Alvorada escrita por Frank Kitzinger


Capítulo 2
Capítulo 1. EM ABSOLUTO CONTROLE


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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1.  EM ABSOLUTO CONTROLE

EU E MEUS IRMÃOS – JASPER E EMMENT – VOLTÁVAMOS DA  floresta sul, que localiza-se nas proximidades da nossa casa. Estávamos caçando. Não gosto disso, pois isso ainda me deixa a pensar que, ainda sou um monstro. Monstro este que ainda sai em busca de suas presas, e beber seu sangue, até a última gota.

Emment o grandalhão, adentrou antes que eu e Jasper passássemos pela a soleira da porta, e logo chegou ao hall da casa, tomando-lhe em seus braços, Rosalie, que também é minha irmã, muito bela com todo respeito.

- Como foi a caçada ­­hoje? – A indagou, nos segundos em que seus lábios foram libertos.

- Ótima! – Exclamou de alegria Emment.

Enquanto entrava, observava Jasper aproximar-se de sua amada. Alice, minha irmã, a pequena com rosto de fada e com cabelos picotado, mas é uma garota com quem você não pode contradizer o que ela diz. Alice detinha em suas mãos um livro cujo qual não me interessava, ela se encontrava sentada com pernas cruzadas sob o sofá da sala.

Alguns poderão estranhar, outros não. Todos foram adotados, assim como eu. Viemos de lugares diferentes, cada qual com sua história. Preservo todas elas, de cada um, pois não sou do tipo que comenta. O que posso relatar é que todos da pequena cidade chamada Forks acham que a nossa mãe Esme, - que serei grato enquanto eu existir – de que ela não pode ter filhos, e que Carlisle me adotara, junto com Alice e Emment, já Jasper e Rosalie, foram adotados por Esme, pois são “gêmeos”. Rosalie e Jasper perderam seus pais muito cedo, trazendo à tona a única opção à Esme, de adotá-los, já que na época era apenas a única tia mais próxima dos dois.  Mas, a verdadeira história não é essa.

E para todos os casos, sou um vampiro, assim como a família Cullen. Não se espante! Somos vegetarianos, ou seja, não matamos seres humanos inocentes por aí, mas, é claro que nossos currículos do passado, mostra que tivemos nosso descontrole.

- Outra semana de aula começando para vocês queridos. – Ditava Esme, enquanto adentrava no recinto, e trazendo consigo Carlisle. Ambos formavam a imagem de meus pais, cujos verdadeiros eu havia perdido numa gripe espanhola que ocorrera no verão de 1918.

Mas foi neste dia que Carlisle me encontrou, segundo ele, eu estava morrendo assim como meus pais. Ele me perguntou se queria viver, é óbvio que disse que eu queria. No entanto, ele só me transformou nesse ser que sou hoje, não por que ele queria, mas foi a um pedido irrecusável de minha verdadeira mãe. Ela, em seu leito de morte nos seus últimos minutos de vida, pedira a Carlisle, que me salvasse desse destino, para que ele fizesse de tudo para me salvar, pois ele sabia como. E aqui eu estou.

- Bom temos que ir... – Falara Jasper.

- Sim temos. – Concordara Alice com um de seus mais perfeitos sorrisos.

- Então... Vamos? –Indaguei finalmente.

E foi quando em questão de centésimos, que Alice e Jasper levantaram-se juntos, se não tivesse uma bela visão de vampiro... Acho eu, que nem perceberia os dois, momentos atrás estavam sentados. Então todos desceram comigo para a garagem.

***

Dentro do carro havia uma conversa agradável e harmoniosa, ao fundo tocava uma das minhas músicas favorita de Debussy. Estava com meu carro a mais de 130 km/h, lá fora a chuva caia intensamente. Aos olhos humanos, nessa velocidade tudo se tornaria um borrão grotesco, mas para mim não vejo diferença, é como se os cem quilômetros fosse apenas sessenta.

Eu tenho um dom. Leio mentes, mas o controlo, no entanto já li muitas histórias, segredos, mentiras e muitas outras coisas. E agora estou a ler as mentes que me cercam, e o que vejo são sonhos. Emment sempre sonhou em caçar uma grande anaconda na Amazônia, mas o engraçado nisso, é que desde sua vida humana, esse fora sempre seu sonho. Rosalie sempre sonhou em ter um bebê, mas agora sabe que, nunca, poderá realizar esse sonho, pois vampiros não podem ter filhos.

Em Jasper não vi sonho, só vi faiscar uma de suas poucas lembranças humanas. Ele se encontrava em cima de um cavalo, cavalgava pelo o Texas como major. Na pequena Alice foi... Digamos tenso. Ela estava num lugar completamente escuro, mas ela estava sendo mordida por um vampiro, o qual a transformou, pois ela nos encontrou já vampira.

Digo tenso por que, enquanto eu via essas imagens passar na mente de Alice, tudo ficou embaçado, e de repente um rosto desconhecido surgiu. Era de uma jovem, nunca o vira, mas era comum, do tipo, nada chamativo, ou seja, olhos castanhos, cabelos longos e ondulados, sua pele era branca, mas não pálida, mas, ainda sim muito branca para uma humana.

- Alice? – Disse num tom sério. – de novo?

Seus olhos eram vagos e sem vida.

- Err... Eu não tenho culpa...

Enquanto falava, Alice viu novamente a moça, mas agora alguém a mordia, e logo em seguida ela entrava em estado de torturação. Momentos depois era uma recém-criada.

Alice não precisava me relatar nada, pois já via tudo. Ela piscou duas vezes e sua previsão sumira por completo.

- Como já disse Edward, “você” vai conhecê-la. Todos nós! E...

- Chega! – Falei com num tom mais frio e rude, que eu podia produzir, pois não conseguia pensar em algo assim, transformar um humano em vampiro? Isso não!

- Sinto muito, mas é a verdade... – Insistiu ela. – A garota se tornará uma de nós.

- Pare! Por favor! – Comecei.

- Edward! É...

Tudo ficou calmo e sublime. Jasper, só podia ser ele. Assim como eu e Alice, ele tem um dom. Eu leio mentes, ela prevê futuros e ele, converte os sentimentos de uma pessoa.

- Jasper, por favor... Guarde esse seu dom, já não será mais necessário! – virei-me e o olhei com uma cara amarrada.

- Gente para! – Rosalie também estava irritada. – Essa garota, ainda nem apareceu!

- E nem vai aparecer Rosalie! – Respondi de imediato.

- Briga de irmãos... Isso é raro de se ver na família Cullen – Falara alto e entre risos Emment.

- Cala essa sua boca Emment! – Dessa vez Rosalie que estava ao seu lado no banco de trás, virou-se gritando para ele. Mas pareceu que não surtiu efeito, pois o Emment, nem se quer deu ouvidos a sua amada, e logo abriu um largo sorriso quando viu Rosalie com seu rosto dilacerado em fúria.

- Você... fica tão sexy assim, irritada! – Ele abriu outro sorriso, mas de orelha a orelha. Não me contive dessa vez, e gargalhei daquela situação.

Alice ficara com muita raiva de mim, só por que lhe chamei a atenção. Seus olhos estavam semicerrados, sua boca em uma linha reta.

“Eu te Odeio!” – Pensou ela. – “Você sabe que não tenho culpa de ver essa garota.”

- Eu sei... – Sussurrei tão baixo, mas mesmo assim, todos do carro me ouviram responder.

Mais alguns segundos e chegamos ao estacionamento de Forks High School.

Quando saímos do carro, pude observar que agora éramos o centro das atenções, e podia ouvir a mente de algumas pessoas, mais próximas de nós. Alguns pensavam: “Chegaram os estranhos...” outros como, “Os excluídos acabam de chegar...”.

Se eles soubessem o que somos de verdade, acho eu, que estaríamos mortos. Enquanto eu e meus irmãos nos direcionávamos para o prédio da escola, vimos o pequeno grupo de Mike Newton, composto por Jessica, Angela, Eric, Tyler, e Lauren. Todos encaravam agente de forma bruta. De longe Mike foi o único que percebera que havíamos chegado, e foi quando ele disse aos outros de seu grupo:

- Olha só quem chegou... Os Cullens... – Ele sempre fala o nosso nome, como um palavrão.

E, como sempre nos fazemos de cegos, e entramos para a escola. Fui o último a entrar, mas um som me surpreendeu, e olho de relance para o estacionamento, foi quando vi algo antigo, alaranjado e enferrujado, cuspindo grandes baforadas de fumaça negra, adentrando no estacionamento da escola, chamando a atenção de todos ali presentes, mas sem da tal importância, fui direto para a minha primeira aula.

Como sempre, me saía muito bem em todas as aulas. Quem é que não se sairia bem, repetindo o ensino médio à quase 85 anos?

Sempre, em todos os meus horários de aula, fiquei só, quando um aluno era forçado a se sentar ao meu lado, e fazer dupla comigo, ou dava um jeito de mudar seus horários, ou fingia que eu não existia como se fosse uma berração. E de certa forma, me sinto assim...

O resto da manhã passava rápido em certas horas, exceto na aula de geometria, a única aula que tenho com Alice, ainda bem, pois eu tenho que ficar agüentando o atazanar dela até o último minuto da aula, imagine se fosse a todas as aulas?! Eu gosto muito dela, mas, ainda prefiro o silêncio.

O sinal tocou forte e agudo, agora é hora do almoço. Enquanto saíamos porta fora, direto para o corredor, percebi que o clima ao nosso arredor, mudara. Ninguém dava a tal importância de ficar nos olhando com repulsa, e quando passávamos pelos os corredores, que nos direcionava para outro prédio onde se encontra o refeitório, era como se não existíssemos para eles. Então queria saber o motivo, queria saber o porquê de todos os alunos de Forks High School, passarem por perto de nós sem perceber nossa presença. Fui a fundo aos pensamentos deles. E, um dos grupos de alunos, comentava sobre uma garota chamada de Isabella, e que ela era filha do chefe Swan, de repente senti uma curiosidade, queria saber quem era ela, como ela era... Droga não sou um humano, quem sou eu para pensar numa coisa dessas? Mas muita das mentes ali presentes, ainda não a vira, mas em cada mente, quando se tocava no nome dela, vinham vários rostos, e os mais belos rostos saia das mentes dos rapazes, e no fim conclui que todos estavam formando suas próprias conclusões.

Quando cheguei ao refeitório, lá, em um dos cantos do recinto, já estava sentados Emment, Rosalie e Jasper. Este era o lugar mais afastado de todos, assim ficava até um pouco melhor, para sermos quem éramos de verdade, ou falar coisas que humanos não sabem. Como de costume pegamos sempre, cada um, uma bandeja com alimentos humanos, que há muito tempo já deixaram de serem apetitosos para nós. Mas hoje Jasper fez o favor de pegar mais duas bandejas, uma para mim e outra para Alice. Sempre fazemos isso, para depois não ficarem nos estranhando mais ainda, só pelo o fato de não comermos. Enquanto eu tratava de me sentar em uma das cadeiras vagas ao redor da mesa, Alice dava um pequeno pulo e se sentava no colo de Jasper para enfim lhe dá um selinho.

Minutos depois o refeitório começou a ser preenchido, por quase todos os alunos de Forks High School.

Parecia que tudo ficara distante, ali em volta de mim. Os minutos se passavam, agora vejo que Alice está muito preocupada com Jasper, apesar de termos caçado hoje, ele ainda não se sentia seguro o suficiente, para ficar só em meio de muitos humanos. Ele prendera sua respiração, sua boca numa linha reta e rígida. Eu falei apenas um: “calma Jasper, você não pode perder seu controle, justo agora, justo aqui!” e Alice lhe lembrava: “Lembre. Todos têm família, são inocentes e não merecem morrer”. Queríamos sair dali junto com ele, para que ele não perdesse seu controle, mas ele disse que ia ficar e tentar.

Alice não queria ficar para vê-lo sofrendo, então num átimo levantou-se, e levando consigo sua bandeja vermelha foi em direção a uma lixeira mais próxima, e jogou a bandeja com uma maçã intocável e o refrigerante lacrado, depois se virou para a porta dos fundos e partiu rumo a sua próxima aula. Li seus pensamentos enquanto ela se aproximava de sua sala, e vi que ela, mesmo longe, estava preocupada com Jasper, desisti de ler seus pensamentos, pois sabia que eles seriam assim pelo o resto do dia.

“Provavelmente são os Cullens...”

Opa! Olhei de imediato para onde surgiu esse pensamento, mas eu já sabia de quem o pertencia, era de Jessica. Meus olhos foram de encontro com os dele, mas tinha uma garota ao seu lado que me chamou a atenção, então desvio o meu olhar para essa jovem.

Não pode ser! Virei meu rosto e então concetrei-me nos pensamentos de Jessica. Ela nos apresentava para... Isabella? Esse era o seu nome? Não pode ser! 

Enquanto eu me concentrava, eu ficava a olhar minha própria bandeja, sem muito que fazer, peguei um pãozinho que estava sob a bandeja, e comecei a desfazê-lo, depois olhei para os meus irmãos.

- Lembra daquela garota que Alice sempre via em meio as suas visões?

- Sim... – Falara Jasper, tentando focar no que eu iria falar.

- Ela tinha razão... Ela está aqui, bem ali na mesa de Mike.

Meus irmãos se surpreenderam, vendo que sua irmã tinha, mais uma vez, a razão. Não consegui ouvir os pensamentos de Isabella e isso me surpreendeu. Esforcei-me e não consegui, desisti e resolvi me concentrar apenas nos pensamentos de Jessica.

“E...” – Pensava Jessica, agora estou lendo tudo o que ela ainda vai falar para Isabella, e outras não. – “Todos são muito bonitos” – Bem essa parte ela não falo – “Mas todos estão juntos... Emment e Rosalie, e Jasper e Alice, quero dizer. E eles moram juntos.” – Da forma com ela falou a última parte de seu raciocínio, trazia uma repulsa assim,  como o resto da cidade pensava.

Por que essa garota se interessou tanto na gente? Ninguém se interessa, e sim sentem o ao contrário.    

Umas, duas, três vezes, tentaram ler sua mente, mas falhei. Confesso que fiquei frustrado, mas mesmo assim tentei novamente, ela desviou seu olhar do meu rosto, para voltar-se a sua vizinha para lhe perguntar algo. Li seus lábios, e eles perguntavam sobre mim. Depois, pelo canto do olho, ela voltou a me espiar, e rapidamente olhou para baixo.

“É o Edward. Ele é lindo, é claro, mas não perca seu tempo. Ele não namora. Ao que parece, nenhuma das meninas daqui é bonita o bastante para ele.” Com essa resposta, posso ter certeza de que Bella estava interessada em mim. Mas também ri, lembrando-me dos momentos em que Jessica ficava sonhando em que estávamos juntos, oras a pelos os corredores da escola, e oras em sua casa. Mas ela tinha razão em uma única coisa, eu não namoro, apesar de ter muitas garotas bonitas por aqui, é que o motivo volta-se pelo o fato de que eu não tenho o absoluto controle, e, de qualquer forma, isso é errado!

Passaram-se alguns minutos e de vez em quando, eu dava uma espiada bem rápida para a Bella. Uma única palavra surgira em minha mente. Tentadora. Uma vontade insana encheu minha cabeça, uma vontade esta, de beber seu sangue.

- Vamos? – Indaguei num tom nervoso, para os meus irmãos. Ninguém respondeu, só levantaram-se comigo os três, e com elegância saímos do refeitório. No percurso que fizemos de nossa mesa até a porta dos fundos, não olhei mais para Bella, pois sabia que se eu olhasse, perderia meu controle.  

- O que foi aquilo? – Rosalie, me perguntava num tom raivoso, quando saia do refeitório.

- Nada Rosalie. – Disse friamente.

- Como nada?! – Agora ela estava mais exalta do que antes. – Edward, ela não é um de nossos alimentos. Ela é humana! Os Cullens não se alimentam de sangue humano!

- Eu sei! – Esbravejei.

Irritado, sai dalí e entrei no outro prédio, deixando para trás, Rosalie, Emment e Jasper.

Sabia que eu estava alguns minutos adiantado, mesmo assim, apressei meus passos e entrei na sala de biologia II. Como já sabia, não havia quase ninguém na sala de aula, mas isso não impediu os outros, ali presentes, me olharem.

Como sempre sentava no centro da sala, mas como ninguém senta ao meu lado. O Sr. Banner adentrou na sala, segundos antes de bater o sinal, todos já estavam a sua espera, exceto a Angela, que ainda não havia chegado, e isso me surpreendeu, já que ela sempre é umas das primeiras a chegar. E foi quando ela adentrou toda apressada e trazendo consigo, Bella.

Bella estava andando pelo o corredor para enfim se apresentar ao professor, e ela detinha uma caderneta em suas mãos, para o professor assinar.

Aquela sensação de sentir seu sangue quente fluir em minha boca veio à tona novamente. Seu cheiro é tão agradável e tentador... Agrr! Uma vontade de levá-la para um beco e solver todo o seu sangue, me contaminava. Eu tinha certeza que a olhava com um olhar de fúria e hostilidade.

Olhei para todos os lados e percebi que sua única alternativa era se sentar ao meu lado. Mas, por que aqui? Por que nesta sala? Por quê?... Droga!

 Enquanto ela caminhava, tropeçara num livro que estava no chão, pois eu a fuzilava, com meus olhos, agora, extremamente negros e sombrios, com única vontade, matar.

 De cabeça baixa, ela veio se sentar, eu sem o que fazer apenas me inclinei para o mais distante possível daquele ser, que estava quase a fazer, com que todos descubram o segredo dos Cullens.

NÃO, NÃO, NÃO! Viro o meu rosto como se ela fedesse, mas, para o meu olfato sim, fede, fede a tentação. Creio que a constrangi, pois não olhava para cima nem um minuto se quer. Inclinei-me mais ainda, me afastando dela, de tal forma, que fiz com que a Bella pegasse algumas madeixas de seu cabelo e cheirasse, só para certificasse de que não estavam fedendo.

Seus olhos castanhos encontraram novamente os meus, cujo quais demonstram a ela que sou perigoso, suas bochechas ganharam uma tonicidade avermelhada. Sinto o seu cheiro e o frescor de seu sangue, que formam algo tão doce, e que nunca na minha vida cheguei a sentir, é tão irresistível para um vampiro.

Vejo-me de forma monstruosa, rindo para mim mesmo. Ouço os batimentos cardíacos de Bella, e estão descontrolados, seria medo? Talvez sim. Sinto minhas veias secas arderem assim como minha garganta, que lateja de fome. Bella, nervosa, colocou todo o seu cabelo para o lado direito, formando uma pequena cortina entre nós, e com esses pequenos movimentos, pude sentir seu cheiro mais uma vez.

Tento me controlar, mas, parece algo impossível, banal. Minha mão que está apoiada na cadeira, agora está em punho, pus tanta força, que as minhas veias ficaram salientes, aparecendo por baixo de minha pele. A minha mão esquerda está segurando com muita força a lateral da mesa.

Não posso botar tudo a perder por causa de uma simples humana, pois se eu tirar sua alma aqui teria de matar todos aqui presentes, mas não, isso não! A cada minuto que passava, pareciam horas, fazendo com que, tudo ficasse mais difícil.

Comecei a imaginar diversas formas de matá-la. Pensei em me apresentar a ela, e depois saio com ela pelo os corredores, e dou uma desculpa de que preciso ir à secretaria então é aí que a levo para a floresta e a mato. Pensei em tantas formas e em suas probabilidades, de certo e errado. Posso matá-la a qualquer momento, por meros segundos e seu corpo estaria inerte e sem vida no chão. O monstro surgiu em minha mente novamente rindo.

Mas por que ela veio para essa cidade? E viver aqui justo aqui? O que ela viu de tão interessante nessa pequena cidade? Minha garganta queimou novamente, quando vejo as maçãs do seu rosto tomar um tom avermelhado, quente, sangue. Cravo meus dedos na lateral da mesa, não consigo me conter mais. Se prender minha respiração, talvez eu consiga. Deu certo mais não por muito tempo, já que eu guardara seu cheiro em minha mente, mas consegui me conter.

Olhei novamente para ela, e fui pego por seu olhar, e pude ver o monstro que eu era no passado, querer acordar.

“Garoto estranho...” Peguei uma linha de pensamento e reconheci aquela voz, era de Mike Newton, como sempre, ele adora pensar coisas banais contra aminha pessoa, normal de sua parte, assim como dos outros garotos da cidade. “Se eu tivesse em seu lugar, estaria conversando com ela, conhecendo-a melhor...” Típico para um humano, eu até poderia fazer isso, mas, não com ela, pois só a vejo com uma sensação insana de odiá-la sem motivo.

Agora me vi como aquele monstro, estava sugando o sangue dela. Todo o veneno preencheu minha boca com uma sensação de água na boca. Minha garganta pegava fogo, meu estômago sentia secura. Estava com sede.

Não! Se a matasse ou não saberia que Carlisle ia me entender, e, como sempre ia dizer algo como você fez a coisa certa. Ah seu coração batendo, num suave som, levando no pulsar aquele raro sangue, para todo o corpo de Bella. De relance a vejo, mais que interessada no assunto do livro de biologia. Ela tentava me ver, mas, parecia que algo lhe avisava que não era a coisa certa a se fazer. Só mais alguns minutos e tudo estará acabado, o sinal tocará e sairei o mais depressa possível, mas, se a levasse comigo? Não, muito tempo, poderia fazer todo o serviço em apenas 40 segundos aqui mesmo.

A sede volta. Mas a garota tem sorte! O sinal toca agudamente, e antes, segundos antes, eu já estava para sai dali. E quando o sinal tocou, já estava na porta saindo daquele prédio o mais rápido possível, indo para o meu carro.

Fecho os meus olhos, estou no meu carro, tentando achar algo de bom que me faça ter novamente o meu autocontrole. Abro as janelas e o ar frio começa adentrar no carro, isso ajudou em parte, pois mesmo assim, não conseguia esquecer o quão o doce era o cheiro de Bella Swan. Abro meus olhos e percebo que as nuvens estão muito mais escuras, o que por sinal é mais chuva. Espiro e inspiro, o frio e o úmido são duas sensações boas, tento me acalmar, tento achar novamente o que eu sou, o que sempre sou. Começo a cantarolar uma de minhas musicas favoritas, e isso ajudou e muito, fazendo com que aos poucos eu tomasse de volta a minha sã consciência, meu autocontrole. Estou novamente forte.

Fiquei mais algum tempo ali, e me surpreendi com Alice ainda não surgiu de algum lugar. Imediatamente procuro por seus pensamentos, e descubro que ela estava extremamente ocupada, em relação ao Jasper que quase perdera seu controle no almoço... Ela estava tão ocupada, que se esquecera de seus outros irmãos.

Conclui que estava forte o suficiente, para voltar para a escola. Na verdade, não era para voltar para a aula, pois esta eu já perdi, mas, a minha intenção era outra. Eu já estava com um plano formado. Trocaria as minhas aulas de biologia por outra, e ignoraria Bella nas horas do almoço. Isso dará certo. Abri a porta do carro, ainda chovia, mesmo assim saí do carro, não me preocupei em por a capa de chuva, pois o percurso do estacionamento até a secretaria era muito curta, andei em passos largos e ágeis. Fiquei com receio de entrar, estava bem na frente da secretaria a encarar aquela porta. Mas logo pensei: “Há tantos lugares nessa escola, que seria muito improvável ela aparecer justamente aqui!” E eu tinha razão, isso me fez ter forças para entrar naquele recinto.

Quando entrei, o ar quente chicoteou meu rosto, e lá, vi que apenas uma das três mesas, que ficava atrás do balcão, que separava ao meio aquela pequena sala, estava sendo ocupada por uma secretaria, uma ruiva grandalhona chamada de Srta. Cope. Por um momento – na verdade em todo momento, fiquei contente por ela está só ali, sem ninguém por perto. Assim tudo ficaria bem melhor, para eu poder usar meus truques.

- Com licença... – Ditei em um dos meus tons mais suave.

- Oh... Sim! P-pois não Sr. Cullen...

Respondeu ela de imediato, quando percebia de quem pertencia a voz, e quando olhou para mim, coloquei o melhor sorriso, e dei alguns passos, indo em direção ao balcão. Enquanto me aproximava, ela com uma rapidez fechou um livro estava lendo agora pouco, e pos a ficar de pé.

- Eu preciso de um favor...

“Como ele é lindo... Mas não! Pois tenho idade de ser sua mãe...” Pensou ela.

- E qual seria esse favor?

Penetrei em seu olhar antes de dizer algo a ela.

- Eu preciso que você troque meus horários de biologia para um nível mais avançado...

- É, eu sei você estudou biologia em um nível mais avançado numa outra escola.

- Exatamente! Mas então, tem como você fazer isso...? – Lhe perguntei olhando fixamente em seus olhos.

- É... – Ela parou para reorganizar seu raciocínio. – Vou ver o que posso fazer por você, mas nada é certo está bem?

Isso é impossível, como isso pode acontecer, será que ela ainda não percebeu que preciso mudar de turma? Ou melhor, necessito!

- OK... – Falei, mas com um tom áspero na voz.

A Srta. Cope, pegou vários livros de capa preta, e começou a folheá-los de um por um, depois de algum tempo ela olhou para mim, com um olhar tristonho.

- Sinto muito, mas, todas as turmas avançadas estão lotadas...

Ouvi a porta abrindo-se, alguém entrou, e com certeza estava esperando a Srta. Cope se desocupar. Então tentei ser mais cativante na voz, e no olhar.

- Então, por favor, me coloque em qualquer outra turma...

- E você pretende perder os seus pontos durante o resto do ano, com o Sr. Banner?

- Posso recuperá-los ano que vem.

Ela folheou novamente os livros.

- Não tem como... A capacidade máxima por turma é de 19 alunos.

Ouço a porta se abrir novamente e por ela entra uma jovem e logo coloca um folheto em um dos arames que contém numa cesta sob o balcão. Uma lufada de ar frio entra no recinto, e com ele traz um cheiro, que me contaminou um cheiro que me fez lembrar, de como é tão bom o sangue humano. Um cheiro doce e suave, mas em compensação, a minha boca secava assim como a garganta.

Sinto que meu corpo enrijeceu ali, olho de lado e percebo que é Bella Swan, embora o fato de que seu cheiro lhe entregasse, isso fez com que eu me alarmasse mesmo assim. Olhei para ela por um segundo, mas meu olhar era de extremo ódio. Virei-me rapidamente para a secretária. Só duas, são presas fáceis. E iria saber. Não. Tenho que me concentrar! Percebi que também assustei a Srta. Cope.

- Então deixa para lá. Estou vendo que é impossível. Muito obrigado por sua ajuda. – Falei asperamente.

Virei-me, sem olhar para aquele ser pobre, pois sabia que se eu olhasse, perderia meu controle – o que restava dele, e saí porta fora.

Afastei-me depressa, indo para o estacionamento, pois meus irmãos já estavam me esperando. Quando cheguei, todos já estavam em seus habituais lugares, e infelizmente todos perceberam meu descontrole.

- O que foi? – Alice foi a primeira que rompeu o silêncio.

- Nada.

Vendo que era apenas isso, que iriam arrancar de mim, ninguém me questionou. Rodei a chave e o motor do carro ligou, e rapidamente peguei velocidade.

***

Forçei-me ao Maximo para que Alice não visse nada sobre o meu futuro. A única coisa que eu podia sentir era vergonha, vergonha pelo simples fato de ser um fraco. Ninguém rompera mais o silêncio até então, mas a frieza em que eu me encontrava mostrava aos meus irmãos que, de fato, tinha alguma coisa errada acontecendo.

Estou chegando perto de casa, então os deixei no início da estrada que serpentei entre a floresta, que no final, leva ao rumo da nossa casa. O motivo era minha mãe Esme, não queria ficar frente a frente com ela, pois sabia que ela tentaria de tudo para me fazer ficar.

- Você vai embora? – Indagou Alice ao se surpreender com sua nova visão em relação a mim, pois a pegou de surpresa.

- Sim.

- E por quê?

Nada a declarar. Mas com isso, me fez pensar em Bella em meus braços e seu rosto e pescoço, banhados em sangue.

- Ah... Entendi... – Por fim ela disse algo.

- Bem é aqui que vocês ficam...

Despedi-me de todos e parti rumo ao hospital central de Forks, pois lá encontraria Carlisle.

Quando cheguei ao hospital, pedi informação sobre onde meu pai estava, e logo descobri que ele estava numa emergência. Então sem delonga, parti para a sua sala, para ficar a esperar por ele. Alguns minutos, ele adentrou em sua sala, detendo em suas mãos um prontuário.

- Filho o que há contigo? – me perguntou com a mesma cara que faz quando percebe que tem algo errado.

Duas palavras e ele entenderia.

- Vou embora. – Lhe respondi num tom mais seguro que podia.

Ele me olhou com olhos pesados, os mesmo que me olhou na época em que rejeitei essa nossa condição vegetariana em que vivemos.

- E o motivo...

- Fui fraco, não consegui me controlar, como das outras vezes, eu, eu quase matei ela!

- Quem?

- A nova recém-chegada. Bella.

- Isabella Swan?

- Sim.

Contei-lhe sobre tudo que ocorreu, desde o refeitório, até agora. Contei sobre o meu antigo plano, o qual não consegui realizar.

- Agora os meus planos são outros. Decidi ir embora, vou passar um tempo que for necessário no Alasca, com Irina, Kate e Tanya.

Ele ficou calado, processando tudo o que lhe disse até agora, pois eu via isso, e via que estava triste, pois eu vou me afastar. Fiquei observando-o até que seus olhos voltaram-se para mim, para finalmente dizer algo. Apesar de eu saber o que ele ia dizer Carlisle não se incomodou em dizer em voz alta.

- Se é para o bem de todos, eu devo acatar sua decisão filho.

- Obrigado, pai.

Ele – um sorriso triste – lembrando de que tem um leitor de mentes, como filho, pensou.

“Já falou com sua mãe?”

- Não, eu não fui em casa, pois sabia que ela faria o possível para que eu ficasse.

- Entendo.

- Você pode me emprestar o seu carro? Pois o tanque dele está mais cheio, do que o do meu carro.

- Claro. – Ele foi até a sua mesa, e abriu uma gaveta e de lá, ele retirou as chaves de seu carro.

Agradeci novamente e em seguida, o abracei despedindo-me. Fui até o estacionamento do hospital e entrei em seu carro. E saí daquele local.

Peguei a estrada mais próxima, e mais rápida para o Alaska, não queria parar, e nem voltar agora, pois se eu voltasse, eu definitivamente mataria Bella Swan, uma garota fraca até para uma humana.

Não quis mais pensar em nada, só apenas, em que eu estaria no Alasca no dia seguinte, antes mesmo de o primeiro raio de surgi. Mas confesso que esse dia, foi de total e extremo absoluto controle, apesar de me sentir um total fracassado pela minha própria natureza.


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Notas finais do capítulo

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