundo, não é maior, pois Leah anda sempre tão ocupada, que barro isso, para ficar ao lado dela, apoiar. Um dia sei que faremos algumas viagens sem destino pelo mundo.
– Chegamos. – ela caminhou ate a ponte, saltou e descobriu o carro.
Resolvi não perguntar como ela sabia onde ele estava.
– Como faço para nos falarmos? – perguntei sem graça.
– Venha para cá. Eu te acho. – ela respirou fundo. – Preciso ir Mike, ate amanhã.
– Até. – confirmei espontaneamente.
Merida sumiu entre as arvores.
Entrei no carro, com a estranha sensação de que sou um idiota.
Ver Merida partir me fez ter a certeza, que aja o que houver a verdade não vai se modificar.
Tenho que encarar logo.
Dirigi até a minha casa.
Estava vazia como sempre.
Há anos entro aqui, me sinto feliz, amado, e seguro, mas estranhamente neste momento, sinto que pela primeira vez estou enxergando essa casa de verdade. E definitivamente, há algo errado nela.
Subi e entrei no chuveiro, tomei um banho demorado.
– Preciso descansar. – um corpo na escuridão me assustou. – Leah, pelos céus.
Ela gargalhou da minha expressão de espanto.
– Desculpe Mike, eu cheguei e você estava no banho, não quis atrapalhar. – ela procurava uma toalha no armário.
– E desde quando você me atrapalha no chuveiro? – ela parecia sem graça.
– Desde que você esta com seu pai em um hospital, e dorme em um sofá lá algumas noites. – ela se aproximou e me deu um selinho.

– Ótimo argumento. – peguei uma roupa qualquer no armário.
Leah entrou no banho.
Abri a porta do banheiro.
– Como foi à viagem? – passava a tolha nos cabelos molhados.
– Hum, normal. – Leah parecia sem graça.
– Normal boa, ou ruim? – olhei pelo espelho, e ela enxaguava os cabelos.
– Normal de normal Mike. – um sentimento estranho me fez virar, e prestar atenção nela.
– Ajudou muita gente? – tentava parecer casual, sem entender o que estava me motivando a fazer aquelas perguntas.
– O necessário. – ela se enrolou na toalha. – E seu Pai Mike, como passou o dia hoje? Você não ia dormir por lá? – engoli a seco.
– Meu Pai esta bem, minha Mãe decidiu ficar, acha que estou cansado, pois fiquei ontem e antes de ontem. – dei de ombros.
– Você esta cansado Mike. Venha. – não sei como, mas ela já estava de pijamas, dando alguns tapinhas no meu lado da cama.
Me deitei ali, e fiquei observando as curvas no rosto dela. Havia algo ali, um brilho diferente nos olhos.
Pela primeira vez percebi algo.
Há quanto tempo ela faz isso, sem que eu perceba? Faço uma pergunta, e ela me distrai com outra.
O cansaço me alcançou antes do previsto.
Adormeci.
O frio me despertou. Estava longe de Leah.
Me aproximei e encaixei meu corpo no dela. Ela segurou meus braços.
Estava aquecido. Adormeci novamente.

.....

O cheiro de café, bacon, ovos, me despertou.
Levantei rapidamente, fui ao banheiro realizar minha higiene pessoal.
Desci a escada e fui a cozinha.
– Bom Dia dorminhoco. – Leah fritava bacon, estava de costas.
Olhei para o lado,a mesa do café estava posta.
– Inspirada? – perguntei sorrindo.
Uma sensação estranha estava crescendo no meu peito.
– Muito. Kate se casa em dois dias, e estou feliz por ela. – ela colocava ovos em um prato.
Olhando a movimentação de Leah, meu coração acelerou.
Acho que dormi alguns anos, e despertei há poucos dias. Ou estou impressionado com Merida.
Céus como Leah é rápida.
– Esta tudo bem? – ela me olhava preocupada.
Meu coração frenético no peito.
– Estou bem, apenas pensando no meu pai. – menti. Engoli todo o suco no meu copo para empurrar o nó na minha garganta.
Talvez o que esteja acontecendo, ao meu redor seja ilusão.
Merida pode ter simplesmente salvo minha vida, nada mais. Mas estranhamente desde aquela noite do meu acidente, tenho a sensação de estar com olhos abertos, pela primeira vez em anos. Ou simplesmente estou cismado.
Porem, esta sensação, estranha no meu peito, me faz ter a certeza de que não é cisma.
– Vamos ao hospital então. – ela segurou minha mão.
– Mais tarde, preciso ir as lojas, e resolver algumas coisas. – os olhos negros dela, me fitavam especulativos.


– Mike, sei o quanto a situação com seu Pai, é difícil, mas vai ficar tudo bem. – assenti apenas.
Esse sentimento crescendo no meu peito, e não consigo decifrar o que é.
Subi e tomei um banho.
Enquanto me vestia, um aperto enorme dominou meu peito.
Meu coração acelerou.
É como se a resposta estivesse escrita em letras grandes, diante dos olhos de um cego.
– Leah. – respirava fundo, tentando controlar a agonia repentina em meu peito. – Vamos ao hospital.
Ela parou e cruzou os braços na porta.
– Eu sabia. Vamos preciso apenas me arrumar. – ela depositou um beijo na minha bochecha.
Não sabia ao certo qual o motivo de pedir a ela para ir comigo, mas assim mesmo o fiz.
O caminho foi preenchido com conversas sem um objetivo definido.
É difícil estabelecer o que esta errado entre nós, mas é claro que ambos estamos fingindo não haver nada.
Chegamos ao hospital, e como sempre acontece ao ver Leah, meu pai sorriu sincero.
Ela passou a ele uma confiança absurda.
Fiquei observando a postura dela com meus pais. Protetora.
Me senti bem, como não me sentia há alguns dias atrás. Feliz.
Pois neste momento, meus sentimentos estão confusos.
Saímos do hospital, e deixamos minha Mãe em casa.
– Você vai ficar esta noite com ele? Se quiser eu fico. – um sorriso espontâneo escapou por meus lábios.
Esse era um dos motivos para eu amar Leah, atitudes como essa me lembram o quanto ela me faz feliz. Eu quase posso tentar ignorar que existe algo errado. Quase.
– Não ha necessidade, eu ficarei esta tarde. – entrelacei a minha mão na dela e levei as mãos quentes da minha esposa aos meus lábios. – Te amo.
– Também. – mesmo querendo ignorar, havia uma dor nessa palavra.
– O casamento de Kate é amanhã certo? – o rosto dela se iluminou. – Como estão os preparativos?
– É amanhã, despedida é hoje, e esta tudo uma loucura. Alias você vai a despedida? – ela me olhava especulativa.
– Não tenho clima Leah, no casamento eu vou, esta bem? – ponderei.
– Sim, antes da cerimônia preciso te contar algo. – parei de prestar atenção nas palavras dela, pois na entrada da casa da minha sogra, Seth e Nessie, conversavam com Merida, e uma outra mulher com aparência selvagem e conhecida.
Instintivamente meu coração acelerou.
– Mike, esta tudo bem? – senti Leah apertar meu braço. O olhar desconfiado desta vez.
– Sim esta. Ando me sentindo ansioso as vezes, acontece assim do nada. – Merida saiu com a outra mulher, acredito que não tenha sequer me visto.
– Sei. – ela não estava convencida. Nem um pouco.
– Vou para a loja, depois te pego aqui. – meu coração voltou a bater tranquilo no peito.
– Esta bem. – Leah me deu um selinho, ao sair do carro, antes de bater a porta, ela voltou. – Mike, aconteceu algo na minha ausência? – o olhar dela continha uma força quase gravitacional. Céus como jamais notei essa força?

Não sou uma pessoa que mente, mas há algo em mim desde a noite do acidente que não consigo explicar. Uma espécie de auto defesa, ou movimento de preservação.


– Depende de qual viagem estamos falando. – o olhar desconfiado dela, rapidamente se transformou em olhar de culpa. – Desta vez? Não aconteceu nada. – menti.
– Esta bem. Depois do casamento vamos conversar. – o tom irritado na voz dela, e o olhar de raiva, denunciaram. Essa atitude minha, não enganaria Leah por muito tempo.
Mas como explicar a ela, algo que eu não consigo entender?
Como dizer a Leah, que cada movimento dela, que eu vejo desde a noite do acidente, parece vir de alguém totalmente desconhecido.
Preciso descobrir antes.
Parei co o carro na entrada da auto estrada.
Precisava falar com Merida.
E para o local onde nos encontramos ontem, eu dirigi.
Não sabia quanto tempo ia esperar, afinal, a tarde estava apenas no inicio.
Estacionei o carro no mesmo local de ontem. Verifiquei se o carro não estava visível.
Andei tão rápido que posso ter levado apenas alguns poucos minutos, não parei para olhar o relógio.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=54m3EfeMI9s.


Com luz o dia forte, a imensidão daquele lugar encantaria qualquer pessoa.
Toda a angustia que me trouxe até aqui, se dizimou.
Fiquei ali parado. Não sei por quanto tempo.
– Paisagem linda, hã? – Merida parou ao meu lado.
– Relaxante, e totalmente tranquila. – soltei as palavras.
Estranhamente as chegadas repentinas dela, sequer me sobressaltam.
– Nos faz pensar na vida com facilidade. – ela sorriu, e pareceu por alguns segundos encabulada.
– Sim. Olhando essa vista, me sinto como há anos atrás, quando meu futuro era um vazio sem fim como o mar. Eu queria mudar, mas me sentia preso. Não queria magoar as pessoas a minha volta. Acabei ficando paralisado anos. Estou me sentindo desta maneira agora. Com medo das mudanças que vou causar a minha vida. – confessei, mesmo sem entender essa facilidade de falar com ela. Pois teoricamente eu não a conheço.
– Mudar não é fácil Mike. Cada movimento durante o processo vai atingir alguém. Magoar ou fazer feliz, mudar implica em trazer algumas coisas, perder outras. Quem o ama de verdade, em algum momento vai se adequar as mudanças, e permanecerá. Ficar paralisado, só vai machucar uma pessoa. Você. – as palavras dela poderiam ter sido ditas por mim.
– Eu sei. Sei também que desta vez não vou conseguir ficar na inércia. Prefiro encarar, já me acovardei muito, não vou me trair desta forma novamente. – admiti. – Vim atrás de algo hoje, e acabei achando uma paz tão grande.
– Eu sei. – ela olhava para frente, os olhos fechados.
– Parece que eu conheço você a minha vida toda. – soltei as palavras.
Merida abriu os olhos, e me encarou séria.
– Faça as perguntas Mike. – ela deu as costas, estava indo embora. – Hoje eu sei, você não as fará. Agora vamos. – ela fez um gesto com a cabeça.
Desci ao seu lado em silêncio.
Estranhamente não precisava de palavras ao lado dela.
Descemos a trilha rapidamente.
Merida me esperou na saída da estrada.
– Até amanhã. – ela sorriu encantadora, os olhos verdes claros como água.
– N-não sei, se amanhã estarei aqui. – reparar em Merida, me distrai. Ela é linda, e eu casado.
– Estarei aqui da mesma forma Mike. Ate logo, se isso te fizer sentir melhor. – rimos juntos.
– Até logo. – entrei no carro, e coloquei a chave na ignição. Ao olhar para frente, ela havia sumido.
Dirigi até o hospital, pensando na figura enigmática de Merida.
Ficaria com meu Pai, só isso fora daquela campina, não me causa desconfiança nos últimos dias.
Entrei no quarto e ele estava lendo um livro.
– Boa Tarde. – ele tirou os óculos e sorriu ao me ver.
– Pensei que ia ficar com Leah. – ele fechou o livro.
– Ando fugindo disso. – fui sincero.
– Problemas? – ele me encarava sério. – Outra pessoa?
– Ela mentiu. Eu menti. Agora para onde olho vejo algo que me deixa desconfiado. – confessei.
– Já conversou com ela? – encostei na parede atrás do sofá.
– Não. Mas farei logo após o casamento da Kate. – disse decidido.


– Isso esclareça, talvez seja alguma cisma. – ele ponderou.
– Não é. Eu sinto. Estou com medo. Me sinto um covarde. – admiti.
Encostei minha cabeça na cama, ele passava as mãos nos meus cabelos.
– Admitir isso mostra o quanto você é um homem corajoso. – ele tem tanta fé nas minhas ações, que isso sempre me encoraja.
Passamos o restante do dia conversando.
Durante seu tratamento, lia o livro que antes estava em suas mãos, em voz alta, para que ele relaxasse.
Liguei para minha Mãe, e disse para ela não vir hoje.
Para Leah avisei que ficaria no hospital com meu Pai.
A noite foi tranquila.
Pela manhã minha Mãe chegou. Ela não consegue ficar longe por muito tempo.
Olhei meu celular e haviam varias chamadas perdidas. Leah.
Retornei.
No primeiro toque ela atendeu.
– Dorminhoco. – o sorriso, na voz dela era evidente.
– Estava cansado.- procurava as chaves do carro.
– Eu vi. Estive ai durante a madrugada. – o choque deve ter atravessado meu rosto.
– Esteve? – olhei ao redor, me certificando que ela não estava ali.
– Sim, você dormia como um bebê. – ela riu alto, ri junto claro. – Agora estou entre flores, cetins, e mulheres, patético claro. – gargalhei.
– Qual a cor do seu vestido? – dei um beijo no meu pai que dormia tranquilo, e um na minha Mãe sentada no sofá lendo um livro.
– Tenho mesmo que responder a essa pergunta Mike? – cocei a garganta. – Como você é patético viu. Rosa, a porcaria do vestido é rosa. Pedi ao Embry para tirar Kate de frente da TV, ela assiste demais a Hello Kity. Mas obviamente, meu pedido foi ignorado e aqui estamos. – gargalhei mais uma vez.
– Eu gosto da Hello Kitty, ela é uma graça. – zombei.
– Ah tá. – ela bufou, provavelmente irritada. – E você vem a que horas?
– Não sei Leah, talvez chegue após a cerimônia, tenho alguns assuntos para resolver nas lojas, o gerente de Port.Angels me ligou, esta tudo uma bagunça. – confessei.
– Entendo. Precisa de ajuda? – um claro pedido de ajuda.
– De forma alguma. O vestido da Barbie é todo seu. – ela riu.
– Me liga antes de chegar lá, preciso te contar uma coisa, e pelo telefone não vai dar. – havia algo no tom de voz dela, ao me dizer essas palavras que me causou um aperto no peito.
– Esta bem, mas vou chegar para a festa, com certeza. – admiti.
– Esta bem. Vou acabar de me arrumar, ate mais tarde Mike. – antes que eu pudesse responder, ela desligou o telefone.
Aquele sentimento indecifrável, estava ficando cada minuto mais forte.
Dirigi inquieto até as lojas.
Olhei alguns papéis, e fui informado que minha Mãe resolveu todos os problemas, na tarde de ontem.
Respirei aliviado, meus pensamentos estão tão distantes. Sem cabeça para mais problemas.
Sai da loja e fui comprar uma roupa para o casamento, afinal seria um luau.
Demorei um pouco mais que o previsto.
Fui para casa o mais rápido que pude.
Tomei um banho rápido. E coloquei a roupa na mesma rapidez.
O tempo em Forks era agradável. Estranho e incomum.
Olhei para o relógio, que marcava meio dia e quarenta.
– Droga, já começou. – procurava meu celular.
Bati a porta da frente, e lembrei que ele estava no carro.
Entrei e tateei a procura do aparelho, quando coloquei minhas mãos nele, descobri que estava sem bateria.


– Droga! Bom sei em que praia será. – liguei o carro e dirigi até lá.
Tentava ignorar essa sensação, indecifrável no peito. Cada segundo maior, e mais dominante.
Como um nome de um conhecido que fica na ponta da língua, e você não consegue lembrar para contar que o viu para um amigo.
Respirei fundo e estacionei o carro.
Kate decidiu fazer a cerimônia próximo a casa dela, com Embry, na praia.
O lugar estava todo decorado. Lindo de se ver. E cheio.
Não fazia ideia de que a reserva tinha tanta gente.
Caminhei até o local onde o velho Quill Ateara realizava a cerimônia.
Leah era madrinha de Kate junto com o amigo, Quill. Os padrinhos de Embry eram Rachel, e um homem desconhecido.
Cheguei mais próximo do altar.
Me lembrava dele.
O garoto Quileute do cinema.
Jacob Black, vivia para cima e para baixo ao lado de Bella. Ela teve algo com ele.
Automaticamente meus olhos procuraram Leah.
Ela o olhava de uma maneira diferente.
– Essa união esta selada. – a voz do velho Ateara declarava. – Pode beijar a noiva.
As palmas foram gerais.
Não sei exatamente o motivo, mas me senti anestesiado.
O olhar de Leah me encontrou no meio de inúmeras pessoas. Com uma exaidão impressionante.
Enquanto Kate descia ao lado de Embry. Leah parecia inquieta.
Aquela sensação parecia gritar no meu peito.
Estranhamente percebi, que se olhasse ao meu redor, alguns meninos pareciam me encarar cautelosos.
Kate se aproximava, com um sorriso imenso, porem assim que passou por mim, instintivamente olhou para trás.
Leah vinha logo atrás com Seth.
Rachel, com o irmão.
Quando Leah passou por mim segurou minha mão.
Mas no exato momento que Jacob Black passou por mim, aquele sentimento gritou no meu peito. Ele não me olhou, conversava com a irmã. Assim mesmo consegui definir, o que era esse aperto constante no peito e a sensação que as vezes me sufoca.
É perda.
Da mesma maneira que no dia da viagem de Leah, eu me senti estranho, um incomodo chato. Ao ver que ela não estava na loja, a sensação ficou clara, eu sabia que havia algo errado, sabia que ela estava mentindo.
– Você não ligou? Ou ligou e eu não vi? – Leah parecia empurrar um nó na garganta.
– Celular sem bateria. – meu olhos analisavam os dela.
– Que bom que esta aqui, vamos a festa? – ela entrelaçou o braço no meu.
A maldita claridade que meus olhos ganharam estava ali. Leah estava nervosa. Era visível.
Kate e Embry sentaram-se em uma mesa enorme, que ficava no centro da grande tenda montada nas areias brancas de La Push.
– Vamos você senta ao meu lado. – ela me deu um leve puxão.
– Não sou bom com discursos, e ali todos farão, vou esperar essa rodada passar. – tentei parecer descontraído.
– E me deixar ali sozinha? – ela deu um sorriso fraco. – Não mesmo.
Leah me puxou, e desta vez mais forte.
– Ok vamos lá. – caminhamos entre as mesas dos convidados, até alcançarmos onde eles estavam sentados.
Havia algo no ar.
Uma sensação de estar vestido de algum material magnético.

Me foquei nos discursos.
Seth foi o engraçado.
Leah a séria, e objetiva.
Rachel a romântica.
Ao se levantar e começar seu discurso Jacob, prendeu atenção de praticamente todos os convidados, inclusive a minha.
Eu quis fechar os olhos nesse momento. Mas até um cego veria o que estava acontecendo ali.
É quase palpável a dor nos olhos negros dela. O esforço imenso que Leah faz para não olhar Jacob, quase partiu meu coração ao meio.
Nem percebi quando ele terminou de falar.
Senti o toque quente dela no meu braço.
– Vamos dançar. Não é uma beleza? – ela tentava sorrir, mas esse sorriso, sem vida eu não conhecia. – Primeiro os padrinhos, depois você me salva. Combinado?! – assenti, sem dizer uma palavra.
Os padrinhos se encaminharam até a pista.
Kate e Embry no centro. Ao lado Leah e Seth, e mais frente, Jacob e Rachel.
Era tão claro agora o desconforto da minha esposa.
A quanto tempo ela esta assim? A quanto tempo isso esta debaixo do meu nariz, e eu estou ignorando?
O tom da música mudou.
Seth mudou de par. Agora ele dançava com Rachel, sorridente como sempre.
Leah se aproximou de Jacob. Era claro o desconforto de ambos.

http://youtu.be/XU0E-bEtR1s.


Massacrante, essa foi uma sensação clara como água.
Até eu podia sentir.
Vinha deles aquela sensação magnética.
Ela tentava não olhar para ele, e ele fazia a mesma coisa.
Mas no momento que os olhares se cruzavam, sentia meu peito ser massacrado.
Como diabos eu não vi isso?
Então uma lembrança brilhou na minha memória, era clara como se estivesse vendo-a neste exato momento.

– Esta tudo bem? – a encarava desconfiado.

– Bom alem do fato da sua Mãe me odiar, e você ter sido apaixonado pela pessoa que mais detesto no mundo. Esta sim. – era visível o ciúmes em cada palavra.

Sorri com a postura dela.

– Leah isso foi há anos, esta bem?! Quando Bella chegou a Forks. Eu achei que ela era diferente de todas as garotas da cidade. Jamais fiquei com ela. Primeiro porque ela era apaixonada pelo Cullen, segundo fora ele, Bella se apaixonou por um garoto aqui da reserva, mas também não ficou com ele. Eu era garoto. – tentei abraçá-la, porem ela desviou.

– Mike quando nos conhecemos, você viu a minha auto defesa, certo? – assenti, ela parecia agoniada. – Eu fui magoada. Sofri anos por alguém que não me amava. E assim mesmo não me arrependi. – era visível a emoção nas palavras dela.

– Leah eu... – tentei interrompê-la.

– Mike o garoto que Bella se apaixonou, é o mesmo que eu amei. Ele não aguentou vê-la casada e partiu. – o choque deve ter atravessado meu rosto, fechei a boca rapidamente, pois meu queixo caiu com a novidade.

– Leah, eu que deveria ter medo agora sabia? – o sorriso escapou, se misturando com as palavras. – Aquele garoto era imenso. Mas eu não sou ele, e não tenho mais tempo para amores platônicos. Quero uma vida real. Jamais senti algo forte por Bella, era uma paixão adolescente nada mais. Amor eu sinto por você. – me aproximei, circulando os braços em sua cintura, ficando a centímetros. – Amor, eu sinto pelo seu cheiro. Pela sua pele, seu humor acido. Seus ciúmes bobos. – passei a ponta do nariz no pescoço dela, tentando inalar o cheiro maravilhoso, que vinha de sua pele.

Ela se virou, e me abraçou com força.

– Mike eu amo você. – sua respiração estava acelerada.

– Leah. – minha voz era um pouco mais que um sussurro. – Você esta me sufocando, por favor. – ela me soltou no mesmo momento.

Empurrei minhas pernas para longe dali, em um determinado momento comecei a correr. Entrei no carro e girei a chave no contato.
Queria estar entorpecido. Mas estava tão consciente que era irritante.
A verdade dói.
Alcancei a estrada rapidamente.
Não sei exatamente como,mas cheguei ha velha ponte, próxima a casa dos Cullens rapidamente.
Não escondi carro.
Meus pensamentos eram preenchidos com um único rosto. Merida.
Corri até alcançar a campina. Forcei minhas pernas, pulmões, o corpo todo.
Ao alcançar a campina, eu a vi.
No mesmo ponto onde eu estava na noite anterior.
Merida, olhava a imensidão daquela mata.
Parei diante dela, que me olhava séria.
– Eu me machuquei naquele acidente? – as palavras saiam naturalmente.
– Sim. – o olhar dela era terno.
– Do tipo, que eu não estaria aqui neste momento? – serei objetivo.
– Sim. – pelo visto ela também.
– Era você a garotinha que eu vi aquela noite, todas aquelas imagens eram sobre a sua vida, certo? – minha respiração estava normal.
– Sim, me viu assim como eu te vi. – ela deu dois passos a frente.
– Isso abriu meus olhos, ou estou delirando? – essa era a pergunta certa. – É por isso que você sabe exatamente quais minhas ações?
– Não sei exatamente, mas posso sentir, só isso. – a calma dela era insuportável.
– Por que diabos você fez isso? Porque não mente, você nem me conhecia. – andava de uma lado para o outro.
– Você saberia Mike. – sentei no chão.
Infelizmente, Merida estava certa. Eu saberia.
– Ela não me ama. Eu sempre soube, que havia algo, mas hoje...Mesmo que ela quisesse negar, seria impossível. Se eu ficasse e a pressionasse ela ia lutar, lutar para não me dilacerar, mesmo se machucando, e eu aceitaria isso. Eu queria isso. Mas fui covarde, preferi sair dali, não ver o esforço Dela em negar, o que ate um cego pode ver. Fui um covarde. – as lágrimas escaparam.
Não tinha vontade de barrá-las.
– Você não é covarde Mike. Esta sofrendo, assustado. – ela sentou ao meu lado.
Então um pensamento clareou minha mente.
Se eu me focasse mais conseguiria ver o que estava negando.
Fechei meus olhos.
Merida estava escondendo algo. Mesmo sem querer, eu podia sentir.
– Ela é diferente, não é? – Merida se levantou no mesmo momento. – Meu Deus, isso é loucura. Diga, ela é como você?
– Não. E não posso responder por ela Mike, posso apenas responder por mim. – ela continuava escondendo algo.

Minha mente começou a trabalhar a mil por hora.
Levantei rapidamente.
– Preciso ir, preciso lutar por ela. Saber o que esta nos separando, preciso da verdade, não posso fugir. – corri sem olhar para trás.
A dor e o desespero são péssimos guias.
Errei o caminho.
Parei diante de um rio enorme.
A correnteza estava forte.
Olhei ao redor para me localizar, antes de dar um passo a frente, um homem saltou diante dos meus olhos.
Ele parecia tentar sentir o cheiro de algo.
– Saboroso. – o tom de voz era perigoso. Ele tombou a cabeça para o lado esquerdo. – Vou te dar trinta segundos de vantagem.
Uma mulher saiu da mata, parecia estar entre as arvores.
– Que horror, seja mais generoso, dê a ele quarenta segundos. – o sorriso nos lábios dela era diabólico.
O pânico tomou conta do meu corpo quando notei a cor dos olhos deles.
Era um vermelho forte. Eles eram pálidos como a neve.
– Quem são vocês? – minha mente não coordenava meu corpo, queria fugir mas senti que seria inútil.
– O que é você? Seria a pergunta mais correta. – um segundo homem, me olhava divertido do alto de uma arvore.
– Eu posso responder essa. – mais um homem. – Ele é o nosso almoço, e alias estou faminto.
– Corra bolsinha de sangue, e torne nosso dia mais feliz. – era claro, o tom de voz, e os olhares. Eu estava em perigo.

http://youtu.be/HjIwKzBg0aI.


Não sei como forcei minhas pernas e corri, não avancei muito, quando esbarrei nela. Merida.
– Segure minha mão, e aja o que houver, não solte.
Os quatro se aproximavam.
Olhavam divertidos.
– Um casal. – nossa um banquete, eu fico com ela. – um dos homens olhava Merida de uma forma doentia, involuntariamente avancei. Ela segurou minha mão. Os olhos fechados.
– Aja o que houver, lembre-se. – prestei atenção no que estava vendo. Merida não estava em pânico, ou com medo de nada.
Ela sussurrava palavras desconhecidas por mim.
Porem um nome ficou claro,ela estava repetindo algumas vezes.
– Jacob, Jacob, Jacob. – ela abriu os olhos e posicionou a mão esquerda para frente. – Rápido. – os olhos dela se abriram. E aquele verde, claro como água, agora pareciam conter fogo. – com a mão esquerda na altura do queixo, ela dizia com força palavras em um idioma que não sei definir qual é. Com a outra ela segurava firme minha mão.
– Ela é uma bruxa. – a mulher de olhos vermelhos disse aos demais. Parecia furiosa.
Não era a jovem doce, e sincera ali ao meu lado, era algo muito alem do que minha mente poderia e algum dia, supôs.
– Forcem, corram com força e batam na barreira que ela esta formando, já cruzei com esse tipo de bruxa. Forcem e ela não vai aguentar muito tempo. – os quatro corriam até nós, mas eram jogados longe. A cada batida Merida dizia as palavras com mais força.
– Quando furarem a barreira, arranquem a cabeça dele, e façam-na olhar. – eles correram novamente e mais uma vez esbarraram na parede invisível que estava ali. Foram jogados longe mais uma vez.
Eles se levantaram, porem antes de se lançarem contra nós, senti alguém passar por nós tão rápido quanto uma ventania. Mais dois vultos se seguiram após o primeiro.
Reneesme parou alguns metros a frente. Ao seu lado Edward, e Bella.
– Afastem-se já. – o que saiu da garganta dela, não era sua voz normal, parecia mais um rugido.


– A hibrida e os pais. Que família linda. – o homem de cabelos claros se lançou contra ela, sendo atingido por Bella antes de seus pés, tocarem o chão.
– Vá Merida, tire-o daqui. – Reneesme rugiu mais uma vez.
Merida se lançou a frente, com a mão entrelaçada a minha.
Os barulhos que vinham da clareira eram estrondosos.
A frente algumas arvores caiam como folhas na primavera.
Um animal imenso corria em nossa direção. Puxei Merida, protetora mente para os meus braços, como se pudesse fazer algo contra, um animal daquele tamanho.
Mas ele saltou sobre nós e mostrou os dentes, para um homem a nossa frente.
Mais uma coisa, de olhos vermelhos. O animal se lançou contra ele.
Estava em choque.
Não conseguia sair do lugar.
Mais um animal passou por nós.
– Escute Mike, precisamos sair daqui agora. – Merida me colocou em pé.
Porem algo travou minhas pernas.
Olhei para frente.
Eram Lobos enormes, que mais pareciam ursos em pé.
Um sentimento de proteção me invadiu quando olhei nos olhos do animal que acabará de passar por mim.
Tentei correr. Mas a familiaridade com aqueles olhos, fez meu corpo cair no chão.
Inconfundivelmente familiares.
E qualquer parte do mundo, e em que forma estiver, sempre reconhecerei os olhos negros como a noite de Leah.
– Meu Deus. – estranhamente, e de uma forma doentia, aquela era a primeira vez que eu estava vendo Leah. A verdadeira.
– Vamos Mike, levante-se. Vamos. – Merida segurou meu rosto entre mãos. – Venha comigo por favor.
Assenti, a agonia nos olhos dela era doloroso, de se ver.
Corremos, e alguns quilômetros a baixo minhas pernas fraquejaram.
A figura imensa de um homem parou a minha frente. Estendeu a mão em minha direção.
– Venha. Eu vou ajudá-lo. – segurei a mão dele, era Aquiles. – Segure-se.
Meu corpo levitou no ar. Fui parar em suas costas.
Outro homem levava Merida nas costas.
Queria estender a mão, e alcançar a dela. Impossível.
– Feche os olhos Mike,é melhor. – ela pedia com o olhar cauteloso.
– Ai vamos nós. Aquiles anunciou.
Entendi no momento em que ele iniciou a corrida o motivo de Merida, me pedir para manter os olhos fechados.
Era nauseante a velocidade que ele corria.
Alguns poucos minutos e estava na porta da minha casa.
Segurava forte Aquiles.
– Chegamos, você já pode descer. – respirei fundo e desci.
Minhas pernas pareciam estar descoladas do meu corpo. Meu coração estava descolado de meu corpo.
Eu estava descolado do meu corpo.
Caminhei sem olhar para trás e abria porta da minha casa.
Antes de conseguir entrar, o choque dominou meu corpo.
Não enxerguei mais nada a minha frente.


Tive um pesadelo horrível.
Sonhei que vivia em uma rede, de mentiras.

Abri os olhos lentamente.
Meu corpo estava cansado.
Minha mente destruída.
O quarto era iluminado, pela luz no corredor.
Meus olhos ganharam foco.
Olhei ela janela, e o breu da noite me assustou. Nossa dormi muitas horas.
Uma turbilhão de imagens invadiram minha mente.
O desespero tomou conta do meu corpo.
Fiquei no canto do quarto tentando controlar minha respiração.
– Mike, fique calmo, esta bem. –a voz de Leah era cautelosa, ela estava do lado de fora do quarto. – Vou entrar
– Como vim parar aqui? O que houve, que horas, ou quantas horas eu permaneci dormindo? – as palavras se confundiam.
– São nove da noite, você esta em casa. – ela acendeu a luz, automaticamente coloquei minhas mãos nos olhos.
Lentamente minha visão foi normalizando.
Olhei para Leah, e talvez essa seja a primeira vez que eu, esteja enxergando a mulher diante dos meus olhos. Sentei na cama novamente, me sentia exausto.
– Como eu pude não enxergar? – coloquei o rosto entre mãos.
– Mike escute, sei que você viu... – os olhos dela, a voz, a postura.
– Pare já de falar, nada que você me disser agora, absolutamente nada, eu vou acreditar. – levantei, minha respiração normalizando. – Se tentar, me dizer que aquilo tudo foi alucinação, eu nem o sei o que faço. Vai tentar? – ela cruzou os braços, a postura firme, quase majestosa.
– Não.
– Preciso da verdade, toda. – fui direto.
– Mike você precisa primeiro se recuperar, depois eu conto o que você precisar saber, esta bem? – ela deu dois passos em minha direção, recuei.
– Não quero ouvir nada de você. Não ia acreditar em absolutamente nada. Onde esta Merida? – ela apertou as mãos em seus braços.
– Ela esta lá em baixo. – passei por ela meio cambaleante. Antes de alcançar a escada quase cai, Leah me segurou facilmente.
Me senti tão, impossivelmente ridículo. Tão idiota.
– Mike me deixe explicar – seus olhos negros, inconfundíveis.
– Era você? Seja sincera, mentir agora é perda de tempo Leah. – me afastei, seu olhar de cautela, e dor me deixou sem saber ao certo como agir. – Responda.
– É mais complicado que isso Mike, é... – segurei no corrimão e desci as escadas.
A casa estava com todas as luzes acesas.
Merida fitava o campo pela janela do corredor, entre a sala e a escada.
Parei ali sem saber ao certo, qual pergunta faria.
Muitas informações para trabalhar de uma única vez.
– Indeciso? – ela me olhou de forma carinhosa.
– Não sei ainda, mas você foi sincera, e preciso disso. – ela assentiu, olhando por meus ombros.
Leah estava logo atrás de mim.
– Venha Mike, vamos sentar. – ela caminhou até a sala, porem antes de descer o primeiro dos dois degraus que dava acesso ao cômodo, perguntei enfático.
– Você vai me responder sinceramente? Sem esconder nada? Ou vai mentir também. – olhei para Leah. Sua expressão partiu meu coração.

http://youtu.be/RWtx0AvGAlw.

– Eu menti alguma vez? – os olhos verdes de Merida eram intensos, me senti seguro olhando diretamente para eles.
Merida me esperou chegar a sala em pé, na frente de um dos grandes sofás ali.
Respirei fundo e me sentei.
Na porta de vidro da sala, que dava acesso a parte externa da casa, uma morena fitava o quintal.
Ela era conhecida. Só não conseguia me lembrar de onde.
Desconfiava de todos neste momento.
Me foquei em Merida.
– Você pergunta quando estiver preparado, para as respostas. – o tom de voz tranquilo, de Merida me relaxou.
Olhei ao redor da sala.
Os porta retratos sobre a lareira, no móvel atrás do sofá.
Levantei e caminhei até a lareira, peguei um porta retrato. Uma foto do meu casamento.
– Sabe eu acreditei nisso, tanto, e sei que após a primeira pergunta, vou saber que foi tudo uma mentira. – tentei controlar as lágrimas.
– Mike não foi mentira, não é. – Leah estava emocionada na soleira da porta de acesso a sala.
– Por favor, você não. – caminhei de volta para o sofá. Merida olhava Leah, como se pedisse permissão para algo, ou explicasse.
Minha respiração se tornou ofegante.
São muitos sentimentos para lidar. Perda, dor, raiva, magoa e principalmente amor.
Senti o toque das mãos de Merida nas minhas.
Leah deu um passo involuntário para frente, os olhos cerrados.
Seth surgiu de algum ponto da casa, e a segurou.
Voltei a me focar em Merida.
Respirei fundo.
– A história toda. Sem rodeios, sem mentiras. Quero entender o que vi na mata, o que ando sentindo desde o acidente. – olhei para Leah. – O que é minha esposa.
– Ok. – Merida deu um longo suspiro, e começou a contar.
Um grande idiota, essa é a única palavra que me define.
Como pude ser desligado, durante toda a minha vida?
Merida me explicou as lendas Quileutes, a descendência de Leah. O que nasceu em seu sangue. O que ela é. O que se tornou.
Explicou quem são os Cullens.
Perguntei se Bella sabia. Então ela me explicou como Bella se transformou em uma deles, por opção. Senti náuseas. E preocupação a descobrir o tratado.


Questionei sobre a família de Leah, Reneesme, e Kate. Todos os garotos.
Merida me contou a verdadeira origem de Reneesme. Fiquei em choque ao saber de quem ela realmente é filha. E me senti um pouco aliviado em saber que Kate, é uma humana normal.
Não entendi como Seth, pode namorar a filha de algo, que ele nasceu para odiar, mesmo Reneesme sendo metade humana, então mais uma porrada.
A explicação sobre o Imprinting. A tal magia, que o leva a pessoa “Certa”.
Por alguns segundos, me senti feliz. E se Jacob fosse o Imprinting dela?
Doeria menos? Talvez sim. Eu saberia que fui uma escolha sem magia, mas também teria certeza que jamais fui a pessoa certa.
Resolvi lidar com isso depois.
– Onde você entra nesta história Merida? – tentava assimilar tudo, se eu parasse, ia perder a coragem, e a força.
Merida veio para Forks seguindo Jacob Black.
Senti meu estomago se revirar inquieto, com esse nome.
Eles voltaram, pois a entrada de vampiros na cidade, esta maior que nunca.
Vampiros? Parece que estou louco. Ou em um sonho terrivelmente real.
– Chega, não consigo ouvir mais. – levantei. Uma raiva dominando meu corpo.
Passei por Leah como um raio.
Cheguei ao meu quarto e tirei as malas do guarda roupa. Fui tirando várias peças juntas e tentando enfiar todas na mala.
– Mike espere, deixe-me explicar. – Leah segurava minhas mãos, seus olhos cheios de água.
Me afastei.
– Explica Leah, por favor, vamos lá. – meu tom de voz beirava a histeria. – Quero entender, qual o motivo, de você não me contar, esconder e passar tanto tempo mentindo.
– Eu tentei Mike, várias vezes, mas admito que fui uma covarde, eu achei que desta forma você estaria protegido. Sei lá. – ela levava as mãos a cabeça.
– Tentou? Quem tenta consegue, eu tentei varias coisas, e consegui algumas, falhei em outras, eu sim tentei. E desde quando mentira é proteção. Eu tinha o direito de saber. – continuei colocar as roupas na mala.
– Eu não podia, alterar a sua vida desta forma Mike, a minha foi, não queria fazer isso com a sua. – ela segurou minhas mãos.
A dor nos olhos dela, refletia a minha.
– Você não percebe, ou não quer admitir? – irritantemente, via tudo com clareza agora.
– Mike eu errei. Sinto muito, não deveria fazer com você o que fizeram comigo, mas não queria vê-lo se preocupar, e não poderia ver medo em seus olhos, nojo, ou algo do tipo. – ela argumentava.
– Para de mentir. Você não me contou, pois se fizesse isso, seria definitivo, eu seria oficialmente assunto seu. E como Me deixar, tendo alterado desta forma a minha vida? – o choque dominou a expressão dela.
– N-não foi isso, não foi. – ela segurou minhas mãos.
– Mentirosa. Você me enganou. Não me deu chance de lutar por você, de fazer o certo, me deixou no escuro. – fechei a primeira mala, e a coloquei no chão.


– Me perdoe Mike, por favor, não vá. Fique, eu, eu... Eu Te Amo, não posso vê-lo partir assim, ferido magoado. Nosso casamento é real. É real Mike. – os olhos negros como a noite, me fitavam intensos.
– Eu ficaria Leah, fecharia os olhos para tudo isso. Se eu não visse. Aguentaria tudo, se você me amasse, como ama Jacob. – dor. Uma dor imensa nos olhos dela. O único sentimento no meu peito neste momento.
– Ele é passado Mike, eu...não...não. – ela tentava empurrar as palavras. Caminhei até ela.
– Até eu posso ver Leah. Você o ama. – não era uma pergunta.
Ela me abraçou forte.
– Podemos sair de La Push, você pode ficar em algum lugar, até digerir tudo isso, não sei. – ela continuava me mantendo no aperto de seus braços.
Respirei fundo, inalando aquele perfume.
Algumas lembranças invadiram minha mente.
Os sorrisos. As brigas bobas. Os olhares.
Mas uma lembrança preencheu minha mente, nítida como um filme.

– É isso que faz um momento ser certo. Você abre a porta do carro e fecha quando me sento. Tira a sua blusa e cobre meus braços quando estou com frio, cozinha e me leva para ver estrelas. Você não teve medo quando eu o espantei, não foi embora quando eu mandei. – um sorriso involuntário preencheu meus lábios, meu coração acelerou frenético, com a intensidade nas palavras dela. – Eu Te Amo Mike. Simples, natural, sem dor, sem medo, simplesmente amo.

Não podia culpá-la. Leah tentou me afastar. Eu insisti, pois queria ser feliz.
E fui tão feliz.
Como odiar alguém que se amou tanto?
Que deu mais a você, do que qualquer outra pessoa.
Que me fez tão feliz?
– Tenho que ir. – me soltei do aperto de seus braços.
– Eu sinto tanto Mike. – ela também estava visivelmente cansada.
Peguei as malas no chão.
– Eu não. E por mais que esteja te odiando agora, Eu Te Amo. E fui tão feliz nos teus braços, que não me arrependo. – coloquei as malas no chão e caminhei rapidamente até ela.
Selei nossos lábios pela ultima vez, e a segurei forte em meus braços.
Sai dali rapidamente.
Se ficasse correria o risco de perdoar.
E não posso fazer isso.
Entrei no meu carro e dei partida, mesmo sem ter para onde ir.
Ouvi o uivo de um animal rasgar os céus.
Senti um calafrio cortar minha espinha.
Dirigi até Forks, fui para a minha casa no centro.
Ela esta vazia há um bom tempo.
Nunca me senti tão perdido em toda a minha vida.
Talvez seja o fato, de não sonhar com mais nada além daquilo que eu já tinha.
A casa era mobiliada eu teria onde dormir.
Coloquei as malas em qualquer lugar, e me joguei na cama.
Não consegui prega os olhos a noite toda.
Assimilar tudo, estava praticamente impossível.
Vi o dia amanhecer.
Tomei um banho, e fui até o hospital. Preciso ver meu Pai.
Me sentia desorientado.
Chegando no quarto notei que minha mãe não estava.
– Que bom ver você aqui, meu filho. – ele tinha um sorriso imenso nos lábios. – Sua Mãe, tem estado preocupada nos últimos dois dias.
Tentei disfarçar a expressão de choque que ameaçava dominar meu rosto.
Dois Dias? Não fazia a menor ideia de quanto tempo dormi.
Tentaria descobrir o que houve depois.
– Estou bem, por isso quis vir cedo.- de um beijo em sua testa. – E a Mãe?
– Em casa, ela precisava de uma folga. – me sentei ao lado da cama dele. – O que esta havendo? – ele me encarava sério.
– Eu perdi Pai. Perdi minha esposa. – desabafei emocionado.
–Ah meu filho, casais brigam. – ele passava a mão na minha cabeça.
– Eu sei. Por isso estou dizendo que a perdi. – segurei a sua mão com firmeza. – E estou com tanta raiva dela Pai, tanta.
– o que aconteceu? – ele especulava.
– Ela mentiu, me enganou, escondeu coisas, com a desculpa de fazer isso para me proteger. – a raiva por ter sido inocente apareceu novamente.
– Entendo. – sua voz era firme. – E você entenderia, o que ela estava escondendo? Pessoas pecam, por achar que suportariam dores, e verdades que elas não podem suportar. – ele me encarava sério. – E você foi feliz? Mesmo com o fim do casamento?
– Cada dia nele. – respondi sincero. – Não me arrependo, faria tudo novamente, ela valeu cada lágrima, cada segundo.
– Então não odeie sua esposa. Se ela o fez sorrir, te deu momentos inesquecíveis, respeite sua história. O final pode não ser ao lado dela, mas eu te garanto. Você será feliz. – ele estava emocionado.
– Eu serei Pai. Muito. – soltei as palavras.
Fiquei ali o restante do dia.
Nas paredes deste hospital, o mundo ainda era normal e não existiam monstros.
Quando eu colocar os pés lá fora, terei que encarar a realidade.
E farei isso sem fugir.


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Notas finais do capítulo

Mas bora combinar, ele merece ou não uma Fic só dele?? rsrs.
Muita informação. Algumas suportáveis, outras não.
Já sentíamos o cheiro de desconfiança no ar.
A partir deste post, Mike deixa de ser somente o marido a Leah.(ou ex, sei lá)
Agora ele esta em meio as loucuras, deste mundo que ele sequer sabia que era possível.
Independente dele estar ao lado de Leah, ou não. Eu torço por ele.
Vamos fazer o mesmo?? Torcer para que o Newton seja feliz.
Espero que tenham gostado.
Eu e Carla agradecemos de coração a vocês.
Obrigaduuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu.
PS: Próximo post, será a visão de Jacob Black.